JORNAL A TARDE, SALVADOR, SÁBADO, 05 DE
FEVEREIRO DE 1977
O DOCUMENTO DE ADELSON DO PRADO
O pintor Adelson do Prado trabalhando numa de suas telas |
Cada
vez que volta a Salvador Adelson fica impressionado com a afluência de gente de
todas as camadas sociais que senta nas barracas e toma cerveja. Tudo mesclado.
Nas cores das peles e dos vestidos e blusas extravagantes. É o baiano em pleno
verão, gozando das delícias deste País tropical. É nesta integração que Adelson
do Prado, filho de Vitória da Conquista encontra uma atmosfera capaz de dar
forças às suas raízes e continuar pintando suas telas ingênuas e belas.O
colorido das palmeiras, as pombas brancas, as mulatas e a exuberância do
casario colonial são ingredientes utilizados por este artista, que reside numa
metrópole e não perdeu a simplicidade de um primitivo. É verdade que a pintura
de Adelson sai do primitivo puro, bruto para torna-se uma pintura mais
cuidadosa, porém, a perspectiva não existem em seus trabalhos. A evolução é
fruto de uma produção artística que forçosamente dá ao artista maior
possibilidade de burilar as tintas e as formas. Mas, no fundo toda a atmosfera
traduzida em sua obra é primitiva.
Aliás
a própria figura de Adelson do Prado tem algo a ver com a sua pintura.A
maneira de ser e ver as coisas demonstram uma ingenuidade que é traduzida nas
linhas e composições plásticas por ele criadas.
Não
gostaria de ver um Adelson em outras fases
tão comuns aos iniciantes porque usa pintura já tem uma marca, uma
personalidade própria que a identificamos facilmente.
Saído
de Salvador vítima de sua ingenuidade e da maldade de alguns, estes artista
chegou ao Rio de Janeiro com a cara e a coragem e, hoje, é um nome respeitado
no setor. É evidente que temos que aplaudi-lo para que continue produzindo suas
telas, pois é um jovem que tem 33 anos de idade e muita coisa a fazer pela
frente. Espero que o Adelson volte sempre a Salvador para rever as nossas
festas e os tipos populares tão presentes em suas obras.
A
IDADE MÉDIA NAS QUARTAS-FEIRAS
Oleiro mostra sua arte medieval em Ruthin |
Durante
os meses de verão todas as quartas-feiras de junho a setembro o povo de Ruthin
relembra o seu passado com uma viagem no tempo, retornando á Idade Média.
Bandeiras esvoaçam nas ruas, os pubs ficam abertos o dia todo, e os lojistas,
os compradores e as crianças, todos eles vestidos com os coloridos trajes da
época, dançam, cantam e alegram os turistas que visitam a cidade, muitas vezes
apanhados desprevenidos.
Ruthin,
no Vale de Clwyd, apenas 22 milhões a oeste de Chester e a 198 milhas de Londres, é
uma das mais belas cidades históricas de Gales. O Castelo de Ruthin, construído
pela primeira vez no século XIII as casas em preto e branco, semi-revestidos de
madeira, as antigas e singulares estalagens, sem cortar as ruas estreitas e
tortuosas, são perfeitas lembranças dos laços que ainda prendem a cidade a era
medieval.
St. Peter's Square na cidade de Ruthin |
St.
Peter's Church, igreja do século XIV com um magnífico telhado de carvalho
presenteado pelo Rei Henrique VII, Natclwyd House, uma das mais belas casas de
cidade em Ruthin, e a Old Court House, onde agora está instalado o Banco
Nacional de Westminster, são edifícios com interessante história.
O
Castelo de RutHin, atualmente transformado em hotel de luxo com ótimos
restaurantes e bares, completa os festejos das quartas-feiras com seus
banquetes medievais. O jantar, com muito hidromel e vinho, tudo isso
acompanhado de divertimentos tradicionais galeses, custa a partir de $5.50 (CR$
100,00) por pessoa. A
hora
de carro do Parque Nacional até Ruthin, a apenas uma hora do parque Nacional de Snowdonia, constitui excelente
centro para se explorarem as colinas e os vales do norte de Gales. E dentro de
fácil alcance estão as estâncias marítimas de Rhyl e de Llandudno, e a
agradável cidade interiorana de Llangollen.
PAINEL
EMMA
VALLE- Com ambientação elaborada pela própria artista será inaugurada no
próximo dia 10 uma exposição de seus trabalhos no Museu de Arte Moderna da
Bahia, na Capela do Solar do Unhão. A mostra é
promovida pela Fundação Cultural do Estado da Bahia e permanecerá aberta
ao público até 10 de março próximo.Esta
mostra está sendo aguardada com muita expectativa a ambientação que a Emma
Valle vai preparar.
OBRA-PRIMA-
A Transfiguração de Cristo, obra-prima do pintor renascentista Rafael Sanzio, foi
recentemente restaurada e apresentada pelo diretor-geral dos Museus do
Vaticano, o brasileiro Redig Campos. A restauração durou quatro anos e um novo
sistema de alarme eletrônico de raios infra-vermelhos foi instalada para
protegê-la. O quadro mede 4,10m x 2,7m e foi pintado sobre madeira a pedido do
cardeal Júlio de Medicis para a catedral de Narbonne, na França. Foto da obra.
PRÉ-COLOMBIANA- Lá também as obras de arte estão sendo transferidas para outros países. Agora uma rara taça de prata pré-colombiana foi leiloada
AUTÊNTICOS
OU NÃO?- continua ainda a polêmica em torno de algumas telas atribuídas ao
pintor Di Cavalcanti. O critico Teixeira Leite afirma que são verdadeiras e
Edson Mota que são falsificadas. Dois nomes nacionais que agora entram em choque. Todos que
estão diretamente ou indiretamente interessados em arte aguardam com ansiedade
o desfecho do caso. Certamente dezenas de telas falsificadas vão aparecer já
que a morte de DI determinou o aumento
dos preços de suas telas.
PRÊMIO - A
Comissão Julgadora do Prêmio de ilustração dos originais do livro Veludinho, de
Maryha de Freitas Azevedo Pannunzio, vencedora do Prêmio INL de Literatura
Infantil de 1976, reuniu-se no Palácio da Cultura, no Rio de Janeiro, para
selecionar o melhor trabalho dentre as vinte concorrentes inscritos.
Integrada
pelo critico de arte Clarival do Prado Valladares, representando o Instituto
Nacional do Livro, Professora Ione Saldanha, indicada pela Fundação Nacional do
Livro Infantil e Juvenil, e pela autora do texto vitorioso, a Comissão decidiu,
por unanimidade, não conferir o prêmio, alegando que as ilustrações, em geral,
não apresentam compatibilidade com a faixa etária a que o livro se destina.
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