JORNAL A TARDE SEGUNDA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 1987.
Londres-(UPI) Uma das mais antigas e prestigiosas casas de leilão de Londres realizou a primeira venda de obras de arte erótica da Grã-Bretanha. Os temas da coleção leiloada vão desde a sedução ao sexo explícito.Eric Knowles, diretor do leilão de arte erótica da Casa Bonhams, disse que a maioria das peças retratou relações sexuais, acrescentando.“Trabalho com três senhoras neste departamento e, já estamos saturado dessas coisas, a variedade de práticas sexuais nos deixa indiferentes”.( Foto Google)
Knowies contou que a idéia de um leilão de arte erótica lhe
ocorreu quando a Bonhams recebeu para venda no Dia dos Namorados uma série de
objetos “inequivocamente eróticos”.A idéia de que a Bonhams, uma respeitável casa de leilão
desde 1973, pudesse negociar com peças de arte erótica, foi exposta a um
negociante de arte francês, cuja reação foi a de que não valia á pena fazer a
tentativa “porque os ingleses são muito antiquados”.
Disse Knowles que recebeu essa opinião como um desafio a ser
respondido na prática.
Foram leiloadas a partir de 190 peças, desde desenhos de
homens e mulheres abraçados, de preço equivalente a 36,25 dólares, a obra de
arte oriental do século 17 no valor de milhares de dólares.
“Trata-se de uma mostra de vulgaridade vitoriana misturara
com erotismo oriental”, disse Knowles, “procurei reunir aqueles objetos que não
me envergonharia de mostrar a minha mãe, mas acontece que minha mãe têm uma
visão muito avançada”.
A principal atração, disse ele, “foi um bule de chá chinês
de 1760-1770 tendo em cada lado duas figuras nuas empenhadas no que se poderia
chamar de atletismo sexual”, Seu preço de venda ficou em torno de 4.260
dólares.
A reprodução da Bonhams foi objeto de atenta consideração
antes que se decidisse realizar o leilão, Knowles chegou mesmo a visitar
autoridades de Scotland Yard para orientar-se sobre “o que poderíamos ou não
leiloar”.
“Escolhi meticulosamente o que foi vendido”, disse Knowles.
“Evitamos os temas que são tabus, a zoofilia, a pedofilia e a violência contra
as mulheres. Tentamos concentrar-nos no que chamaríamos de atividade sexual
saudável”.
Um dos objetos mais interessantes foi um vaso de vidro em
forma de falo com duas bolas na base. Disse Knowles que acredita tratar-se de
um urinol portátil alemão do século XVIII, usado por mulheres disfarçadamente
nas igrejas durante longos sermões. Seu valor é estimado em 142 dólares.
Ele descobriu um urinol chinês do século XVII na residência
de um casal idoso na região oeste da Inglaterra há duas semanas.
Contou Knowies que o casal não ficou satisfeito ao saber que
objeto era aquele, pois o vinha usando há 40 anos como recipiente para molhos.
“O Brasil pintado por mestres nacionais e estrangeiros” e o
tema da exposição e do livro patrocinados por um grupo empresarial que foram
apresentados ao público recentemente, no MASP (Museu de Arte de São Paulo -
Avenida Paulista,1578)
Uma obra pintada por Frans Post, no século XVII mostra a arquitetura civil brasileira e a paisagem.
Uma obra pintada por Frans Post, no século XVII mostra a arquitetura civil brasileira e a paisagem.
Com prefácio do professor Pietro Maria Bardi, diretor do MASP,
projeto editorial de Daniela Durkin e Titiza Moura Andrade e com produção
gráfica da Raízes Artes Gráficas, o livro contém fotos coloridas e em preto e
branco de obras que retratam o Brasil no Período compreendido nos séculos XVII
e XX. Todos os quadros reproduzidos na publicação fazem parte do acervo do MASP
e o público poderá vê-los na exposição.
Essas duas iniciativas representam o começo do projeto da
Souza Ramos, de apoio e patrocínio à arte e à cultura nacionais, usufruindo
assim dos benefícios fiscais concedidos pela Lei Sarney. “Acredito que, como
nós, muitas empresas vão investir na área cultural, já que podemos abater, em
impostos, o capital aplicado”, afirma Eduardo Souza Ramos, diretor-presidente
da SR. “ O lucro maior, entretanto, será as sociedade, presenteada com eventos
como esse”.
PORTUGUÊS ESTÁ EUROPALIA
Lisboa (EBN-ANOP) - Alberto Carneiro é o único participante
português na Exposição de Escultura Contemporânea Europalia, a realizar no
Ospedale Degh Innocenti, em Florença, cidade dessignada pela CEE Capital
Cultural da Europa, em 1986. Alberto carneiro estará presente com esculturas de
madeira exposta em novembro na galeria Emi Valentim de Carvalho, em Lisboa. A seleção foi
realizada por uma constituição por Susanne Page, diretora do Museu de Arte
Moderna da Cidade de Paris. Karel Geirlandt, diretor da Sociedade de Exposições
do Palácio de Belas Artes de Bruxelas, e Dieter Honisch, diretor da Galeria
Nacional de Berlim. Além de Alberto Carneiro, participam na Europalia os
escultores Panamarenko, Sarkis, Carel Visser, Renner Ruthenbeck, Yannis
Bouteas. Eilis O Connell,
Barry Flanagan, Perkirkeby, Eduardo Chilida e Jeannot Bewing. Segundo a
Galeria Emi Valentim de carvalho disse á EBN-ANOP, Alberto Carneiro também
participa este mês e em agosto de um simpósio de escultura e madeira em Kaki,
Iugoslávia em que também tomam parte o francês George Du Bom, o norte-americano
Molly Mason e o Iugoslavo Ivan Lasiak.
Acima reprodução de uma escultura do mestre português Alberto Carneiro.
Acima reprodução de uma escultura do mestre português Alberto Carneiro.
O SUCESSO DE BANDEIRA
O Pintor primitivo José Bandeira apresentou recentemente 27
trabalhos no Museu de Arte da Bahia enfocando temas baianos. Ele informa que
ficou muito satisfeito com o resultado da exposição, quando todos os trabalhos
foram adquiridos por amigos e colecionadores de arte, inclusive dois deles
foram vendidos a turistas americanos. Agora está trabalhando num painel de
2.75m por 1.30m e vai expor dentro em breve na Galeria Marujá, em São Paulo. Bandeira
é uma das figuras mais conhecidas dos freqüentadores dos bares e restaurantes
do centro da cidade, onde tem seu consultório odontológico. É também uma figura
humana muito nobre, dessas que estão desaparecendo ou levadas de roldão pela
massificação desta sociedade competitiva. Embora tenha formação universitária é
um primitivo no seu jeito de viver, de sentir e se expressar.
PINCÉIS COM NOVA TECNOLOGIA AJUDAM A MELHORAR QUALIDADE
Uma nova linha de pincéis artísticos, confeccionados com a
maior tecnologia e matérias-primas cuidadosamente preparadas, está sendo
lançada por uma tradicional fabricante e grande exportadora do setor:É a linha”Pinctore”, que foi apresentada aos artistas
brasileiros em uma exposição na Pinacoteca do MASP- Museu de Arte de São Paulo.
Composta por 20 distintas referências de pincéis e trinchas,
a linha “Pinctore” foi desenvolvida para utilização nas técnicas de aquarela,
guache, óleo e tintas acrílicas. Essa nova coleção utiliza pêlos de marta
Kolinski, marta vermelha, marta tropical, cerdas chinesas, pêlos de orelha de
boi e também filamentos sintéticos, especialmente selecionados com o objetivo
de oferecer ao artista plástico, no Brasil e no exterior, produtos de qualidade
internacional.
São empregados cabos de madeira desenvolvidos para as
técnicas as que se destinam, pintados em cores atraentes e com a gravação dos
nomes dos filamentos de que são feitos os pincéis.As virolas, elementos que ligam os filamentos aos cabos, são
de latão niquelado.
O lançamento da linha “Pinctore” é o resultado de um
trabalho iniciado há mais de três anos, do qual fez parte uma pesquisa feita
junto a mais de 4 mil artistas plásticos que confirmou a liderança da Tigre:86%
utilizam em seus trabalhos exclusivamente pincéis nacionais e 13%
simultaneamente pincéis nacionais e importados; apenas 1% trabalha
exclusivamente com produtos importados.
Alguns artistas, nessa pesquisa solicitaram que a empresa
incluísse em sua linha determinados produtos, tais como pinceis “fan”,
“filbert” e trinchas ( pincéis chatos) com cabos longos. A coleção “ Pinctore”
satisfaz a todas essas solicitações.
As história do pincel se confunde com a história do homem a
partir de suas manifestações artísticas. Hoje, sua fabricação continua
envolvendo operações essencialmente artesanais, ao mesmo tempo em que modernos
computadores são utilizados no processo industrial, este fascinante convívio
entre o antigo e o atual para produzir um instrumentos de criação pode ser
visto na exposição O Pincel, que o MASP, Avenida Paulista 1.578, apresentou
recentemente.
Em doze painéis com textos e ilustrações, contaram a
história de criação e desenvolvimento do pincel. Ao mesmo tempo, mostram sua
nova linha de pincéis artísticos Pinctore, desenvolvida a partir das mais
desenvolvidas técnicas e com matéria prima da mais alta qualidade.A exposição O Pincel foi resultado de um minucioso trabalho
de pesquisa , que encontrou nas entrelinhas da História Universal, as
referências a este instrumento milenar.
Através dos painéis, é possível saber, por exemplo, que em
ilhares de anos houve poucas alterações em sua estrutura básica.
A primeira referência ao pincel data do século III A.C. na
China. Foi utilizado inicialmente para a escrita do complexo sistema de
linguagem através dos ideogramas.O pincel revelou-se um instrumento mais
adequado para isso, sendo ainda hoje utilizado.
No Ocidente, somente no século XV iria aparecer o primeiro
livro sobre a técnica da pintura e os materiais empregados, escrito por um
artista toscano chamado Cennino Cennino. Sua obra , posteriormente ampliada por
outros autores, ainda hoje é uma importante fonte de referência da História da
Arte.
Os mais diversos materiais , como penas de aves, palha de
arroz, vegetais secos, e pelos de animais como quati, coelho, estilo, texugo e
lobo foram sucessivamente utilizados através dos séculos, na busca de
filamentos adequados à evolução das técnicas de pintura. Hoje, são mais
frequentemente empregados os pelos de marta, petit gris ( esquilo) , cerdas de
porco, pelo de orelha de boi e de pônei e também filamentos sintéticos.
Além de ilustrarem estes aspectos, os painéis da exposição O Pincel descreveram
ainda todas as etapas da fabricação dos pincéis da seleção da matéria prima até
o cuidadoso manuseio dos pelos escolhidos.
A mostra O Pincel teve coordenação geral da equipe técnica
de uma empresa do setor e planejamento e direção de criação de Nina Rosa Jacob
de Almeida, projeto de Orpheu Zamboni e Sílvia Bressiani, programação visual de
Nanci Alves, painel de Vallandro Queating , redação de Sônia M. Aldi, fotografia
de Fernando Sacasone e assessoria de impresa de Quatro Assessoria e
Comunicação.
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