JORNAL A TARDE, SALVADOR, 22 DE
JUNHO DE 1980
UMA EXPOSIÇÃO DE DOIS MESTRES DA
ÁUSTRIA
Estudo da Mulher Em Estado Flutuante, de Gustav Klimt |
Ambos
falecidos em 1918, eles representam um pouco da cultura e da história do seu
país. São artistas cujas obras estão consagradas em toda Áustria. Klimt é o
mais festejado e dá em sua obra forma a todo o esplendor. É a perfeição
triunfal da arte pictórica de um mundo de nobreza e grandeza social, um mundo
de desaparecimento, que declina até o seu crepúsculo.
Todos
os críticos são unânimes em afirmar que Klimt tem uma obra rica em qualidade
estética até os últimos limites de sublimação, sempre na esperança, que no
final resultará uma esperança vá que poderá realizar-se na pintura uma nova
formação do homem por meio da mais alta graduação espiritual e o cultivo de
meios artísticos.
Diretamente
ligada a esse esforço esteve a criação da Wiener Werkstate (Oficina Vienense),
na convicção, que o ideal da dignidade humana não pode era alcançado senão pelo
afã criativo de uma esfera elevada, de acordo com o ambiente.
Duas Meninas Pequenas, de Egon Schiele |
Uma
outra liberdade de sentir e fazer arte.
Esta
exposição de obras de Klimt e Schiele vem assim enriquecer o Festival de Arte
da Bahia e proporcionar aos baianos um contato com uma arte feita num país
civilizado, do qual muita gente não tem muitas informações. Tem assim a virtude
da mensagem da Áustria, um testemunho de sua cultura e de sua gente, além de
demonstrar para nós o verdadeiro papel de um museu como Albertina que serve a
sua própria finalidade. Vejo o museu não como uma coisa estática, mas ao
contrário, dinâmica.
O
museu não é um amontoado de coisas velhas e intocáveis ou objetos históricos,
mas sim deve impulsionar as manifestações artísticas, participar dessas
manifestações e contribuir sistematicamente para o alargamento dos horizontes
espirituais, nos quais o tempo e o acontecimento se unem para formar um
conhecimento mais elevado.
Tanto
os desenhos de Gustav Klimt como as aquarelas e desenhos de Egon Schiele
pertencem às obras que se encontram no salão de estudos da Albertina entre as
mais solicitadas para uma observação profunda. Elas representam uma parte do
acervo do museu. Devido a impossibilidade de enviar para o exterior os
originais, pois os custos seriam altíssimos, a Albertina nos presenteia com
belos fac-símiles. Sabemos que o fac-símile vem do Latim e significa fazer
parecido, e estas reproduções são de alta qualidade e resultado de um processo
muito complexo onde foi levado em consideração o tamanho da obra, cor e tipo de
papel. E como novidade poderia dizer que foi possível graças a técnica
“collotipo” desenvolvida em Viena com base na topografia. Segundo nos informa o
diretor da Albertina, Walter Koschatzky, a excelente qualidade das impressões
proporciona a um grande público a contemplação e o conhecimento dos tesouros
artísticos de um inestimável valor histórico e artístico, que se encontram
guardados naquele museu.
MUSEU
DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO
O Museu de Arte Moderna de São Paulo modificou a organização da Mostra Panorama por proposta da Comissão de Arte da referida instituição, aprovada, também, pela diretoria. Como novidade, desta feita, não haverá apenas artistas convidados. Todos que desejarem participar da Panorama/80 podem inscrever-se, mas, é bom ficar sabendo que haverá uma seleção prévia, para eliminar aqueles que ainda não têm condições de integrar uma mostra de tamanha envergadura.
A Panorama/80 será formada de trabalhos de artistas nos gêneros desenho e gravura
e cada um exporá, no máximo, três trabalhos. Serão conferidos quatro prêmios no
total de CR$400 mil cruzeiros. Eis o regulamento, na íntegra, para conhecimento
interessados:
Artigo
1º- A Panorama de Arte Atual Brasileira, exposição organizada pelo Museu de
Arte Moderna de São Paulo, na capital do estado, reúne obras contemporâneas, de
alto nível, de artistas de todo o Brasil, a fim de possibilitar uma ampla visão
de arte brasileira.
Parágrafo
1.º- Em 1980 a
Panorama explora desenho e gravura.
Parágrafo 2.º- A exposição durará 60 dias,
aproximadamente.
Artigo
2.º- O MAM poderá, eventualmente, promover a exposição, integral ou parcial, da
Panorama em outras localidades do país.
Artigo
3.º- serão da competência da Comissão de Arte do MAM, os convites aos artistas,
a seleção das obras e a premiação. Se julgar necessário, a comissão poderá
indicar à diretoria um ou mais nomes para complementar suas funções de
julgamento.
Parágrafo
único: das decisões da comissão não cabe recurso.
Artigo
4.º- participarão da Panorama, artistas expressamente convidados, brasileiros
ou estrangeiros residentes no país há mais de dois anos; e os que se
inscreveram, espontaneamente, e tiveram suas obras aceitas.
Parágrafo
1.º- O artista participará, apenas, de um dos gêneros, desenho ou gravura.
Parágrafo
2.º- Cada artista poderá expor, no máximo, três trabalhos, limitado seu espaço
a 4m lineares.
Artigo
5.º- Os artistas convidados enviarão as obras, em condições para exposição, até
o dia 18 de setembro, impreterivelmente.
Parágrafo
único - as despesas de embalagem e transporte correm por conta dos artistas
convidados, ficando a reembalagem e a devolução a cargo do MAM, desde que
residam os convidados fora dos municípios da grande São Paulo. Não se
responsabiliza o MAM, em vendidas, para atender partes das despesas com a
exposição.
Artigo
11.º - Serão atribuídos os seguintes prêmios, patrocinados pela Caixa Econômica
Federal.
DESENHO:
“Prêmio
Museu de Arte Moderna de São Paulo”- CR$ 100.000,00
-Prêmio
Caixa Econômica Federal, para artistas de até 35 anos: CR$50.000,00
GRAVURAS:
-“Prêmio
Museu de Arte de São Paulo”:
CR$100.000,00
-“Prêmio
Caixa Econômica Federal”, para artistas de até 35 anos: CR$50.000,00.
Parágrafo
único: Os prêmios são individuais, passando a integrar o acervo do MAM as obras
distinguidas com o Prêmio Museu de Arte Moderna de São Paulo. As que
obtiveram o Prêmio Caixa Econômica Federal serão de propriedade da CEF.
Artigo12.º-
Fica reservado ao artista o direito de não concorrer aos prêmios, desde que o
declare por escrito, por ocasião da assinatura da ficha, ou da folha que a
substitua, aceitando o convite ou inscrevendo-se para seleção.
Artigo
13.º - A remessa do material solicitado aos convidados e aos inscritos importará
na concordância pela com o disposto neste regulamento.
Nota:
Endereços: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Para
remessa de material para catálogo:
Caixa
Postal 7.517
São
Paulo, SP
Para
remessa de obras: Parque Ibirapuera em frente à Bienal
São
Paulo, SP
PAINEL
FEIRA DE ARTE
A
I Feira de arte dos Empregados da Telebahia, realizada no último dia 16, na
sede da empresa, no Cabula, reuniu trabalhos em serigrafia, pintura, música,
desenho, dança, escultura, literatura e fotografia de quase 30 participantes,
todos empregados da empresa, que tiveram oportunidade de expor as suas
potencialidades artísticas.
A
I Feira de Arte foi aberta pelo presidente da Telebahia, Sebastião Alpha,
seguida da entrega de placas comemorativas especialmente confeccionadas para os
artistas participantes, que não concorreram a prêmios.
I
TRIENAL DE FOTOGRAFIA
Setenta
e um fotógrafos entre profissionais do mais alto nível e amadores de excelente
qualidade- estão expondo cerca de 900 fotografias em branco e preto e em cores,
com temas os mais variados. Entre os muitos nomes, Acham-se Chico Albuquerque, de Fortaleza; Pierre Verger, de Salvador; Júlio Covello e João Urban, de
Curitiba; Kim Ir Zem Pires Real, Milton Guran, ambos de Brasília; Luiz Carlos
Felizardo e Ricardo Chaves, de Porto Alegre; George Racz, Roberto Maia, do Rio
de Janeiro; e, de São Paulo, Dulde Carneiro, Madalena Schwartz, Júlio Abe
Watanaka, Dulce Soares, Hildegard Rosenthal, apenas para mencionar alguns
nomes.
A
Kodak Brasileira, que está patrocinando este evento na sua totalidade,
outorgou, por ocasião da abertura da mostra, seis prêmios aos selecionados pelo
júri de premiação-
Prêmio
I Trienal de Fotografia do MAM de São Paulo, no valor de CR$ 75.000,00. a
Miguel Rio Branco e cinco prêmios aquisição no valor de CR$ 10.000,00 cada a
Vera Albuquerque, Carlos Henrique Souto, Ana Helena Mariani, Leonardo Hatanaka
e Orlando Brito.
BRASILEIROS
EM LONDRES
Londres
(BNS)- Artistas público e membros do corpo diplomático latino-americano
encheram as dependências da Galeria Hamiltons, em Mayfair, para a abertura da
primeira exposição londrina da pintora brasileira Wilma lacerda.
A
artista está apresentando 35 telas a óleo, de caráter neo-surrelalista, até o
fim deste mês. As influências sofridas por Wilma Lacerda misturam Salvador Dali
(que também está expondo em (Londres), a cultura e os mitos indianos e
orientais: suas formas femininas se fundem com fundos arquitetônicos, marinhas
ou horizontes de alucinação. O Sr. Malcolm Duke, gerente da Hamiltons, disse:
Acredito
que ela vai fazer sucesso em Londres. É uma pintura de muita força, seus temas
são originais e estamos felizes de poder lançá-la no mundo ocidental.
CLASSE
MÉDIA ESTÁ ABERTA A EXPOSIÇÃO
Coletiva
de fotos Classe Média Brasileira, na Galeria de Fotografia da Funarte, no Rio de
Janeiro. A exposição consta de sessenta e quatro fotos de trinta e nove
fotógrafos de todo o Brasil.
A
escolher as fotos entre os 315 trabalhos recebidos, a comissão de trabalho,
formada pelos fotógrafos José Albano (CE), Juvenal Pereira (MA), Célio
Apolinário (MG) Miro (SP) e Zeka Araújo (Coordenador do Núcleo de Fotografia da
Funarte), se manifestou da seguinte maneira:
“Sabemos
que existe uma multiplicidade de conceitos sobre a classe média e, de início,
não havia entre a comissão de trabalho nenhum consenso, a priori, sobre o
assunto, que seria limitador das possibilidades de discussão. Ao escolher estas
fotos, acreditamos que a exposição poderá contribuir para esse debate a partir
de uma linguagem que á própria á fotografia”.
Durante
a inauguração da coletiva foi lançado Mostra de Fotografia n.º6, um catálogo
que reproduz, integralmente, a exposição. São os seguintes os fotógrafos que
têm seus trabalhos expostos na coletiva Classe Média Brasileira: Américo Vermelho, Ana Regina Nogueira, Antônio Saggese, Hilton Ribeiro, Benjamin
Rapson, Beto Felício, Carlos Agra, Carlos Roberto Oliveira Araújo da Silva,
Celso Guimarães, Claude Santos, Denis A. H. Carriére, Heitor Magaldi Filho,
Jafet Nacle Vieira, João Bosco, João Carlos Otta, José Guilherme C. Oliveira,
José Roberto Cecato, Luiz Alberto Zuñiga.
E
mais: Luiz Claudio Marigo, Luis Humberto, Marcelo Lartigue, Mário Barata,
Maurício Simonetti, Nair Benedicto, Milton Montenegro, Paulo Rubens Fonseca,
Pedro Agilson, René Victor Liviano, Ricardo Gakiya Kanashiro, Ricardo Malta,
Rogério Reis, Rômulo A. Campos, Rosa Alice Almeida de Salles, Sérgio Nascimento
Araújo, Sérgio Ebragia, Wagner Avancini, Walter Carvalho e Walter Ghelman.
A
Galeria de Fotografia da Funarte fica na Rua Araújo Porto Alegre, 80, centro,
aberta de 2.ª a 6.ª centro, aberta de 2.ª a 6º feira, das 10 ás 18 horas. A
exposição permanecerá até o dia 11 de julho.
A CHARGE DE NAILTON
Nailton é um jovem artista que vem trabalhando em arte-final e montagem nos jornais da Cidade para sobreviver, até que surja uma chance onde possa mostrar seu verdadeiro talento.É um batalhador incansável e, agora mesmo, está ultimando os trabalhos gráficos para lançar um livro de poemas. É um artista nato, que pinta, inclusive a óleo, trabalhos de qualidade. Publico esta charge pela sua qualidade e também para que os leitores desta coluna tomem conhecimento do talento de Nailton.
A CHARGE DE NAILTON
Nailton é um jovem artista que vem trabalhando em arte-final e montagem nos jornais da Cidade para sobreviver, até que surja uma chance onde possa mostrar seu verdadeiro talento.É um batalhador incansável e, agora mesmo, está ultimando os trabalhos gráficos para lançar um livro de poemas. É um artista nato, que pinta, inclusive a óleo, trabalhos de qualidade. Publico esta charge pela sua qualidade e também para que os leitores desta coluna tomem conhecimento do talento de Nailton.
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