JORNAL A TARDE, SALVADOR, SEGUNDA-FEIRA, 04 DE JANEIRO DE 1988
AS PREVISÕES INFALÍVEIS DO
CARTUNISTA PAULO SERRA
Nesta guerrinha particular entre eles e o sistema quem dança é sempre o trabalhador que paga Imposto de Renda caro na
fonte e ainda por cima é supertaxado com impostos compulsórios e outras
maneiras absurdas que os salvadores da economia invertam.
Acabamos
o ano com quase 400% de inflação, estamos correndo para alcançar a
super inflação e assim Paulo Serra capta essas idiotices dos tecnocratas e
bisonhos governantes, que , aliás, não estão instalados apenas na área federal,
mas em todas as áreas da administração pública. É uma doença generalizada de
corrupção, de desmandos e incompetência e a gente vai perdendo até o brio de se
dizer brasileiro. Mas, vamos ter um pouco de esperança, não nos homens, que
estão por aí, desmanchando, mas neste brasilzão imenso que é rico, forte e
resistente ao ataque de toda esta gentalha. Vejamos o que diz o nosso Paulo
Serra, com suas previsões infalíveis.
As Diretas vão tomar corpo.Renascerá a esperança,mas infelizmente vão aparecer novas caras e os problemas continuarão sem solução. |
GILSON
CAVALGA SEU PÉGASOS EM BUSCA DO
TRIDIMENSIONAL
Andar
calmo, fala mansa e uma figura forte. Lembra um desses artistas africanos. Se
tentássemos adivinhar iríamos logo no caminho mais fácil, afirmando que é um
cantor de reggae. Nada disto. O nosso personagem é baiano e mora no bairro
popular de Pau da Lima, onde com grande dificuldade vai esculpindo suas
figuras, ora mitológicas, ora próximas de nós. Com 33 anos, Gilson vai criando
o seu mundo escultórico com a força que sai da própria raiz da cultura milenar
de seus antepassados.
Trabalha
com imensas placas de pau d´arco, pesadas, e que exigem muito esforço físico do
artista. Para se ter uma idéia do que afirmo ele trabalhou durante três meses
numa placa que pesava quase 400 quilos. Depois de pronta ficou com 250 quilos!
É um Pégasos, aquele cavalo alado, nascido do sangue de Medusa, morta por
Perseu, aquele mesmo cavalo que serviu de montaria a Perseu, Belerofonte e
Zeus. Foi com o seu coice firme no Hélicon que fez jorrar a fonte Hipocrene.
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