ARLINDO GOMES UM ESCULTOR QUE ENRIQUECE
A NATUREZA
O ato de pesquisar a natureza já soma pontos. Enquanto milhões de pessoas
vivem sentadas nos assentos de velozes carros pelas grandes metrópoles, outros,
poucos, buscam um contato maior com a natureza. Procuram encontrar a descobrir
a beleza que existe nos mares, nas florestas e nos campos. Vivem melhor, embora
aparentemente não, porque não dispõem dos sofisticados aparelhos domésticos e
não manejam computadores. Arlindo é uma dessas pessoas pacientes e
observadoras. Dos troncos inertes que encontra nas florestas e nos campos ele
faz vibrar a sua criatividade. Os galhos mortos renascem, ganham vida e força.
Parecem renascer para a eternidade talhados com maestria e ganha até uma
aparência de humano, encobertos por uma pele lisa e brilhante. Tudo nos faz crer
que renascidos poderão assistir a vitória do artista.
Calado
e recolhido em seu atelier num edifício no corredor da Vitória, o qual despeja
suas janelas e portas para a Baía de Todos os Santos ele vive e recria o seu
mundo de galhos e troncos retorcidos ou lisos. Humilde e bom. Um homem que
merece uma atenção maior de todos
aqueles que gostam e militam no mercado de arte.
Sua
exposição está na Galeria Cavalete, no Clube Baiano de Tênis até o próximo
três de dezembro.
DOIS
ESCULTORES
Seus
colegas Mário Cravo e Antônio Rebouças, também mestre na arte de talhar o
ferro, o bronze ou a madeira escreveram algumas palavras sobre a obra de
Arlindo Gomes as quais publico agora:
MÁRIO CRAVO
“Existem
pretendentes inúmeros à escultura, diríamos mesmo ao talhe-direto, porém
poucos conseguem o colóquio com o material eleito.
Progressivamente
tomo consciência de que poucos comportamentos de base definem a vocação do
artista.
Sem
um obsessivo relacionamento com a madeira, o escultor entalhador, não alcançará
o envolvimento com a matéria, e sem este, dificilmente poderá surgir experiências
sensoriais de maiores sutilezas.
Se
as mãos não se tornarem raízes, estas não serão redivivas, se do toque do
profundo amor não surgirem as “novas árvores”, por certo pouca vida
transmitirão.
Do
suor, da carícia, do “calo do amor” físico e espiritual nasce a aura, a
atmosfera da permanência e a vibração do ato criador.
Arlindo
Gomes trata as raízes com o toque mágico do perfeito amante, a dose de carinho
com curvas e fibras, cortes de envolvimento para evidenciar ritmos, domínio das
superfícies do lenho que readiquirem peles acetinadas, brilhantes e opacas.
Da
lição de dedicação coadunada com a permanência, brota magnífica lição do ofício
e é com respeito que parabenizo Arlindo, pelo gesto de sua contribuição humilde
e profundamente concisa, autodidata e exemplarmente universal."
ANTÔNIO REBOUÇAS
“Não
será inexata a classificação que estabelecer para o aprendizado de Arte, 4
categorias distintas:
A
primeira, abrangendo os primitivos e ingênuos onde a arte participa de uma
matriz atávica chegando a sugerir uma formação orgânica integrante do próprio
artista.
A
segunda, a dos artistas considerados autodidatas, aqueles que são os mestres de
si mesmos.
A
terceira, a dos artistas escolarizados, aqueles que, tudo que sabem, foi apreendido através das professoras de Arte!!!
A
quarta aqueles que se fizeram artistas, aprendendo arte com a natureza e neste
caso está Arlindo, procurando salvar na praia deserta ou na floresta
esquartejada pelo homem, aquele tronco no seu último suspiro.
Ele
faz, com a mesma emoção da criança e separa a sua boneca preferida, para
brincar com os seus amigos, e acrescenta aqui e ali, e às vezes em tudo, o
mistério da sua sensibilidade de artista, e assim, Arlindo, irmanado com os
segredos da vida se fez escultor! Provando ser verdadeira a tese que sustenta,
ser o artista, antes de tudo, um ser bom. Sobre o mérito de cada trabalho tem o
espectador o seu direito amplo de opinar."
ALBERY
E SEU VÔO CEGO NA MIRA DA LIBERDADE
Vinte
e cinco telas em óleo, sete desenhos, algumas cerâmicas e um só tema ligando
todos eles: o vôo livre. Essa é a exposição que Albery inaugurou, na Realidade
Galeria de Arte, Rio de Janeiro. A sensação de liberdade, essencial ao processo criativo,
o visual extremamente belo que o voar oferece são as explicações -se é que se
pode explicar para a homenagem ás asas, que o artista plástico rende nesta sua
9ª Exposição no Brasil desde que voltou de Paris, em 1978.
O Céu Sem Limites, nome escolhido para a mostra, além da não limitação espacial
sugerida, abrange também a não limitação a um único estilo ou técnica, apesar
de serem todas as peças do mesmo autor e do voo estar presente, de alguma
forma, em sua totalidade. Não é bem a inspiração através do espaço amplo que o
voo dá, é um estado de espírito favorável a descoberta de elementos que fazem
parte da própria criatividade.
Conseguir
sobreviver no Brasil como artista plástico é sabidamente difícil. Viver bem com
o produto da arte, mais difícil ainda Albery sobrevive e vive muito bem, seu
nome é conhecido nacional e internacionalmente. Não nega que tenha galgado
posições difíceis, em termos artísticos, no Brasil. Mas também não esconde as
muitas dificuldades iniciais, nem camufla sua história com lances de sortes e
acasos. “Foi tudo muito batalhado mesmo ", conta o artista, que ficou famoso por
retratar com um estilo muito próprio, os cabelos em formas de medusas,
serpentes e arabescos, as mulheres, principalmente da alta sociedade.
GRANDE
DESCOBERTA ARTÍSTICA EM MILÃO
Foi
o próprio Leonardo da Vinci quem pintou uma cópia da sua famosa obra A Virgem
da Rochas segundo afirmou o professor de Latin e Grego, Grazioso Sironi e um
jovem estudante chamado Arnaldo Ganda.
Encontraram-se
sinais de que Leonardo trabalhou não só sobre a versão original da citada obra,
mas que também de vez em quando, ela era levada para outro lugar onde Leonardo
e os seus colaboradores realizavam uma réplica.
Existem duas versões de A Virgem das Rochas de Leonardo, uma no Museu do Louvre de Paris e a outra na Galeria Nacional de Londres. Procedem da Igreja de São Francisco de Milão ( a maior dessa cidade depois do Duomo, catedral).
Existem duas versões de A Virgem das Rochas de Leonardo, uma no Museu do Louvre de Paris e a outra na Galeria Nacional de Londres. Procedem da Igreja de São Francisco de Milão ( a maior dessa cidade depois do Duomo, catedral).
Encontraram
no arquivo histórico de Milão, documentos datados de 18 de agosto de 1508 que
provam que a confraternidade da conceição (encarregado do pagamento da obra)
autorizava o seu translado da sede até uma câmara do convento ou uma capela,
por um período de quatro meses para facilitar o trabalho de Leonardo e do seu
grupo.
O
trabalho realizava-se sob as ordens de Leonardo e tinha como objetivo ser
vendido. O lucro foi de 820 liras imperiais mas não se pagou a recompensa
suplementar que havia sido perdida, mas sem uma quantia menor.
A
ROUPA DO POLÍTICO
Uma cena comum num palácio qualquer, em qualquer lugar. São velhos e moços que chegam do interior do estado para avistarem-se com o chefe. Para melhorar a aparência arranjam de véspera alguma roupa: paletó e gravata. Rumam para o palácio e lá recebem os últimos retoques dos amigos.
O
paletó geralmente é maior, a camisa e a gravata não combinam com a roupa, mas
não importa. Acham que estão bem e cruzam garbosamente as salas e salões do
palácio para falar com o chefe, trazendo ao peito a segurança que serão bem
recebidos, porque votos não lhe faltam. Alceu Tamer, fotógrafo arguto flagrou
estes dois políticos ajeitando-se minutos antes do encontro “histórico”. Uma
cena comum para muitos palacianos, porém gloriosa, para os tabaréus. No alto,
um homem petrificado com suas vestes impecáveis assiste o desenrolar desta cena
engraçada e patética. É preciso cuidar da aparência, mas principalmente do
espírito, da consciência e enxergar adiante. Muitas vezes o chefe não está
com a razão e esconde seu poder coisas que é preciso saber.
Mas,
ao tabaréu não interessa nada disto a fórmula de sua vida acostumada com a seca
tenaz, com a chuva que provoca também seus estragos, reza e clama por Deus.
Acredita também em inverdades ditas com empostação. A verdade é para ele quase
cega, provinda de um bilhete para uma autoridade inferior ou de uma ordem a ser
cumprida no interior. Saído dos lugarejos empoeirados, só pode coitado ficar
envaidecido com os pisos brilhantes e escorregadios dos palácios...
Nenhum comentário:
Postar um comentário