JORNAL A TARDE, SALVADOR,
SEGUNDA-FEIRA, 08 DE MAIO DE 1989
TRINTA AMIGOS DE ÂNGELO REUNIDOS
NO ESPELHO MEU
Aqui os amigos, o escritor João Ubaldo, os jornalistas Silvio Lamenha e Béu Machado |
Para
compor alguns espaços brancos deixados por Ângelo juntou-se o fornecedor-mor de
um líquido cheiroso e incolor. Um homem que mora no Quintal em plena cidade
grande. Encarregado por Baco de promover a alegria dos boêmios, e, esta dupla
Ângelo-Franco promete mexer com muita gente. Reuniu desta vez, apenas trinta
amigos, mas virão outros, porque a roda é muito grande, Ângelo ficou
encarregado com sua pena infalível de pinçar os detalhes mais salientes dos
rostos e corpos dos seus amigos, enquanto o Franco cuida de arrumá-los no
Espelho Meu, que fica na Rua Engenheiro Milton de Oliveira, 70, na Barra,
portanto,numa das travessas da Afonso Celso. A exposição das caricaturas feitas
por Ângelo Roberto de seus amigos estarão expostas dias 16 a 20 neste local. Depois
serão levadas em procissão, com direito a lavagem de escadaria, trio elétrico e
batucadas para o Quintal, aliás um local apropriado para abrigar esta roda de
amigos etílicos. Lá estarão Bel Machado, Bernard, Celso Cotrim, João Ubaldo
Ribeiro, Juarez Paraíso, Guido Guerra que só toma café sozinho, os irmãos
Espinheira, Gey, Ruy e Tuna, Pitu, Nilda Spencer, Clarindo Silva, Cyro de Matos,
Arnon Andrade, Alceu Pimentel, Domingos Leonelli, Ednaldo Santos, Fernandinho
Passos, Fred e Guilherme Souza Castro,
Sílvio Lamenha, que promete dar uns falsetes; Siri com sua câmera invisível, e
evidente, que o fornecedor Franco Barreto. Será um encontro memorável do traço
e do copo.
Mais três amigos:escritor Guido Guerra, a grande atriz Nilda Spencer e o Franco, do Quintal. |
ALEMÃES VÃO EXPOR SUAS CRIAÇÕES CONTEMPORÂNEAS
Colônia(INP)-Em
contrapartida a exposição Pintura Brasil Já, que desde o mês de setembro do
ano passado está percorrendo várias cidades da República Federal da Alemanha,
será organizada no próximo ano uma retrospectiva de artistas plásticos
contemporâneos alemães, a ser exibida em diferentes cidades brasileiras.
A
exposição de Arte Contemporânea Alemã no Brasil, em 1990 constitui o primeiro
capítulo de um amplo projeto de intercâmbio cultural. Ela mostrará trabalhos de
pintura e desenho e deverá ser o mais consistente possível, dando uma ideia da
complexidade da criação alemã. A sua realização já está confirmada no Museu de
Arte Moderna de São Paulo, prevendo-se ainda que deverá ser levada ao Palácio
das Artes de Belo Horizonte, ao Museu de Arte de Porto Alegre e, se possível,
ao novo Museu de Arte Moderna de Brasília, projetado por Oscar Niemeyer, e que
se encontra em fase final de construção.
Um
dos objetivos básicos da exposição a ser realizada no Brasil, segundo a opinião
de Paulo Herkenhoff, é oferecer um amplo panorama da criação artística atual da
República Federal da Alemanha, alterando a visão de arte alemã que se tem no
Brasil, e que está demasiado calçada na pintura dita nova selvagem. É preciso
mostrar que nem todos os artistas alemães estão influenciados pela herança do
expressionismo. Há artistas desenvolvendo as mais diversas tendências
estéticas, como o geometrismo e o formalismo, para citar apenas algumas.
Na
arte contemporânea não existem grandes divergências, é o que constata o
professor Wofgang Pleiffer. Seja em Tóquio, em Berlim ou no Rio de Janeiro
vamos encontrar as mesmas referências por detrás das preocupações estéticas de
cada artista. Talvez o que mais diferencie o artista brasileiro do alemão,
segundo assinalou o professor, é que este leva muito mais a sério o seu
trabalho.
Um
dos aspectos mais importantes que se pode observar à margem dos eventos
promovidos recentemente na República Federal da Alemanha, e destinados a
colocar ao alcance do público aspectos da cultura brasileira, é o interesse que
a arte brasileira tem despertado na Alemanha. Ao contrário dos Estados Unidos,
onde a difusão da arte brasileira restringe-se a um círculo de colecionadores
já familiarizados com a criação artística dos países latino-americanos, na
Alemanha as instituições oficiais, ao lado das galerias, tem desempenhado um
importante papel.
BAIANO
EXPÕE EM BREMEN, NA ALEMANHA
Divulgar
e ampliar seus limites de ação é a proposta do artista baiano Luiz Mário que
vai realizar uma exposição este mês dos seus mais recentes trabalhos na Galeria
do Hotel Bremen, na Alemanha. Ao todo são trinta obras em óleo sobre tela onde
mostra sua habilidade em trabalhar com vários temas, especialmente com a figura
humana.
Diz
o artista levando em conta que a exposição será realizada na Alemanha procurou
dar um enfoque brasileiro exprimindo em suas telas o Nordeste, um pouco de
Brasil, sem entretanto alterar a substância de minhas cores.
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