JORNAL A TARDE,SALVADOR, 20 DE
FEVEREIRO DE 1984.
CLÁUDIO TOZZI EXPÕE NO DIA 23 NA GALERIA O CAVALETE
A exuberância das cores da fauna brasileira na obra de Cláudio Tozzi. |
O artista Cláudio Tozzi |
Realmente
estas observações do Cláudio Tozzi são importantes. Porém, não podemos esquecer
que os críticos acompanham de perto toda a trajetória dos principais artistas
deste país. Embora não tenha lembrança de exposição individual aqui realizada
por Cláudio Tozzi conheço de perto a sua obra através de exposições que visitei
em museus e galerias em outros estados e das publicações que tenho lido e
guardadas em meu arquivo. Concordo que não é justo que alguém comente uma
exposição pelo catálogo e é por esta
razão que vou aguardar a abertura da sua mostra para tecer alguns comentários
sobre as obras que serão expostas.
A
apresentação desta sua exposição baiana é de Fábio Magalhães que destaca :"A
paisagem urbana de Cláudio Tozzi não se dá no compromisso com a arquitetura bem
como urbanismo mas segue o desenvolvimento de sua pintura nas alterações que
cada nova temática propicia, mantendo a mesma técnica no emprego do rolo
pontilhado.A
cidade aparece tomando toda a superfície do quadro, numa visão aérea, num voo
rasante, mostrando, através de recortes seus edifícios apinhados."
A cidade é uma geometria, uma escala colorida, para ser vista a distância, onde os pontos de cores sobrepostos formam os matizes; o tom se altera dentro dos ângulos retos dos retângulos edificados.
Os
recortes urbanos lembram São Paulo e foram montados através de diversas fotos
da cidade, num procedimento similar a sua série de paisagens com coqueiros,
montadas a partir de sobreposições de fotografias de paisagens do litoral
pernambucano e paulista.
A
imagem de Tozzi da cidade embora tirada da realidade cria um clima de ficção e
a visão do conjunto sugere uma situação nova, inquietante, do espaço em que
vivemos”.
Alguns
dados sobre o artista:Nasceu
em São Paulo
em 1944. Inicia sua carreira em 1963, recebendo o primeiro prêmio de cartazes
para 11.º Salão Paulista de Arte Moderna.
Participou
de várias exposições coletivas, entre as quais: Bienal de São Paulo; Vanguardia
Brasileña no CAYAC, em
Buenos Aires; de Sistemas em América Latina
(Institute Of Contemporany Art Londres); Bienal de Veneza; Bienal Americana de
Artes Gráficas, em Cali ,na Colômbia; Latin American 76, na Fundación Juan Miró, em
Barcelona ;Trienal Latino Americana Del Grabado, em Buenos Aires; Bienal
de Paris; Bienal de Medelín , na Colômbia.
Realizou
várias exposições individuais em galerias tanto no Brasil como no exterior.Recebeu
vários prêmios, entre os quais: Prêmio da Crítica (APCA), Objeto em 1973; Prêmio da Critica (ABCA), de Viagem ao Exterior, em 1975; Prêmio de Viagem ao
Exterior no Salão Nacional de Arte Moderna (MAM), em 1979.
Realizou
painéis em espaços públicos: painel Zebra na lateral de um prédio da Praça da
República, em São Paulo ,
painel para o Centro Recreativo do SESI, em Ribeirão Preto ,
painel para o SESC, Vila Nova em
São Paulo; painel para a Estação Sé do metrô de São Paulo e
conjunto de painéis para o Club A em New York.
Tem
trabalhos nos principais museus de arte do Brasil e em importantes coleções no
Brasil e no exterior. Curso de pós-graduação e título de mestre pela Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. É citado em obras
especializadas e em inúmeros textos críticos publicados em revistas e colunas
de arte da imprensa diária, bem como em dicionários de artes plásticas.
Sua
última mostra fora de Salvador, foi em 1981, no 62.º Congresso Internacional de
Odontologia, no Hotel Nacional, Rio de Janeiro. Os seus trabalhos foram muito
apreciados e adquiridos pelos colegas, alemães, japoneses, venezuelanos e
brasileiros. Este ano fará sua segunda exposição na Galeria Comendador Alberto
Bonfigliori, na Rua Augusta, São Paulo, que será a sua 30.ª mostra individual.Bandeira
já pintou marinhas, casarios, vias-sacras, queimadas e palafitas.
Agora
são paisagens de salvador vistas do mar, Como se estivesse dentro de um navio.
Quando trabalhava no porto, constantemente se deslocava para Ilhéus. Ele
relembra com alegria da sua primeira viagem àquela cidade. Após cumprir suas
tarefas, foi passear no cais do Porto. Como era princípio de uma tarde de
domingo, ficou a pensar se retornava naquele dia ou na segunda-feira pela
manhã. Nesse ínterim, dois dos seus chefes desceram do rebocador de volta da
visita a um navio cargueiro sueco que estava ancorado longe do porto e um deles
lhe disse que só voltaria naquela tarde se quisesse. Bandeira ficou eufórico
com o oferecimento, pois nunca havia viajado de navio, principalmente estrangeiro!
À noite já se encontrava conversando com a tripulação.
São
imagens e emoções que ficaram retidas e agora são transformadas em belas
composições que transbordam carregadas de ingenuidade. Aliás, os pintores
primitivos são frutos do próprio meio. Mas, Bandeira sendo de formação
universitária é um contraste.
TRÊS
JOVENS ARTISTAS NO SOLAR DO FERRÃO
Trinta
trabalhos entre desenhos, gravuras e pinturas de três jovens artistas baianos,
Edgard Mesquita de Oliva Júnior, Ives Quaglia e Luís Eduardo Alves Correia Santos,
estão expostos na Galeria Solar Ferrão ,do Instituto do Patrimônio Artístico e
Cultural da Bahia (IPAC). A mostra, promovida pelo (IPAC), através do Setor de
Divulgação Cultural (Sedic), foi aberta no dia 16 de fevereiro e prosseguirá
até o dia 9 de março.
É
a primeira vez Edgard Oliva, Ives Quaglia e Luís Eduardo se reúnem para mostrar
os seus trabalhos, porém, não se limitam a uma temática. Cada um exibe o que
sua imaginação e criatividade determinaram. Natural de Jequié, Edgard tem 27
anos de idade e participa da exposição com 10 obras. Sua pintura explora muito
a cor e a forma, não se pretendo a qualquer tema específico, sendo
caracterizada como surrealista. Ives Quaglia é o mais novo dos três ,tem 24
anos, e expõe desenhos e gravuras, enquanto Luís Eduardo apresenta também
pinturas. A coletiva do trio poderá ser apreciada de segunda a sexta-feira,
das 9 às 12 horas e das 14 às 17 horas, quando a Galeria Solar Ferrão (Rua
Gregório de Mattos, número 45, Pelourinho).
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