JORNAL A TARDE, SALVADOR, SEGUNDA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE 1989
LEONEL MATTOS EXPÕE PINTURAS NA GALERIA PRADO
Acabo
de receber mais um catálogo de uma exposição de Leonel Mattos. Desta vez será
na Galeria Paulo Prado, em
São Paulo , com uma bela apresentação do critico e poeta
Ferreira Gullar, que transcrevo pelas palavras do mestre do Poema Sujo Diz
Gullar Um sentido apurado das relações espaciais e a exploração sensível da
matéria pictórica são, a meu ver, os elementos fundamentais da pintura de
Leonel Mattos. Esses dois elementos se conjugam espaço e matéria na criação de
um universo específico, que é só pintura, nada mais. Orientando seus quadros na
busca de uma linguagem não conflitual, evita os contrastes de cor e as
composições exaltadas e assim nos oferece um espaço onde as tensões sutis e a
assimetria convergem para um equilíbrio estável, estimulante. E nesse espaço
sem barulho que as formas figuras? signos? Bailam esvoaçam.
Nas
telas da nova exposição deste baiano de Coaraci podemos destacar a sua evolução
em tratar a sua temática que está tendendo cada vez mais a fugir da figuração.
Notamos também uma evolução qualitativa, na medida em que ele já domina as suas
formas, que surgem espontaneamente d sua mente e agora, as secciona num jogo
cromático perfeito. Ficamos tentando identificar o que Leonel quer exprimir com
esta ou aquela forma.
É
um signo? Um objeto? Ficamos perplexos quando fazemos uma leitura e nos
deparamos com um título como o que identifica a obra da foto, Caminho de
Rebeca. A tela feita em tinta acrílica tem uma figuração semelhante a um
girassol, a uma semente germinando ou coisa que o valha. Ela se impõe não pelo
que pode representar para nós espectadores, acostumados a decifrar as forma que
nos são conhecidas. Mas, principalmente por ser pintura. Simplesmente pintura.
Uma pintura forte que nos encaminha pensar e fazer conjecturas sobre o que
realmente significa. É exatamente esta comunicação sensorial e inquietante que
brota da mente deste artista que aos poucos vem ganhando um lugar ao sol no tão
disputado mercado paulista.
Na
tela que tem o numero cinco que ele intitulou de Eu e Você, apresente dois
corações unidos por dois traços interrompidos, e outro, mais grosso. Nas bordas
da tela surgem pinceladas esbranquecidas, tendo como fundo um tom avermelhado.Os
que conhecem mais de perto Leonel poderão interpretar melhor esta sua mensagem,
que pode ser uma declaração de amor a sua esposa e também pintora Rogéria
Mattos. É apenas uma especulação, porque o que o artista deixa transparecer,
como diz Ferreira Gullar, e a sua opção preferencial pela pintura. Sua mostra
foi aberta na última quinta-feira.
PINTURAS
DE ROGER ROCHA NO MUSEU REGIONAL
Está
acontecendo no Museu regional de Feira de Santana, uma exposição individual do
artista plástico Roger Rocha que mostra 20 telas de sua mais recente fase. A
exposição foi aberta no dia 31 de março, com a presença de quase todos os
secretários municipais, sendo o prefeito Colbert Martins representado pelo
vice-prefeito e secretário da Educação, professor Luciano Ribeiro, Na mesma
data, no mesmo museu, aconteceu uma exposição coletiva de artistas feirenses
sendo, na ocasião, oferecido um coquetel pela Secretaria de Turismo de Feira de
Santana.
As
exposições comemoram os 22 anos do Museu Regional de Feira de Santana. A
exposição de Roger Rocha visa angariar recursos para a construção da sede e
teatro da Emproarte, projeto do arquiteto Raimundo Torres. As exposições
poderão ser visitadas no horário das 14 ás 17 horas e ás segundas-feiras das 8
ás 12 e das 14 as 17 horas.
AS
GRANDES MANCHETES VIBRAM E NOS EMOCIONAM
Inconscientemente,
muitas imagens surgem quase que do nada. Esta frase dita por Carlos Rodrigues
define um pouco a pintura que ora ele está fazendo. Diante da tela branca, de
preferência de bom tamanho, ele entra em êxtase manejando com habilidade o
pincel na construção de suas composições formadas por grandes manchas de tintas
com espaços definidos por traços escuros e incertos. Aí as figuras são
sugeridas, sugestionadas, mesmo delineadas para que o espectador possa
recompô-las visualmente.
Suas
figuras, na maioria dos casos, não estão explícitas, não estão prontas para
serem digeridas. É preciso um pouco de participação, se emocionar com a pujança
dos seus gestos e envolver-se na exposição de suas cores.
Quando
estou diante de uma tela de Carlos Rodrigues, sinto-me gratificado pelo
envolvimento que me proporciona e pela alegria que escancara através de suas
grandes manchas. As imagens brotam em meio a esta ambientação multicolorida,
muitas provêem do seu inconsciente como se fossem concebidas em momentos de
total dedicação aos sentimentos impalpáveis. Esta dominação do inconsciente e
da espontaneidade é uma marca muito presente nos artistas contemporâneos.
Despreocupados com os rótulos de transvanguardistas, pós ou não, eles vão
trilhando os caminhos das suas emoções em busca de uma simplificação da
pintura. Vejo acima de tudo na sua obra a pintura. O ato de pintar. A ação do
pincel bailando com sensualidade. Na tela intitulada Veleiros, Carlos Rodrigues
sugere velas que navegam num mar de profusão de cores, sendo que algumas estão
numa posição de difícil entendimento para os que apreciam o gosto da navegação.
Talvez eles busquem uma lógica, pronta e definida. O artista se dá ao direito
de não buscar lógicas, apenas pintar. Pintando é bastante e, sua arte se impõe
por ser pintura. A atitude que sempre observo nos salões das galerias de leigos
buscando interpretar as mensagens estampadas através das cores, dos traços e
combinações de claros e escuros faz parte do lúdico. Os que são capazes de
manipular algumas informações ou conhecimentos prévios dão interpretações mais
intelectualizadas, outros, simplesmente, ficam na periferia. Vêem apenas formas
triangulares nas velas,
SÉRGIO
RABINOVITZ É O DES
A
Escola de Belas Artes um
artista é homenageado. Ali tem destaque em Salvador com Exposição de Arte
Moderna, no Solar do Unhão do Estado de São Paulo promovido título. Atualmente,
o artista homenageado pela Escola de Belas Artes e Sérgio Rabinovitz, no início
grande artista do gesto e do signo antes
de conceituar a natureza. Nessa ordem
abstrata e orgânica conceitos, ele cria signos nervosos e alguns a semelhança e
cinzentas metrópoles não recorre as facilidades de e gestos criados, ele impõe uma espaço. Rabinovitz é um artista uma grande produção artística.
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