CINCO EXPOSIÇÕES AGITAM A VIDA
CULTURAL EM PARIS
Duas Tartarugas Brasileiras, de Erckhout - 1610-1666. |
De
Paris, Via Varig- São muitas as exposições de pintura e desenho nesta
Primavera /Verão parisiense. Para quem visita a cidade neste período e gosta de
fazer um programa fora do turismo tradicional, eis aqui cinco principais, todas
promovidas pela Reunião dos Museus Nacionais.
Para
marcar o lançamento do livro Inventaire des Pasteis Du XIX Siècle, redigido
por Geneviève Monnier, o Museu do Louvre reuniu, no Pavilhão de Flora, um
conjunto de obras de mestres como Delacroix, Degas, Rodin,Gauguin, Renoir e
Manet na exposição Pastéis do Século XIX. É o mais importante conjunto reunido
numa coleção pública e o mais representativo da evolução desta técnica colorida
e flexível. Inicialmente restrito à arte do portrait no Século XVIII, o
pastel ganha sua autonomia no século da fotografia, tratando os mais diversos
temas e tornando-se uma das expressões mais diretas e individualizadas do
artista moderno.
A Vingança Divina Perseguindo o Crime |
Encarregado,
em 1804, de pintar um quadro clássico para o Palácio de Justiça, com imagens
baseadas na Mitologia Grega, o artista modifica e finalmente executa um quadro
dinâmico e eficaz, para revelar a justiça, a força, a prudência, a vingança
divina: uma ambiência noturna, a luz trágica, assim que as expressões que
traduzem o drama interior. Comenta-se que na sala dos réus, os acusados tremiam
e desmaiavam quando o viam. Em 1815, julgado “indesejável”, o quadro foi
substituído por Cristo na Cruz e em 1826 entre para o Louvre. Assim como seu
autor, o quadro não é facilmente classificável: é considerado neoclássico, pela
retórica, e pré-romântico, pelo sentimento. A exportação é dividida em quatro
partes, em torno do quadro: a carreira do artista; a idéia e concepção; o
significado da imagem para a pintura, correntes e técnicas; e as riquezas da
imagem, sua popularidade e referências para outros artistas que prestaram
diversas e inesperadas homenagens ao quadro, a qual a mais surpreendente
chama-se Guernica, de Picasso.
De
Carrache a Guardi, A Pintura italiana dos séculos XVII e XVIII está no Museu de
Luxemburgo, no 6º Distrito de Paris. É um apanhado dos principais quadros de
autores italianos dos museus do Nord/Pás-de/Calais, na região norte da França.
O objetivo é de analisar as tendências dos pintores a atribuir seus quadros as
diferente escolas, como à escola napolitana do Séc. XVII, a de Gênova e a
Florentina da primeira metade do mesmo século. Catalogadas e expostas em grupos
segundo seu estilo, as obras mostram temas religiosos e imagens de santos,
personagens mitológicos gregos e paisagens. O retrato e a natureza morta
constituem igualmente uma parte importante nesta exposição.
Perto
dali, na Rue Du Cherche Midi, o Museu Hébert exibe até 25 de agosto Paul
Baudry, Ernest Hébert: Uma Amizade de Trinta anos, para comemorar o centenário
da morte de Baudry (1828-1886), pintor da Ópera de Paris. Era um grande amigo
do pintor Hébert e como ele, importante figura da vida artística do Segundo
Império.
Este
artista que pinta deusas de peles sutis, em poses flexíveis, banhadas de uma
luminosidade doce e dourada é um grave representante do ecletismo dos anos
1860-80. As qualidades de Baudry aparecem nos retratos, intensidade do olhar,
leveza no toque e moderação das cores, assim como em quadros como La Toilette de Vênus”, os
grandes modelos da Renascença, característicos da alma de sua época e que
seduziu Charles Garnier, arquiteto da Ópera, onde ele se revelou como
decorador.
Do
outro lado do Sena são Os Pintores Holandeses do Mauritshuis de Haia que ocupam
até o fim do mês uma das galerias do Grand Palais. Desde fevereiro, é o maior
sucesso da temporada, apresentando 60 quadros escolhidos entre as obras-primas
do Mauritshuis, um dos museus mais fascinantes da Europa, que deve seu nome ao
fundador, o príncipe Maurício de Nassau (1604-1679). De Rembrandt a Vermeer,
eles testemunham a qualidade das obras, a diversidade, a energia e a
criatividade da pintura holandesa do Século de Ouro.
À
exceção de algumas telas históricas do seu início, a pintura holandesa revela
imagens familiares dos Países Baixos, cenas pitorescas, intimistas, naturezas
mortas exuberantes ou que lembram a brevidade da vida, ou simplesmente
paisagens de cidades e do campo, como Vista de Delft (Vermeer) e o Touro,
de Paul Potter, e vistas do mar. Os artistas holandeses fugiram à ação, aos
grandes temas, à ostentação, porque queriam despertar nas pessoas uma
consciência através de uma pintura acessível, que termina por nos embeber e
cativar, bruscamente por uma lembrança, ou uma idéia.
CHOLO
EXPÕE TRÊS PAINÉIS NA COLETIVA DA PANORAMA
O
pintor peruano Cholo está de volta com força total. Depois de algum tempo fora
do circuito das galerias ele retorna com uma coletiva na Galeria Panorama que
começou na semana passada e conta ainda com as presenças de Crispim, Dílson
Oliveira, Edith Bruni, H. Jones, Ivo Neto, José Francisco da Silva, Lavínia
Gondim, Manoel Nogueira, Meireles, Miriam Correia, Nay, Paulo Bonfim e Renato
Suzart.
Cholo esteve realizando algumas exposições fora do estado exatamente em Aracaju, Fortaleza e até fora do Paísem Punta Del
Este , no Uruguai, em Buenos Aires , e Mar Del Plata. Logo que chegou à
Bahia mudou-se do Pelourinho onde morou vários anos para as proximidades da
Lagoa do Abaeté, onde está pintando as lavadeiras a pincel e espátula.
Acrescentou ainda em sua temática antigas embarcações tanto fluviais como
marítimas.
Cholo esteve realizando algumas exposições fora do estado exatamente em Aracaju, Fortaleza e até fora do País
Mas,
o seu forte é o casario, uma temática desgastada, mas sempre inovada e
enriquecida por Cholo que consegue fazer com muita perfeição com espátula os
velhos telhados do casario. Evidente que sua pintura tem a marca do
academicismo, porém agrada muito, tanto aos aficionados ou não das artes
plásticas pela sua perfeição.Seus
quadros são de grandes proporções. Verdadeiros painéis.
Ele
sempre esteve ligado desde que aqui chegou ao centro histórico baiano.
Documentando toda a grandeza dos casarios coloniais, suas ruas e sua gente.
Agora está voltado para o outro lado da Bahia:
Abaeté
e as embarcações rústicas dos pescadores de Itapuã ou de nossos rios. Cholo tem
51 anos de idade e 26 de Brasil, portanto tem mais tempo de brasileiro do que
peruano. Já se sente-se meio brasileiro e captou o nosso modo de viver, embora
deixe transparecer nas cores fortes e vibrantes o seu lado peruano,
principalmente nos vermelhos que são presença constante em seus quadros.
Cholo
trouxe com ele um rapaz, carioca de nascimento, o Manoel Nogueira, que faz sua
estréia na Panorama. Tem 39 anos, é de Macaé. Eletricista de profissão, ele
carrega consigo há alguns anos uma vontade enorme de abraçar a pintura como
profissão. Porém, a necessidade de sobrevivência o tem arrastado para outros
lugares. Ao lado uma paisagem rural de Manoel Nogueira.
Seus
trabalhos tendem a melhorar na medida em que Manoel trabalhe, principalmente agora que tem
a orientação da experiência de Cholo. Suas paisagens rurais e flores têm um
colorido agradável e algumas soluções apreciáveis.
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