PINHEIROS NO LUGAR DE ÁRVORES DESFOLHADAS
Fotos Divulgação e Google.
As árvores desfolhadas deram lugar aos pinheiros perfilados e a figura humana antes estática, move os braços e as pernas numa mudança significativa na obra de Lygia Milton que retornou do Rio de Janeiro onde expôs na Galeria Maria Augusta.
As árvores desfolhadas deram lugar aos pinheiros perfilados e a figura humana antes estática, move os braços e as pernas numa mudança significativa na obra de Lygia Milton que retornou do Rio de Janeiro onde expôs na Galeria Maria Augusta.
Tanto a figura humana como os
pinheiros habitam os espaços límpidos do mundo metafísico criado por Lygia
Milton. Ouso dizer que existe uma pseudotranqüilidade em seus personagens. A
aparente tranqüilidade estampada em suas telas gera uma tensão no espectador
que se detém a examiná-las mais detalhadamente.
O movimento é agora presença no gestos da figura humana e nos pinheiros perfilados. Estes, por sinal, mais parecem serem humanos prontos para invadir os espaços vazios do mundo imaginário e límpido de Lígia Milton. Como que existe um pacto entre a artista e seus personagens que são deslocados como verdadeiros soldadinhos de chumbo de um canto a outro procurando uma melhor colocação para atingir o alvo ou mesmo peças para atingir o alvo ou mesmo peças de um intricado jogo de xadrez.
Tudo é feito cuidadosamente, com
a homogeneidade na textura, mesmo quando existe uma variação maior de cores.
Saindo da paisagem ela detalha
com nobreza e perfeição os monumentos são apresentados em detalhes que ganham
força e pujança. Este conjunto de obras que tive a oportunidade de examinar,
antes da exposição, é uma demonstração da sua procura, da sua busca constante
em expressar cada vez melhor. A técnica, o jogo dos personagens são elementos
incontestáveis do seu talento e uma demonstração que continua produzindo com
seriedade.
MORREU O MURALISTA PABLO O’
HIGGINS
Paulo O’Higgins, um dos grandes
expoentes do muralismo mexicano, morreu no último dia 16, no México, vítima de
uma longa enfermidade.
Nascido na cidade norte-americana
de Salt Lake City, no Estado de Utah, O’Higgins chegou ao México em 1924,
convidado pelo pintor e muralista Diego de Rivera, com quem colaborou na
realização de vários murais, especialmente os de Chapingo e os dos Ministério
da Educação.
Como contaria anos mais tarde,
seus primeiros contatos com o México foram através de emigrados mexicanos que
chegavam a San Francisco e San Diego, na Califórnia, durante os anos da Revolução
Mexicana.
Considerado por David Alfaro
Siqueiros como o “mais esquerdista” da geração de muralistas da qual fizeram
parte Rivera, José Clemente Orozco, Juan O’Gorman e Rufino Tamayo, O’Higgins
foi inspirador e fundador da liga de escritores e artistas revolucionários e da
oficina de gráfica popular. Foto do artista norte-americano.
Em seus objetivos de levar a arte
ao povo, O’Higgins decorou o Mercado Abelardo Rodriguez, que foi declarado
monumento nacional e conservado atualmente como idealizara o artista.
Participante de várias exposições
individuai e coletivas na Europa e nos Estados Unidos, O’Higgins fez, em 1955,
murais no Sindicato dos Estivadores de Seattle e para a mesma entidade em
Honolulu, no Havaí.
No México, seus principais murais
encontram-se nas oficinas gráficas, na Escola santa Maria Atarasquilli e nas
cidades de Calitzentzin, no Estado de Michoacan e em Poza Rica , no Estado de
Veracruz.
Além de muralista, O’Higgins
destacou-se como litógrafo, obtendo, nesta categoria, em 1946, uma honraria
especial de mérito, data pelo presidente mexicano.
Em 1959, recebeu o primeiro
prêmio da exposição anual de gravuras e litografia, organizada pelo Instituto
Nacional de Belas Artes, e nesse mesmo ano foi distinguido com o primeiro
prêmio por um mural externo no Palácio Municipal de Poza Rica.
GABRIELA DANTÉS NA SANDIZ
Dezessete quadros a óleo mostrando aspectos da paisagem física e humana da Bahia de autoria da artista uruguaia Gabriela Dantés estão expostos na Loja Sandiz, no Shopping Center Iguatemi. Como todo visitante que chega a Bahia, Gabriela consegue captar aspectos pitorescos e do cotidiano desta cidade mágica. Todas foram pintadas nos últimos dois meses. Dantés é muito conhecida no Mercado Modelo, onde sempre está em frente a seu cavalete retratando as pessoas que por lá aparecem. Ela é uma dessas pessoas que gosta de papear, de falar das coisas que lhe sensibilizam, e por isto muitas vezes não é bem entendida.
Ela está há 23 anos no Brasil e há oito anos na Bahia, já tendo realizado 36 exposições individuais em diversas capitais brasileiras e países da América Latina. Gabriela é uma pessoa muito simples, e seus quadros fluem em grandes pinceladas com uma forte luminosidade. Muitas vezes suas obras beiram ao primitivo e outras se apresentam com uma forte tendência figurativa. Na realidade o que ela deseja é retratar as coisas da Bahia, dentro de sua visão de artista autodidata que é.
Ao lado a obra Briga de Galos, de Gabriela Dantés.
Recentemente esteve na redação de A Tarde onde conversamos sobre seu trabalho e pude sentir a sua simplicidade, que muitas vezes incomoda os mais apressados e insensíveis. Gabriela é uma artista que acompanha o desenrolar das artes plásticas baianas, e que luta para integrar-se neste cenário.
Por ser de fora de fala mansa e muitas vezes perserverante, no que deseja alcançar, termina afastando as pessoas com quem buscava integrar-se. Mas se você parar para ouví-la, verá que é uma artista sensível e uma pessoa humana agradável e pura, como sua própria obra. Sua exposição ficará aberta ao público até o fim do corrente mês.
A II BIENAL DA ARQUITETURA EM SOFIA
A cidade de Sofia foi sede da
Segunda Bienal Mundial de Arquitetura Interarch 83, organizada pela União de
Arquitetos Búlgaros, com o apoio da União Internacional de Arquitetos. O tema
deste conjunto de expressões da realidade arquitetônica atual, realizada em
junho último, foi “A Arquitetura das Sociedades Urbanizadas” e o evento
destinou-se a arquitetos, urbanistas, sociólogos, economistas, desenhistas,
teóricos e críticos, prefeitos e administradores. Palácio das Artes em Sofia
Aproximadamente 800 estrangeiros
participaram do evento juntamente com cerca de 2.000 arquitetos búlgaros que
tomaram parte dos debates, exposições e encontros de todo tipo, pois houve,
entre outras atividades: um simpósio-concurso sobre o tema “A Arquitetura, seu
Presente e Futuro”; um foro juvenil com o tema “A Missão do Arquiteto para o
Desenvolvimento da Sociedade”; uma exposição concurso de projetos e obras e um
concurso de publicações.
As reuniões foram presididas por
seu principal animador, o arquiteto Gueorgui Stoilov , presidente da União de
Arquitetos da Bulgária e membro do Colégio de Delegados da UIA. Foi conseguida
a união de profissionais dos mundos de Leste e Oeste, coisa que não aconteceu
noutros acontecimentos desse tipo vinculados com a arquitetura, exceto as
grandes reuniões da UIA. Centro da cidade de Sofia.
O SIMPÓSIO
O Simpósio deu lugar a
participação de arquitetos de mais de 25 países que, em vez de ler longas
teses, tiveram dez minutos para sintetizar, verbalmente, seu pensamento e mais
dez para discutir ou explicar conceitos, modalidade criada exclusivamente neste
caso e que dinamizou o simpósio. Em tal clima de intercâmbio houve intervenções
da norte-americana Angiola Churchill (recuperação de espaços destruídos no
Bronz Nova-iorquino), do grego Diamantopoulos (buscando a superação da Carta de
Atenas), do arquiteto suíço Dahinden (preocupado na busca de novos caminhos
para a juventude), do norte-americano Peter Lizon (criador do termo futurecture
como síntese da arquitetura do futuro), do francês François Lombard( que expôs
sobre os planos do embelezamento urbano de Paris), do mexicano Félix Candela
(que abordou o mundo do Oeste, a experiência de seus conhecidos
“guardas-chuvas” de cimento armado) e do japonês Kisho Kurokawa, o qual, com a
melhor tradição poética japonesa, definiu a linguagem de arquitetura dando a
sensação aos presentes de estar sentado em um círculo de ouvintes atentos.
Um júri integrado por Jay Rathan
Balla, o arquiteto indu que foi presidente da UIA, o soviético Vyacheslav
Glazichev, o búlgaro Nikolai Nenov, o cubano Raúl Romero, o britânico Rod
Hackney e o argentino Jorge Glusberg (atuando como presidente), conferiu
prêmios pela qualidade dos trabalhos apresentados a: A>S. Kosinski, da União
Soviética e José Muntanola Thomberg, da Espanha; François Lombard, da França;
Nathan Silver, dos Estados Unidos. A. Marder da União Soviética; Gheorghe
Curinschi Vorona, da Rumênia e a panos Kokkoris, da Grécia.
LIVROS PREMIADOS
Uma das mais significativas
expressões da Bienal foi o concurso de trabalhos teóricos para publicações de
1980 em diante, no qual apresentou-se uma elevada quantidade de candidatos. O
júri foi o mesmo que atuou no simpósio-concurso:Glazichev, Glusberg, Hackney,
Nenow, Rathan balla e Romero.
Os primeiros quatro prêmios foram
para o conjunto de cinco volumes sobre Desenvolvimento Urbano no México. Atlas,
trabalhos Urbanos e Planejamentos e restauração, publicados sob a direção de
Pedro Ramirez Vásquez, do México; Enviromental discourses, pelo arquiteto turco
Teymur Neckdet; a série Guia de Livros de Arquitetos na RDA, de Berlim;
Arquitetura Estrangeira, do Movimento Moderno ao Post-Modernismo, por A.V.
Lkonnikov, editado em Moscou.
Um prêmio estabelecido pela
província de Hainaut, Bélgica, foi conferido a Desenho e Estética Urbana, do arquiteto
argentino Daniel Ivakhoff, editado em Buenos Aires.
Também foi premiado, com menção honrosa, La Molina , Planejamento e
Urbanização, projeto de Manuel Ungaro Zevallos, da Universidade Nacional
Frederico Vilareal, de Lima.
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