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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

AS EXPERIMENTAÇÕES DE JOSÉ BECHARA EM SALVADOR


O artista experimental carioca estará expondo em Salvador a partir  do próximo dia 31 na Paulo Darzé Galeria de Arte, na Vitória, com trabalhos onde utiliza materiais e métodos diversificados. Ele pertence a Geração 90,  frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage e partiu de uma produção pictórica para uma linguagem mais abrangente, onde seus trabalhos se transformaram em esculturas e instalações. Também, ainda desenha e pinta e "trava um diálogo com a arquitetura".
Afirma  Luis Camillo Osório no texto introdutório sobre Bechara para Fendas,no catálogo da exposição individual do artista no MAM em 2011: “A saturação das oxidações foi se acumulando, por pressão da própria maturação da poética do seu processo, na superfície das lonas e se projetando no espaço. Este jogo entre saturação e estruturação acompanha o desenrolar do trabalho. Ora predomina a densidade métrica, o acúmulo de elementos que se concentram e se expelem, ora sobressai o esforço estruturante, a grade geométrica e o desenho linear”.
Ele já expôs aqui em bienais e outros eventos importantes além de realizar várias individuais. Depois 
de quatro anos no Parque Lage ,integrou um ateliê coletivo na Lapa, no centro histórico do Rio de 
Janeiro com seus colegas Ângelo Venosa, Luiz Pizarro, Daniel Senise e Raul Mourão. Já em 1962 
inicia suas experimentações com suportes e técnicas diversas, característica que marca sua 
produção artística.Experimenta vários tipos de materiais como lona de caminhão usada e couro 
bovino, e também técnicas de oxidação do cobre e o ferro.
 "Em 2002, aos 45 anos, Bechara realizou sua primeira experiência escultórica com A casa, durante uma residência artística em Faxinal do Céu, Pinhão, Paraná, sob a curadoria de Agnaldo Farias e Fernando Bini, e a consultoria de Christian Viveros. A versão inicial deste projeto foi pensada a partir da casa que servia de habitação e ateliê para o artista durante a residência. A mobília da casa foi reorganizada, se projetando para fora pelas portas e janelas e a peça foi fotografada, dando origem a duas séries: Temporária Paisagem Doméstica ou Não Me Lembro Do Que Dissemos Ontem, que hoje integra coleções nacionais e internacionais, entre elas a  do Centro Pompidou , em Paris, França. Outros desdobramentos desse projeto são Área De Serviço, uma exposição no Paço Imperial do Rio de Janeiro, organizada no programa Atelier Finep em 2004, que mostra conjuntos de móveis domésticos organizados plasticamente; e algumas séries de trabalhos de experimentação gráfica como Externo e Interno.
Em 2004, uma exposição no MAM-Rio, intitulada A Casa, reuniu todo o processo até então desenvolvido além de uma peça escultórica de madeira em dois volumes com o mesmo título. Open House, uma série de esculturas em menor dimensão desenvolvida a partir de 2006, também trata o tema da casa simbólica e plasticamente. Em 2006 o artista fez a escultura Ok, Ok, Let’s Talk, uma instalação de mesas de jantar formando um plano irregular intercaladas por duas cadeiras. Esse trabalho foi exposto na Pinacoteca de São Paulo, assim como no Patio Herreriano, Museo de Arte Contemporáneo Español e na Galeria Mário Sequeira, com uma versão em madeira e uma versão em aço.
A Série Esculturas Gráficas, iniciada em 2009, representa bem a tensão que trabalha o artista entre o geométrico e o material. Obras dessa série foram expostas em importantes instituições como o MAM-Rio de Janeiro, o Instituto Tomie Ohtake e Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa. Em 2010, com a série Gelosia, Bechara começa a trabalhar com o vidro como suporte para suas obras. Placas de vidro com oxidação de aço, placas de fórmica e tinta acrílica constituem peças escultóricas que se apoiam contra a as paredes e quinas das salas de exposição." Wikipédia.

ESTRANHA EXPOSIÇÃO

Fomos surpreendidos eu e alguns participantes da Exposição Geração 70, realizada em 25 de julho de 1985,  da qual fui o curador , reunindo alguns dos artistas desta geração numa mostra que foi um marco de tudo que tinha sido feito em termos de exposição na Bahia. 
 Basta dizer que na abertura da mostra até o trânsito ficou complicado no Corredor da Vitória, especialmente nas proximidade do Museu de Artes da Bahia.Foram apresentados números de Dança, coordenada por Lívia, música com Andrea Daltro e a Orquestra do maestro.., além de performance de teatro. 
Estranhamente tomei conhecimento que os artistas Zivé  e outros estariam organizando uma exposição , como se fosse uma retrospectiva, desta mostra e que estariam descartando alguns artistas da primeira exposição. Acho isto uma atitude grosseira e anti-profissional, além de ser uma ingratidão com todas as pessoas que promoveram e participaram  da verdadeira Geração 70.
Esta postura divisionista e individualista de algumas pessoas tem prejudicado em muito os artistas baianos, pois, essas pessoas teimam em criar igrejinhas ou  clubinhos fechados , e se acham os representantes de uma geração que tem uma abrangência bem maior. 
Tendo sido o curador da mostra Geração 70 jamais imaginei que pudesse se esgotar naqueles nomes que integraram a primeira mostra.Inclusive, iríamos realizar, na época, outra mostra com o nome Geração 70 II para contemplar vários artistas que ficaram fora da primeira.
A razão da limitação naqueles nomes foi porque o dinheiro que conseguimos para realizar o evento, graças ao empenho de Heitor Reis, que na ocasião era Diretor da Fundação Cultural do Estado,não daria para uma mostra maior.Também, o espaço concedido pelo Museu não caberia todos de uma só vez.
 Mas, as desavenças foram tantas, e alguns tentaram até fazer uma mostra paralela, que diante de tanta confusão terminei por desistir de dar continuidade a este projeto.
Pensei depois em levar adiante este projeto mesmo com a posição contrário de muitos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

MIGUEL CORDEIRO VAI EXPOR 60 OBRAS


 Obras em acrílica sobre tela, colagens, plotagens em fine art e intervenções com stencil de autoria do artista baiano Miguel Cordeiro serão apresentadas a partir do próximo dia 25, às 19 horas , no Palacete das Artes,que fica localizado no bairro da Graça.
Serão mostradas um total de 60 obras, quantidade suficiente para o visitante ter uma ideia aproximada do universo criativo deste artista que está no mercado há algumas décadas. Ele começou com incursões nos muros da cidade, ocasião em que fiz uma longa matéria para o jornal A Tarde, revelando para os baianos o autor de grafites que deixaram muita gente curiosa, especialmente com o personagem Faustino. Isto foi em março de 1985, quando escrevi na abertura da matéria:
"Trata-se daquele misterioso personagem que sai durante as madrugadas pichando com frases inteligentes os muros da cidade. Seu verdadeiro nome é Miguel Cordeiro, economista, e autor das célebres frases:Faustino ouve Júlio IglesiasFaustino mora com a tiaFaustino leva a Bahia a sério,Faustino parcelou uma excursão para Bariloche, e muitas outras. Agora o nosso Faustino vai expor. E, parafraseando o Miguel Cordeiro diria que Faustino expõe em Museu."

Miguel Cordeiro é um artista múltiplo e conectado com o que acontece no mundo .Suas intervenções sempre revelam  atualidade. É uma arte pensada e que instiga o espectador.o artista mostrará 60 obras em diversas técnicas : acrílica sobre tela, colagens, plotagens em fine art e intervenções com stencil.
Portanto, são impressões em fotografias, desenhos, pinturas e arte digital que ele faz através da dispersão da tinta e da escrita.
 Esta mostra atual permanecerá de 25 de novembro a 22 fevereiro 2015.

QUEM É 

Miguel Cordeiro nasceu na cidade de Salvador, Bahia, Brasil, no ano de 1956. Artista autodidata começou a realizar trabalhos com desenho, colagem e pintura a partir da primeira metade da década de 1970, com influências da Arte Pop, do Rock, das histórias em quadrinhos e livros de escritores ligados ao movimento da Contracultura. Reconhecido como um dos pioneiros do Graffiti e Street Art no Brasil, quando em 1979 criou o personagem Faustino ao retratar nos muros das cidades aspectos do comportamento humano em um mundo de permanente transformação. Participou de dezenas de exposições e mostras no circuito alternativo, e com o advento da Internet, dos Blogs, das redes sociais o seu trabalho adquire maior alcance fazendo com que sua arte seja analisada e compartilhada por diversos sites e revistas virtuais - nacionais e internacionais, que abordam a trajetória da cultura contemporânea.