OS SÍMBOLOS DE CÉSAR ROMERO
EXPOSTOS
NA GALERIA ÉPOCA
NA GALERIA ÉPOCA
Uma das coisas mais importantes
para um artista é a definição de sua própria linguagem, que funciona como marca
registrada de sua criação. Na caminhada íngreme da profissionalização muitos
ficam para trás ou seguem sem conseguir uma marca, ficando o trabalho numa
mistura cheia de incertezas. É por isto que fiquei contente ao observar os
novos trabalhos concebidos por César Romero nos dois últimos anos, pois me
parece que acaba de encontrar a sua linguagem plástica, ligada à sua própria
realidade nordestina.
Embora para os leigos parece
fácil a simplificação dos objetos apresentados numa tela, mas ao contrário a
dificuldade reside exatamente em conseguir simplificar. Isto tenho observado
com curiosidade nos festivais de música popular, por exemplo, que quando
começam a maquinar muito os sons e a própria letra a música acaba sendo chata e
hermética. Outras mais simples, tocadas e cantadas espontaneamente são
duradouras. O mesmo ocorre nas artes plásticas, porque é na simplicidade da
mensagem que atingimos e sensibilizamos os que a consomem.
Reprodução da obra Emblema Nordeste II, de autoria de César Romero.
Reprodução da obra Emblema Nordeste II, de autoria de César Romero.
Os sinais, signos e emblemas que
vemos em nossas festas populares como São João, Carnaval e outras, estão agora
presentes na pintura de César Romero. Vivemos no mundo de símbolos, e cada vez
mais a sociedade procura uma comunicação mais rápida e visual. Lembremos dos
sinais luminosos do trânsito, onde o vermelho significa parar, o verde andar e
o amarelo, atenção. Numa simples olhadela o motorista recebe a mensagem dando
preferência aos outros. Seria cansativo falar dos logotipos de empresas
públicas e privadas que rapidamente as identificam.
Caminhamos assim para uma
sociedade de símbolos. E, esta linguagem remota tempos imemoriais. Lembremos
dos homens primitivos que embrenhavam-se nas selvas, e para não se perderem
marcavam as árvores com grandes talhos ou simplesmente quebravam os galhos,
garantindo assim o retorno ao local da
partida.
Lembremos fumaça que servia de
sinais entre os índios, especialmente os norte-americanos. É por isto que esse
caminho que ora percorre César Romero e o encontro de sua própria linguagem
plástica, nos deixam confiantes que seu trabalho dentro de pouco tempo terá um
reconhecimento ainda maior no Sul do país.
Não é preciso falar em pesquisa
de infância ou outras coisas deste tipo, para justificar um caminho percorrido
e que ainda tem muito a percorrer. Basta realmente viver a própria realidade.
Basta enxergar que este nosso estado é coberto em 80% de seu território pelo
semi-árido, e que está inserido numa região seca, onde as manifestações
culturais diferem totalmente dos grandes centros urbanos, mesmo com a presença
massificantes das redes de televisão e o crescimento do jornalismo impresso. É
só fincar os pés no chão, que o artista encontra ao seu redor um vasto
manancial de trabalho para uma explosão de cores e formas, até o saudável
encontro de uma linguagem plástica que o identifique.
Foto da obra Emblema Nordeste III, de Romero em exposição.
Foto da obra Emblema Nordeste III, de Romero em exposição.
ENCERRAMENTO DAS INSCRIÇÕES DA FOTOBAHIA DIA 15
Estão abertas até o dia 15 deste mês a inscrições para a exposição “Fotobahia
Os profissionais e amadores
interessados devem entregar suas fotos, slides ou outros trabalhos em linguagem
audiovisuais no Sindicato dos Jornalistas, na Rua Chile, 22, Edifício Bráulio
Xavier, sala 301, de segunda a sexta-feira, das 8 às 12h e das 14 às 18h. Os
participantes do interior podem mandar seus materiais e respectivas inscrições
pelo correio. Maiores informações com Aldeci no Sindicato dos Jornalistas ou
pelo telefone 3243-7962.
Para participar da “Fotobahia 83” , o fotografo deve
apresentar cinco fotos no máximo sobre o tema “Bahia” nos seus múltiplos
aspectos - social, econômico, político, natural, nas dimensões mínimas de 18x24
e máxima de 30x40, sendo que a margem fica a critério de cada um. As fotos
deverão ser entregues sem montagem, para ser feita de foram unificada pela
equipe organizadora- o Grupo de fotógrafos da Bahia.
Quanto aos participantes com
trabalhos em linguagem audiovisual, devem se atentar para se apresentar suas
criações no conjunto, acompanhadas ou não de trilha sonora, mas com todas as
instruções para a projeção e os equipamentos necessários.
Junto, deverá conter o nome do
criador, número de seqüência (para o caso de slides) e não esquecer, de enviar
em embalagem apropriada para evitar danificação.
Antes da “Fotobahia 83” , a Bahia vai participar do
“Encontro Nacional dos Fotógrafos”, em agosto, em Brasília. Para
discutir a participação da Bahia nesse encontro a realização da “Fotobahia” e
outros eventos que acontecerão paralelos a essa exposição, o Grupo de Fotógrafos
da Bahia reuniu todos os fotógrafos baianos na quita-feira, dia 7, na sede da
Associação dos Agrônomos, ao lado do Passeio Público. Fotos de Antenor Gondin.
COMEMORADOS OS 80 ANOS DE ORÓZIO BELÉM
Uma grande exposição comemorativa
dos oitenta anos de Orózio Belém está sendo preparada e será inaugurada no dia
23 de agosto na Galeria Maria Augusta, no Shopping Cassino Atlântico. Orózio
nasceu em Sabará, MG, em 23 de agosto de 1903, matriculando-se em 1924, na
Escola Nacional de Belas Artes.
Obteve, os principais prêmios nos
salões oficiais, entre eles “Viagem ao País”, “Viagem a Europa” e “Medalha e
Ouro”. De outros salões, consta ainda uma procissão de premiações, destacando-se
a Medalha de Prata no Salão Paulista, as Medalhas de Ouro do Salão de Petrópolis,
do Salão Rural e da SBBA.
Esteve, dois anos na Europa,
fixando-se principalmente na Espanha e em Portugal. Foi
professor de desenho e de pintura do IMBA onde lecionou durante 21 anos. Fez,
por longos anos, inúmeras ilustrações para os principais jornais e revistas do
país. Tem, trabalhos seus em diversos museus, ministérios e coleções
particulares do Brasil e do exterior.É membro efetivo da Academia
Brasileira de Belas Artes.
Orózio vem pintando como nunca,
tanto em qualidade como em qualidade e os “80 anos do Orózio Belém”, reúne
elaboradas obras de sua última safra, das clássicas e perfeitas cabeças de
negro às belíssimas paisagens de Ouro Preto, passando pela fantasia encantada
de seus criativos espantalhos.
Reproduções de auto retrato de Orózio e a capa da revista O Cruzeiro desenhada pelo artista mineiro.
Reproduções de auto retrato de Orózio e a capa da revista O Cruzeiro desenhada pelo artista mineiro.
Orózio, juntamente com Manoel
Santiago, Amando Vianna, Volpi, Bustamante Sá e Ângelo Cannone, faz parte do rol
de pintores brasileiros que ultrapassaram os 50 anos de pintura. E esta
exposição é uma justa homenagem ao seu trabalho e o reconhecimento à
imortalidade de seu talento. Ele faleceu em 1985 no Rio de Janeiro .
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