Translate

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

REGISTROS DE PASSAGENS DE SÉRGIO RABINOVITZ

Sérgio autografando meu exemplar de
Registros de Passagens.
Revi pessoalmente o pintor Sérgio Rabinovitz depois de alguns anos. Foi no lançamento de seu livro de Registros de Passagens , no último dia 13, na Galeria Paulo Darzé. A sala principal da galeria estava cheia de conhecidos frequentadores de vernissagens e deste tipo de evento cultural . A alegria era geral, enquanto Claudius Portugal  organizador do livro, e Sérgio autografavam os exemplares que foram distribuídos gratuitamente entre os presentes.
Tenho acompanhado a obra de Sérgio Rabinovitz desde a década de 70 quando ele retornou de uma bolsa de estudos nos Estados Unidos,onde chegou influenciado pelos grafites que via diariamente nas ruas de New York. Assim seus trabalhos iniciais tinham uma forte marca do gestual, de um grafismo vigoroso e moderno. O artista é de certa forma metódico naquilo que pretende realizar, e assim vai construindo uma obra coerente através dos anos.
Claudius e Sérgio na noite de autógrafos.
Ao folhear o livro encontramos cerca de 80 trabalhos em preto e branco onde ele capta a essência de momentos do que acontece nas praias, nas ruas,becos ,praças e mesmo nas casas de Salvador.São cenas do cotidiano desta cidade mágica como a puxada de rede, o vendedor de passarinho, as festas populares. Cada obra é uma crônica visual. As obras nos levam a imaginar a movimentação das pessoas, a alegria estampada em rostos negros marcados pelo sol e o salitre deste mar que banha a nossa costa.
Filho de músicos, inclusive seu pai Salomão Rabinovitz era solista da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia e por diversas vezes esteve comigo para divulgar seus concertos no jornal A Tarde, onde trabalhava. Porém, não sabia que Sérgio andou tocando flauta doce e até viajou pelo Brasil afora em suas apresentações musicais.
Frequentou os ateliês do saudoso Calazans Neto. e também de Mário Cravo. Diz Sérgio no depoimento a Claudius Portugal que no atelier de Calá "tive a pedra de toque para minha escolha colocando em minhas mãos alguns instrumentos de corte, de xilogravura, uma goiva, formões, mostrando como se cortava a madeira e me mandando para casa trabalhar e trazer o resultado". Já com Mário Cravo ele tem contato com a gravura em metal, a escultura em ferro, e ele "me ensina a ser capaz de minha arte".
O tradicional baba na praia
Em 1979 gradua-se bacharel em Artes Plásticas pela Cooper Union for the Advancement of Science and Arte, em New York. Foi exatamente no seu retorno que tivemos o primeiro contato quando ele me mostrou trabalhos que tinha feito sob a influência dos grafites que cobriam as paredes e muros da grande metrópole americana..
A puxada de rede na orla
de Salvador
Portanto, ao olhar estas obras integrantes do livro tive a impressão que Sérgio acabara de desembarcar num sonho onírico em nossa cidade, como aconteceu em Nova Iorque há vários anos.Sérgio  se delicia com as cenas urbanas desta magia miscigenada que encantam os olhos de todas as pessoas que têm alguma sensibilidade. Os traços são firmes, econômicos. Sim, porque com poucos traços e gestos ele compõe as paisagens que nos deixam reflexivos tentando preenche-las ou não  com  elementos presentes e ausentes.
Hora do passeio na Barra

Talvez , estivesse em momentos
contemplativos observando o vaivém das marés, o andar de lá pra cá das pessoas, enquanto a brisa refrescava o seu corpo.
Quero registrar que este livro foi editado com o patrocínio da Assembleia Legislativa, que vem fazendo um trabalho cultural digno de elogios com lançamentos de livros que enriquecem a cultura baiana.

domingo, 27 de novembro de 2016

OBRA DE TATTI MORENO REGISTRADA EM LIVRO

Ai está o Tatti com seu carro escultura que causou frenesi
na época quando trafegava pelas ruas de Salvador.
Ao folhear o livro A Arte de Tatti Moreno me transportei aos anos de 1960, quando tive o primeiro contato com ele ao ser designado pela Chefia de Reportagem do jornal A Tarde para fazer uma entrevista com um jovem artista que morava no bairro da Graça e teria feito uma escultura num carro. A pauta não dava maiores detalhes sobre o feito do artista, e tão pouco do seu autor.
Quando lá cheguei, encontrei um jovem  nu da cintura para cima , cabelos encaracolados, envolvido na garagem de sua casa com suas ferramentas de trabalho e ansioso em mostrar sua última criação. Foi aí que me surge um Fusca  transformado em escultura com cara de monstro e dentes afiados, nariz projetado e olhos grandes.
Tatti foi logo falando de sua expectativa de no domingo seguinte dar uma volta triunfal na Fonte Nova, na partida entre o Bahia e Vitória, garantia de casa cheia . Lembro que a volta foi rápida e que muitos torcedores nem perceberam do que se tratava, já que o foco era a partida entre  os maiores rivais do futebol baiano.E assim, aconteceu a apoteose do seu trabalho escultórico, que  atraía a curiosidade das pessoas quando saia pelas ruas de Salvador .
O artista teve algumas dificuldades para conseguir um documento da polícia de trânsito, que relutava em dar autorização para que aquele estranho carro circulasse pelas ruas da cidade.
Os comentários variavam. Uns diziam tratar-se de  extravagância de um playboy, outros apenas que era uma coisa estranha que andava. Evidente, que naquela época não se tinha à disposição o volume de informações que temos hoje , inclusive sobre uma obra de arte, e estava no auge as extravagâncias de alguns milionários como o Baby Pignatary, Jorginho Guinle, inclusive de alguns endinheirados baianos.
No meu acervo estão dois orixás
esculpidos por Tatti. Tenho preferência
por este Oxóssi de 60 cm.



Na parte traseira  de seu carro-escultura ele instalou uma fonte luminosa que jorrava água em até 2 metros de altura; na lataria fez algumas  máscaras, parte do capô se movia mostrando os  dentes dourados, e no lugar dos faróis os olhos se movimentavam. Tinha a cor preto e  dourado .
Era na verdade uma obra de arte, onde o artista fazia seu protesto contra a massificação do consumo através do automóvel. Imagine que a insipiente indústria automobilística estava apenas começando no Brasil e já assustava o Tatti, devido ao apego que as pessoas demonstravam, já naquela época, ao automóvel. Esta escultura depois foi participar de uma exposição do Rio de Janeiro e nunca mais soube do seu paradeiro.

Nos anos seguintes, passei a me interessar mais por arte e acompanhei a trajetória de Tatti, que a cada ano ganhava prestígio, e suas esculturas passaram a ser adquiridas por colecionadores daqui e de fora do Brasil. Hoje, um escultor consagrado, o Tatti continua com seu jeitão descontraído , sempre disposto a realizar novos trabalhos, fiel à sua temática calcada na arte afro-brasileira.Já esculpiu insetos, máscaras e totens. Porém, o seu forte são os Orixás.
A propósito para sua cidade criou àquelas belas e grandes esculturas representando os Orixás que estão no Dique do Tororó, local dedicado ao culto de Oxum, a Rainha das Águas Doces . Suas esculturas são referência, e mesmo uma atração turística a mais para os que nos visitam ,e até mesmo para os baianos que passam pelo local. Todos querem fazer uma foto, que fica bonita de qualquer ângulo que você focar.
As  esculturas de Tatti Moreno ressaltaram
mais ainda a beleza natural do Dique do Tororó.
São doze Orixás , sendo que oito ficam no espelho d'água -Oxalá,Oxum,Xangô,Yemanjá,Yansã,Ogum,
Logun- Edé e Nanã, e outras quatro , na terra que são Exu, Oxumaré,Ogun-Edé e Ossanha. São esculturas com sete metros de altura , em estrutura de ferro, revestida de fibra de vidro, polietileno, para evitar ferrugem. Estão dispostas em círculo, numa formação das cerimônias do candomblé.
Ele já tem muitas esculturas em áreas públicas e privadas em várias cidades e capitais brasileiras. Recentemente, fez aquela escultura de Jorge e Zélia Amado que está no bairro do Rio Vermelho.
Faço este registro com muita satisfação em ver o Tatti Moreno cada vez mais criativo, cada vez mais sua trajetória sendo festejada e, agora, eternizada neste belo trabalho de Claudius Portugal.

sábado, 15 de outubro de 2016

CARTA DOS ARTISTAS SOBRE MUSEUS

Proposta para os Museus de Arte.

Os museus de arte se destacam como instituições facilitadoras do desenvolvimento cultural e educacional, um espaço privilegiado de produção, reprodução e divulgação de conhecimento a serviço do pensamento crítico da sociedade e sua historia. Em particular os museus de arte tratam das artes visuais, como é o caso do Museu de Arte Moderna da Bahia, (MAM-BA) idealizado pela arquiteta Lina Bobardi para também ser um museu escola. Ao conciliar a arquitetura histórica com a intervenção interna, mesclar a preservação do antigo com as exigências contemporâneas indispensáveis a instalação de um museu, a arquiteta criou o que hoje é um espaço para reflexão cultural de reconhecimento nacional e internacional.
O Conceito atual de museu, com suas atividades socioculturais, lhe deu visibilidade, por assumir um importante e poderoso papel na economia e na credibilidade da imagem de uma cidade. Nas palavras de Mário Pedrosa no texto “Arte Experimental e Museus” publicado em 1960, diz ele: “ Diferente do antigo museu, do museu tradicional que guarda em suas salas as obras primas do passado, o de hoje é, sobretudo, uma casa de experiências.  É um para- laboratório . É dentro dele que se pode compreender o que se chama de arte experimental, de invenção”. Ou seja, uma arte que se relacione com a cidade de forma viva.

O MAM-BA faz parte desse novo conceito de museu.
Historicamente, mas, sobretudo pela natureza do objeto a que se dedica, que é o de implementar e difundir as artes visuais, é que  o Museu de Arte Moderna esteve sempre vinculado á fundação Cultural do Estado, instituição  com a qual fez o diálogo pertinente; o diálogo das linguagens Artísticas atuais.
No ano de 2003, no Governo Paulo Souto, os museus foram retirados da estrutura da Fundação Cultural do Estado da Bahia e incorporados ao IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia).

Nós Artistas Plásticos, abaixo assinados, em reunião no MAM-BA, (destacamos nessa oportunidade a presença de Chico Liberato, Diretor por 12 anos do museu) para discutirmos uma pauta que contemplava temas como Reforma do museu, Revitalização das Oficinas, Bienal da Bahia, Salões e Projetos Expositivos, sugerimos a discussão de um tema fundamental para a plena realização do MAM-BA, como de resto, dos museus de arte: a volta dos museus ao seu lugar de origem, ou seja, a Fundação Cultural do Estado da Bahia.  Esta reivindicação, há muito tem sido expressa pelos Artistas Visuais, às gestões anteriores do IPAC e da Secretaria Estadual de Cultura.
Depois de exaustiva discussão, nós artistas, pelo já exposto acima, e por compreendermos a natureza da Instituição IPAC como um órgão fundamental na preservação do patrimônio material e imaterial do Estado da Bahia, inclusive do sítio histórico do Solar do Unhão e por  considerarmos que o diálogo das linguagens, carece de uma interlocução que se afeiçoe à natureza dos museus de arte. Decidimos por levar o nosso pleito ao Exmo. Secretario de Cultura, Sr. Jorge Portugal e subsequentemente ao Exmo. Governador do Estado da Bahia, Dr. Rui Costa.

Imbuídos do espírito cooperativo, e do estrito desejo de colaborar com a gestão da cultura na Bahia, ao tempo em que manifestamos o nosso apreço ao IPAC, subescrevemos:

EDVALDO DE ASSIS E SEU MUNDO DE SIMPLICIDADE E GRANDEZA

Edvaldo Assis, hoje com 75 anos, e a beleza de suas obras
 Estamos vivendo num mundo digital de amores e relações fluidas que se dissipam num clic de uma tela de computador. Um mundo onde as relações entre as pessoas se transformam em imagens que nem são guardadas. Elas desaparecem na "nuvem,"como estão desaparecendo as amizades devido a distância, polarização de ideias e posições políticas ou sociais. Mas, longe deste mundo fervilhante e insensível gravitam outras pessoas que carregam em si aquele calor da amizade, aquela chama de criatividade , aquela calma que nos leva a pensar que ainda há salvação. Não a salvação divina, mas a salvação das coisas simples, salvação da amizade sincera, e aquela sensação e emoção quando as encontramos depois de algum tempo .
Este calor humano é uma característica forte neste homem simples de Santo Amaro da Purificação que constrói o seu mundo  em seu imenso atelier, cheio de salões repletos de livros, quadros e esculturas.
Senti que ele está deslocado do tempo e de lugar. Ao olhar os seus quadros onde retrata, dentro de sua visão pictórica impressionista a paisagem baiana, com seus casarios centenários, suas igrejas plantadas no alto dos morros, e outros prédios históricos, como o antigo e já desaparecido Mercado Modelo, Edvaldo de Assis apresenta-se como   um lutador que quer mostrar ao mundo que ele tem uma memória que precisa ser compartilhada e vivenciada por todos aqueles que se dispõem a perder um tempo, e fixar os olhos alguns minutos em uma de suas telas cheias de luz dos trópicos, o romantismo e a saudade do passado. Também  pinta cenas da atualidade com a luz e a mesma intensidade de suas cores bem distribuídas.
Lembro quando ele chegava a redação do Jornal A Tarde com seu jeito simples e envolto numa timidez que era difícil tirar algumas palavras de sua boca. Quando  perguntado mostrava uma tela que acabara de pintar, e a entrevista sempre ficava restrita por falta de maiores informações. 
O antigo ( já desaparecido) Mercado Modelo e os saveiros
Convidado para fazer o prefácio deste livro pelo amigo e colega Otto Freitas, revivi na mente as vezes que estive com Edvaldo Assis na redação do jornal, e também, em algumas vernissages. Sempre daquele seu jeito de interiorano tímido. Isto no meu entender lhe prejudicou de alguma forma, como também a falta de um agente, galerista ou marchand que talvez  pudesse levar com afinco e vigor as suas obras a colecionadores e galeristas de outros lugares. Sim, porque não existe só a arte das performances que se diluem no ar ou a arte contemporânea. dos grandes centros urbanos.
A arte que Edvaldo de Assis realiza é também da mais alta importância, e nós baianos somos pródigos em descartar artistas de valor. Lembro de Ivan Bastos, Reginaldo Bonfim e o próprio Carlos Bastos, Genaro de Carvalho , já falecidos, e outros que precisam ser melhores reconhecidos, lembrados e festejados com exposições retrospectivas, catálogos e livros. 
Em boa hora este livro sobre Edvaldo de Assis é lançado com ele ainda vivo  e produzindo para que fique ai registrado para a História da Arte da Bahia e que futuras gerações possam conhecer quem foi este artista que pintou as ruas , os casarões, as praias e tantos outros lugares de nossa terra.
Foi complicado encontrar o Edvaldo Assis. Primeiro,tive que solicitar a alguns amigos uma pista do seu telefone. Através do seu colega Leonel Mattos soube que ele seu atelier ficava no bairro da Saúde próximo a uma molduraria. Consegui o telefone da molduraria do Edvaldo ( não é o Assis) que me passou para uma filha, que tinha o telefone do Edvaldo Assis.Assim, pude falar com ele e marcar uma data para visitá-lo antes de escrever o prefácio. Queria sentir e saber como andava o personagem sobre quem iria escrever.
O pintor Edvaldo Assis em frente ao seu atelier na Saúde
Finalmente, nos encontramos . Fui recebido na porta do atelier, e após subir uma escada até o primeiro andar,  me vi diante de um imenso salão onde praticamente vive o Edvaldo Assis, transitando entre outros salões que se intercomunicam. Ali  passa o dia inteiro desenhando , pintando e conversando com os poucos amigos que o visitam. O local é na rua Júlio Barbuda, 4, bairro da Saúde, uma ladeira íngreme e tortuosa, onde não existe a possibilidade de você estacionar, porque sempre está completamente tomada de carros. As casas antigas do bairro da Saúde não possuem garagens e as pessoas estacionam onde conseguem uma vaga. 
Edvaldo de Assis embora mais velho continua o mesmo. Fala mansa, olhar triste e simples como um típico interiorano. Nascido em 1941, em Santo Amaro da Purificação, morou em Oliveira dos Campinhos e Nazaré do Jacuípe  acompanhando sua avó, com quem sempre tinha uma grande afinidade.Sua mãe claro, teve também um importante papel em sua vida, e fica emocionado quando lembra que ela faleceu há poucos meses.
Este menino pobre e sensível deixava de comprar brinquedos em troca de revistas como a O Cruzeiro, Manchete, gibis, e era fã do famoso caricaturista Péricles, com seu personagem O Amigo da Onça, que tanto sucesso fez nos anos 50 e 60.
Estudou na então Escola Agrícola em São Bento das Lages, em São Francisco do Conde. Depois veio trabalhar no jornal Diário de Notícias, do grupo dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand,  no setor de distribuição.
Uma visão parcial de um dos salões do seu atelier
com estante e quadros.
Lembra que foi o fotógrafo Oscar Freire de Carvalho que ao ver seus desenhos resolveu lhe levar ao Palácio da Aclamação para pedir uma bolsa de estudos para ele ao então governador Juracy Magalhães, que só depois da segunda tentativa conseguiram o contato. O governador Chamou seu auxiliar Josaphat Marinho e deu-lhe a incumbência de providenciar a bolsa de estudos. Foi assim que Edvaldo Assis foi estudar na antiga Escola de Belas Artes, que funcionava na 28 de setembro, no Centro Histórico. Lá ampliou seus horizontes e teve contatos com os mestres da pintura baiana como Réscala, Mendonça Filho dentre outros, o que lhe possibilitou continuar este caminho da pintura expressionista com traços acadêmicos.
Mas, a vida sempre foi muito difícil para Edvaldo Assis, que teve que largar a Escola de Belas Artes.  Lembra que o mestre Réscala reclamou de suas faltas e insistiu para que não largasse o curso. Mas, a situação financeira não permitiu. Como  fazia retratos a carvão para ajudar nas despesas foi observado pelo comerciante português Manoel Pinto, dono da loja Império das Louças, que ficava no Relógio de São Pedro, e iria abrir uma filial no bairro da Calçada. O português ficou tão entusiasmado com ele que foi falar com seu chefe no Diário de Notícias o José Muniz oferecendo vantagem  com salário melhor. Assim lá se vai o Edvaldo Assis trabalhar na filial do Império das Louças, na Calçada, e assim a distância, difícil de ser vencida naquela época, entre a Calçada e o Centro Histórico contribuiu para seu afastamento definitivo da Escola de Belas Artes.  Neste ínterim ele ainda fez uma incursão como desenhista pelos corredores da TV Itapoan, que pertencia ao grupo Diários Associados .
O conjunto do Solar do Unhão fixado na tela por
este artista impregnado de baianidade.
Depois de várias décadas pintando, sua vida ainda continua cheia de dificuldades com sua mulher doente e alguns filhos ainda dependendo do seu ofício de pintor. Também, os tempos mudaram. Os jornais impressos estão encolhendo, e aquele acolhimento que tinha de quando chegavam nas redações sendo recebido com respeito por mim, Aldo Tripodi ( recentemente falecido), e mesmo fora deste ambiente por  outras pessoas que apoiavam os artistas com suas reportagens e textos críticos, a exemplo do meu amigo professor Ivo Vellame, de saudosa memória. Haviam também galeristas como Jacy Brito, de O Cavalete , no Rio Vermelho, grande incentivadora que lançou  vários artistas emergentes , que que hoje estão ai vitoriosos no mercado de arte; Deraldo Lima, da Galeria  13, no Centro Histórico; Rag, na Bôca do Rio; Panorama Galeria de Arte, na Barra,  fundada em 1967, por Euler de Pereira Cardoso, que realizou dezenas de  exposições e contribuiu para a formação de muitos artistas, e antes  a Bazarte, que ficava no Politeama,de José de Almeida Castro que se transformou numa espécie de oficina para os artistas, graças ao espírito de mecenato de seu criador; e mais alguns,que promoviam encontros e exposições desses artistas, inclusive lançando muitos iniciantes no mercado, e os apoiando até que alcançassem voos mais altos.
Guardei para o fechamento deste pequeno texto esta frase de Edvaldo Assis que resume tudo que afirmo sobre o atual ambiente de trabalho e a dificuldade de divulgação das obras desses artistas: "Minha vida difícil, continua". Se você for ouvir outros artistas vai também constatar esta dificuldade.


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

OBRAS DE AMÍLCAR DE CASTRO EM SALVADOR

Obra de Amílcar de Castro onde ressai  forte gestual
A partir de 2 de dezembro os baianos poderão apreciar obras do escultor mineiro Amílcar de Castro , as quais permanecerão aqui até o dia 1º de outubro na Galeria Paulo Darzé, no Corredor da Vitória.
São 20 esculturas em madeira, ferro e aço corten além de 31 pinturas , sendo seis em papel e 25 sobre tela com a curadoria de Rodrigo Castro, que também assina o livro/catálogo quando diz que " Hoje ou em qualquer tempo, Amílcar de Castro sempre irá surpreender e preencher nosso olhar, nossa alma, com o inusitado, o novo, a arte pura de um mestre que, com sabedoria, empurrou o fim para um depois, mais e muito além do tempo. Possível apenas quando a vida e a arte, mutuamente atraídas, realizam o incomum, o raro e impensável”. 
Esta mostra é uma síntese de alguns períodos de criação do artista com a utilização de materiais diversos como suporte de sua arte forte e vibrante.Integrante do movimento neoconcreto Amílcar de Castro marcou presença no panorama das artes brasileiras . Teve um papel destacado quando da reforma do Jornal do Brasil elaborando a visualização gráfica, que na época chamava-se de diagramador.
Amílcar foi escultor,gravador,desenhista,diagramador, cenógrafo e professor de composição, escultura, desenho e teoria da forma na Faculdade de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais.
                                                                                                              

                                                                                       O ARTISTA
Amílcar de Castro com uma de suas esculturas


Nasceu em Paraisópolis, Minas Gerais, em 8 e junho de 1920, e veio a falecer em 22 de novembro de 2002, vítima de insuficiência cardíaca, após complicações decorrentes de uma angioplastia coronária.
Formado em Direito exerceu a advocacia , mas a arte exercia um fascínio que o levou a inscrever-se na Escola de Arquitetura e Belas Artes, onde frequentou o Curso Livre de Desenho de Pintura ministrado por Guignard e Escultura Figurativa com Franz Weissmam. Em 1952 muda-se para o Rio de Janeiro indo trabalhar como diagramador no Jornal do Brasil, que na época era um dos mais importantes jornais do país. Trabalhou também nas revistas Cigarra e Manchete,vindo a realizar o projeto gráfico do Jornal do Brasil, que revolucionou o visual dos periódicos brasileiros.
Sua primeira escultura foi apresentada na II Bienal de São Paulo, e em 1955  recebe o Prêmio de Escultura do Salão de Arte Moderna da Bahia.Participa das exposições do grupo concretista de São Paulo e Rio de Janeiro , Ganha vários prêmios .
Em Salvador participou em 1951 do III Salão Baiano de Belas Artes, e em 1955 recebeu o Prêmio de Escultura do Salão Nacional de Arte Moderna da Bahia, além de expor em coletivas e individuais .

          

               



terça-feira, 23 de agosto de 2016

DIRETOR DO MAM-BA ENTREGA CARGO

Zivé fez muito bem em
entregar o cargo de diretor
A prepotência mais uma vez sai vitoriosa. Já venho falando há algum tempo que a cultura na Bahia é relevada a um plano secundário . Agora, a vítima foi o Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM-BA que será palco de uma gravação de um programa de segunda linha da TV Globo chamado de Esquenta, que tem como apresentadora a Regina Casé. 
Todo museu ou outra instituição cultural qualquer  tem normas, que são traçadas visando a sua integridade, e principalmente, a funcionalidade. O MAM-BA tem um regulamento que determina que gravações , fotografias  e outras atividades semelhantes são sempre liberadas para às segundas-feiras, quando o museu está fechado à visitação pública . 
Acontece que a produção deste programa insistia que queria gravar na terça-feira , quando o museu está em funcionamento, o que não concordou o então diretor Zivé Giudice. Inconformados com a negativa os funcionários da estação de televisão foram até  o IPAC, e conseguiram uma "autorização" do diretor , o arquiteto João Carlos de Oliveira,  para realizar a filmagem na terça-feira. Inconformado Zivé entregou o cargo.
Este fato lamentável foi imediatamente repercutido no meio artístico baiano como um claro desrespeito não somente ao diretor do MAM-BA  mas, a todo segmento artístico da Bahia, que tem este museu como um ícone da nossa cultura.  
Zivé mesmo sem apoio e recursos vinha realizando um trabalho exemplar à frente do museu devido a seu tirocínio e ajuda de vários artistas, principalmente, os de sua geração.
O Secretário de Cultura , Jorge Portugal apoiou a decisão do diretor do IPAC, João Carlos atendendo à solicitação da produção do programa da TV Gobo que vai gravar nas instalações do Solar do Unhão. 
Tive conhecimento que recentemente um grupo de artistas se dirigiu à Secretaria da Cultura com o objetivo de entregar um documento reivindicando algumas ações com vistas a realização de salões de fotografias, artes plásticas , etc. Os artistas foram recebidos no balcão de informações por uma assessora e saíram de lá decepcionados.
Não consigo entender porquê os museus estão subordinados ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural  - IPAC, que foi criado para cuidar dos monumentos históricos da Bahia, e não para traçar políticas ou supervisionar museus . Enquanto isto, dezenas e dezenas de casarões e prédios históricos estão em ruínas ou degradados.


CARENTES

Os museus e outras instituições culturais baianas estão carentes de recursos porque o Governo do Estado não mostra sensibilidade para com a nossa cultura. Isto vem acontecendo há alguns anos , e agora piorou. A preocupação do momento são as eleições municipais, com vistas a apoiar novos candidatos  e reeleições de prefeitos, visando num futuro próximo apoio pra reeleição do atual governador.
Esta é a verdade pura e simples. O que assistimos são mutirões  de exames de motoristas  , assinaturas de contratos para novas obras,  e assim por diante, tudo visando as eleições. É como se diz no popular, não tem almoço grátis. 
Os nossos museus e outras instituições culturais não dispõem de qualquer recurso para funcionar. É quase um estado de mendicância, enquanto isto, a propaganda martelando de que tudo vai bem obrigado, ressoa nos quatro cantos da Bahia, em todas as estações de rádio e televisão. É quase um massacre publicitário a custos astronômicos.
Cultura não dá voto,infelizmente.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

ARTE DA CANTARIA SERÁ DEBATIDA EM SANTA LUZ-BA

O belo chafariz  representa a arte da cantaria
Uma exposição será aberta no próximo dia 2 de setembro na cidade de Santa Luz em homenagem a uma família de canteiros ( oficiais que trabalham com cantaria) . É a família Boaventura de Abreu que tem trabalhos espalhados por todo o nosso país. 
Lembro da minha infância quando chegaram os primeiros paralelepípedos vindos de Santa Luz para serem utilizados no calçamento das ruas de Ribeira do Pombal. Foi uma festa naquela época.
A arte da cantaria pode ser apreciada em nossas igrejas e casarões centenários que embelezam Salvador, e outras cidades históricas do país. Foram os portugueses que trouxeram  para cá, e graças a esta arte muitas construções centenárias mantem-se de pé, apesar dos maus tratos, e a falta de manutenção por parte de seus proprietários e do próprio governo, em todos os níveis : federal, estadual e municipal. 
Acabo de vir de Portugal e fiquei maravilhado com a conservação dos prédios na Lisboa antiga, a qual já foi vítima de um terrível terremoto em 1755, e foi reconstruída sob a liderança do Marquês de Pombal. Quase não se vê vestígio de destruição ou de casarões abandonados . 
Aqui se você desce pelas ladeiras da Montanha, Gameleira,Misericórdia  e Conceição parece que a cidade foi bombardeada. São dezenas e dezenas de casarões centenários em ruínas. 
Quando você chega na zona do Comércio e olha para o Elevador Lacerda vê vários desses casarões destruídos,no seu entorno, inclusive na rua onde está este monumento.
DIFICULDADE
Imagino a dificuldade dos escravos e operários  cortando  àqueles imensos blocos de pedra com instrumentos rudimentares, e depois transportando-os ladeira acima para colocar no local das paredes e muralhas. Os castelos e igrejas, muitas vezes estão localizados no alto dos morros.Isto dificultava mais ainda o trabalho. As carroças eram de rodas de madeira puxadas por animais, que sofriam  muito na realização deste trabalho.
Portanto, projetos como este realizado em Santa Luz são de fundamental importância para o resgate e melhor conhecimento desta arte pelas gerações atuais e futuras. É preciso valorizar esta arte que tanto contribuiu para que tenhamos em todos os cantos do mundo monumentos maravilhosos que até hoje são apreciados pelos visitantes, principalmente pelos mais sensíveis e  informados.
Para isto, temos que sensibilizar autoridades e educadores da região para que mostrem aos seus alunos esta arte milenar. Assim, surgirão novos canteiros, a exemplo dos membros da família Boaventura de Abreu, garantindo a perpetuação deste importante ofício .
Portanto, parabéns ao município de Santa Luz , especialmente a Manoelito Carneiro das Neves e Maria Amélia Silva Nascimento.
                                                               x-x-x-x-x-x

CANTEIRO ou CANTEL é o oficial que corta, desbasta e aparelha as pedras para a construção que irão constituir a cantaria. O termo tem origem no latim canthus. O vocábulo "canto", com o significado à época pré-romana de "pedra grande", consiste na pedra aparelhada para formar o ângulo de uma construção. Daí sua ampla utilização nos cunhais ou esquinas das edificações, arrematando o encontro de dois panos de paredes. ( Wikipédia)


sábado, 20 de agosto de 2016

MAM-BA MOSTRA SEU RICO ACERVO

                                                                         Foto Google
O baiano Rubem Valentim na 16ª Bienal de São Paulo, com
uma das peças do conjunto Templo de Oxalá,que está exposto

na Capela do Solar do Unhão.
Defendo que os dirigentes de instituições culturais da Bahia devem arregaçar as mangas e buscar através de ações junto à comunidade ou aos segmentos  diretamente interessados formas de realizar e melhorar suas gestões. Quero aqui parabenizar o artista plástico Zivé Gíudice  , que voltou a dirigir o Museu de Arte Moderna da Bahia -Mam-Ba , que funciona no belo casarão do Solar do Unhão. Ele vem montando algumas exposições do próprio acervo do museu, e também, chamando os artistas a colaborar com as Oficinas de Múltiplos , que sempre foram um ponto forte do museu.
Os museus e outras instituições culturais baianas estão carentes de recursos porque o Governo do Estado não mostra sensibilidade para com a nossa cultura. Isto vem acontecendo há alguns anos , e agora piorou. A preocupação do momento são as eleições municipais. 
Estive no Museu de Ciência e Tecnologia, e só na entrada, já dá para sentir a situação do museu com o mato tomando da cerca,  um velho outdoor enferrujado na entrada principal, ondulações na pista cheias de  poças d'água, e assim por diante. (Leia reportagem sobre a situação deste museu - Museus Abandonados em nosso país, 17 de maio deste ano ,neste blog).
Recentemente, visitei o Museu Calouste Kulbenkian, em Lisboa, e pude sentir a grandiosidade daquela instituição , que estava com um público grande em seus jardins e nas salas de exposição. Vi muitos turistas, e todos são obrigados a contribuir, como acontece com monumentos e museus que a gente visita fora do país. Aqui é gratuito e mesmo assim muitos baianos não visitam e não conhecem os  museus. 
Obra de Reinaldo Eckenberger

Portanto, você que mora em Salvador precisa visitar nossos museus. Passei uma tarde agradável e  renovadora no Mam-Ba onde pude visitar  exposições, que podem ser levadas para  qualquer museu do mundo, especialmente a chamada "40 Anos de Linguagem Contemporânea no Mam",  que ocupa o belo salão principal do Solar do Unhão, e a da Capela,que abriga o conjunto de obras "Templo de Oxalá", de Rubem Valentim.

Este salão do Solar do Unhão foi redesenhado pela saudosa arquiteta  Lina Bo Bardi, e ganhou  sua portentosa escada. Ali estão expostas obras do acervo do museu de autoria dos artistas : 
Gravura de J. Cunha na mostra PA
Chico Liberato,Juarez Paraíso, Edison da Luz, Juraci Dórea,Reinaldo Eckenberger, Sérgio Rabinovitz,Mário Cravo Neto,Vauluízio Bezerra ,Almandrade,Márcia Magno,Luis Tourinho,César Romero,Ramiro Bernabó, Bel Borba, Guache Marques, Zivé Giudice, Florival Oliveira, Justino Marinho,J.Cunha,Dicinho,Celeste Almeida,Murilo Ribeiro, Leonel Mattos,Caetano Dias, Ayrson Heráclito, Paulo Pereira, Márcio Lima, Pico Garcez, Pedro Arcanjo e Yuri Sarmento. 


A terceira mostra chamada de Prova do Artista - PA apresenta trabalhos que foram produzidos pelos artistas colaboradores e alunos nas Oficinas de Múltiplos. O Mam-Ba organizou uma exposição, utilizando inclusive materiais que estavam disponíveis por lá, e assim, o visitante pode apreciar e comprar a preços convidativos trabalhos em litogravura e xilogravura de autoria de Sérgio Rabinovitz,GuacheMarques,Almandrade,J.Cunha,Ceceu, Eliezer Bezerra,Caetano Dias,Gabriel Arcanjo, Antônio Tarsis, Zivé e Bel Borba .

                                       PALAVRA DO DIRETOR

Veja o que escreveu o diretor do Mam-Ba, Zivé Giudice sobre esta iniciativa :

O diretor do Mam-Ba Zivé Giudice
"Dando continuidade à programação de exposições do acervo, a mostra 40 Anos de Linguagem Contemporânea no MAM celebra quatro décadas de diálogos do museu, com a produção atual das artes visuais.
A ressignificação dos museus de arte iniciada na década de 60 apontava para a compreensão do museu como uma casa de reflexões, onde a arte experimental poderia ser compreendida e não mais o lugar de guarda do objeto consagrado, frequentado pelos especialistas.
Na metade dos anos 70, o Mam organizou um extenso calendário com simpósios, debates e exposições, com a presença de artistas e críticos renomados, com o propósito de repensarem o museu e adequá-lo a esse novo conceito do museu de arte do século XXI.
Exposições como a Cadastro, Agora Mostra Sete, Agora Mostra Quatro, Exposição Proposta e a criação das Oficinas de Múltiplos, objetivamente iniciam o flerte do Mam-BA com as linguagens contemporâneas."




terça-feira, 24 de maio de 2016

CARLOS BASTOS - A BAHIA PERDEU CARLOS BASTOS

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 40 -  ABRIL DE 2004 - SALVADOR - BAHIA

NEON - CAPA - N º 40

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 40 -  ABRIL DE 2004 - SALVADOR - BAHIA

ASTOR LIMA, O ESCULTOR QUE IDEALIZOU O MUSEU DA ÁGUA

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 26 - MARÇO / ABRIL DE 2001 - SALVADOR - BAHIA

NEON - CAPA - N º 26

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 26 - MARÇO / ABRIL DE 2001 - SALVADOR - BAHIA

FLORIANO TEIXEIRA - UM POETA-PINTOR ROMÂNTICO ( 1 )

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 20 - AGOSTO DE 2000 - SALVADOR - BAHIA

FLORIANO TEIXEIRA - UM POETA-PINTOR ROMÂNTICO ( FINAL )

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 20 - AGOSTO DE 2000 - SALVADOR - BAHIA

NEON - CAPA - N º 20

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 20 - AGOSTO DE 2000 - SALVADOR - BAHIA

CALASANS NETO - O MERCADO DE ARTE NA BAHIA É DIFÍCIL PORQUE ARTE É UM SUPÉRFLUO ( 1 )

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 9 - SETEMBRO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

CALASANS NETO - O MERCADO DE ARTE NA BAHIA É DIFÍCIL PORQUE ARTE É UM SUPÉRFLUO ( 2)



MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 9 - SETEMBRO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

CALASANS NETO - O MERCADO DE ARTE NA BAHIA É DIFÍCIL PORQUE ARTE É UM SUPÉRFLUO - ( FINAL )

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 9 - SETEMBRO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA


NEON - CAPA - Nº 9

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 9 - SETEMBRO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

ROGÉRIA MATTOS - A FORÇA CRIATIVA DE UMA NORDESTINA

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 8 - AGOSTO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

NEON - CAPA - Nº 8

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 8 - AGOSTO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

A ARTE DE RECRIAR O POPULAR ( FINAL)

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 7 - JULHO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

A ARTE DE RECRIAR O POPULAR (1)

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 7 - JULHO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

NEON - CAPA - Nº 7

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 7 - JULHO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

A INOCÊNCIA NA OBRA DE WASHINGTON SALLES

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 6 - JUNHO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

NEON - CAPA - Nº 6

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 6 - JUNHO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

450 ANOS DE CONTRASTES E MOMENTOS DE CONTEMPLAÇÃO

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 4 - ABRIL DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

NEON - CAPA - N º 4

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 4 - ABRIL DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

LEONEL MATTOS - O ARTISTA QUE LEVA A ARTE ONDE O POVO ESTÁ ( FINAL)

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 5 - MAIO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

LEONEL MATTOS - O ARTISTA QUE LEVA A ARTE ONDE O POVO ESTÁ (1)

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º 5 - MAIO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA


NEON - CAPA - N º 5

MINHAS REPORTAGENS - REVISTA NEON N º5 - MAIO DE 1999 - SALVADOR - BAHIA

terça-feira, 17 de maio de 2016

MUSEUS ESTÃO ABANDONADOS EM NOSSO PAÍS

É preciso mais atenção para os museus de nossa Cidade
É difícil entender com tantos museus e centros culturais necessitando de reformas e reparos em nosso país , e o governo petista gastando milhões e milhões de reais com artistas consagrados - do show business - como dizem os americanos. Muitos desses artistas atraem grande número de fás e têm público suficiente pra encher teatros, casas de espetáculos e até estádios.Alguns são milionários.
Também, vivemos num país onde o ex-ministro da Educação, Aloízio Mercadante ( PT) perguntou ; "O que o museu tem a ver com a educação?" 
Diante desta demonstração do que seja um museu não podíamos esperar nada que viesse beneficiar ou ajudar os nossos museus.
 Até pouco tempo o Museu Nacional, localizado no Rio de Janeiro, a cidade sede da Olimpíadas , estava fechado por falta de recursos.Aqui na Bahia tive informações que não destinaram até agora quase nenhum recurso para nosso museus.
Assim continuam nossos museus sendo subutilizados, não funcionam aos domingos e feriados por falta de pessoal e guias especializados .Eles não trabalham nos finais de semana porque não são remunerados, e são regidos por um estatuto do funcionário público retrógrado.
Desta forma  fica impossível criar público e manter estas instituições ativas. 
Os dirigentes desses museus necessitam se movimentar e buscar parcerias público-privados para colocar em prática projetos especiais que deem visibilidade aos seus acervos, às suas exposições e outras atividades afins garantindo também retorno àqueles que contribuírem com sua revitalização.
Muitos desses museus tem acervos preciosos, importantes, e que não são conhecidos do grande público. O Museu Nacional de Belas Artes tem milhares de obras em seus porões as quais necessitam ser tratadas adequadamente e expostas para o público. 

SINALIZAÇÃO RUIM

Não tem placa indicativa nas proximidades nem na entrada
do Museu de Ciência e Tecnologia
Neste final de semana resolvi fazer uma prova. Fui ao Imbui tentar encontrar o Museu de Ciência e Tecnologia fazendo de conta que era um turista. Segui pela orla e fui seguindo as placas. Encontrei três delas, sendo duas na orla no trecho do Aeroclube  e outra em  Pituaçu.
Porém, quando cheguei em Pituaçu fiquei desnorteado. Não existe uma placa sequer indicando a entrada deste museu e muito menos em seu portão principal. A entrada é confusa, com várias caçambas de materiais recicláveis tomando a frente do museu e algumas placas de out doors enferrujadas .Grandes poças d'água e o mato tomam conta de toda a entrada principal. A guarita onde deveria estar um vigilante ou porteiro estava vazia, e o vidro quebrado. Cheguei a chamar pelo vigia, mas, ninguém atendeu.
O Museu Wanderley Pinho, que fica no Recôncavo, está fechado. Não existe uma política governamental em nosso Estado voltada para nossos museus. Só se preocupam com aquilo que possa dar visibilidade.