SOLER MOSTRA O MOVIMENTO DAS
CORES NA TAPEÇARIA
Cândido Soler ou simplesmente
Soler, que é como ele vem assinando seus trabalhos ultimamente. Trata-se de um
artista plástico nascido em
São Paulo há 39 anos que passa pelo menos seis meses por ano na Bahia.De 1º a 15 de fevereiro, com o Carnaval chegando, ele mostrará a sua Flora Tropical - Natureza Viva, no foyer do Teatro Castro Alves.São 25 tapeçarias -mural, com motivos tropicais-naturais que se aproximam do hiper-realismo, numa mistura com o figurativo primitivo que oferece ao espectador uma visão inédita neste tipo de trabalho.
É ele quem comenta sua preocupação, ou melhor,ligação, com as cores.O que importa é passar a intensidade e o movimento das cores para o espectador e isto o artista consegue com hidrocor e caneta Bic, ou ainda, com lápis.Não é por outro motivo que observa: " O material que escrevo geralmente uso para pintar"A Bahia em sua vida? Porque aqui é a fonte de inspiração.
Com oito tapeçarias participou do I Salão de Veteranos e Novos de Villas do Atlântico, de 21 a 29 de novembro passado, quando o destaque em termos de aceitação pelo público foi para a sequência Cósmica Lunisolares, da série Natureza Viva, concebida durante sua estada em Tairu, " na ponta da ilha, indo para Cacha Pregos", onde morou seis meses.
BAHIA
Foi em janeiro de 1964 que Cândido Soler começou a vir para a Bahia , quando passou a firmar amizades que perduram até hoje. Como publicitário,trabalhou na Thompson, em São Paulo, onde ficou seis anos e meio. Foi à Europa em 1969, ficando até 1971,fazendo jornalismo e arte de vanguarda, quando voltou para Campinas e começou a fazer tapeçaria.
É ele quem comenta sua preocupação, ou melhor,ligação, com as cores.O que importa é passar a intensidade e o movimento das cores para o espectador e isto o artista consegue com hidrocor e caneta Bic, ou ainda, com lápis.Não é por outro motivo que observa: " O material que escrevo geralmente uso para pintar"A Bahia em sua vida? Porque aqui é a fonte de inspiração.
Com oito tapeçarias participou do I Salão de Veteranos e Novos de Villas do Atlântico, de 21 a 29 de novembro passado, quando o destaque em termos de aceitação pelo público foi para a sequência Cósmica Lunisolares, da série Natureza Viva, concebida durante sua estada em Tairu, " na ponta da ilha, indo para Cacha Pregos", onde morou seis meses.
BAHIA
Foi em janeiro de 1964 que Cândido Soler começou a vir para a Bahia , quando passou a firmar amizades que perduram até hoje. Como publicitário,trabalhou na Thompson, em São Paulo, onde ficou seis anos e meio. Foi à Europa em 1969, ficando até 1971,fazendo jornalismo e arte de vanguarda, quando voltou para Campinas e começou a fazer tapeçaria.
Mas sua história começa mesmo é
na Bahia. Apaixona-se pelo trabalho de Genaro de Carvalho, “ainda é o melhor
tapeceiro brasileiro”. Sobre a mesa que separa as nossas poltronas na sala,
vemos um exemplar da série “Plásticos da Bahia”, editado pela IOB e, prefaciada
pelo então diretor da empresa, professor Junot Silveira. Não resta mais dúvida
quanto à afirmativa de que a história deste artista também começa na Bahia.
VIAGEM
Em fins de 72 começo de 73 ele
chega a Salvador, trazendo tapeçarias com a temática “geometria bem
comportada”, para depois partir para a produção de temas da “flora
tropical”. José Pedreira viu esses trabalhos e me estimulou a fazer uma
exposição em galeria, mas antes os trabalhos ficaram expostos na “Old Bahia”,
“Pedreira era uma pessoa que tinha uma visão maior das coisas”, acrescenta
Soler.
A exposição “Flora Tropical
Natureza Viva” é um tributo a Genaro de Carvalho, informa o artista, mostrando
que suas tapeçarias não precisam de moldura, já vem prontas, presas por um
ferro e duas argolas revestidas em lã sobre um quadrado em madeira, para serem
penduradas na parede.
Sua intenção ao produzir uma
tapeçaria é “explicar bem com a cor aquilo que eu vi”, “O simplismo da flora
tropical, por exemplo, pode ser visto sob esta ótica. As cores são nítidas,
mostram suas transparências nos movimentos com sombra e luz”.
Além da tapeçaria, Cândido
trabalha bem em
ambientação. Gosta muito de desenhar e pintar em guache. Aprecia o
bom material e reconhece que o treino para este discernimento foi adquirido na
Thompson. Agora, o artista pretende ter dois estúdios: um no Nordeste, o que tem
mais probabilidade de logo ser conseguido e outro no Sul do país.
Uma curiosidade na vida deste
artista é que seus amigos sempre lhe presenteiam com materiais de pintura e
desenho. Maitê Proença, com quem sonha casar um dia, Beto e Virgínia, Jonga
Falcão, Guti Fernandez, Sérgio e Cristina, são alguns que incentivam sua
criatividade, iniciada com desenhos aos quatro anos de idade.
Uma outra especialidade do
artista é sua preferência por desenhar painéis nas paredes, das casas dos
amigos. Na Fazenda “Engenho da Lagoa”, em Cruz das Almas, propriedade de
Gilberto Costa, existe um desses murais que compõem satisfatoriamente o
ambiente de uma sala. Também na Pousada da Praça Hotel, na Rua Ruy Barbosa, em
Salvador, podem ser vistos trabalhos seus.
“Adoro fazer murais e quero fazer
muito”, comenta o artista, cujo traço consegue a transmitir o balanço na palha
do coqueiro, ou o vento forte balançando o coqueiral da ilha.
Segundo ele, esse efeito é
conseguido pela emoção de ver as cores do mar, isto faz com que ele pinte, teça,
produza uma obra de arte cheia de vida tropical, clima com o qual cultiva uma
intimidade que sempre o traz de volta a Bahia. A sensualidade tropical é outro
elemento pictórico captado por Cândido, cujo trabalho se aproxima do hiper
realismo.
Ele também teve a sua experiência
naturalista na qual adquiriu hábitos que conserva até hoje, como não comer
carne, por exemplo.
Morou, três meses no Guará,
próximo a Barreiras, “mas o lugar mais mágico da Bahia é a fazenda Cipó”, de
Guti Fernandez, onde também morou longa temporada.
Sem raízes, “porque estou
procurando morar em lugar nenhum”, Cândido Soler continua sua vida colorindo
papéis, camisetas, sempre desenhando nos espaços em branco de onde chega, às
vezes até acompanhando um amigo que foi visitar outro. Sua necessidade de
desenhar, colorir, tecer, não o deixa parar.
Sua descendência espanhola lhe
permite afirmar e se assumir como muralista. Ele é dessas pessoas que querem
fazer um tapete voar, botar os pés longe do chão que nada mais são do que
sensações conseguidas quando por exemplo, se ouve a Bachiana número cinco de
Villa Lobos ou se ver a “Seqüência Cósmica Lunisolares”, obras de arte que
transportam o espectador à dimensão do infinito da elevação (de Heraldo Costa).
A BIENAL DE SÃO PAULO TRINTA ANOS
DEPOIS
Trinta anos se passaram da I
Bienal de São Paulo, instalada no pavilhão de madeira na velha avenida dos
barões do café. Era o ano de 1951 e vivia-se o momento otimista da economia
brasileira. Os empresários comandavam a nova instituição numa cidade industrial
de pouco mais de dois milhões de habitantes a grande maioria constituída de
imigrantes e filhos de imigrantes europeus - ávida de um status cultural e até
com a pretensão de ser um pólo artístico mundial. A Bienal, entretanto não era
um fato isolado. Depois da II Guerra, haviam sido criados em São Paulo dois museus
(um deles com um rico acervo de pintura ocidental antiga e de impressionistas),
uma Companhia cinematográfica de sólida estrutura e um teatro o TBC de rigor
profissional. A cidade, pioneira na introdução de uma cultura nova no país
(1917-22), entrava sem dúvida no outro estágio, passando seu meio artístico a
determinar-se por fatores mais dinâmicos, abertos e influentes no país.
Com o advento da Bienal rompia-se
uma situação endógena de desenvolvimento na cultura plástica do Brasil,
sobretudo em seus centros urbanos maiores (ainda hoje Rio e São Paulo).
Prevalecia fortemente agora a influência internacional, obrigando os artistas a
traçar dentro desse contágio inevitável os seus próprios caminhos. Nos anos 50
as verbas eram mais fáceis e os problemas culturais não se comparavam às
dificuldades atuais. Em 1953-54,
a Bienal foi capaz de apresentar uma resenha que incluía
vários dos grandes movimentos iniciais da arte moderna. Houve durante anos a
atração das salas especiais e os numerosos prêmios conferidos garantiam para a
cidade a posse de obras importantes (*). Mais que isto, São Paulo atraía
público do país inteiro e da América Latina, propiciando não só a oportunidade
de ver obras mais motivando encontros pessoais amplos entre artistas, críticos
e comissários chegados de toda a parte.
Criada à imagem da Bienal de
Veneza, a mostra brasileira, a exemplo de sua fonte inspiradora, sofreria,
entretanto, penoso processo de desgaste desde o fim dos anos 60. Prejudicava-a
o caráter competitivo que gerava entre países e artistas. Como se isso não
bastasse, entre outros problemas, a situação política brasileira refletiu-se
duramente na Bienal paulista, deslanchando o protesto e o boicote de várias
nações.
Durante os anos 70, a Bienal de São Paulo
atravessou um período difícil e de descrédito, decaindo em qualidade e
organização. Não se pode negar, todavia, que houve esforço para melhorar sua
imagem. Assegurada a sua continuidade naqueles anos obscuros o que se deve em
primeiro lugar ao seu fundador, Francisco Matarazzo Sobrinho a Bienal, embora
seus aspectos negativos, mantinha algo da natureza carismática de seus
primeiros tempos. A mostra tornara-se mundialmente conhecida, não sendo fácil a
tarefa dos que, não a vendo se não como um desperdício de dinheiros públicos,
desejavam a sua destruição.
Um mínimo de bom senso levava a
se ponderar que para um país-continente, como o Brasil, carentes de maiores e
constantes informações, tudo se devia fazer para preservar esse espaço
cultural. A audiência das artes alargara-se com o tempo (embora relativamente)
na cidade agora várias vezes maior que a do começo dos anos 50. Tratava-se não
de se acabar com a Bienal ou de transformá-la em mera mostra regional,
confirmada à América Latina, como por um momento pretendeu um reduzido grupo de
interessados, mas de revesti-la de uma melhor estrutura, de dar-lhe fundamentos
dialéticos adequados aos dias atuais, com as condições para a apresentação
sistemática da produção artística universal em liberdade. É esta tarefa complexa
que lhe resta fazer.
A reformulação operada quando da
recente XVI edição, realizada em 1981, foi um primeiro passo. A Bienal ganhou a
base de organização crítica que lhe faltava atenta às novas concepções técnicas
e epistemológicas da obra de arte.
Obrigou a todos a uma reflexão
mais detida sobre as linhas do seu desenvolvimento futuro.
MURAL
JOSÉ BANDEIRA- O artista está
expondo na loja Sandiz, no Shopping Center Iguatemi, várias telas inspiradas em
sua vida de despachante de uma firma de exportação no porto de Salvador. É uma
exposição sentimental onde Bandeira relembra os tempos em que era obrigado a
viajar de avião para Ilhéus, retornando no mesmo dia de navio. Sua ligação com
o porto de Salvador nunca foi rompida, mesmo hoje estando dedicando a odontologia.
Sua obra portanto, traz as marcas de sua própria vivência que sempre gosta de
ressaltar, principalmente sua infância ligada ao bairro de Brotas e a cidade de
Santo Amaro, onde nasceu seu pai.
Já fez várias exposições
individuais e coletivas, inclusive na antiga Biblioteca Pública, em 1964. Sua
exposição ficará aberta ao público até 16 de janeiro.
VII OFICINA- O Centro de
tecnologia Educacional para o Desenvolvimento da Pessoa, do Núcleo da Escola de
Administração Fazendária,do Ministério da Fazenda, está apresentando uma
exposição de obras de Edmilson Ribeiro,Dília Dunce,Emma Vale, Moura, Carlinhos
de Morais.
Escrevi algumas palavras sobre Edmilson que integram o catálogo da mostra as quais transcrevo: ''Conheci o Edmilson Ribeiro entocado num velho casarão da Ladeira do Sodré , colhendo portas e janelas antigas nas demolições para servirem de suporte à sua obra. Sua figura tem uma perfeita semelhança com os beatos que sempre criou, e inconformado com a textura das madeiras envelhecidas das portas e janelões passou a colorir suas figuras. Assim, seus trabalhos ganharam mais vida e o colorido tornou-o mais agradável. Os sulcos que fazia nas tábuas demonstravam que estava a caminho da escultura. Um caminho natural.
Escrevi algumas palavras sobre Edmilson que integram o catálogo da mostra as quais transcrevo: ''Conheci o Edmilson Ribeiro entocado num velho casarão da Ladeira do Sodré , colhendo portas e janelas antigas nas demolições para servirem de suporte à sua obra. Sua figura tem uma perfeita semelhança com os beatos que sempre criou, e inconformado com a textura das madeiras envelhecidas das portas e janelões passou a colorir suas figuras. Assim, seus trabalhos ganharam mais vida e o colorido tornou-o mais agradável. Os sulcos que fazia nas tábuas demonstravam que estava a caminho da escultura. Um caminho natural.
E, agora, Edmilson nos apresenta
seus beatos em tri dimensão. Ganharam os espaços, deixaram os corredores dos
conventos e foram às ruas. Aliás, isto talvez quem sabe, seja uma identificação
inconsciente com a nova postura da própria Igreja, cujos membros saíram dos
conventos e mosteiros em busca de uma identidade com sua clientela."
MONUMENTO – Maya Ting Lin o projeto de sua autoria, para um monumento em honra aos
norte-americanos que lutaram na Guerra do Vietnã, tornou-se ralidade . Com apenas 21 anos de idade,
Maya , que é estudante de arquitetura da Universidade de Yale, teve seu projeto
escolhido entre 1420 outros, procedentes de vários estados, em um concurso de
âmbito nacional. O novo monumento será construído na alameda denominada Mall,
em frente ao Capit´polio, na capital norte-americana, e constará de duas
paredes de granito com 60
metros de extensão, de modo a formar os dois lados de um
triângulo oblíquo , que sobe suavemente sobre o terreno. Nas paredes estão
inscritos os nomes dos 57.692 americanos que morreram no Vietnã entre 1963 a 1973. ( Foto atual do Google, vendo-se o lindo e triste monumento aos soldados que morreram lutando no Vietnam e, que tantos males causaram àquela nação.)
BRASILEIRO NA ONU – Foi
inaugurada, no vestíbulo da entrada principal do prédio da Organização das
Nações Unidas, ONU, uma exposição de 30 gravuras do artista brasileiro Otávio
Roth.
Trata-se das obras entalhadas em
peças de madeira que abordam o tema da Declaração universal dos Direitos
Humanos.
O início da mostra coincidiu com
o Dia Universal dos Direitos Humanos, dia 10 passado, e a inauguração da
exposição ocorreu simultaneamente em Nova Iorque , Genebra e Viena, em dependências da
ONU.
Residente em São Paulo , Roth tem 29
anos e estudou no Colégio de Artes de Hornsey , de Londres. Ele já expôs na
Inglaterra, Noruega, Estudo Unidos, Lima, São Paulo e Rio de Janeiro.
Por sugestão do Secretário geral
da ONU, Kurt Waldhein, as Nações Unidas pretendem adotar as gravuras como parte
de uma campanha mundial de promoção dos Direitos Humanos.
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