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terça-feira, 13 de novembro de 2012

REPRODUÇÕES DE OBRAS DE REALISTAS ALEMÃES NO ICBA - 04 DE AGOSTO DE 1986

JORNAL A TARDE SALVADOR, 04 DE AGOSTO DE 1986

REPRODUÇÕES DE OBRAS DE REALISTAS ALEMÃES 
NO ICBA

Uma das obras expostas no Icba
Será inaugurada hoje no Instituto Cultural Brasil-Alemanha, no corredor da Vitória uma exposição de reproduções de obras dos mais importantes artistas contemporâneos alemães. A exposição intitulada Novas Formas de Realismo na Pintura, foi concebida e organizada pelo professor da Academia de Belas Artes de Berlim, Detler M. Noack, ex-diretor da Documenta, de Kassel.
As reproduções são de trabalhos realistas executados principalmente entre as décadas de 60 e 70, onde os motivos tradicionais da história da arte como os objetos, as paisagens e os retratos reassumem seus espaços com nova roupagem.
Diz D. M. Noack: “Em 1950 teve lugar em Darmstadt, na República Federal da Alemanha, uma disputa pública. O tema era a controvérsia, então atual entre arte figurativa e abstrata. A participação do pintor Willi Baumeister nesta discussão culminou na seguinte tese: ‘O abstrato é, em princípio, mais espiritual do que o concreto.
Christine, obra de Erik Hoffmann


Esta não era apenas a opinião subjetiva de um representante competente da pintura abstrata, mas a manifestação da reação do período alemão de após-guerra a 12 anos de ditadura, também na arte. O que se queria, era aderir ao movimento artístico internacional, e este era, com poucas exceções, abstrato.
Somente nos anos 60 as idéias dos atuantes se modificaram; e pela primeira vez, em 1972, por ocasião da 5º Documenta, em Kassel, um público mais amplo foi confrontado com os novos conceitos de arte. A invasão dos novos realistas da  América e da Europa entre os quais os espanhóis da escola de Madri, com seus desenhos minuciosos indicava que uma geração jovem estava se preparando para redescobrir a figura. Isto, porém, não deve ser tomado apenas como reação à arte dos estabelecidos, mas é mais uma vez, uma indicação do genuíno movimento cíclico, que tem determinado a alteração entre um modo de pintar mais abstrato ou mais figurativo no decurso cronológico da história da arte.
A dialética em torno deste assunto já se inicia na antiguidade clássica. Platão desconfia tanto de tudo que é visível, que apenas aceita o concebível isto é, que independe da percepção sensorial. Os artistas de sua época discordavam dele. Para eles, o que importava era a reprodução mais fiel possível. Como prova, temos a famosa disputa entre os pintores gregos Parrásio e Zêuxis pela autoria da reprodução mais natural. Este último dá-se por vencido, quando a cortina pintada diante do retrato do rival produz um efeito tão autêntico, que ele só percebe o engano ao querer corrê-la.

MACABÔ EXPORÁ 45 PEQUENAS TELAS EM 
FEIRA DE SANTANA

O artista Macabô e algumas de suas micro telas
O artista Macabô estará expondo 45 microtelas a óleo soube tela e Eucatex a partir do próximo dia 21, no Feira Palace Hotel, na cidade de Feira de Santana. Segundo informa esta é a última exposição este ano em nosso estado “devido a compromissos com galerias de outros estados”.
Hoje, Macabo está inteiramente dedicado à sua arte, depois de trabalhar por muitos anos em empresas. Sua vida particular, às vezes atribulada, não conseguiu abafar a sua arte. Ela é limpa, geométrica e muito pensada. As cores são fortes como as que encontramos nas frutas, nos animais ou seja na exuberância da nossa flora e fauna tropicais.
Acredito que a arte é o caminho de Macabô. E, revendo alguns trabalhos antigos a gente nota a sua evolução, embora ache que tem muita estrada pela frente a ser vencida, especialmente, alguns aspectos técnicos e a necessidade de deixar também que o desenho flua com mais espontaneidade. Quanto à abordagem temática Macabô mostra certa sensibilidade, estilizando suas figuras através do geometrismo. Retângulos e triângulos que se cortam e se completam constituem os caminhos deste artista inquieto que busca expressar os seus sentimentos.

EDNA DE ARARAQUARA EXEMPLO DE UMA BOA PINTORA NAIF

A artista plástica Edna de Araraquara fez recentemente uma exposição na Casa de Arte Brasileira na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Este local é mantido graças à abnegação de algumas pessoas, principalmente de Zé Cordeiro que sempre está empenhado em promover novas exposições.
Edna é natural de Araraquara-SP, pintora autodidata, a “naif” brasileira. Iniciou a expor seus quadros em 1976 na mostra Lendas e Mitos do Brasil, no Palco Municipal de São Bernardo do Campo. Depois, entre muitos salões participou também do III Salão de Artes Plásticas de Itu, 1977; Salão de Arte de Leme, 1978; recebeu Menção Honrosa no Salão de Taboão da Serra, exposições em 1982/83/84 na Bima Galeria de Arte de São Paulo, na Galeria Maison dês Arts em São Paulo 1982/83/84. participou, da grande exposição Mito e Magia Del Colore no Castel dell’ovo, em Napoli, Itália e também, na L’ Aríete Galeria d’ Arte de Bologna, Itália.
Sua temática são as paisagens bucólicas das zonas rurais do interior paulista, são plantações de laranjas, cafezais e colheitas de algodão, paisagens de paz e amor, cenas e sonhos, brancas casas, velhas casas de fazendas, desbotadas pelo tempo cheias de flores, velhas casa de nossa infância perdida, no tempo. Verde muito verde, flores de todas as cores, umas verdadeiras outras inventadas, invadem as telas, geralmente de pequeno formato pintadas numa técnica apurada e sensível com pinceladas minúsculas, pontilhismo, microscópicas intervenções construindo uma pintura quase que miniaturizada.

GIL MÁRIO MOSTRARÁ 20 TELAS EM SETEMBRO

O artista feirense Gil Mário, que também é professor na Universidade Estadual de Feira de Santana está produzindo uma série de trabalhos que apresentará no próximo dia 18 de setembro na Galeria Nogueirol, que fica numa das galerias do Salvador Praia Hotel, em Ondina. Ao todo serão mostrados 20 quadros a óleo sobre tela enfocando principalmente a fauna.
Gil Mário conseguiu combinar a leveza das graças com formas geométricas sem perda do equilíbrio plástico. Suas garças estão quase sempre envolvidas em espaços superpostos, mostram o nível técnico deste artista que trabalha sem pressa. Ele vai calmamente construindo o seu mundo pictórico e batalhando para mostrar a um número cada vez maior de pessoas o seu trabalho.

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