O ENCONTRO DA ARTE DE CRAVO JR.
COM A VISÃO POÉTICA DE CRAVO NETo.
Fotos Divulgação e Google.
Fotos Divulgação e Google.
Ao abrir o livro “Cravo”, de
fotografias de Mário Cravo Neto, tive a sensação de intimidade, ou seja, que o
fotógrafo penetrara com sua alta sensibilidade nas entranhas das esculturas
pequenas e monumentais de Mário Cravo Jr. Feitas dos mais variados materiais,
desde a madeira de lei ao ferro.
Ele retirou a escultura do
ambiente estático dando-lhe maior grandeza através de um jogo de luz e sombra,
alcançando resultados surpreendentes e inclusive valorizando o trabalho de seu
próprio pai.Esta relação de pai e filho
artistas possibilitou esta intimidade com a obra e herança da sensibilidade.
O livro de Mário Cravo Neto vem
coroar o seu trabalho de fotógrafo, que não fica conformado em fotografar o
objeto chapado, como fazem muitos que andam por aí com uma máquina Nikon
dependurada no pescoço. Mariozinho recria o ambiente, eleva o objeto do
tridimensional dando muitas vezes um lugar mais digno do que aquele onde está
estagnado. Ele inventa ambientes metafísicos com a preocupação de ressair cada
detalhe, no caso, das esculturas de seu pai. Diria que consegue uma atmosfera
própria e original para que possamos sentir melhor a grandiosidade da obra de
Mário cravo Júnior. Ele retira do ambiente onde está à escultura e assim ela
aparece mais nobre, única, dona dos espaços, deixando transparecer toda sua
plasticidade e força expressiva.
Esta é na realidade a própria
linguagem de Mário Cravo Neto, que é um artista avançado no seu próprio espaço
temporal. E, o próprio Mário Cravo Júnior revela no livro: “Estudávamos
inicialmente a possibilidade de execução de um livro de fotografias sobre
minhas esculturas, já que Mário Cravo Neto vem documentando há muitos anos meu
trabalho”.
Ao iniciarmos o projeto,
pressenti que uma publicação que fosse utilizar a sua experiência de fotógrafo
sob o aspecto documental estaria limitando e restringindo a sua potencialidade
de artista; então resolvemos que faríamos u livro de fotografias criativas,
sobre minhas esculturas. A partir desse ponto, iniciou-se a experiência
gratificante que apresentamos agora ao público.
“As esculturas foram escolhidas a
partir de uma relação de empatia desenvolvida pelo fotógrafo. Os exemplares
escolhidos cobrem cerca de trinta e cinco anos de minha vida de escultor”.
Diz ainda que “dentro do mais
lato respeito profissional e do abrangente afeto que nos une como pai e filho,
como amigos e colegas, teve o fotógrafo total liberdade de criar a atmosfera
para os registros de sua visão, o que torna este livro um ato de criação total
e plena”.
É ainda o Mário Cravo Júnior que
na lucidez tão peculiar à sua personalidade criadora quem nos diz: “Um momento
de beleza é um momento de encontro e os reencontros constroem o sentido de
nossa vida, porque nos falam de compromissos existenciais e perenes”. Sem
dúvida que o encontro da escultura de Mário Jr. Com a fotografia de Cravo Neto
é gratificante e criativo. O momento em que a escultura transcende os seus
espaços e parece pousar em outros espaços cósmicos. Na pagina 102 do livro lá
está a escultura plantada por Mário Jr. Em plena Cidade Baixa.
O fotógrafo preferiu, num momento
da grande felicidade, colocá-la envolvida por colares retilíneos de luz, durante
a festa de Nossa Senhora da Conceição. Assim ela surge envolvida por fachos de
luz avermelhados lembrando uma nave espacial, saindo desta Terra em busca de
espaços mais nobres.
Nas páginas 97 e 98 encontramos
duas esculturas que o pai expôs em frente ao Farol da Barra, com as crianças
subindo correndo, demonstrando muita curiosidade nas formas e sem aquela idéia
formalizada de que ali estava uma obra de arte. Para elas era mais um brinquedo
que alguém estava instalando, assim curtirem à vontade, enquanto Mariozinho com
sua máquina captava este instante de felicidade. Mas, não apenas no sentido
documental, além disto.
Outro momento de felicidade é
quando os dois artistas deixam fluir suas potencialidades poéticas num
resultado de enriquecimento da escultura e da fotografia. Ambos, inquietos e
criativos, levam o espectador a refletir e exclamar. Exatamente porque fogem do
comum, porque deixam no ar a tridimensionalidade das formas esculturais dentro
de uma ambientação e uma atmosfera que normalmente não enxergamos. Para
terminar diria que a obra grandiosa de Mário Jr. Encontrou ambiente e a
atmosfera adequados para que possamos sentir toda a sua força dominando todos,
espaços possíveis de uma visão.
A Fundação Nacional de arte- Funarte,
através do Instituto Nacional de Artes Plásticas, com o patrocínio da
Secretaria da Cultura do MEC e o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior-Capes, institui o concurso Ivan Serpa, comemorativo
do 10º aniversário de morte do artista e professor de arte, com a dotação de
bolsas a artistas plásticos que integram a cultura brasileira, assim
considerados aqueles nascidos no Brasil, naturalizados ou aqui se radicaram.
Este concurso tem por objetivo
apoiar a produção de artistas plásticos contemporâneos que, a partir do
desenvolvimento e produção de seu trabalho, embora ainda não consagrados pela
história da arte brasileira estejam contribuindo reconhecidamente para as
questões da arte contemporânea. Eis o regulamento.
Art. 1.º- As propostas não terão
tema definido, podendo abranger as mais diversas manifestações das artes
plásticas;
Art.2º - As inscrições serão recebidas entre os dias 1/9 a 17/10 do corrente ano, através da apresentação de um dossiê contendo os seguintes requisitos:
Art.2º - As inscrições serão recebidas entre os dias 1/9 a 17/10 do corrente ano, através da apresentação de um dossiê contendo os seguintes requisitos:
- descrição da proposta de trabalho, seu objetivo e
justificativa, bem como seu desenvolvimento;
- os meios necessários para a elaboração do
trabalho, tais como material empregado, etc
- documentação fotográfica da obra do artista (com
dimensões) no mínimo 6 e no máximo 12 fotografias preto e branco 18x24 cms
ou os slides cor, sendo 3 destas reproduções de trabalhos recentes;
- currículum vitae do artista;Artigos e catálogos sobre a obra do artista e eventuais publicações de sua autoria;
- bibliografia comprovada - xerox e/ou originais de textosm artigos e catalogos sobre a obra do artista e eventuais publicações de sua autoria;
- textos de duas pessoas com notória atuação
cultural- críticos de arte, professores, etc -que recomendem o artista,
justificando as razões da indicação;
- o artista
poderá indicar, se julgar necessário, pessoas que orientem o
desenvolvimento de sua proposta;
- a proposta
de trabalho não poderá ultrapassar 10 meses (tempo de cotação da bolsa);
- o artista deverá indicar, na ficha de inscrição, se
parte do material do dossier (fotografias e/ou impressos) pode ser cedido
à Funarte para ser incorporado ao arquivo geral de artes plásticas do
Centro de Documentação desta instituição. Caso contrário, o artista,
selecionado ou não, terá seu dossier devolvido pelo INAP através do
correio;
- ficha de inscrição preenchida (em anexo a este
edital);
- as inscrições poderão ser feitas diretamente no
INAP- Funarte, Rua Araújo Porto Alegre, 80 sala 15, CEP 20030 Rio de
Janeiro, ou pel correio, sendo aceitas desde que postadas até o data
limite da inscrição.
Parágrafo
único:
O não cumprimento de qualquer um
dos requisitos enunciados neste artigo desclassificará o candidato;
Art 3.º - As bolsas terão o valor máximo de CR$2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil cruzeiros); Art 4º- a avaliação das propostas será feita por uma comissão de especialistas na área sob a coordenação do INAP, e assim constituída: um artista consagrado, um crítico de arte, um professor universitário, um representante da CAPES e o diretor do INAP;
Art 5º-
Art 3.º - As bolsas terão o valor máximo de CR$2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil cruzeiros); Art 4º- a avaliação das propostas será feita por uma comissão de especialistas na área sob a coordenação do INAP, e assim constituída: um artista consagrado, um crítico de arte, um professor universitário, um representante da CAPES e o diretor do INAP;
Art 5º-
- A Funarte fará a divulgação das propostas aprovadas
30 (trinta dias após o término do prazo das inscrições;
- O INAP se compromete a manter sigilo dos artistas requerentes da bolsa. Só serão divulgados os nomes dos artistas selecionados; Artigo6º O número de artistas selecionados não deverá ultrapassar de 6 (seis)
- Parágrafo único:
A critério da
Direção Executiva da Funarte, o prazo de avaliação das propostas poderá ser
prorrogado; Art 7º- Será firmado com o artista um contrato de dotação de
bolsa de apoio à produção, pelo qual este se comprometerá a realizar o plano de
trabalho de acordo com a proposta e no prazo combinado;
Art 8º - o
pagamento da bolsa será feito em 10(dez) parcelas, de CR$250.000,00 (duzentos e
cinqüenta mil cruzeiros).
Art 9º - Após o resultado de
avaliação das propostas, os artistas selecionados deverão atender às seguintes
etapas:
- uma reunião com o INAP ou pessoa indicada pelo
INAP, logo após o resultado;
- um relatório sobre o desenvolvimento de sua
proposta de trabalho no 5.º mês da bolsa;
- uma reunião de avaliação com o INAP ou pessoa
indicada pelo INAP no 7.º mês da bolsa, em local indicado pelo artista na
ficha de inscrição;
- relatório final pelo artista ao término do 10.º mês..
- Art 10.º- o artista se compromete ao término da bolsa, além da entrega do relatório final.
- a realizar uma exposição individual na sua região
patrocinada pelo INAP, nos
(seis meses seguintes ao término d bolsa;
- . a critério do INAP, participar de uma exposição
individual ou coletiva (com os outros artistas selecionados) no Rio de
Janeiro, nas galerias da Funarte ou em outra localidade, nos seis meses
seguintes ao término da bolsa e o .
Art 11.º- Os
casos não previstos neste regulamento serão resolvidos pela Direção Executiva
da Funarte.
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