NASCEM AS OFICINAS DE TRABALHO NO
MAMB
Segundo
o Diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, Francisco Liberato, com o
funcionamento das Oficinas de Trabalho a instituição dará um importante passo para
atingir um dos seus principais objetivos, que é o de abrir campo para o
surgimento de novos conceitos artísticos, permitindo a integração de pessoal
jovem ainda sem acesso ao mercado das artes plásticas.
Na
primeira etapa de funcionamento das oficinas, que preencherá o espaço do
primeiro semestre deste ano, serão ministradas aulas de iniciação a gravura,
xilogravura, gravura em metal e serigrafia. A orientação será destinada a
iniciantes, que serão admitidos a partir de entrevistas, nas quais serão feitas
sondagens de talento e interesse dos candidatos.
ABERTURA
DE MERCADO
Foto recente de Francisco Liberato |
Outra
preocupação do diretor do MAMB é que as oficinas não sejam apenas um centro de
artesanato. A finalidade, segundo ele, vai muito além, pois a iniciativa visa
também a formação de nova mentalidade.
Para
tanto, a direção do Museu de Arte Moderna pretende promover, às terças-feiras,
exibições de audiovisuais, filmes e trabalhos realizados em outros centros,
permitindo aos iniciantes maior contato com experiências mais amadurecidas e já
sedimentadas dentro do processo evolutivo.
Estamos
também fazendo acordo com o Teatro Castro Alves para manter ali,
permanentemente,uma mostra dos trabalhos executados nas oficinas, como uma
forma de iniciar os novos artistas no mercado afirma Liberato.
A
orientação aos iniciantes será dada através de professores e monitores, além de
contato com artistas mais experientes, num intercâmbio que o diretor do MAMB
acredita que será proveitoso para ambas as partes.
As
primeiras sugestões para a organização das oficinas foram dadas por Juarez
paraíso, artista e professor de larga experiência, inclusive uma pessoa que
sempre se mostrou disposta e interessada em orientar e colaborar com as
gerações mais jovens.
Além
dos professores de cada um dos cursos, será feito rodízio com novos
orientadores, permitindo que os alunos mantenham contato com estilos,
tendências e técnicas variadas, enriquecendo dessa forma o aprendizado.
Segundo
Francisco Liberato, as Oficinas de Trabalho do Museu de Arte Moderna estarão,
também, com as portas abertas a artistas que desejam utilizar o equipamento
para a realização de seus trabalhos, desde quando estejam sintonizados com a
filosofia do MAMB.
Essa
será também, segundo ele, uma forma de permitir que os alunos travem contato
com técnicas mais aprimoradas, acrescentando novas experiências ao aprendizado.
A
experiência da primeira etapa do funcionamento das oficinas, servirá como
subsídio para suas novas fases, podendo, no próximo semestre, serem
introduzidas novas técnicas, a exemplo da confecção de marionetes e
representação de peças dentro desse estilo de teatro, num trabalho que unirá
artes plásticas e teatro.
Aliás,
segundo o Diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, um dos objetivos da
instituição é promover a integração de diversas manifestações artísticas,
possibilitando o encontro das artes e um trabalho global que beneficiará os
diversos setores.
O
CARNAVAL DO RIO ANTIGO NA VISÃO DO FOTÓGRAFO
AUGUSTO MALTA
Foto de Augusto Malta do carnaval do Rio |
O
Carnaval carioca de 1909 a
1932, na visão do fotógrafo Augusto Malta, em exposição individual da Galeria
de Fotografia da Funarte (Rua Araújo Porto Alegre, 80-Rio), reunindo 84 fotos
que retratam principalmente os corsos, ou seja, os grupos fantasiados que
percorriam a cidade em automóveis, lançando confetes e serpentinas
Aberta
de segunda a sexta, das 9:30 às 18h, a exposição faz parte do acero pessoal do
fotógrafo Augusto Malta (1864-1957) e foi cedida à Funarte pela Femurj / MIS para
integrar os eventos ligados ao período carnavalesco.
A
obra de Malta, calculada em cerca de 80
mil fotografias, representa hoje o mais valioso documento de memória da
evolução histórica, social, cultural, arquitetônica, artística e urbanística do
Rio, em meio século de vida.
Os
foliões de rua que Malta retratou são principalmente provenientes da classe
média, que formavam grupos fantasiados uniformemente, à maneira dos blocos, e
percorriam as ruas em marcha lenta sobre os automóveis. Essa forma carnavalesca
era encontrada principalmente na zona sul da cidade, na Avenida Rio branco e
adjacências, e desfrutava na época de enorme prestígio e apoio oficial.
Mostrando baianas, piratas, marinheiros, índios, pierrôs, etc., essas fotos, na
sua maioria posadas, revelam o luxo e um certo recatamento dos foliões da
classe média.
Segundo
o crítico Sérgio Cabral, “se alguma falha existe na maravilhosa obra de Augusto
Malta é a ausência de fotografias do Carnaval mais popular, realizado nos
subúrbios ou no centro da cidade (principalmente, na Praça Onze e no antigo
Largo de São Domingos).Ele
poderia ser na Fotografia o que foram, na literatura e no jornalismo,
escritores como Lima Barreto, João do Rio e Melo Morais."
Augusto
César Malta de Campos nasceu em
Paulo Afonso , Alagoas, a 14 de maio de 1864. Por força de
envolvimentos políticos durante os movimentos Abolicionistas, veio para o Rio
de Janeiro aos 24 anos, onde empregou-se como auxiliar de escrita e mais tarde
guarda-livros da Firma Leandro Martins.
Resolveu
depois tentar a sorte como comerciante de secos e molhados e vendedor de
fazendas, mas só fez acumular prejuízos.
O
OUTRO LADO DA FACE DE LICURGO
Explorando
uma nova fase que consiste em realçar expressões de um só lado da face humana,
o artista plástico baiano Licurgo prepara-se para mais uma exposição individual
em Salvador, no próximo mês. Recentemente ele presenteou o presidente da
República, general João Baptista Figueiredo, com um quadro contendo o rosto
sofrido de um nordestino (chapéu de couro e mandacaru).
Vale
dizer que Licurgo através dos seus trabalhos a óleo sobre tela aborda sempre
problemas sociais do Nordeste e as suas conseqüências. Nesta sua próxima
exposição, que ainda não tem lugar definido para sua realização, ele tentará
mostrar um problema por que passam os seus personagens e também, os artistas,
que, segundo ele, “são tão marginalizados como o homem do Nordeste: seja o
trabalhador ou o menor abandonado”.
E o 0utro Lado da Face, como intitula a sua próxima exposição, tentará
mostrar a coincidência das situações do artista e do homem do Nordeste. Para
Licurgo, “apesar do povo estar mais consciente da arte, a falta de apoio
prejudica o seu desenvolvimento”. Ele deverá estar mostrando em março cerca de
15 trabalhos pertencentes à fase de exploração de um só lado da face. E diz
está encontrando dificuldades com relação ao local em que pretende levá-los a
público “por falta de incentivo”. Logo após a exposição de março o artista
pretende preparar trabalhos sobre os problemas dos menores abandonados,
possíveis marginais de amanhã, no seu entender.
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