JUSSARA BRINCA COM SUAS
LEMBRANÇAS DIA DEZESSETE
Jussara e um dos trabalhos que serão expostos no Icba. |
São
desenhos feitos dentre dessa visão lúdica de Jussara que vai construindo seus
carros e suas estradas como um garoto que vibra com seu autorama.
Os
carros vão surgindo e deixando suas marcas no branco papel, enquanto Jussara
vai criando e determinando as suas rotas. Desenhos que lembram rodas-gigante,
carrosséis nos fazem recordar as músicas estridentes dos parques de diversões.
São fragmentos desta artista, que deixa transbordar também o seu espírito
maternal, uma coisa natural; já que Jussara está curtindo a gestação de seu
primeiro filho.
Suas
formas nos transmitem vibrações e parece que agente está vendo crianças
brincando de rodas, noites de Lua cheia, formas que se fecham, sons que
expandem. São momentos de um tempo que está ficando distante porque os jogos
eletrônicos e o vídeo vão aos poucos invadindo os lares e expulsando outras
brincadeiras e divertimentos mais puros. Tem-se ainda a sensação de diálogos e
o vozerio alegre de crianças correndo de um lado para o outro. Hoje essas
lembranças se confundem com a gestação de Jussara, e “é nesta fusão de coisas
que continuo imaginando, criando e brincando, só que dessa vez com o lápis e o
papel”. Diz Jussara que através das vibrações dos sons da música, percebe a
forma e a cor, tenta colocá-las no papel. Até mesmo dos seus sonhos nascem
formas que lembram coisas infantis e atualmente Jussara deixa também
transparecer através de seus trabalhos as suas raízes fincadas a esta terra.
“Vira, mexe e eis que aparecem em meu trabalho o dendê do acarajé que comemos e
cai na nossa roupa. E, é nesta mistura de cor, de raça e de tempero, que jogo o
índio e o negro em cartas de baralho, a mulher cansada de ser a rainha do lar, e querendo Iemanjá a Rainha
do mar.
Suas obras são fragmentos de lembranças da infância |
Nesta
sua viagem vai rompendo a estrada e nela olha atenta nas traseiras dos
caminhões onde se descortinam as mensagens e as formas puras da cultura
popular. São formas e mensagens sem uma preocupação intelectual maior, apenas é
o jeito simples e puro de enxergar o que lhes rodeiam. E por que estamos
falando em traseiras de caminhões?
Exatamente
para demonstrar que a atual fase de Jussara tem esta mesma pureza, embora seja
uma artista com formação universitária – Escola de Belas Artes -. A Cidade
grande, a metrópole e as informações acadêmicas não conseguiram - ainda bem –
apegar as lembranças de sua infância que agora brotaram com toda a força. Seus
atuais trabalhos em guache, lápis de cera, as colagens, enfim, obras que tem o
papel como suporte, nos dão esta sensação de um momento de lazer.um momento
lúdico onde você revive o passado com as cores do presente e as vibrações de um
futuro que parece promissor.
CENTENÁRIO
DE NASCIMENTO DE MANUEL BANDEIRA
As três mulheres de Araxá |
A propaganda da época |
QUADRO
DE FRANCISCO GOYA FICA NA ESPANHA
A obra Marquesa de Santa Cruz está atualmente exposta no Museu do Prado, em Madri. |
“É
um acordo muito satisfatório para ambas as partes”, afirmou na Inglaterra Lord Wimborne
que comprou há três anos o retrato da Marquesa de Santa Cruz, feito por
Francisco Goya em 1805, apenas , segundo disse como “investimento”.
A
Galeria Christie’s iria leiloar o quadro da marquesa e os especialistas esperavam que ele fosse vendido por um preço acima de doze milhões e cento e
cinqüenta mil dólares, que o Museu Getty , da Califórnia pagou no ano passado
por um quadro de Mantegna.
A
Espanha, no entanto, que há algum tempo vinha tentando recuperar o quadro em
poder de Lord Wimborne, se adiantou e fez um acordo em cima da hora. O Governo
espanhol chegou a entrar na Justiça para embargar a venda – o país tem uma
legislação rígida proibindo exportação das grandes obras de arte -,
argumentando que o Goya fora vendido ilegalmente através de documentos falsos.
Mas
hoje Lord Wimborne disse : - Estou muito feliz porque os documentos estavam
substancialmente corretos e satisfeito porque a exportação foi legal. Eu não
queria mais dois ou três anos de negociação e recriminações do Governo
espanhol”.
Por
sua vez, a Espanha,em nota formal, anunciou que “ a boa vontade recíproca permitiu um acordo passando o quadro de Goya a ser propriedade do Estado
espanhol”.
“Tratamos
de vender a pintura ao Governo espanhol nos últimos dezoito meses porém, as
conversações anteriores não chegavam a bom termo por causa do preço, explicou
Lord Wimborne .
O
caso ainda não havia sido decidido pela Justiça porém a aproximação do leilão,
clareou maravilhosamente as idéias”, afirmou J. A. Floyd, Chefe da Galeria
Christie’s.
“Este
quadro é um dos seis ou sete retratos mais importantes de Goya. Estou contente
e feliz porque agora será exposto ao público”, disse Lord Wimborne, não sem
antes explicar que obteve “ um lucro mínimo com a transação.
Para
tentar embargar a venda em leilão, o Governo espanhol entrou na Justiça inglesa
requisitando os documentos relativos a exportação do quadro. Com o acordo o
caso fica encerrado.
“Nunca
tentaram uma ação judicial na Espanha”, reclamou no entanto o ex-proprietário
da obra prima do pintor espanhol.
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