A partir de amanhã, o artista
primitivo José Bandeira abre sua exposição no Museu de Arte da Bahia, no
Corredor da Vitória, às 20 horas, a qual permanecerá até o dia 03 de março, e
que pode ser visitada diariamente no horário das 10 às 20 horas. O Bandeira é
uma figura mais conhecida nos meios universitários, desde os idos da década de
60, quando morava no saudoso pensionato do Padre Torrend, na Vitória. É uma
pessoa extremamente sensível, que gosta de explicar as coisas mais de uma vez,
tal a sua preocupação para que tudo ocorra bem. Também é um batalhador.
Trabalhou muitos anos como mensageiro de uma companhia de fretamento de navios.Até de garçom ele trabalhou,
enquanto estudava, até formar-se em Odontologia, profissão que divide com sua
atividade de pintor.
É conhecido do público baiano,
pois já fez mais de 45 exposições, entre individuais e coletivas. Tem três
painéis em Salvador.
Suas obras integram os acervos dos museus das cidades de
Milão e Salvador.
A arte de Bandeira está muito
ligada com o clima baiano, com suas festas populares e com seu mar azul. Com
pinceladas rápidas ele preenche os espaços vazios da tela com figuras
semelhantes às que encontramos em cada esquina da velha Salvador. Se alguém for
fazer um trabalho sério, um levantamento da arte primitiva, brasileira terá
forçosamente que incluir o nome de José Bandeira.
O interessante é que embora seja
formado em Odontologia, portanto, tenha uma formação universitária, ele
consegue ser primitivo. Até no seu relacionamento, no seu modo de viver, tal a
simplicidade deste artista que prefere ser identificado com esta gente do povo
que cheira a dendê e não pode ouvir um tambor tocar, sem cair do samba.
As cores de seus quadros são
fortes, e por vezes ele consegue captar o verde-azul do nosso mar e o azul
intenso do céu com muita sabedoria.Para os que gostam de arte
primitiva ou mesmo aqueles que curtem as coisas da Bahia, prestem mais atenção
à obra de José Bandeira, este artista que vive voltado para a nossa gente e que
vibra diante de uma nova tela, como uma criança diante de um novo brinquedo,
mesmo estando cinqüentão.
BAHIA AUSENTE DA I BIENAL
INTERNACIONAL DA GRAVURA
Foi inaugurada, no último dia 6, a I Bienal Internacional de Gravura em Campinas, no Museu de Arte Contemporânea daquela cidade com a mostra
de 152 obras de 76 artistas de 30 países. É uma exposição itinerante que
percorrerá diversas galerias e museus em varias cidades do Brasil, durante este
ano.
Foram distribuídos 12 prêmios
especiais e o júri, composto de Alberto Beuttenmuller; Olívio Tavares de
Araújo; José Roberto Teixeira Leite; Raul Porto e Marcos Rizoli; teve de
examinar 608 obras de 304 artistas, de 46 países. Além dos selecionados, a Bienal da Gravura tem salas especiais de artistas convidados e indicados hors
concours.
Na Sala da Argentina a indicação
ficou sob a responsabilidade da artista Maria Guerra, e a Sala da Alemanha a
coordenação foi do professor Hélio Cyrni.Na de Portugal coube à Cooperativa de Atividades Artísticas Larvore (Porto) fazer a indicação, a qual
conta com obras dos artistas: Abílio Emerenciando, Henrique Silva, Jorge
Pinheiro, José Emídio, José Rodrigues, Júlio Resende, Lanhas, Maria Irene
Ribeiro, Marques Cruz, Rui Aguiar e Rui Pimentel.
A Sala do Brasil é composta pelos
gravadores Rubem Grillo, Valdir Sarubbi, Nélson Cury, Ermelindo Nardin, Remina
Katz, Fayga Ostrower, Odetto Guersoni, Evandro Carlos jardim, Fernando
Calderari, Marcelo Grasman, Ivone Couto, Orlando da Silva, Antonio Carlos Buti,
Clodomiro Lucas e marcos Rizolli. Também foi prestada uma homenagam póstuma ao
gravador Hans Suliman Grudiznski, falecido recentemente.
OS PARTICIPANTES
Não podemos deixar de registrar e
lamentar a total ausência de artistas baianos neste evento. Entre os
participantes do Brasil, além dos convidados especiais estão: Maria do Carmo
Carvalho, Márcio Andrade, Ângela Leite, Bia Amaral, Fernando Roberto Dias da
Costa, Maria Lúcia Cereda Gomide, Nelson Israel de L. Peralta e Lucy Lopes
Sales, (Prêmio Especial), todos paulistas; Vera Grimberg e Diana Domingues, do
Rio Grande do Sul; Glória Lins Pinto, do Rio de Janeiro, e Paulo Roberto
Lisboa, de Minas Gerais. Os demais são de outros países.
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