JORNAL A TARDE DOMINGO, 04 DE
MAIO DE 1980
Com
as obras em ritmo acelerado e voltando às suas atividades culturais, o Museu de
Arte Moderna do Rio de Janeiro vai receber uma das mais importantes doações, para
a reconstituição de seu acervo: dez quadros representativos dos mais
importantes pintores brasileiros da década de 70.
Segundo
o professor Simeão Leal, coordenador das atividades culturais do MAM, esta
doação é da maior importância para o museu, independentemente de sua expressão
como obra de arte. Trata-se, explicou, do primeiro movimento feito por uma
empresa privada para a criação do novo acervo do museu.
Para
o professor Simeão Leal esta doação, feita por intermédio da promoção – Destaques Hilton de Pintura – é um exemplo
que deve ser seguido por outras empresas. É necessário que as empresas privadas
se engajem na vida cultural do país.
Outro aspecto importante desta doação completa o professor Simeão leal – é que ela vem de encontro à filosofia da diretoria do MAM de dar prioridade à arte moderna brasileira. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro dará ênfase, primeiramente, aos pintores brasileiros, a nossa arte e ao nosso povo e a doação de quadros dos mais representativos pintores da década de 70 vem justamente desenvolver esta prioridade.
Outro aspecto importante desta doação completa o professor Simeão leal – é que ela vem de encontro à filosofia da diretoria do MAM de dar prioridade à arte moderna brasileira. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro dará ênfase, primeiramente, aos pintores brasileiros, a nossa arte e ao nosso povo e a doação de quadros dos mais representativos pintores da década de 70 vem justamente desenvolver esta prioridade.
A
promoção Destaque Hilton de Pintura tem o patrocínio da Companhia Souza Cruz e
o apoio da Funaarte e, através de uma comissão formada por críticos de arte de
todo o país, escolherá os dez pintores mais representativos da última década.
Participam
da comissão de seleção os críticos Antonio Bento, Alberto Beuttenmuller,
Cassimiro Xavier de Mendonça, Clarival do Prado Valadares, Jacob Klintowitz,
Maristela Tristão, Lélia Coelho Frota, Adalice Araújo., Walmir Ayalla e Alcídio
Mafra de Souza.
Os
nomes dos pintores serão anunciados no dia 5 de maio e a partir desta data uma
exposição itinerante percorrerá as principais cidades brasileiras,
encerrando-se no Rio de Janeiro no MAM, onde passará a fazer parte de seu
acervo.
MUSEU
DO FOLCLORE COM NOVO ESPAÇO NO CATETE
Com
a exposição Potes e Moringas e a apresentação de grupos de capoeira e violeiros
nos jardins do palácio do Catete, foi inaugurada a nova sede do Museu do
Folclore Edison Carneiro. Da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro.
Aqui vemos a criatividade das belas formas |
Situado
na Rua do Caeté, 179, permanecerá aberto ao público de 3ª a 6ª feiras . das 11
às 18 horas. As visitas com monitores poderão ser marcadas pelo telefone
245-3838.
Uma moringa de barro |
O
tema escolhido para esta primeira mostra Potes e Moringas, reúne exemplares de
vários estados, dando uma visão geral dessa produção artesanal. Cada peça não
representa apenas um objeto solitário com função específica, mas reflete também
uma dimensão de arte, um estilo, fixa um momento de emoção, revela uma criação
estética. Os aspectos utilitário e decorativo se conjugam, numa solução
harmoniosa e peculiar. As peças são de diversas regiões e mostram modelos que a
tradição, o contexto social, a matéria prima, os processos e a criatividade
reunidos elaboram para atendimento de uma necessidade específica – a vasilha
para água.
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO, DE DIERIC BOUTS
Londres
( UPI) – Uma pintura da Ressurreição de Cristo, feita pelo holandês Dieric
Bouts no século XV , foi vendida por 1,7 milhão de libras, maior preço pago por
uma obra leiloada pela Galeria Sotheby. O quadro de 87,5 por 70 centímetros , que
mostra Cristo emergindo de um sepulcro de mármore com a mão erguida, em sinal
de benção foi adquirido em nome do Museu Norton Simon, da Califórnia. A oferta
final do preço foi feita pela atriz norte-americana Jennifer Jones,, mulher do
milionário Norton Simon, dos Estados Unidos, que cobriu o lance da National
Gallery, de Londres.
A
obra, executada em têmpera sobre tela de linho è a segunda mais cara pintura
vendida em leilão, embora se acredite que muitas obras de arte tenham sido
negociadas particularmente a preços mais altos. O preço recorde de 2,3 milhões
de libras foi pago em 1970 por uma pintura de Velásquez, leiloada na Galeria
Christie.
A
Galeria Sotheby havia calculado em 200 mil libras o valor da “Ressurreição de
Cristo, mas um de seus porta-vozes explicou: “Era impossível estabelecer com
rigor o preço da obra, pois as pinturas de
Bouts aparecem muito raramente no mercado e esta achava-se em ótimo
estado”. O último quadro de Bouts, vendido em leilão, foi arrematado por 16 mil
libras em 1973. Especialistas em arte acredita que “a Ressurreição de Cristo”
faz parte dos cinco painéis de altar pintados por Bouts retratando a vida de
Cristo. O painel central, retratando a crucificação, acha-se exposto em
Bruxelase outro, mostrando o sepultamento, está na National Gallery, em
Londres.
NATUREZA
MORTA, DE FERRARI EM EXPOSIÇÃO
Nesta Natureza Morta percebe-se já o sólido sentido de organização da imagem que encaminharia, posteriormente, o artista a um compromisso mais afetivo com o construtivismo. Por outro lado, persistem os detalhes descritivos e uma qualidade ainda realista presente, no tratamento volumétrico e na cor.
Observa-se
que o pintor escolheu um ponto de vista muito próximo e acima dos objetos,
enquadrando na tela apenas o estritamento necessário à sua calculada
observação.
Ferrari
estudou artes decorativas, desenho e pintura no Liceu de Artes e Ofícios e na
Escola de Belas Artes de São Paulo, tem sido também aluno de Enrico Vio.
Realizou, durante algum tempo, decorações barrocas e mouriscas em palacetes paulistanos, enquanto se iniciava
na pintura, a partir do academismo.
Pertenceu
ao grupo Guanabara, de São Paulo, com Ianelli, Tomie, Fukushima e outros. A I
Bienal de S. Paulo, assim como a influência do Universalismo Construtivo, de
Torres Garcia, despertaram-no para o geometrismo construtivo. Lentamente, com
segurança, foi passando do figurativo para uma abstração geometrizada. Em 1975,
o Paço das Artes realizou retrospectiva de sua obra, que Mário Schemberg
considera das mais enriquecedoras das escolas de S. Paulo, pela sua beleza
cromática e estrutural. Theon Spanudis focaliza-o em seu trabalho
“Construtivistas Brasileiros”, de 1977.
YARA
PIA CONVERSO E SUA ARTE CONCEITUAL
“Ser
vivente do Planeta Terra. Participante deste momento histórico da transcrição
de uma visão antropocêntrica, onde o homem começa a perder a certeza de ser o
centro de tudo e de todos, para a certeza do encontro com uma realidade mais
real”. Assim se identifica Yara Pia Converso que fez, na Galeria Sérgio
Milliet, uma exposição de arte conceitual.
“Nesta
exposição, diz Yara, a verdadeira obra de arte é o homem aqui entendido como o
ser singular e inigualável, identificado consigo mesmo e com sua espécie”. Para
ela, a função do seu trabalho é tentar ser viva enquanto viva, tentar entender
este viver viva, tentar transmiti-lo e estimulá-lo.
“Os
trabalhos artísticos aqui representados gravuras, esculturas etc, ela continua,
“representam, simbolicamente, uma das formas possíveis de sintetização do
entendimento das relações, que ocorrem nas diversas etapas do processo de vir a
ser um homem, cujo fundamento básico consiste numa relação que estimula o
querer pelo viver, o prazer de ser, de estar, de colaborar. Estão ali não como
um fim mais como meio para diálogo.”
MAIS
UMA ESCOLA DE ARTE, EM SALVADOR
Rose
Guimarães e Graça Lúcia Azevedo, implantaram, na Barra à Rua Marquês de Caravelas,
585, salas 2-A e 4-A o Centro Integrado de Artes da Bahia.Com
o objetivo de promover cursos na área de Artes Plásticas, visando explorar a
criatividade artística, bem como ministrar técnicas e informar através de um
programa didático, palestras, exposições, para atender às necessidades
prioritárias dos alunos, no sentido de criar espontaneamente, desenvolvendo
assim, todo o potencial criativo real personalizado, individualmente, ou em grupo. Acreditando
que, “cada indivíduo tem uma fonte interior, que precisa ser explorada, e que,
a arte é um veículo de mensagens de dentro para fora e não de fora para dentro,
os dirigentes do Centro Integrado de Artes da Bahia mantém cursos de Decoração
Básica e Complementar, Pintura Livre, Tecido e Porcelana, Desenho Livre,
Tapeçaria, Criações Plásticas.
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