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terça-feira, 16 de outubro de 2012

DE AERÓGRAFO EM PUNHO BEL BORBA DEU VIDA ÁS ROCHAS - 09 DE FEVEREIRO DE 1987


JORNAL A TARDE SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 09 DE FEVEREIRO DE 1987

DE AERÓGRAFO EM PUNHO BEL BORBA DEU VIDA 
ÀS ROCHAS


Para definir a participação de Bel Borba em “A Lenda do Pai Inácio”, o diretor do filme, Pola Ribeiro costuma dizer que o artista plástico “fez parceria com o próprio Criador”. Aerógrafo em punho, ele aproveitou as sugestivas formas das rochas da Serra do Sincurá, na Capada Diamantina, para dar feições aos entes que habitam os pesadelos de Inácio, o personagem principal - um mineiro negro, dos tempos da febre do diamante na região de Lençóis, que ousa atrair o desejo da mulher do seu senhor.

A plasciticidade das formas de Bel enriqueceu o cenário do filme.
Perseguido e encurralado, Inácio recorre a ritos iniciativos para driblar os capangas do coronel enciumado, e tem visões. Bel Borba materializa essas visões, com traços habilmente colocados de forma a realçar detalhes dos caprichosos desenhos que têm as grandes pedras da Chapada.
Na tela do cinema, os seres imaginários parecem brotar da natureza, num belo efeito visual. O filme foi exibido recentemente no Cine-Teatro Maria Bethânia.
São muitas as variantes da Lenda do Pai Inácio que circulam na Chapada Diamantina. O público viu a versão do Pola Ribeiro, que, embora construída com os mesmos ingredientes, tem a particularidade de ser contada através da lente de uma câmara 35 milímetros, incorporando a riqueza do imaginário popular e a beleza natural da Chapada à magia do cinema.
Póla Ribeiro escolheu Kal Santos para interpretar Inácio, um garimpeiro negro que, no auge das lavras diamantinas, se envolve em um romance com a mulher do seu senhor
(interpretada por Meran Vagens).
Perseguido e encurralado pelos capangas do coronel, Inácio projeta-se da borda um precipício para uma queda de 150 metros e escapa da morte utilizando como pára-quedas um miraculoso guarda-chuva.
As narrativas populares da Lenda, coincidentes no final, apresentam diferentes versões das circunstâncias que levaram Inácio a pular do grande morro batizado com seus nomes, localizado à beira da Estrada Salvador-Brasília, próximo a cidade de Lençóis. Essas diferenças serão mostradas junto com o filme, num documentário, gravado em vídeo, com uma coletânea de depoimentos de pessoas da região.
O filme começou a ser produzido há cerca de dois anos, depois que o projeto foi selecionado em um concurso promovido pela Fundação Cultural do Estado. Foi um processo lento, pois Pola Ribeiro não quis limitar a filmagem da lenda aos parcos recursos de produção oferecidos pela Fundação, partindo para um pulo -estilo Pai Inácio em busca de outros patrocinadores.
Inicialmente, apostaram no filme apenas empresas de pequeno porte, com o Posto Pai Inácio e o restaurante Grão de Arroz.
Mas, aos poucos, a ousadia do projeto atraiu patrocínios mais alentados, como os do Banco Econômico, Desenbanco e Secretaria da Indústria e Comércio, o que permitiu a realização da mais cara e sofisticada produção já realizada na Bahia para um filme de média-metragem

QUADRO DE MANET VENDIDO POR US$11 MILHÕES 
EM LONDRES

Londres, (UPI)- Uma obra-prima do pintor impressionista francês Edouard Manet foi vendida por um preço que bateu um recorde mundial. O quadro “La Rue Mosniers Aux Paveurs” foi arrematado por 7 milhões e 700 mil libras esterlinas, ou o equivalente a 11 milhões e 10 mil dólares (cerca de 155 milhões de cruzados).(Foto)
A porta-voz da Casa de Leilão Christie’s identificou o comprador apenas como “um europeu” e indicou que aparentemente, a obra-prima deixará a Grã-Bretanha.
“É um recorde em se tratando de uma pintura moderna vendida em leilão”, disse a porta-voz ao se referir a obra que Manet pintou em 1878, descrevendo uma cena de Rua em Paris.
“O preço chegou ao dobro do que esperávamos, disse ela. Estimativas antes do leilão da Christie’s indicavam que a tela seria arrematada Por cerca de 4 milhões 200 mil dólares.
Medindo 65,4 por 81,5cm, “La Rue Mosniers Aux Paveurs” Foi pela primeira vez a leilão público em Paris, quando compraram o quadro por apenas 500 libras. Desde 1924 pertencia à coleção particular do inglês Samuel Courtauld e foi oferecida à venda por um membro da família, informou a Christie’s.
La Rue Mosniers Aux Paveurs”, que significa a Rua Mosniers Com Paralelepípedos, Foi a principal, porém não a única atração do leilão. A obra “Aun Moulin de La Galette”, do pintor Toulouse-Lautrec, por exemplo, foi arrematada por 2 milhões 500 mil dólares, igualmente por outro anônimo comprador europeu, seguindo a casa de leilões.
“Foi a mais importante pintura impressionista que oferecemos à venda em muitos anos”, informou a Christie’s. O quadro é uma cena vista do estúdio onde Manet trabalhou entre os anos de 1872 e 1878.
O leilão arrecadou o total de 23 milhões 800 mil dólares. No dia seguinte, outra casa, a Sotheby’s vendeu trabalhos de outros importantes pintores modernos: Paul Cézanne, Claude Monet e Renoir, que provocou efervescência na capital inglesa, com o mundo das artes plásticas indicando que há 25 anos Londres não via uma onda de quadros impressionistas tão importantes postos à venda.

DENTRO DE ALGUNS LIVROS FORAM ACHADOS 95 DESENHOS INÉDITOS


Dentro de velhos livros didáticos da professora Clotildes Pinheiro foram encontrados cerca de 95 desenhos a lápis, executados pelo pintor Moacir Andrade, no período de 1936 a 1941, na residência da velha mestra, sua madrinha de batismo e protetora
Naquela época ele tinha recentemente chegado do interior do Amazonas (1934), contando apenas sete anos, e recebia atenções da família Pinheiro e servia de companhia para professora solteira e filha única.
Á medida que esses desenhos terminavam, eram carinhosamente guardados dentre as páginas de livros, pela sua amiga, no período em que freqüentava a sua residência.
Os desenhos que retratam cenas de sua cidade, hábitos, costumes da época, o dia-a-dia dos vendedores ambulantes, carroças, barcos no Rio Negro e cenas familiares de Manaus, são de pequenas dimensões e foram avaliados por marchands franceses que visitaram a capital do Amazonas na época do achado, em alguns milhões de francos, considerando  o valor atual das obras do artista no mercado internacional de arte e beleza dos desenhos feitos por uma criança de apenas nove anos.
Agora, com 60 anos, Moacir Andrade continua como sempre, tranqüilo, humilde, pintando, desenhando, escrevendo livros de arte e freqüentando os bares da cidade em companhia de amigos intelectuais.
Os desenhos que foram conservados dentre as páginas de antigos livros serão mostrados ao Brasil, durante todo este ano, numa exposição itinerante patrocinada pelo Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas.

MERO FOI AO SUL DO PAÍS DEFENDER O MEIO AMBIENTE

A convite da professora Maria da Glória Oliveira, também agenciadora de Turismo, o cartunista Paulo Serra (Foto) expôs seus trabalhos no Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, obtendo uma grande receptividade do público e boa divulgação pela imprensa especialmente o Jornal do Brasil e a Última Hora.
O cartunista disse que aproveitou sua estada no Rio de Janeiro para manter contatos com pessoas e entidades ligadas à defesa do meio ambiente e se filiou à Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, FBCN.
Com o apoio da bióloga Maria Luíza, o cartunista fez uma visita a Angra dos Reis para conhecer a Usina Nuclear, a paisagem magnífica onde a usina está instalada e ficou chocado com o contraste da construção tão mortal junto a uma natureza que exprime tanta vida.
O cartunista inclusive fotografou a usina e a paisagem para ilustrar futuras palestras. E, devido ao sucesso da sua outra exposição, no mezanino do Metrô Carioca, surgiram convites para fazer outras exposições no estado.
Por causa disso, seus trabalhos em número de 20, não vieram para Salvador, ficando lá mesmo ao Rio.

               O RECESSO PROPOSITAL DA COLUNA

Por quatro semanas seguidas esta coluna deixou de circular.Não aconteceu nada de excepcional. Apenas estava de férias, viajando pelo Sul do País, de maneira que suspendi temporariamente a sua publicação. Agora retorno renovado, depois de conhecer mais alguns pedaços deste País.
Agradeço as pessoas que me telefonaram, escreveram e reclamaram da suspensão temporária de Artes Visuais.
Espero continuar merecendo a atenção de todos. Quanto aos artistas baianos, cujo espaço lhes pertence, já voltei e estou a postos para atendê-los. Até mais.


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