A ARTE DE LEONEL MATTOS EVOLUI
COM MUITA RAPIDEZ
Dentro
em breve o artista Leonel Mattos vai figurar no elenco dos mais festejados
artista da nova geração. Sua arte vem dando verdadeiros saltos, queimando
etapas, e, para minha satisfação, melhorando em qualidade e conteúdo. Está
perdendo aquela influência do folclore, que tanto atrasa alguns artistas, e sua
pintura ganha força como pintura, sem a preocupação com uma linguagem
narrativa. Não costumo escrever com discurso baseado em citações clássicas ou
utilizando uma linguagem “difícil”, porque tenho consciência que escrevo num
jornal diário, onde pessoas dos mais variados segmentos da sociedade têm
acesso. Por isto, prefiro ver a obra de Leonel Mattos dentro de uma visão ou
simbologia onde os passos do artista são acompanhados de perto. Conheço a sua
trajetória e sua obstinação em desembarcar em São Paulo acompanhado de
sua mulher Rogéria, também artista, para enfrentar a grande metrópole brasileira,
sem apresentações ou pistolões- uma vida dura de dedicação à arte. Também por
conhecê-lo um pouco, apostava que Leonel sairia vencedor. Agora já começo a
sentir alegria do início de sua vitória.
Observe a simplificação das formas e a possibilidade da leitura que pode exercitar.
Observe a simplificação das formas e a possibilidade da leitura que pode exercitar.
Muitos
caminhos ainda vão percorrer, mas tenho certeza que não andará a 20 quilômetros ,
porque seu talento tem pressa.Lendo
uma apresentação do Olívio Tavares de Araújo, vejo que o escrevi anteriormente
sobre o artista veio de encontro a este novo texto sobre sua exposição na Chroma
Galeria de Arte, localizada na Rua Augusta, em São Paulo.
Diz
Olívio que “suas pinceladas estão mais expressivas e mais ricas”. Acrescento
que estão mais soltas, mas descompromissadas com a figuração, embora ainda
encontremos aquela figura que era um misto de homem e bicho se encontrado.
Mesmo aí a uma tendência à simplificação e a repetição desta simbologia nos dá
uma noção lúdica de que Leonel está preocupado é com a essência da própria
pintura. Isto é um ponto fundamental dentro de sua obra que está inserida
dentro da contemporaneidade que hoje desponta em todo o mundo. É difícil prever
o que vai acontecer. Mas é fácil saber que Leonel Mattos começa a desvendar o
mistério, começa a despontar no horizonte do movimento de arte brasileira
disposto a executar o seu talento e seu compromisso com a arte. A leitura às
vezes muita discursiva que procura assumir, por exemplo, quando pintou algumas
garrafas denunciando a opressão que vivemos, neste País cambaleante do Terceiro
Mundo, chega a perder força diante do seu traço, porque ele é livre demais para
ficar no discurso. Ele brota espontaneidade, como a vegetação que desaparece na
seca, em nosso sofrido sertão, e quando a gente nem espera, está tudo
verdejante. Esta é uma força indescritível que explode por força da natureza,
que é rico em exemplos muitas vezes até de difícil entendimento.
ROGÉRIA EXPÕE SUAS ESCULTURAS A PARTIR
DE 3 DE SETEMBRO
Quanto
a Rogéria, que também está expondo na Chroma, deixo que Wilson Rocha fale sobre
sua obra. Vejamos:“o
universo de escultura é inesgotável, como os novos níveis de criatividade numa
situação inédita de vigor e originalidade que aporta com as novas culturas de
juventude, de onde surgem artistas de surpreendente maturidade e energia
criadora, como é o caso da jovem escultora baiana Rogéria Mattos, que traz em
seu trabalho a marca profunda de uma aguda sensibilidade voltada para concepção da escultura enquanto linguagem
privilegiada de intervenção espacial. Rogéria concentra-se na essência da
própria escultura- essa dinâmica da matéria e da forma, esse ritmo entre volume
e espaço aliados ao caráter intuitivo necessário na obra de arte-onde a artista
estabelece o diálogo entre a pedra e a linguagem da escultura”.
Rogéria
aborda a escultura como um clássico dos nossos dias, com uma vontade artística
determinada e consciente que dá vida e energia à forma e dinamismo ao espaço,
inscrevendo-se o seu trabalho entre os mais importantes que têm sido feitos nos
últimos anos do Brasil no domínio da escultura em pedra. O comportamento e
o tratamento da matéria sem detrimento dos valores expressivos e sígnicos; o
envolvimento, o fascínio, a riqueza e a penetrabilidade das superfícies
volumétricas, os flancos graciosos de suas pedras, a textura magnífica, a suave
frescura de pigmentação dos seus granitos e mármores, no caso, encontram um
artista capaz de lhes dar expressão na sensibilidade e integridade desta
vigorosa e apaixonante escultora. O respeito pela pureza dos meios utilizados
por artistas como ela não é, evidentemente, uma novidade. Esse respeito surgiu
em todos os momentos da modernidade.
SESSENTA
MÁSCARAS DE LECUMBERRI
Quando
esculpe rostos e máscaras a partir de materiais como o couro, o artista
plástico argentino Lecumberri Villanueva busca muito mais que o simples
registro de feições recolhidas em suas andanças pela vida.“Interessa-me
refletir a alma das pessoas através dos seus gestos”, diz ele, quando lhe pedem
para explicar seus trabalhos, que estarão, de 2 a 14 de setembro, acessíveis
à sensibilidade do público baiano na exposição Nos Rostos das Máscaras.
São
cerca de 60 peças confeccionadas em couro e tecido endurecido cuja vertente
comum é o teatro, primeira paixão do autor.
Lecumberri
Villanueva está há dois meses na Bahia, cuja presença é possível sentir nos
seus últimos trabalhos, a exemplo da enigmática Iemanjá que ele fez surgir de
uma lâmina de couro azul. Nascido em Buenos Aires , há 31 anos, o artista atuou em
várias peças teatrais dedicando-se também à pintura e á fotografia durante
algum tempo, o que levou a visitar Paris, Roma e outras cidades da Europa. Sua
arte é uma mescla de todas essas experiências e, conforme ele próprio
esclarece, não objetiva senão refletir emoções.
Nos
rostos das Máscaras tem a participação do grupo de teatro Sintesis e a
produção de Zoca, artista responsável pela vinda de Lecumberri a Salvador. Sua
próxima mostra já está marcada para o dia 26 de outubro (até 11 de novembro),
no Solar do Unhão, seguindo depois para Brasília (Ronaldo de Oliveira).
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