OS NUS DE BELY SÃO BELOS E
SINGELOS
Mulher Com Cajus, aqui observamos o lirismo de sua obra |
Não
vou pintar casario aqui na Bahia porque existem muitos artistas baianos, que já
estão integrados com esta temática e fazem muito bem o seu trabalho. A minha
arte busca apenas um contato com o corpo humano, mostrando que não existe nada
de anormal em mostrar uma figura nua numa tela. O que é preciso é criar, e, o
nu feminino tem toda uma estética que ajuda muito a aceitação do trabalho
artístico. Assim fala Bely esta espanhola de nascimento e de cidadania francesa
que estará nos mostrando vários trabalhos na Galeria Grossman a partir do
próximo dia 18.
Ela
não precisa de modelos para trabalhar, embora de quando em vez recorra a
anatomia das mão e dos pés de suas duas filhas menores para conseguir formas
mais próximas do real. Bely não é apenas uma pintora de telas. Já trabalhou na
Europa em murais com seu mestre Vela Zanotti, quando fizeram os murais da
Igreja do Mercado e Colégio Leonés, ambos na Cidade de Leon, na França.
Não
faz nus masculinos “por uma questão de estética. Acho que a mulher tem mais
poesia nua em relação ao homem. Não é preconceito. Apenas um ponto de vista
fundamentado na estética. A mulher tem o corpo com formas ondulantes mais
suaves e se adapta a uma ambiência leve e colorida.
Bely ao lado de um de seus trabalhos na Grossman |
Ele
já morou no Peru, na Espanha, na França e agora na Bahia, Bely está fazendo uma
arte que deixa transparecer ambiência baiana, colorido e mesmo na própria
composição que serve para embelezar o trabalho.
É
verdade que os grandes mestres da pintura sempre fizeram nus, onde aparecem os
jogos de luz e sombra, as mulheres gordas e esguias deitadas ou não. Só que os
nus de Bely traduzem também uma beleza contemporânea com as mulheres
contornadas por flores, cajus, mangas e outros frutos que existem nesta Bahia
tropical.
VOCÊ
PODE GANHAR 15 MIL ELABORANDO O CARTAZ DO
V SALÃO UNIVERSITÁRIO
V SALÃO UNIVERSITÁRIO
Estão
abertas as inscrições para a escolha do cartaz do V Salão Nacional Universitário de
Artes Plásticas numa promoção da Fundação Nacional de Artes Plásticas
(Funarte), do Instituto Nacional de Artes Plásticas (INAP) e da Universidade
Federal da Bahia. Segundo informa o professor Ivo Vellame, este salão deverá
reunir uns 500 participantes e os prêmios são compensadores, além de proporcionar
o reconhecimento artísticos dos vencedores em todo o país, já que o salão será
divulgado em todas as organizações universitárias brasileiras.
Público
na íntegra o edital para que os universitários baianos, integrante de qualquer
unidade universitária, possam participar desta promoção, realizando bons
projetos para o cartaz que servirá para a divulgação do V Salão Nacional
Universitário de Artes Plásticas. Eis o edital:
EDITAL
DE REGULAMENTO
1.- Visando julgar o V Salão Nacional de Artes Plásticas a realizar-se no mês de outubro, a Funarte e a UFBa. Promovem o presente concurso.
2.-
O prêmio único é de CR$15.000,00 (quinze mil cruzeiros) e será conferido ao
melhor trabalho.
3.-poderão
concorrer, única e exclusivamente, estudantes universitários.
4.-
Somente concorrerão ao prêmio, os trabalhos executados dentro das
especificações seguintes: dimensões: 62x44cm; números de cores até 3(três);
dizeres: V Salão Nacional universitário de Artes Plásticas; 3 a 31 de outubro de 1980-
Salvador-Bahia; Ministério da Educação e Cultura, Fundação Nacional de Arte,
Instituto Nacional de Artes Plásticas, Universidade Federal da Bahia.
5.-A
inscrição dar-se á no ato das entregas dos trabalhos, devendo os originais ser
encaminhados à Coordenação Central de Extensão, Av. Araújo Pinho n.º32 Canela,
até às 17 horas do dia 05 de maio.
6.-
Os originais, 2 (dois) no máximo, deverão estar sob pseudônimo e acompanhados
de sobrecarta identificadora, fechada, em cujo exterior se ache repetido o
pseudônimo do concorrente e no interior, além do papel contendo o nome
verdadeiro, o endereço do concorrente, o número de matrícula e o curso que está
realizando.
7.-Findo
o prazo de inscrição, os trabalhos serão encaminhados à comissão julgadora para
apreciação e julgamento, através de processo por ela adotado.
8.-
A Comissão Julgadora será constituída do diretor da Escola de Belas Artes da
UFBa., pelo coordenador de Extensão da UFBa., e do coordenador, do V Salão
Nacional de Universitário de Artes Plásticas.
9.-No
tocante aos processos e critérios adotados pela comissão para julgamento e
classificação dos trabalhos, A mesma será soberana, não cabendo qualquer
recurso ou reclamações dos concorrentes.
10.-
A decisão final da Comissão Julgadora deverá ser justificada em relatório,
sendo divulgada no dia 09 de maio.
11.-O
concorrente premiado se compromete a acompanhar a execução do seu trabalho.
12.-
O não cumprimento por parte dos concorrentes, do presente regulamento,
implicará na desclassificação dos mesmos. Os casos omissos neste regulamento
serão resolvidos pela Comissão Organizadora do V. Salão Nacional Universitário
de Artes Plásticas.
ROSTOS
E FLORES DE SÉ CORSARI
Rostos
que surgem na penumbra, flores de intenso brilho tropical e paisagens em
seqüência geométricas, compõem as trinta e duas telas que Sé Corsari está
expondo na Galeria Portal, em
São Paulo.
Italiano
de Sardinha, Sérgio Corrias (seu verdadeiro nome) chegou ao Brasil em 1949.
Começou a retratar a mulher brasileira, que para ele”concentra toda a beleza,
felicidade e amor”, logo depois de chegar a nosso país. Atraído pelas coisas e
pela gente brasileira, sé Corsari consegue transportar para suas telas, usando
apenas espátulas, a beleza de nossas paisagens, do casario e também das flores.
Nos retratos, emprega um limitado número de cores: brancas, pretas, cinzas e
marrons em várias intensidades. Esta simplicidade policrômica lhe permite
concentrar a atenção sobre a figura em si, delineando o traço impressionista de
sua arte.
Suas
telas são, portanto, inspiradas na beleza brasileira. É, vamos assim dizer, a
interpretação de um italiano que chega e fica extasiado com tudo que existe
neste país dourado por um sol tropical. E, na sua interpretação, consegue uma
autêntica aproximação harmônica das tonalidades cromáticas, vivas ou suaves, audazes
ou místicas, com as modulações dadas por suas espátulas.
Sé
Corsati retornou em 1960 à Itália, onde realizou algumas exposições, inclusive
em outros países da Europa. Volta ao Brasil em 1975, fixando-se em São Paulo. Ele
acredita que a pintura brasileira é muito fértil e que aqui existe uma
verdadeira “usina” de arte, isto e, uma produção de boa qualidade e bem extensa
e que, nas regiões Norte e Nordeste do país, a pintura é bem autêntica e não
foi atingida a pureza da imagem pela contaminação. Deseja maior intercâmbio
entre a pintura produzida aqui e fora do país, pois nossa pintura tem boa
aceitação no mercado internacional. Suas telas custam de 65 a 130 mil cruzeiros.
FOTÓGRAFOS
MEXICANOS JÁ EXPÕEM NO RIO
Como
primeiro resultado do intercâmbio cultural entre o Núcleo de Fotografia da
Funarte e o Consulado do México, foi inaugurada a Exposição de Fotógrafos
Mexicanos. A mostra conta de 81 trabalhos recolhidos pelo Museu de Arte Moderna
da Cidade do México e da qual participam quarenta e um fotógrafos
representativos da escola mexicana de fotografia.
Paralelo
à mostra são projetados filmes de curtas-metragens mexicanos, em 16mm, sob o
patrocínio da Cinemateca do MAM e da Direção Geral de Difusão Cultural da
Universidade Autônoma do México, em colaboração com o Núcleo de Cinema da
Funarte.
Com
esta exposição a Funarte lança ainda a Mostra de Fotografia n.º5 que reproduz,
integralmente, a coletiva dos fotógrafos mexicanos. No 2.º semestre o Núcleo de
Fotografia, continuando o programa de intercâmbio cultural com outros países,
pretende levar parte do seu acervo para mostras no México, Europa e Estados
Unidos.
A
Galeria de Fotografia da Funarte fica na Rua Araújo Porto Alegre, 80, no Centro
e permanece aberta de 2.ª a 6.º feira, das 10 às 18 horas.
CLASSE
MÉDIA BRASILEIRA
Das
315 fotos recebidas pelo Núcleo de Fotografia da Funarte, 64 foram selecionadas
para participar da coletiva Classe Média Brasileira que será realizada no
próximo mês de maio. Os fotógrafos Célio Apolinário (MG), José Albano (CE),
Juvenal Pereira (MA), Miro de Souza(SP) e Zeka Araújo (Rio) formaram a comissão
de trabalho para a escolha das fotos.
Dos
noventa e cinco fotógrafos profissionais e amadores que enviaram seus
trabalhos, estarão expondo na Galeria da Funarte, Américo Vermelho, Ana Regina
Nogueira, Antônio Saggesse/Hilton Ribeiro, Benjamim Rapson, Beto Felício,
Carlos Agra, Carlos Roberto Oliveira Araújo da Silva, Celso Guimarães, Claude Santos, Denis A. H. Carriére, Heitor Magaldi Filho, Jafet Nacle Vieira, João
Bosco, João Carlos Otta, José Guilherme C. Oliveira, José Roberto Cecato, Luís
Alberto Zuñiga, Luís Cláudio Marigo, Luís Humberto, Marcelo Lartigue, Mário Barata, Maurício Simonetti, Nair Benedicto, Milton Montenegro, Paulo Rubens
Fonseca, Pedro Aglison, René Victor Liviano, Ricardo Beliel, Ricardo Gakiya
Kanashiro, Ricardo Malta, Rogério Reis, Rômulo A. Campos, Rosa Alice Almeida do
Salles, Sérgio Nascimento Araújo, Sérgio Sbragia, Wagner Avancini, Walter
Carvalho e Walter Ghelman.
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