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terça-feira, 25 de junho de 2013

ÂNGELO DE AQUINO

JORNAL A TARDE, SALVADOR,  SÁBADO, 15 DE OUTUBRO DE 1977


 Ângelo Aquino pintor abstrato, que vem fazendo uma série de experiências estará expondo de 14 a 28 deste mês na Galeria da Pousada Convento do Carmo. São 12 trabalhos.
Ele é contra premiações por acreditar que " elas são, sempre, um processo político." Na sua opinião o momento é difícil para as artes, no Brasil, uma vez que a coisa tem sido colocada de maneira deturpada, com pessoas incompetentes dominado o mercado de arte.
Participando de exposições desde 65 com 16 individuais e mais de uma centena de coletivas e já tendo apresentado seus trabalhos em cerca de 10 países, inclusive, Estados Unidos, Alemanha, França, Itália e Argentina, o mineiro/carioca Ângelo Aquino revelou que desde 68 deixou de participar de salões, acentuando que só faz exposição dentro de um processo que ele acredita.
Foto recente ( Google) do artista com obra de sua autoria

I BIENAL

Depois de lembrar sua participação na I Bienal de Artes Plásticas realizadas em Salvador, quando expôs três trabalhos, Aquino disse em matéria de arte a coisa está sendo colocada de maneira muito deturpada, no Brasil, com pessoas incompetentes dominando o mercado de arte, e querendo transformá-lo num verdadeiro mercado imobiliário.
Ângelo Aquino entretanto, acredita que para tentar uma moralização do mercado e da colocação do artista como um verdadeiro profissional, já foi criada, e já está devidamente registrada, a Fundação Brasileira de Artistas Plásticos. Uma comissão organizadora, trata do assunto, enquanto não se elege a primeira diretoria. Com esta entidade funcionando plenamente, observou, o artista, no Brasil terá amparo e deixará de ser marginal.
Para ele já se pode viver exclusivamente da arte, no Brasil, sem se Corromper, citando o seu caso, que há dois anos vive só de pintar. Sobre os críticos ele acha que a maioria é de gente honesta, que está sempre ao lado do artista. Por fim afirmou que respeita vários nomes nas artes plásticas, mas citaria entre os maiores Hélio Oiticica, que vive, hoje, nos Estados Unidos e Sérgio Camargo. Na Bahia admira Fernando Coelho, Calasans Neto e muitos outros.

PINTURAS E DESENHOS DE ERALDO MOTTA

Recentemente contemplado com duas premiações 2º Prêmio de Desenho no I Salão Carioca de Arte e Prêmio de Aquisição no I Salão da Ferrovia, Eraldo Motta inaugurou, uma nova exposição individual de desenhos e pinturas na Galeria Morada Rua Visconde de Pirajá, 234-Ipanema.
Carioca de nascimento, Eraldo Mota frequentou a Escola Nacional de Belas, na década de 60, diversificando a sua criação entre o desenho e a escultura. Com esses dois meios de expressão participou, dentre outros certames, do XVI Salão Nacional de Arte Moderna 1967. Concurso de Caixa-Petite Galerie, I Bienal da Bahia 1968, II Salão de Verão-MAM 1968 e III Concurso Nacional de Artes Plásticas de Goiás 1976.
Nesta sua nova exposição individual, a quarta de uma carreira iniciada em 1967, Eraldo Mota mostra trabalhos recentes de pinturas e desenhos figurativos, nos quais concentra-se numa temática: o ovo e suas implicações sócio-existenciais. A mostra permanecerá aberta até o dia  28 de outubro.

A ESFEREOGRÁFICA COMO INSTRUMENTO DA ARTE


Larry Francis Lebby, de Columbia, estado norte-americano da Carolina do Sul, sempre respondeu aos desafios. Um professor de arte disse-lhe, certa vez, que uma caneta esferográfica jamais se prestaria à criação de certos efeitos de luz e sombra se utilizada como instrumento de um artista. Hoje, um expressivo retrato do presidente Carter executado com uma esferográfica, encontra-se pendurado na Casa Branca.
O artista Larry F. Lebby
O Presidente elogiou o artista quando este lhe foi apresentado, dizendo com seu sorriso característico: a boca, no desenho, não é tão grande quanto a minha.
O auxiliar do Presidente, Jack Watson viu o retrato pela primeira vez de Geórgia inspirado em fotografias da campanha eleitoral do ano passado, e percebeu que o artista possuía um talento extraordinário. Watson pediu a Lebby que fizesse um retrato seu e hoje, tanto o do Presidente como dos outros trabalhos de Lebby figuram em seu escritório, na Casa Branca.
Um dos sete principais assessores do Presidente, espera obter para Lebby a oportunidade de retratá-lo ao vivo.
Este é o tipo de oportunidade que pode vir a ser muito importante para um artista, segundo Ann Jacob, em cuja galeria de Atlanta, na Geórgia, os trabalhos de Lebby são expostos e vendidos.
O elemento entre possuir uma grande habilidade e tornar-se famoso Chama-se sorte disse a proprietária da galeria.
Lebby é muito jovem tem apenas 26 anos é negro e é muito bom. Se tudo der certo na sua idade, tem grandes possibilidades de tornar-se um artista internacional. Acredito que ele tenha uma mensagem a transmitir aos artistas do mundo aos da África, em particular.
Ann Jacob desejaria que houvesse maior comunicação entre a cultura africana e os negros norte-americanos, diz ela, maior número de programas que levassem os negros norte-americanos a dispensar maior atenção ás suas origens culturais; elas encerram tantas belezas. Em sua opinião, Lebby poderia ser parte desta ponte; porém, o que quer que ele faça será estritamente norte-americano, pois ele é um artista norte-americano... entretanto, sua tradição é negra.
Uma viagem à África figura nos planos futuros de Lebby. Entrementes, por intermédio do museu em sua cidade natal e da galeria de Ann Jacob, ele tem se familiarizado com os trabalhos artísticos africanos das principais coleções norte-americanas, inclusive a de Wiliam e Robert Arnett.

  UMA NOVA GALERIA INCENTIVARÁ A ARTE

Com uma exposição coletiva reunindo telas de Jenner, Carybé, Floriano Teixeira, Carlos Bastos Fernando Coelho, Mirabeau, Cardoso e Silva e Adilson Santos, além de esculturas de Mário Cravo Júnior e Tatti Moreno, será inaugurada no próximo dia 21 a Galeria Grossman, pretendem mostrar não só valores artísticos já consagrados, como também lançar jovens artistas.
Localizada No Orixás Center, a nova Galeria já tem programada uma exposição denominada Jovens Artistas Baianos, e passará posteriormente a atender qualquer solicitação relacionada com o mundo das artes, dando aos seus apreciadores a oportunidade de apreciar os trabalhos de artistas do Sul.

PROGRAMAÇÃO

Segundo o escritor Jorge Amado, Leo Grossman é um proprietário de Galeria de arte destinado ao sucesso, uma vez que só ele seria capaz de reunir os mais famosos nomes ligados às artes baianas numa exposição inaugural, como ocorrerá da nova galeria baiana.
Além de já ter mantido contato com artistas do Sul para próximas exposições na Galeria Grossman, para o ano de 78 estão confirmadas exposições dos seguintes artistas plásticos: Francisco Rebolo, Aldemir Martins, Lazzarini, Martinho de Hero e Manabu Mabe.


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