O artista experimental carioca estará expondo em Salvador a partir do próximo dia 31 na Paulo Darzé Galeria de Arte, na Vitória, com trabalhos onde utiliza materiais e métodos diversificados. Ele pertence a Geração 90, frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage e partiu de uma produção pictórica para uma linguagem mais abrangente, onde seus trabalhos se transformaram em esculturas e instalações. Também, ainda desenha e pinta e "trava um diálogo com a arquitetura".
Afirma Luis Camillo Osório no texto introdutório sobre Bechara para Fendas,no catálogo da exposição individual do artista no MAM em 2011: “A saturação das oxidações foi se acumulando, por pressão da própria maturação da poética do seu processo, na superfície das lonas e se projetando no espaço. Este jogo entre saturação e estruturação acompanha o desenrolar do trabalho. Ora predomina a densidade métrica, o acúmulo de elementos que se concentram e se expelem, ora sobressai o esforço estruturante, a grade geométrica e o desenho linear”.
Ele já expôs aqui em bienais e outros eventos importantes além de realizar várias individuais. Depois
de quatro anos no Parque Lage ,integrou um ateliê coletivo na Lapa, no centro histórico do Rio de
Janeiro com seus colegas Ângelo Venosa, Luiz Pizarro, Daniel Senise e Raul Mourão. Já em 1962
inicia suas experimentações com suportes e técnicas diversas, característica que marca sua
produção artística.Experimenta vários tipos de materiais como lona de caminhão usada e couro
bovino, e também técnicas de oxidação do cobre e o ferro.
"Em 2002, aos 45 anos, Bechara realizou sua primeira experiência escultórica com A casa, durante uma residência artística em Faxinal do Céu, Pinhão, Paraná, sob a curadoria de Agnaldo Farias e Fernando Bini, e a consultoria de Christian Viveros. A versão inicial deste projeto foi pensada a partir da casa que servia de habitação e ateliê para o artista durante a residência. A mobília da casa foi reorganizada, se projetando para fora pelas portas e janelas e a peça foi fotografada, dando origem a duas séries: Temporária e Paisagem Doméstica ou Não Me Lembro Do Que Dissemos Ontem, que hoje integra coleções nacionais e internacionais, entre elas a do Centro Pompidou , em Paris, França. Outros desdobramentos desse projeto são Área De Serviço, uma exposição no Paço Imperial do Rio de Janeiro, organizada no programa Atelier Finep em 2004, que mostra conjuntos de móveis domésticos organizados plasticamente; e algumas séries de trabalhos de experimentação gráfica como Externo e Interno.
Em 2004, uma exposição no MAM-Rio, intitulada A Casa, reuniu todo o processo até então desenvolvido além de uma peça escultórica de madeira em dois volumes com o mesmo título. Open House, uma série de esculturas em menor dimensão desenvolvida a partir de 2006, também trata o tema da casa simbólica e plasticamente. Em 2006 o artista fez a escultura Ok, Ok, Let’s Talk, uma instalação de mesas de jantar formando um plano irregular intercaladas por duas cadeiras. Esse trabalho foi exposto na Pinacoteca de São Paulo, assim como no Patio Herreriano, Museo de Arte Contemporáneo Español e na Galeria Mário Sequeira, com uma versão em madeira e uma versão em aço.
A Série Esculturas Gráficas, iniciada em 2009, representa bem a tensão que trabalha o artista entre o geométrico e o material. Obras dessa série foram expostas em importantes instituições como o MAM-Rio de Janeiro, o Instituto Tomie Ohtake e Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa. Em 2010, com a série Gelosia, Bechara começa a trabalhar com o vidro como suporte para suas obras. Placas de vidro com oxidação de aço, placas de fórmica e tinta acrílica constituem peças escultóricas que se apoiam contra a as paredes e quinas das salas de exposição." Wikipédia.