LEONEL MATTOS MOSTRA SUAS NOVAS OBRAS NA GALERIA O CAVALETE
Está acontecendo na Galeria de Arte O Cavalete, no Salvador Praia Hotel, em Ondina, até o próximo dia 2 de maio, a exposição de pinturas recentes de Leonel Mattos, que pode ser visitadas das 9 às 12 e das 14 às 20 horas.
Recentemente, no período
de 17 de março de 6 de abril, as obras foram expostas na Galeria Arte Maior,
Rio de Janeiro. A propósito da obra de Leonel, escrevi este texto que está
inserido no catálogo da mostra.
" Vejo na obra de Leonel Mattos
o desfilar de signos, que, traduzidos, são mensagens do inconsciente de um
jovem artista inquieto que explode em criatividade. Sua
arte reflete exatamente uma personalidade que está sempre perscrutando, sempre
com os olhos abertos em busca de novas formas de expressão. Agora, o homem é o
centro de suas atenções, resultando de sua permanência numa grande metrópole,
onde enfrenta a escravização imposta pela modernidade. O buzinar dos carros, o
som das portas do metrô fechando e abrindo sem parar, no atravessar do sinal
luminoso e nas letras de neon ou eletrônicas que anunciam os produtos mais
variados. Até mesmo o aluguel dos corpos que se desnudam e se dão por alguns
instantes estão refletidos na arte de Leonel Mattos. E sua forma de expressão
beira a arte chamada “Bruit”, onde é preciso traduzir toda uma linguagem
simbólica que sobressai da própria linguagem do cotidiano.. O vigor das cores e
da própria ocupação dos espaços vem ao encontro de seu lado emocional,
impulsivo.
Sim, porque aí é o lado
irracional, do artista, que em determinado momento se deixa dominar pelo
impulso moderno. Sua arte traz, a marca inconfundível deste Brasil, explorado
e espoliado, mas principalmente deste Nordeste quente e forte. Só que a sua linguagem,
embora respaldada numa cultura brasileira, é entendida por todos aqueles que
têm oportunidade de examinar com atenção a sua obra, sim, porque é uma
linguagem que tem elementos da universalidade. E um dado importante é que ele
não se fecha em si mesmo. Deseja que todos participem de sua obra. Lembro que
certa vez colocou nas ruas de Salvador algumas placas de compensado e deixou
que os que passavam dessem algumas pinceladas. Fez isso em locais diferentes.
Num sanatório, no Campo Grande, no bairro da Liberdade, Instituto dos Cegos, na Casa de Detenção, no Porto da Barra, e em seguida fez uma exposição desses trabalhos.
Na rua, dialogava com o povo, ouvindo os mais variados comentários, inclusive
taxado de louco por alguns transeuntes menos avisados. Leonel procurava
exatamente sentir as reações, mesmo aquelas que poderiam lhe incomodar. O fruto
desta experiência foi o surgimento de elementos que passaram a compor novos
trabalhos do artista. Uma experiência rica em manifestações das mais variadas.
Cada traço, cada desenho, aparentemente desconexo, foram importantes no
desenvolvimento do trabalho de Leonel Mattos.
Recentemente participou de
exposições importantes, e foi premiado em vários salões oficiais.
É um artista que têm
fôlego para enfrentar adversidades que se apresentam, fundamentado no seu forte
talento."
LIONS CLUBE ESTÁ PROMOVENDO UMA EXPOSIÇÃO
NA BARRA
Pela primeira vez, o Lions Clube Salvador Sul está promovendo uma exposição Leonística de Arte, que tende a repetir-se anualmente. O evento, promovido na Olaria Galeria de Arte, na Alameda da Barra, reúne trabalhos de pintura a óleo, guache, crayon, vitrais, tapeçaria, madeira talhada, porcelana pintada e outros, num total de aproximadamente 60 obras de 23 autores iniciantes e profissionais.
Participam da mostra,
sócios e familiares de sócios do Lions, sendo que alguns colocaram os trabalhos
à venda e outros apenas expõem. O presidente do Lions Clube Salvador Sul, Pedro
Daltro, disse que, a partir da boa aceitação do público de artes, a idéia agora
é de o evento repetir-se todos os anos.
ACADEMIA DE ARTE CRANBROOK VIVE O ÊXITO
DE SEU MÉTODO
Washington - Uma inusitada escola de arte que adestrou alguns dos maiores talentos do desenho dos Estados Unidos é a sede de uma exposição que percorre, atualmente, a América do Sul.
Situada em uma propriedade
de 300 acres ,
nas proximidades de Detroit, no Estado de Michigan, a Academia de Arte
Cranbrook ( foto ao lado) permite a seus estudantes aprenderem, trabalhando com artistas
consagrados, em vez de seguirem um currículo ou método convencional. Não há
classes ou séries, mas simplesmente a busca de idéias em cercanias que são, por
si, uma criação artística.
Uma exposição de trabalhos
artísticos dos membros do corpo docente da academia iniciou, em março, uma
turnê de 15 meses pela América Latina sob os auspícios da USIA (Agência de
Divulgação dos EUA). A exposição percorreu o Brasil e se encontra, atualmente, em Buenos Aires , onde
permanecerá durante o mês de setembro. Está também programada para ser exposta
em Santiago, Caracas e Cidade do México.
O The New York Times
classificou Cranbrook, que foi projetada em 1925 pelo arquiteto finlandês Eliel
Saarinem, “um dos mais grandiosos, campus criados em qualquer parte do mundo”.
Saarinem acreditava na totalidade do projeto, do maior ao menor detalhe, e na
integração das belas-artes como o artesanato, idéias que ainda fazem parte do
espírito de Cranbrook.
No decorrer dos anos,
Cranbrook atraiu uma brilhante sucessão de artistas e arquitetos que tiveram
profunda influência no desenho norte-americano do pós-guerra. Florence Knoll,
por exemplo, contribui para a criação da moderna concepção norte-americana de
escritórios, e as cadeiras de Charles Eames são vistas em incontáveis
escritórios e salas de estar. Esses e muitos outros projetos influenciados por
Cranbook foram também adotados internacionalmente.
Atualmente, Cranbook conta
com nove membros em seu corpo docente e cerca de 150 alunos de nível adiantado
que se preparam para obter o grau de mestrado.
Simultaneamente com a
exposição, o presidente da Academia Cranbrook, Roy Slade, realizou, em julho,
uma série de conferências sobre “A Visão de Cranbook: Passada e Presente”, em
quatro cidades brasileiras.
“Constatou-se um grande
interesse, no Brasil, de partilhar idéias”, disse Slade em uma entrevista
eletrônica. “isto foi muito gratificante para mim, porque o Brasil caminha para
uma democracia e os artistas sentiram que, nessa qualidade, são convocados a
expressar o espírito criativo do País. Revelaram-se muito interessados em saber
o que ocorre nos Estados Unidos e o que acontece na arte contemporânea”.
Slade, cujas pinturas
integram a exposição, disse que ficou impressionado com o “entusiasmo,
vitalidade e otimismo dos artistas e professores” no Brasil.
“Foi uma visita muito
estimulante” disse ele. “Uma das coisas que se percebe, e parece quase um
desses turismos banais, é que falar sobre arte é muito importante porque
promove a comunicação entre os povos. Essa noção de partilha é muito
importante. A arte é uma linguagem universal”.
“Alguns dos artistas que
conheci no Brasil estudaram e trabalharam nos Estados Unidos e alguns tinham
visitado Cranbook Quando estive em Salvador fiquei realmente satisfeito em
conversar com Mário Cravo, a meu ver, um dos maiores escultores brasileiros.
Ele estudou nos Estados Unidos, na Universidade de Syracusa, visitou Cranbrook,
e foi interessante reatar uma discussão com ele porque é um conhecedor dos
Estados Unidos. Esse diálogo incessante entre artistas é muito importante”.
“Estamos também pensando
em promover alguns intercâmbios pelos quais os artistas viriam aos Estados
Unidos por algumas semanas, e também esperamos, futuramente, enviar alguns de
nossos estudantes á América Latina”, disse ele. “Consideramos isso como início
de um diálogo permanente” ( Louise Fermer).
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