JORNAL A TARDE, SALVADOR ,
SÁBADO, 26 DE ABRIL DE 1975
Já pedi desculpas pessoalmente ao
gravador Calasans Neto e agora estendo-as aos leitores desta coluna por um
equivoco ocorrido sábado passado quando a fotografia de uma igreja foi
inserida com uma legenda indicando ser uma gravura do álbum Do Jazz. Na
realidade houve uma troca de fotolitos na hora da montagem, que independeu da
vontade da colunista, já que este serviço é feito por outras pessoas. Esta é a
gravura que deveria ter sido publicada.
FEIRENSES NO INSTITUTO GOETHE
Obra atual do artista Juraci Dórea |
Já o pintor Joaquim Nabuco é
conhecido dos baianos tendo participado do 1º.Salão de Jovens Artistas do
Nordeste, no Teatro Castro Alves e é estudante de arquitetura.
Antônio Brasileiro desde os 18
anos que está voltado às artes plásticas mais deliberadamente decidiu não
realizar qualquer exposição de seus trabalhos, o que faz agora. É conhecido
poeta e fez parte do grupo de arte que existia na antiga Faculdade de
Filosofia, na Joana Angélica quando estudava Ciências Sociais. Daí porque o seu
nome é mais associado à Literatura, em especial à poesia e ao movimento
processado em torno da Revista Serial, por ele dirigida, que enfeixou em suas
páginas nomes de jovens poetas baianos.
O quarto membro do grupo é Juraci
Dórea que também já expôs em Salvador na Galeria Usis, em 1965.
É diplomado em arquitetura e já
fez várias exposições em Feira de Santana. Finalmente, o último é o Pedro
Roberto que ingressou em 1971 na Escola de Belas Artes já tendo realizado
exposições em Feira, Aracaju e Natal.
PEDRO AMORIM
O
artista Pedro Amorim foi escolhido entre os tapeceiros baianos para
representar a Bahia na Abertura Artes Plásticas 75, no Ciesa Show Room, em Santa Catarina.
Esta exposição reuniu vinte e quatro artistas de Santa
Catarina; três do Paraná: Fernando Veloso, Renato Good Camargo e Suzana
Villela, Marcelo Grassman, de São Paulo e Pedro Amorim, da Bahia, que levou 17
tapetes sobre a temática baiana. A exposição começou em fins do mês de março
passado e se prolongará até o final do corrente mês.
PAISAGENS AMERICANAS
Foi inaugurado no último dia 25,
na Mini Galeria Acbeu, uma exposição de trabalhos do arquiteto Sylvio de
Vasconcelos. São desenhos de paisagens americanas. O arquiteto e humanista
mineiro é o autor de obras sobre a arquitetura colonial brasileira e
latino-americana. Reside atualmente nos Estados Unidos dedicando-se ao desenho
do cenário urbano norte-americano. Segundo Clarival Prado Valadares sua arte é
capaz de revelar através de despojado linearismo, e texto lírico da paisagem
humana de um outro país. Estão expostos 31 trabalhos em preto e branco em sua
maioria versando sobre a cidade de Washington e seus arredores, que, para o
artista, mostram a despeito de aparências e circunstâncias distintas, que sôo
todos irmãos na invenção das belezas que nos cercam, qualquer que seja o país
em que nascemos.
DEZ DE BERLIM
Obra de Karl-Heinz Denning integrante da exposição Dez de Berlim,no Mam-Rio |
Esta mostra nos apresenta a
imagem da arte alemã contemporânea e é uma promoção do Consulado Geral da
República Federal da Alemanha e do Instituto Cultural Brasil-Alemanha e ficará
aberta até o dia 18 de maio próximo.
Participam da mostra: Gerd Van
Dülmen, Bernd Koberling, Paul Uwe Dreyer, Eugen Schonebeck, Hermann Albert,
Markus Lüpertz, Jürgen Waller, Karl Horst Hodickem, Max G. Kaminski e Karl-Heinz
Dening.
THOMAZ IANELLI EXPÕE 31 ÓLEOS E 8 DESENHOS
Foto foi feita pouco antes de sua morte ocorrida em 2001. |
Thomaz pintava barcos pousados em
mansas águas e depois flores em transparentes vasos, paredes e muros repletos
de inscrições em meio a rostos e restos de figuras. Uma pintura de elaboração
semelhante à infantil mas que na realidade é resultado de muita técnica e
conhecimento do desenho. Seu mundo interior é projetado por entre figuras
geométricas molemente riscadas.
Assim surgem meninos empinando
fragmentadas pipas, longos palhaços em número de equilibrismo, gordas mulheres
em atitude de contemplação, barracas, guarda sóis e bolsas facetadas.
Sua pintura é envolta numa carga
poética e de fantasia do mundo infantil. Notamos ainda o contraste entre as
cores, embora quase sempre leves. As figuras são separadas dentro da composição
em vários planos. É um trabalho que pode ser considerado como do grupo dos
ingênuos que tem em Paul
Klee um de seus expoentes.
Paulista de nascimento Thomaz
Ianelli iniciou-se na arte publicitária em princípios de 1950, abandonando-a em
1957 para dedicar-se exclusivamente á pintura..Sua participação oficial em
salões de arte moderna em
São Paulo e Rio de Janeiro deu-se em 1958.
O trabalho de Ianelli convence
pela coerência embora ingênua. Ela representa uma maneira amadurecida e
determinada de rever a infância.
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