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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

OBRAS INÉDITAS DE PRESCILIANO SILVA - 01 DE DEZEMBRO DE 1980.


JORNAL A TARDE , SALVADOR, 01 DE DEZEMBRO DE 1980.

OBRAS INÉDITAS DE PRESCILIANO SILVA

É sempre bom reviver a obra de um mestre. E, sem qualquer bairrismo, Presciliano Silva é um dos mestres da pintura brasileira, embora não tenha seu trabalho divulgado como merece porque esteve residindo na Bahia, longe portanto, da máquina publicitária e dos grandes colecionadores. Ao morrer deixou uma obra imensa e variada em quase todos os gêneros da pintura. Interiores da igrejas baianas, as paisagens da nossa terra, as naturezas mortas e os retratos de tanta gente que ele pintou e perpetuou.
Agora está sendo realizada na Maria Augusta Galeria de Arte, no Shopping Center Cassino Atlântico, no Rio de Janeiro, uma exposição de trabalhos inéditos de Presciliano Silva onde aparecem nus maravilhosos pintados em ter 1888 até 1918.
Defensor do desenho como instrumento indispensável a um bom pintor, Presciliano Silva é um mestre do traço. São poucos os artistas brasileiros que apresentam um desenho tão perfeito. Nos nus apresentados nesta exposição, cujo catálogo disponho, pode-se notar a graça e o fascínio dos corpos de homens e mulheres retratados, A leveza dos traços e as formas que surgem com toda a força expressiva.
Sabemos que o mestre Presciliano já desenhava soas cinco anos de idade, tipos e pessoas conhecidas no passeio acimentado de uma casa vizinha. Desenhava também no adro da Igreja da Piedade com carvão vegetal provocando reclamações por parte dos frades. Depois entrou para a Escola de Belas Artes, onde foi um aluno e em seguida mestre brilhante na Europa, fez cursos na Academia Julien.
E, ninguém melhor que Rui Barbosa para falar da grandeza deste artista quando escreveu: “Não sei se me engana a minha incompetência em matéria de arte. Mas, como quer que seja, o meu instinto, a minha intuição, algum gosto terei talvez e o meu hábito de ver obras de mestres me indicam em Presciliano Silva um talento das mais finas qualidades, um pintor de extraordinário merecimento e futuro.”
Estava certo o jurisconsulto, o Águia de Haia. O seu instinto não falhou, ao contrário, mostrou que também entendia ou sentia o palpitar da criatividade e a grandiosidade plástica  dos desenhos e pinturas de Presciliano. Ele, como muito mestres, soube dominar o desenho, base disciplinar e indispensável ao bom artista.

SESSENTA ARTISTAS INTEGRAM O GRANDE LEILÃO DE ARTE
Este  quadro de Jenner Augusto , integra o leilão
Reunindo obras de mais de 60 artistas nacionais, O Grande Leilão de Arte do leiloeiro Orlando Pereira a ser realizado nos dias 2, 3 e 4 de dezembro próximo, no Salão de Convenções do Salvador Praia Hotel, pode ser considerado o mais importante evento, dessa natureza, já ocorrido em Salvador.
Essa importância, garante o organizador do leilão, Luiz Caetano Queiroz, pretende-se ao critério rigoroso de seleção por que passaram as obras a serem expostas e leiloadas. Foram entregues um total de quatrocentos trabalhos dos quais foram selecionados 270 obras que integram os diversos lotes do leilão previsto para os primeiros dias de dezembro, no horário das 21 horas.
“O leilão foi precedido de uma grande exposição de arte, instalada no mesmo local (Salão de Convenções), aberta ao público das 11 às 23 horas, hoje e amanhã independente do leilão, salienta Luiz Queiroz, a exposição deve ser visitada pelo público, considerando a seleção de obras, de grandes pintores nacionais, dificilmente reunidas numa mesma mostra”.
AUTORES E OBRAS
Entre os bons trabalhos, o coordenador do leilão aponta duas obras de Jenner Augusto que participaram de retrospectivas do autor, realizadas no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. Estes dois quadros, inclusive, estão reproduzidos no livro de Roberto Pontual,
A Arte Moderna da Bahia.
Exposição e leilão integrados por obras de pintores de Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e de outros estados constam de obras de : Alexandre Rapoport, Ângelo Cannonne, Carlos Scliar, Gavazzoni, Di Cavalcanti, Teruz, Romanelli, Jenner Augusto, Volpi, Adelson do Prado, Heitor dos Prazeres, Rescália, Antoneto, Vilma Lacerda, Bustamante Sá, Sônia Maciel, Floriano Teixeira, Capellotti, Guima, Marília Paiva e muitos outros. Na oportunidade serão também oferecidos em leilão alguns tapetes orientais.
Quanto ás normas do leilão, salientam seus organizadores: todas as obras foram rigorosamente selecionadas previamente,  os organizadores se responsabilizam pela autenticidade, na hipótese de divergência, baseada em laudo de perito idôneo, o arrematante poderá anular a transação no prazo de 30 dias. As obras são de propriedade de terceiros e a venda se dará no estado em que se encontram, os interessados deverão examiná-las antes do leilão, não serão possíveis desistências após arremates. Na arrematação deverá ser pago um sinal de 30% do preço mais 7% da comissão do leiloeiro. As obras de arte arrematadas deverão ser retiradas imediatamente, após o término do leilão por conta e risco do arrematante, a não retirada implica em desistência, perdendo o interessado qualquer direito sobre o sinal.

TREZE PREMIADOS NO VIII SALÃO DOS NOVOS DO MUSEU CONTEMPORÂNEA DE RECIFE

Foi aberto em Olinda o VIII Salão dos Novos do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, que conta com o patrocínio da Sul América Seguros. O salão este ano teve 95 artistas inscritos, dos quis 13 foram premiados.
Os prêmios foram entregues pela Sul América Seguros, durante o coquetel de abertura, que contou com a participação de autoridades, intelectuais, artistas plástico, e dos artistas premiados. Este ano o Salão dos Novos modificou seu critério de premiação, dando assim oportunidade ao reconhecimento do trabalho de um número maior de artistas.
Ao todo foram 13 premiados, sendo dez com o prêmio aquisição, cujos trabalhos passarão a fazer parte do acervo Museu de Arte Contemporânea, e três com o prêmio recebendo em dinheiro o valor de referência da obra.
São os seguintes os artistas e seus trabalhos ganhadores do prêmio aquisição: A. Fernando, com óleo sobre a tela Senzala; Aluísio Muniz, com a Barraca de D. Severina; Adeildo Pereira, com De Olhos nas Pipas; José Patrício, com Qualimane;  Luiz Carlos Guilherme, com Retrato de Moda; Maria de Nazareth, com Recife Vista Parcial ; Maria Alice Ferreira Veloso, com Sem Título, gravura em metal, Perside, também com uma gravura em metal, Sem Título, e Verônica Dália, com Cruzeiro do Sul.
Receberam os prêmios nominais os seguintes artistas: Gilda Macedo de Matos, com três trabalhos em técnica mista/desenho - Todos os Seres do Divino, Ascese e Mutação - , Florence de Almeida Fernandes por um conjunto de três tapeçarias Encontro de Pássaros e O Amanhecer ,e Luiz Sávio Leite Teixeira de Araújo que apresentou três objetos.

OPORTUNIDADE
Este salão é da maior importância para o artista pernambucano - diz A.Fernando, um dos artistas premiados - pois aqui, além deste, só tem um grande salão de artes plásticas, promovido pelo estado.
-Sem dúvida – continua -que é um estímulo muito grande para o artista novo ter a oportunidade de participar de um salão desta envergadura, podendo contar até mesmo com a possibilidade de ter seu trabalho fazendo parte do Acervo do Museu de Arte Contemporânea de Recife.

A ARTE XEROGRÁFICA DO BAIANO BOTELHO ESTARÁ EXPOSTA DE 1.º A 15
A evolução da técnica gráfica fez com que chegássemos, hoje, ao avanço real das copiadoras neste campo. Assim, diversos artistas americanos e brasileiros ter usado desse processo como meio técnico para mostrara sua obra.
Aqui na Bahia, o artista plástico Botelho Pedrosa, mostrará seus trabalhos através da Arte Xerográfica, uma exposição que realizará de hoje até o dia 15 de dezembro próximo na Galeria do ICBA, numa mostra intitulada Xerox Art.
Nesta, o artista faz questão de chamar a  tenção sobre a técnica e o tema dos trabalhos. Quanto a técnica, explica que faz o original  expõe a cópia, utilizando a máquina 3M ou Nashua, tendo como refio. Com relação à temática, falou Botelho que, apesar de bastante diversificado, existe uma espécie de unidade em seu trabalho; apesar de aparentemente descompromissada, sua arte tem sempre um compromisso e uma conotação política, além de uma imensa preocupação com a linguagem.
O ARTISTA
Formado em História pela Universidade Católica de Salvador, Botelho Pedrosa é um artista plástico autodidata, que já realizou três mostras individuais, além de diversas coletivas, incluindo a Exposição Cadastro realizada este ano no Museu de Arte Moderna. Atualmente, conta com onze trabalhos catalogados pelo setor de Cultura.



ESPECIALISTAS ESTUDAM COMO VAN GOGH VIVIA EM CONFLITOS -- 11 DE JANEIRO DE 1988.


JORNAL A TARDE, SALVADOR, 11 DE JANEIRO DE 1988.

ESPECIALISTAS ESTUDAM COMO VAN GOGH VIVIA
 EM CONFLITOS
A obra Os Íris foi arrematada por US$53,9 milhões, dinheiro suficiente para a compra de três aviões Boeings 747.Suas obras vêm alcançando os mais altos preços nos leilões internacionais.

Chicago (UPI)- Quando os aficionados de arte vêem Os Íris, percebem uma tela a óleo com um brilhante conjunto de flor azul-púrpura: quando os investidores examinam a tela de 71 por 93 centímetros vêem 53 milhões 900 mil dólares.Mas quando os psiquiatras se debruçam sobre as pinceladas nervosas e a composição agressiva- o sol é fraco e Os Íris cresceram no Manicômio de Saint-Remy-, vêem um indivíduo com profunda desordem mental.
“Vicent sempre despertou interesse na comunidade psiquiátrica”, afirmou o Dr. John Curtis, da Universidade de Dalhouse, em Halifax, Nova Escócia, acrescentando: “Ele poderia ter sido mais ajudado enquanto vivo”.
Virtualmente ignorado no seu tempo tanto pelas comunidades de saúde mental quanto das artes, Van Gogh hoje é uma instituição em ambos os círculos. E se o recorde de preço alcançado por uma de suas últimas telas sacudiu o meio artístico mundial, a psique de Van Gogh recentemente foi motivo de outra controvérsia em ter os psiquiatras.
Em um encontro de especialistas sobre diversas desordens da personalidade, Curtis sustentou que Van Gogh sofria de uma profunda divisão de personalidade tanto que freqüentemente se comportava como duas pessoas diferentes.“Penso que está claro que ele sofria uma espécie de desordem dissociativa, já que apresentava todos os sintomas clássicos”, sustentou Curtis.
Outros especialistas em equizofrenia, mesmo não abraçando a teoria de Curtis, não a rechaçaram de imediato.
“Fundamentalmente óbvio é o fato de que isso não está provado, embora não deixe de ser intrigante”, comentou o Dr. Bennett Braum, psiquiatra de Chicargo e que organizou a conferência sobre personalidades divididas.
Curtis não é o primeiro nem será o último a levantar teorias sobre Van Gogh. Nos 40 anos que se seguiram ao suicídio do pintor, mais de 100 teses acadêmicas foram publicadas com especulações sobre a sua aflição, com diversos diagnósticos: equizofrenia, ansiedade, demência, além de outros como a de que o artista era maníaco depressivo ou sofria de anorexia.
Tal como psiquiatras que investiram o pintor antes, Curtis baseou seus estudos em leituras dos cinco volumes de cartas de Van Gogh, incluindo a correspondência que o artista travou com seu irmão Theo, a irmã Wilhimena, além das observações do colega Paul Gauguin.
“Essas cartas documentam com uma clareza nítida os distúrbios mentais de Van Gogh”, insistiu Curtis.
Van Gogh passou muitas dificuldades
na vida.Morto, seus quadros valem
milhões de dólares . Os Girassóis
foi arrematado por uma empresa 
  japonesa .
Artista temperamental que passou a maior parte de seus dois últimos anos de vida internado, Van Gogh próprio suspeitava de que alguma coisa estava errada.
“Tive ao todo quatro grandes crises”, escreveu o pintor, “ durante as quais eu não soube o que eu disse, o que eu queria ou que eu fazia”.
Van Gogh também descreveu seu sofrimento como “horríveis acessos de ansiedade sem causa aparente”, o que é outro sintoma de personalidade dissociada.
Sempre, segundo explicação de Curtis, ao tentar e não conseguir superar eventos traumáticos ou sentimentos do passado, algumas pessoas desenvolvem memórias fragmentais (personalidades divididas) como um mecanismo de defesa. Essas pessoas podem, entretanto permanecer altamente produtivas em conseqüência da crise, pelo menos por um tempo.
Van Gogh chegou a escrever especulando que podia ser reduzido à loucura e que talvez ele “quase” tivesse uma dupla natureza, de pintor e de macaco.
Segundo hipótese de Curtis, Van Gogh pode ter colocado toda a sua confusão e raiva na sua personalidade de pintor, criando as imagens vividas que o tornariam postumamente famoso, embora ao mesmo tempo criasse muitas dificuldades para os amigos e parentes, que tinham de explicar seu estranho comportamento.
 Os Girassóis  custou 39,9 milhões de
dólares.
“Parece que havia duas pessoas”, escreveu seu irmão: “uma era maravilhosamente dotada, suave e refinada. A outra, egoísta com um coração cheio de ódio: essas pessoas se apresentavam uma de cada vez, de modo que alguém o ouvia falar de um jeito depois de outro, mas sempre com muitos argumentos”.
Quando Van Gogh passou dois meses com Gauguim, no outono de 1888, ele já estava passando por violentos episódios de que aparentemente não conseguia se lembrar. Gauguim descreveu a estranha vida com Van Gogh na “Casa Amarela”, em Áries, França:
“Por várias noites, surpreendi Vincent que se levantava e vinha em direção a minha cama” disse Gauguin a um biógrafo. “E toda vez eu apenas tinha que lhe dizer muito firmemente: “O que está acontecendo, Vicent? “E ele voltava para a sua cama e dormia pesadamente”.

Os temperamentos de ambos os artistas e as situações triviais de convivência culminaram com um Van Gogh correndo atrás do amigo com uma faca de açougueiro.
Mas Gauguin relatou que deve ter sido uma grande influência sobre o amigo. “Devo ter olhado para ele com um olho bem de comando, porque ele parou, baixou a cabeça e deu meia volta, retornando a casa”.
Na véspera do Natal de 1888, van Gogh decepou parte de sua própria orelha esquerda, precipitando a partida de Gauguin bem como motivando o “auto-retrato com uma bandagem na orelha”.
Em abril de 1889, o próprio Van Gogh havia se comprometido com o Asilo de Saint-Remy de Provença, onde permaneceu por um ano e pintou Os Íris e o Jardim do Asilo, entre outras telas que não conseguia vender.
A saída de Van Gogh em maio de 1890 foi seguida de um curto período de intensa atividade criativa. Três meses depois, o suicídio.
Curtis acha que “várias partes” estão faltando para o diagnóstico de Van Gogh, em especial relativas a possíveis traumas que teriam causado a divisão de sua personalidade. Segundo o médico, cerca de 90% das desordens dissociativas decorrem de violentos abusos físicos ou sexuais durante a infância.
Curtia sugeriu ainda que o próprio nascimento de Van Gogh pode ter sido já o fator inicial de sua doença.
“Vicent nasceu em 30 de março de 1853, exatamente um ano depois do dia em que seu irmão, também chamado Vicent, nasceu e foi enterrado numa propriedade da família”: lembrou Curtis, concluindo: “Não tenho certeza, mas me parece que crescer andando e vendo sempre o seu nome e data de nascimento na lápide da sepultura pode ser traumático”

AS PREVISÕES INFALÍVEIS DO CARTUNISTA PAULO SERRA - 04 DE JANEIRO DE 1988


JORNAL A TARDE, SALVADOR,  SEGUNDA-FEIRA, 04 DE JANEIRO DE 1988
AS PREVISÕES INFALÍVEIS DO CARTUNISTA PAULO SERRA
Nem tudo está perdido.Os mísseis de médio alcance
sairão da Europa. Vamos torcer para que não venham
instalar por aqui ou na África, alguns deles. Aliás,
esta prática vai continuar em 88, com as multinacionais
instalando equipamentos ultrapassados, já utilizados nos
países desenvolvidos, e aqui chegarão como novos.
..
Já virou uma constante desta coluna divulgar todo começo de ano as previsões do cartunista Paulo Serra. Sem consultar os astros, orixás, búzios e números cabalísticos o artista tem acertado a grande maioria de suas previsões, simplesmente por ser uma pessoa inteligente que trabalha dentro de uma lógica. Estando vivendo num país de incertezas, um país onde a economia muda de rumos por meio de regras milagrosas a cada dia e aqui o empresário especula como uma vil maneira de sobreviver. 
Um novo aumento da gasolina no
início do ano.Deixe seu carro
em casa e saia de bicicleta.
É hora de pedalar em 88.
Segure o vizinho porque a coisa vai ficar
preta. O acabamento dos salários vai
continuar. Aliás,certamente estamos
a caminho de completar três
décadas de achatamento.
Nesta guerrinha particular  entre eles e o sistema quem dança é sempre o trabalhador que paga Imposto de Renda caro na fonte e ainda por cima é supertaxado com impostos compulsórios e outras maneiras absurdas que os salvadores da economia invertam.
Acabamos o ano com quase 400% de inflação, estamos correndo para alcançar a super inflação e assim Paulo Serra capta essas idiotices dos tecnocratas e bisonhos governantes, que , aliás, não estão instalados apenas na área federal, mas em todas as áreas da administração pública. É uma doença generalizada de corrupção, de desmandos e incompetência e a gente vai perdendo até o brio de se dizer brasileiro. Mas, vamos ter um pouco de esperança, não nos homens, que estão por aí, desmanchando, mas neste brasilzão imenso que é rico, forte e resistente ao ataque de toda esta gentalha. Vejamos o que diz o nosso Paulo Serra, com suas previsões infalíveis.
As Diretas vão tomar corpo.Renascerá
a esperança,mas infelizmente vão
aparecer novas caras e os problemas
continuarão sem solução.
Aja paciência para agüentar FMI, FGV, CNM. E muitas outras siglas internacionais, nacionais e municipais que tanto massacram o trabalhador. Este ano a coisa vai piorar. O Sarney extinguiu oito órgãos, e em compensação foram criados 86. Dá pra agüentar?

GILSON CAVALGA SEU PÉGASOS EM BUSCA DO TRIDIMENSIONAL
Andar calmo, fala mansa e uma figura forte. Lembra um desses artistas africanos. Se tentássemos adivinhar iríamos logo no caminho mais fácil, afirmando que é um cantor de reggae. Nada disto. O nosso personagem é baiano e mora no bairro popular de Pau da Lima, onde com grande dificuldade vai esculpindo suas figuras, ora mitológicas, ora próximas de nós. Com 33 anos, Gilson vai criando o seu mundo escultórico com a força que sai da própria raiz da cultura milenar de seus antepassados.
Trabalha com imensas placas de pau d´arco, pesadas, e que exigem muito esforço físico do artista. Para se ter uma idéia do que afirmo ele trabalhou durante três meses numa placa que pesava quase 400 quilos. Depois de pronta ficou com 250 quilos! É um Pégasos, aquele cavalo alado, nascido do sangue de Medusa, morta por Perseu, aquele mesmo cavalo que serviu de montaria a Perseu, Belerofonte e Zeus. Foi com o seu coice firme no Hélicon que fez jorrar a fonte Hipocrene.
E Zeus fez dele a sua constelação.O Pégasos de Gilson além de pesar 250 quilos tem 1,50m de cumprimento e 1,20m de largura. Todo este esforço é recompensado porque o artista vive há vários anos totalmente dedicado à arte. Tudo começou na Escola Parque, criada pelo saudoso Anísio Teixeira, e que vem sendo abandonada no decorrer dos últimos anos. Sua mestra foi a professora Olga Koppings, que lhe passou toda a importância da arte, e isto, ele vem cultivando com muita eficiência.
Embora não trabalhe com esculturas tridimensionais, e sim, em grandes placas de madeira, este Pégasos já demonstra que inevitavelmente Gilson cavalga em busca do tridimensional. Uma das asas do seu Pégasos saiu da placa  e ganhou espaço.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

SIRON FRANCO EXPÕE NO MUSEU DE ARTE MODERNA - 15 DE DEZEMBRO DE 1980


JORNAL A TARDE, SALVADOR,  15 DE DEZEMBRO DE 1980

SIRON FRANCO EXPÕE NO MUSEU DE ARTE MODERNA

Obra da série Semelhantes, número 18

Finalmente a Bahia recebe Siron Franco uma das gratas revelações dos últimos anos nas artes visuais. Natural de Goiânia, este artista não faz uma pintura bonitinha, aqueles quadros que chamam a atenção das pessoas que não entendem nada de arte, mas que gostam das coisas bem feitinhas. Sim, porque a arte dele nada tem a ver com o bonito, com o bem comportado. Tudo gira ao contrário. Nos mostra uma realidade cruel, a irreverência, com uma postura de digestão difícil. É uma arte forte onde figuras com narizes e bocas desproporcionais têm seus órgãos seccionados por grossas faixas em cores berrantes.
Os olhos são grandes, como a olhar para o infinito as tantas coisas erradas que os mandatários andam fazendo por aí afora, em todos os setores da atividade.
Outras nos lembram as múmias, que podem ser qualquer um de nós, que somos massificados e escravos de horários, regras ou etiquetas rígidas. A verdade é que  a pintura de Siron Franco não passa despercebida, mesmo para os que não gostam  da crua realidade. O impacto é uma presença constante na obra deste artista que nos traz a noção das coisas que nos rodeiam e que tentamos camuflar. Vivemos numa fantasia, enquanto o real que para muitos passa, por algum tempo, despercebido, um dia aflora e os pegará desprevenidos.
Outra  da série Semelhantes, nº 37
Ninguém escapa de sua irreverência: o padre, o executivo de gravata, a madame que freqüenta quase que diariamente o cabeleleiro, o poeta com suas fantasias, o louco que transita livremente e sujo pelas ruas das grandes cidades ou mesmo o marginal que cobra da sociedade através a violência o abandono a que for relegado. Assim, com esta plêiade (e muitas outras figuras) ele vai criando o seu mundo de realismo dentro de sua visão quase épica.
Como diz Millôr Fernandes: “Nos rastros do ser humano Siron só ver o calcanhar de Aquiles. É tendencioso em geral apenas para evitar as tendências generalizadas. Mas segue todos os caminhos, maneira melhor de nunca chegar onde é mais esperado.
Pergunto: Mas quem mandou o Aquiles deixar o calcanhar a descoberto? Diz a tradição que foi um menino que descobriu que o pé  do diabo é recebido. Portanto foi Siron que descobriu a vulnerabilidade do calcanhar da nossa sociedade capitalista cheia de  contradições e distorções as mais variadas.
                                 QUEM É

Em 1973, Siron Franco fez sua primeira individual no Rio de Janeiro, inaugurndo a Galeria Intercontinental, Prêmio de Viagem ao México, no Primeiro Salão Global da Primavera, em Belo Horizonte. Em 1974 obteve isenção do júri no Salão Nacional de Arte Moderna. Foi premiado na Bienal Nacional de São Paulo. Em 1975, Prêmio de Viagem ao Exterior no XXIII Salão Nacional de 
Arte Moderna. Prêmio Internacional de Pintura na XIII Bienal de São Paulo, participação na Coletiva de Artistas Brasileiros no Japão. Individual na Galeria Cosme Velho, em São Paulo. 1976- Viagem pela Espanha (trabalha com José Luiz Verdes, em gravura). Esteve na França, Inglaterra, Holanda e Alemanha. Em 1978, individual na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Em 1979, participações como convidado, na representação brasileira, na XV Bienal Internacional de São Paulo.Agora, de 16 a 30, no Museu de Arte Moderna da Bahia.

ORIGINAIS DE DA VINCI BATEM RECORDE E SÃO
DOADOS A MUSEU
O milionário norte-americano Armando Hammer adquiriu o manuscrito de Leonardo da Vinci, de propriedade de um particular, por 5 milhões e 280 mil dólares (338.976.000 cruzeiros).
Falando à imprensa na saída do leilão, Hammer, radiante por ter conseguido adquirir o Códice Leicester depois de dois anos de tentativas e por um preço muito mais baixo do que o previsto disse que deixará em testamento o manuscrito para o Museu do Condado de Los Angeles.
Disse que agora as 36 páginas do manuscrito de 470 anos serão separadas e expostas por todo o mundo, começando por Londres.
Da Vinci “nunca teve a intenção de fazer um livro, de foram que eu separei as páginas”, disse Hammer.
Acredito que será mais interessante que os peritos o vejam, como era a intenção original de Leonardo.
O manuscrito, uma espécie de caderno com esboços e anotações feitas em uma letra ilegível, inclinada para trás, foi vendido pelo Conde de Leicester a cuja família o documento pertencia desde 1717, para pagar impostos de trans missão de herança da fortuna do quinto conde.
“Há dois anos venho tentando comprá-lo diretamente da família Leicester”, disse Hammer, de 86 anos, que é presidente da Companhia Occidental petroleum e proprietário de uma coleção de arte avaliada em muitos milhões de dólares. “Mas nunca conseguimos nos reunir e então eu... O comprei desta maneira”.
Hammer disse que o preço foi “uma pechincha”, apesar de ter quase triplicado o recorde anterior do preço alcançado por um manuscrito e ultrapassado o dobro do preço alcançado por um livro impresso.
O preço, no entanto, foi muito menor do que a previsão de alguns peritos, de 25 milhões de dólares (1.605.000,000 cruzeiros).
Esperava-se uma forte competição entre os principais museus do mundo devido a raridade e importância do manuscrito, mas isto não aconteceu e o lance foi feito em dois minutos.
Todas as páginas do “Códice Leicester” mostram a genialidade de Da Vinci, um homem que chegou a algumas conclusões que antecederam em séculos o seu tempo.
O manuscrito tem uma ligação próxima com algumas pinturas de Da Vinci, inclusive a sua obra mais famosa a Mona Lisa. “Sem o Códice Leicester, a Mona Lisa não teria existido”, diz a introdução do catálogo de venda, escrita por Carlo Pedretti.
O manuscrito foi iniciado por volta de 1508 e fala sobre as propriedades da água, fluxo, vapores e nuvens. As idéias de Da Vinci, no entanto, corriam com tanta velocidade e mudavam tanto de assunto que Pedretti afirma que “tem grandes lacunas de um assunto para outro”. O manuscrito fala sobre guerra submarina -ele talvez tenha inventado o periscópio nestas páginas, de astronomia e luz, de mecânica e drenagem de pântanos, de represas, bate-estacas e inundações.

                       MURAL
Nova escola - Uma nova escola de arte, Visuais Escola de Arte, está funcionando no Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, e já realizou uma exposição de seus alunos visando incentivá-los. Entre os alunos está nossa colega Núbia. São 35 alunos que durante seis meses vêm estudando variadas técnicas.
Seis crianças - A artista Débora Fontes trabalha há mais de um ano com crianças da Escola de Educação e Atividade Infantil. O resultado é uma exposição de Ednei Lima, Cláudia Botelho, Heleneide Andrade, Ivna Vilas Boas, Ptolomeu Cerqueira e Adriana Nascimento.
Praga do Cadastro - A praga do cadastro está invadindo o interior do Estado. Depois do fiasco no Museu de Arte Moderna da Bahia resolveram levar a praga para o  interior. Tomara que Santo Amaro seja a última cidade contaminada...
Artistas sergipanos - Estão expondo na Galeria Eucatexpo, até 19 do corrente mês. Participam Adauto machado, Anete Sobral, Caã, Carmen Lima e Pithiu, representantes da nova geração de artistas de Sergipe.

R. Souza - No Salão de Festas, do Edifício Itamaracá, na Avenida Euclides da Cunha, 115, Rita santos de Souza, R. Souza está expondo alguns trabalhos com a temática casario. Segundo Oscar Caetano “ela aprendeu cedo a  distância que separa as cores-luz das suas homônimas –pigmentos. Aprendeu, igualmente, a manobrar a tríade das cores simples com os seus complementos, conseguindo reduzir a distância aludida, com a obtenção de tons e valores apropriados”, Foto I.
Registro- Por falar em Sergipe o senador Lourival Baptista, do PDS, registrou nos anais do Congresso que a Coordenação Central de Extensão, da UFBA realizou de 3 a 31 de outubro passado o V Salão Nacional Universitário de Artes Plásticas, sob a coordenação de Ivo Vellame. 
Pedro Roberto - Expõe no Museu Regional de Feira de Santana até o próximo dia 28. Já realizou várias exposições coletivas e individuais e tem apresentação no catálogo de Anna Maria Pedreira Franco que fala das suas qualidades pictóricas.

Hamilton Ferreira- Está expondo no Praiamar Hotel, na Ladeira da Barra até o dia 26. O tema é o mesmo: Orixás. Ele vem recriando há vários anos esta temática desde quando resolveu largar a tesoura e a navalha para dedicar-se à pintura.Hamilton depois exporá no Rio de Janeiro e São Paulo. Foto II.
Arte e Natal - Anna Georgina, Antônio Lobo, B. Odorico, Cláudio Perazzo, Cristiano Coelho (MG), Elita Seixas Maia, Itamar Espinheira, José Arthur, Lugmar (MG), Núbia, Sauro de Col (SP), Sérgio Sampaio e Rescála estão expondo na Galeria Panorama até o próximo dia 18.
Dê um presente inesquecível, uma obra de arte.




IBERÊ CAMARGO É MAIS UMA VÍTIMA DA VIOLÊNCIA URBANA - 08 DE DEZEMBRO DE 1980.


 JORNAL A TARDE, SALVADOR, 08 DE DEZEMBRO DE 1980. 

IBERÊ CAMARGO É MAIS UMA VÍTIMA DA 
VIOLÊNCIA URBANA
Guache de Iberê Camargo,que foi exposto na
década de 70 em São Paulo.
Um triste episódio envolve um dos mais importantes artistas deste país: Iberê Camargo. Alguns consideram Iberê mais uma vítima da violência desenfreada que invade as cidades brasileiras. Iberê Camargo foi quase que obrigado a sacar de uma arma para defender-se da violência de um cidadão que investira contra ele. De físico avantajado, pois era halterofilista, (e Iberê já conta com 66 anos de idade), o homem derrubou facilmente o artista que correu e foi perseguido até que retirou seu revólver da capanga deflagrando contra o agressor. Não estou aqui para justificar o crime de Iberê e muito menos para defender aquela posição de fazer justiça com as próprias mãos. Sei, no entanto, que em determinadas circunstâncias qualquer um de nós pode envolver-se com pessoas agressivas e terminar assassinando - como aconteceu com Iberê ou assassinado - , o que é pior ainda.
Todos que acompanham as artes plásticas no Brasil conhecem o trabalho de Iberê Camargo. Ganhador de vários prêmios inclusive de melhor pintor brasileiro na VI Bienal de São Paulo. Este homem, nascido em Restinga Seca, pequenina cidade do Rio Grande do Sul, jamais pensara na fama e muito menos em envolvimento de tal envergadura. São mais de 40 anos de arte. Quem vê sua pintura pensa ser uma artista impulsivo, apaixonado, romântico, que pinta sofregamente com gestos largos  intempestivos. Nada disto, Iberê pinta com calma e sua pintura é demorada e apurada.Não podemos deixar de lembrar que foi um dos principais expoentes da arte abstrata neste país. Nascido em 1914, Iberê viveu  a época abstrata intensamente, embora fosse forte opositor ao abstracionismo construtivo, “por não ter nada a ver com a geometria ou a matemática (sobre os quais repousou também o concretismo)
De temperamento arredio. Iberê sempre está trancafiado em seu atelier que é o “meu submarino”. Dizia ele, em 1972: “Aqui é meu submarino.Quando pressinto o barulho, fecho as escotilhas e afundo  ". E mais adiante:
O artista Iberê Camargo, falecido
“Quando pinto, não posso parar: é uma coisa compulsiva. Enquanto tenho munição, estou na guerra”. O atelier de Iberê Camargo servia também para isolar o artista do mundo conturbado. As portas, por exemplo, contém uma camada de Eucatex entre duas pranchas. As paredes são duplas, com um espaço vazio de dez centímetros no meio. Os vidros das janelas são de cristal belga com 8 milímetros de espessura.
Na mesma entrevista, Iberê dizia a Marinho de Azevedo que “o fantástico do homem é escrever do nada. Mas, daqui a um milhão de anos, que importância vai ter isso? Acho que vivemos num universo que é o resto de uma grande fogueira e que as estrelas são suas últimas brasas". E o destino quis que Iberê deixasse o seu submarino em pleno centro do Rio de Janeiro e saísse com sua secretária, desprotegidos, para enfrentar o caos urbano.
Agredido e humilhado, reagiu. Agora, amarga sua atitude que deve ser considerada dentro de todo um contexto social e econômico adverso àquelas pessoas civilizadas e tranqüilas.

BAHIA ENCERRA UM CICLO DE 13 ANOS DE TRABALHO DE MÁRIO CRAVO NETO

No próximo dia 11, Mário Cravo Neto estará lançando no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia o livro Bahia com texto de Jorge Amado, onde ele evidencia os traços e aspectos culturais do povo que habita a Bahia de Todos os Santos. O lançamento tem o patrocínio da Rhodia S/A, que é mais uma empresa que ajuda o desenvolvimento das artes e por isso merece aplausos.
Sobre as fotografias de Mário Cravo Neto, tenho falado em outras ocasiões, principalmente sobre aquelas que enfocam a cor, a forma e os movimentos de nossa gente. Diz o artista que há muitos anos vinha tentando concretizar este sonho, o qual seria dar, através do seu trabalho, uma resposta “de agradecimento a uma cidade e a um povo do qual faço parte”. Neste momento ele vê seu sonho concretizado e esta procura encerra um ciclo e uma vivência de 13 anos. Espero que o livro Bahia seja o início promissor e marco para outros ciclos e outros livros tão belos e ricos como este.
Que Mário Cravo Neto continue procurando, através de suas fotografias, paz, quietude e a solidão dos personagens que enchem e esvaziam estes espaços.
O escritor Jorge Amado disse: “Cravo Neto, com suas fotos, nos dá uma das chaves do segredo mágico da Bahia: paz, quietude e solidão, palavras do próximo artista, ás quais eu acrescento: vida, povo e amor”.

NEM ATLAS SUPORTA O PESO DAS TORRES DE PETRÓLEO

Este desenho de George Shaffer ilustra a capa da revista econômica Impact, número 31, mês de novembro passado, vai aqui reproduzindo pela sua qualidade gráfica. Como todos observam, representa o Atlas segurando o globo terrestre onde aparecem as torres de petróleo. O Atlas da mitologia grega recebeu o castigo de segurar o globo depois de uma revolta.
Pertencente ao ciclo das divindades marinhas, conhecido também por Homero ter-lhe atribuído o conhecimento de todos os abismos do mar, ele suportou com garlhardia todo o peso dos céus.
Mas, o fardo parece que está pesado demais. São as torres que se multiplicam nos desertos e nas áreas abissais dos oceanos. Estão valendo peso de ouro. O negro sangue que jorra das entranhas da Terra representa um forte peso para as economias mundiais. Elege e derruba governos, cria pacotes econômicos, gera falências e, enriquece califas e intermediários, transforma subdesenvolvidos em donos do dinheiro. Mas, tudo isto parece deixar alheios, nossos economistas e, o artista George Shaffer esqueceu apenas de colocar o mapa de nosso próprio país, que já está com uma inflação que rompeu a casa dos 100 e ruma para os 200. O sangue negro continuará jorrando das entranhas da terra. Os preços continuarão aumentando e as torrinhas se multiplicando nos desertos e oceanos para o bem daqueles que souberam pesquisar ou quem sabe, foram beneficiados por um deus qualquer. Atlas é que não o foi.















LYGIA CLARK TEM EXPOSIÇÃO E LIVRO COM APOIO DA FUNARTE - 29 DE DEZEMBRO DE 1980


JORNAL A TARDE, SALVADOR,  29 DE DEZEMBRO DE 1980

LYGIA CLARK TEM EXPOSIÇÃO E LIVRO COM APOIO 
DA FUNARTE

Exposição retrospectiva de Lygia  no Itau Cultural
Uma exposição de Lygia Clark, com lançamento de um livro sobre a obra da artista plástica e do primeiro volume dos Cadernos do espaço ABC, marcou a transferência do Espaço Arte Brasileira Contemporânea, do Parque da Catacumba (Avenida  Epitácio Pessoa 3000, Lagoa) para a sede da Funarte, na Rua Araújo Porto Alegre, 80, Centro.
O antigo espaço, entretanto, ainda recebeu uma última exposição antes de ser desativado: a do escultor José Resende, inaugurada no dia 16 e permanecerá até 31 de janeiro.
Lygia Clark- O livro sobre a obra de Lygia Clark é o sétimo volume da coleção ABC, Edições Funarte, que já focalizou os artistas Rubens Gerchman, Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Vergara, Barrio e Weslwy Duke Lee. A exposição vai até 16 de janeiro e está aberta de segunda a sexta das 9h30min às 18h30min.
Precursora dos principais movimentos de vanguarda no Brasil, Lygia Clark iniciou sua trajetória artística na década de 1950, havendo participado do movimento concreto. Em 1958, assim Ferreira Gullar se manifestava sobre a artista: “Os quadros de Lygia Clark não têm moldura de qualquer espécie, não estão separados do espaço, não são objetos fechados dentro do espaço: estão abertos para o espaço que neles penetra e neles se dá incessante e recente: tempo”. A evolução da obra de Lygia Clark foi muito bem fixada por Mário Pedrosa, que em 1963 escrevia: “Lygia arrebentou a moldura, passou a integrá-la no retângulo e, depois, com as superfícies moduladas, rompeu com a noção mesma do quadro, e passou a construir planos justapostos ou superpostos até chegar às constelações suspensas à parede, aos contra-relevos e aos atuais casulos, em que um plano básico de superfície permite que sobre ele se ergam desdobramento planiméticos e variações espaciais, os quais, por sua vez, como que evoluem num bojo espacial ideal delimitado pela mesma superfície básica.

Ela costuma dizer que seus atuais bichos caíram, como se dá com os casulos de verdade, da parede ao chão. A partir de 1963, Lygia inaugura sua fase sensorial, quando a percepção e a vivência do instante passam a construir a própria essência do trabalho. É quando ela chama o espectador a participar da obra como uma única forma possível de fazê-la existir.
Como ela própria diz, “recusamos o artista que pretende emitir através de seu objeto uma comunicação integral de sua mensagem, sem a participação do espectador”. Na década de 1970, a artista leciona na Sorbonne, em Paris, realizando até 1975, quando volta ao Brasil, seus últimos trabalhos ainda ditos de arte. A partir de 1975, e sempre em buscas de novas fronteiras. Lygia se dedica ao seu trabalho de consultório, ou seja, na utilização dos chamados “objetos relacionais” para fins terapêuticos.. Segundo a artista, o “objeto relacional” não tem especificamente em si, “como seu próprio nome indica é na relação com a fantasia do sujeito que ele se define. O mesmo objeto pode expressar significados diferentes para diferentes sujeitos ou para um mesmo sujeito, em diferentes momentos.
Em resumo: o livro da Coleção Arte Brasileira Contemporânea, editado pela Funarte, procura documentar todas as metamorfoses clarkeanas, dando assim uma visão bastante ampla do próprio caminho percorrido pela chamada vanguarda brasileira nos últimos vinte anos.
Cadernos do Espaço ABC n.º1- Os cadernos iniciam mais uma série de publicações da Funarte.
Eles pretendem abordar temas bastante abrangentes, numa reflexão sobre o artista e o ato de criar.
Neste primeiro há dois textos polêmicos que estimulam o debate: do Moderno ao Contemporâneo- O Novo e O Outro Novo de Ronaldo Brito e Luhgar Nenhum- O Meio de Arte no Brasil de Paulo Venâncio Filho. Esses trabalhos destinam-se, principalmente, ao público universitário, sobretudo aos cursos de arte e às cadeiras de Estética, como temas provocantes para as discussões em aula.
O primeiro texto trata de questões teóricas ligadas ao limite problemático que separa a modernidade da contemporaneidade na produção artística. O segundo, traça um quadro crítico dos aspectos negativos do meio e da arte no Brasil, da inadequação de algumas de suas instituições básicas, mercado de trabalho, crítica, entidades culturais e do jogo calculado dessa inadequação ao não dar conta das necessidades da produção  de arte, de fixar sua história, de promover a superação de velhas questões. Traz ainda como apêndice três textos significativos de autoria de artistas plásticos brasileiros.
Os cadernos têm 48 páginas ilustradas e custam CR$200,00.
José Resende- A exposição que ainda ocupará o Espaço ABC Parque da Catacumba de 16 de dezembro a 31 de janeiro, estará aberta diariamente das 15 às 19h e mostra obras do escultor José Resende.
Professor de arte na PUC de Campinas, na Escola de Comunicação e Arte da USP e arquiteto, José Resende foi membro da Escola Brasil em São Paulo onde detalhou trabalhos junto com Fajardo, Bovarelli e outros. Foi membro do grupo editorial da revista Malazartes e de A Parte de Fogo, sendo também o representante do Brasil na última Bienal de Paris, selecionado, em Paris, pela comissão organizadora.
Suas esculturas são, segundo o crítico Ronaldo Brito, formas de interrogação. Elas são em si mesmas a questão e o problema, daí sua estranheza e, também, daí sua força. O trabalho de Resende confunde porque nele vigor e rigor são um só e não podem ser submetido ás categorias da estética tradicional para serem decompostos, divididos, analisados.
Surpreendendo e solicitando do espectador uma contrapartida, um trabalho, contribuem efetivamente para a arte contemporânea no Brasil.

MOMENTOS DE FÉ
O Papa e o Menino Jesus, sob o sol de Roma.

ROMA (ANSA)- No domingo antes do Natal, o papa João Paulo II abençoou do balcão de sua biblioteca as milhares de imagens do Menino Jesus, para os presépios que os fiéis da Itália inteira vão preparar em suas casas. Brilhava o sol, em Roma. E o sol esquenta os corações dos que sofrem, mas não se entregam. A foto vale pela espontaneidade e plasticidade.



AUMENTA A PARTICIPAÇÃO DOS NORTE-AMERICANOS
 NAS ARTES

Os Estados Unidos experimentavam um verdadeiro surto de participação nas artes, que se faz acompanhar por uma expansão generalizada de interesse e participação nas humanidades.
Na última década, o número das orquestras sinfônicas triplicou; houve um aumento de mais do dobro do número das companhias de ópera; o das companhias de dança aumentou 10 vezes, e os dos teatros profissionais, seis vezes.
Testemunhamos, também, nos Estados Unidos, uma surpreendente eclosão nas artes visuais -principalmente fotográfica-, no artesanato, e nas exposições de arte contemporânea dos museus.
No setor das humanidades, onde, há uma década, não havia participação do público, temos hoje comitês voluntários de cidadãos em todos os Estados, que incentivam programas nesse setor
O Museu de Arte de Nova Iorque - Moma,
 é um dos berços da arte norte-americana

As exposições dos museus, que reúnem os conhecimentos dos historiadores e críticos, atraem milhões de pessoas em todos os Estados Unidos. Uma associação crescente entre eruditos e cineastas leva a milhões de telespectadores conhecimentos sobre literatura, arqueologia, antropologia, história e filosofia.
Persiste uma indagação sobre este fenômeno. Quais são as causas?
Não sabemos até que ponto as iniciativas governamentais federal, estaduais e municipais- contribuíram para esta expansão cultural. A questão mais interessante é a contribuição exata de certas iniciativas do governo federal nos últimos 15 anos.
Tradicionalmente, o governo federal dos EUA nunca desempenhou um papel significativo nos assuntos culturais. As únicas exceções, até pouco tempo, eram a instituição Smithsoniana, que administra nossos museus nacionais, e a Biblioteca do Congresso. Durante os anos de depressão da década de 30, o apoio do governo aos escritores, artistas e projetos teatrais foi energicamente combatido por muitos e ocasionalmente, abandonado.
A principal contribuição dos governos estaduais à vida cultural era o apoio do seu sistema educacional, inclusive da rede de grandes universidades e colégios estaduais.
No que se referia ao governo, era a nível de autoridades de condado e municipais que se prestavam as contribuições mais diretas às atividades culturais.
Entretanto, nos primórdios da década de 1960, passou a haver uma considerável preocupação com a situação das artes e humanidades nos Estados Unidos. A impressão generalizada era de quem estavam sendo negligenciadas em comparação com as ciências, que já vinham recebendo verbas generosas da Fundação Nacional de Ciências do governo federal.
Em resposta a esses apelos de ajuda federal para as atividades culturais norte-americanas, o Congresso dos Estados Unidos, após minuciosos estudo da questão, criou em 1965 duas agências federais isoladas e independentes: a Fundação Nacional para as Humanidades e a Fundação Nacional para as Artes.
As dotações iniciais para as duas agências foram de cinco milhões de dólares. Hoje, 15 anos depois, as dotações em conjunto são de cerca de 300 milhões de dólares.
Além disso, foram criadas agências federais encarregadas de museus e transmissões radiofônicas, suas atividades, juntamente com maiores dotações para a Biblioteca do Congresso, Instituição Smithsoniana e atividades culturais do Serviço Nacional de Parques, respondem atualmente por 350 milhões de dólares adicionais em verbas federais.
Embora não possamos negar o efeito estimulante do interesse e das iniciativas do governo federal sobre a expansão cultural dos Estados Unidos, o fato é que o aumento na participação cultural pelos norte-americanos é natural e espontâneo- parte da própria formação da sociedade do país.
No setor cultural, o governo principalmente o federal trabalho em associação com a iniciativa privada. O governo é um fator importante, mas a força propulsora procede da sociedade em geral.
As realidades da adoção de verbas para a cultura confirmam claramente a primazia da iniciativa popular e individual.
Em 1978- o ano mais recente sobre o qual se dispõe de dados completos, as contribuições para as artes e humanidade, procedente de todas as fontes, nos Estados Unidos, somaram mais de 2.490 milhões de dólares.
Deste total, cerca de 291 milhões foram a forma de verbas federais; as fundações privadas contribuíram com 216 milhões de dólares; as empresas, e os legislativos estaduais designaram cerca de 69 milhões de dólares.
As doações individuais, em 1978- que variaram de alguns poucos dólares e legados de vários milhões de dólares atingiram a surpreendente soma de 1.670 milhões de dólares.
Desta forma, as fontes de receita mais importante para as atividades culturais nos Estados Unidos continua sendo as receitas de bilheterias e as doações individuais.
Em que pese toda a confusão, todos os reveses, os Estados Unidos continuam profundamente apegados á diversidade em sua vida cultural. Poderá perfeitamente ser o único sistema prático para uma sociedade tão diversificada como a nossa.
Alguns observadores do cenário cultural norte-americano já declararam que nossa diversidade na doação de verbas para atividades culturais “tronam impossível uma política cultural nacional”.
Porém, a ausência de uma política cultural nacional nos Estados Unidos não é o resultado do pluralismo na concessão de verbas. É justamente o contrário. É nossa política nacional salvaguardar a ausência de uma política governamental federal, por meio de pluralismo na concessão de verbas para finalidades culturais. (Joseph Duyfey, presidente da Fundação Nacional para as Humanidades).

MATERNIDADE PRESENTE FALSO?


Verdadeira ou Falsa. É a dúvida que está separando os críticos de arte italianos, com relação a esta escultura, Maternidade Sentada, que, para alguns, é de autoria do escultor Arturo Martini, e para outros não.Envolvidas no mesmo dilema estão mais de 55 obras deste artista, atualmente expostas numa galeria romana. O caso foi levado inclusive a Justiça, e o Tribunal de Roma, apoiando a tese da “não autenticidade”, emitiu seu veredicto definindo as obras “falsificadas”. As belas peças (pertencente a um amigo do escultor) não estão à venda, mas “expostas para serem examinadas e estudadas”. Esta Maternidade Sentada, que já foi muito admirada por Paulo VI, será doada agora ao papa Wojtyla.


domingo, 27 de janeiro de 2013

DEPÓSITOS DE ARTE - 20 DE OUTUBRO DE 1980


JORNAL A TARDE,SALVADOR,  20 DE OUTUBRO DE 1980

            DEPÓSITOS DE ARTE
É hora de chamar atenção para o descaso que vivem nossos museus de Norte a Sul do Brasil, com poucas e honrosas exceções. Na maioria das vezes são verdadeiros depósitos de quadros e objetos envelhecidos pelo tempo, empoeirados e mal cuidados. Seus funcionários nada sabem informar e quase sempre mostram-se mal humorados, sob a alegação de quem ganha pouco. Sempre recebem pequenas dotações oficiais que lhes garantem uma difícil sobrevivência. Sobrevivem ao invés de promoverem a cultura. Vegetam pelos canais da burocracia e também deixam simplesmente, que seus diretores e outros funcionários menos graduados recebam os míseros cruzeiros de seus salários irreais. Ao lado deste quadro triste, encontramos pessoas incompetentes dirigindo-os. Encontramos pessoas completamente alheias ao sentido moderno de museu, que deve ser uma instituição viva onde palpitem os elementos significativos da cultura. Aqui o burocrata quase nada faz. Cruza os braços pela sua incompetência diante das dificuldades, ao invés de enfrentá-las. Estive recentemente nos Estados Unidos visitando vários museus nas capitais e em cidades do interior. Confesso que fiquei impressionado pelo trabalho de seus diretores; de centenas de voluntários que trabalham de graça pelas instituições e também pela atividade desenvolvida. Lá (e não cá) os museus faturam, arrecadam dinheiro com venda de livros de Arte, reproduções, catálogos e de vários objetos artísticos.
Alguns deles têm restaurantes e bares que exploram um número certo de contribuintes, quer sejam pessoas jurídicas ou físicas; incentivam as doações e até fazem excursões culturais para o exterior. Parece que isto só acontece nas grandes cidades americanas.
Não, também nas cidades de porte médio. Lá cobram ingresso para as pessoas visitarem os acervos e fazem exposições importantes.
Aqui quase nada acontece. Quando acontece uma grandiosa exposição (casos raros) é promovida por embaixadas, consulados ou instituições estrangeiras. Os nossos diretores de museus só sabem gastar. Esquecem a palavra arrecadar. Ficam esperando as míseras dotações oficiais. Não têm imaginação.
São burocratas, que serveriam melhor se lhes fossem dados carimbos de repartições públicas mas de pouco movimento.
É preciso agitar, como dizem os jovens.
É preciso criatividade para se dirigir. É hora de descruzar os braços e realizar alguma coisa.
Garanto que a maioria, ao terminar a gestão, quando for fazer os tais relatórios vai ter que inventar serviço, porque o que realizou foi pouco e insignificante. É preciso também não expor qualquer coisa, a exemplo do Museu de Arte da Bahia, que realiza esta pobre exposição de jovens artistas de Joinville, ou exposições como a tal “Cadastro”, de triste memória, realizada pelo Museu de Arte Moderna, que agora, além de depósito, é arquivo de artista. Está cadastrando ou arquivando...

Uma expressiva obra do artista Zivé Giudice
     PRÊMIO   DIVIDIDO                     
                      
Obra do artista Murilo que foi um dos premiados
Murilo e Zivé são dois bons artistas baianos. Jovens ainda, eles vêm acumulando prêmios e continuam trabalhando em busca de novas formas de se expressar. Inconformados e com boa técnica, realizam individualmente uma obra digna de registro. Agora, ganharam novo prêmio. Empataram e o prêmio foi dividido no V Salão Universitário Nacional de Artes Plásticas, que está aberto ao público no foyer do Teatro Castro Alves.

Alguns inconformados estão falando aos redemoinhos que os prêmios do salão “saíram pros mesmos”. É uma inverdade. Muitos jovens e desconhecidos foram premiados. Mas, certamente outros já conhecidos e talentosos não podiam ficar de fora pela qualidade da obra que ostentam. O mais é a falta do que fazer e visão retorcida das coisas. É hora de aplaudir os premiados e não procurar confundir com blá blá blá que ninguém entende ou citar autores que não nos interessam.


                          
CRIANÇAS VÃO BRINCAR DE PINTAR NA CAIXA D’ÁGUA

Uma tarde de emoção viveram dezenas de crianças que participaram de uma promoção especial promovida pela Fundação Cultural do Estado, buscando a realidade cultural de cada bairro. A primeira experiência, no último dia 10, no Nordeste de Amaralina, e a próxima será no dia 25, na Caixa D’Água.
O barro é a essência de Maragogipinho
As crianças, atraídas para participar do projeto, receberam tintas, papéis, barro de Maragogipinho, água, pincéis e lápis e, sentados no chão pintaram e moldaram objetos de todos os tipos e formas. Um deles, Fernando, fez uma cobra fina, que segundo explicou, “é para comer as formigas e baratas que tem lá em casa”, outros fizeram mesas, árvores de Natal, chapéus de mexicanos e bonecas. As meninas ficaram deslumbradas com os materiais e gritavam e riam a valer, principalmente quando um colega fez um microfone vermelho “para poder cantar, pois serei igual a Sidney Magal”. Este desejo é de José, de apenas três anos de idade, e nunca havia pegado em barro.
FESTA CONTINUOU
A festa continuou por mais algumas horas e muitas aproveitaram para pintar o próprio cenário onde estavam, reunidas, ou sejam os coqueiros e o mar azul.
Algumas crianças nem andavam com desenvoltura, outras, envergonhadas com a estranha presença dos organizadores, ficavam cabisbaixas. Outras, andavam de um lado para outro levando os pincéis entre as pequenas mãozinhas sujas. Delinearam gravuras rústicas e nomes e recados de amiguinhos, a exemplo de Joana que escreveu com grandes e grossas letras vermelhas “Quero uma boneca grande e loura, do meu tamanho, e um vestido de bolinha para minha mãe”.
Houve choro, também.
Choro, quando um garotinho reclamava; “Roubaram meu barro que ia fazer uma máquina de escrever e mandar uma carta para “Batman” vir matar um morcego que aparece lá em casa toda a noite”, queixava-se Pedro de seis anos, da escola de “Tia Alice”.
No final da tarde todos queriam saber quando a equipe voltaria ao Nordeste de Amaralina para realizar novas brincadeiras.
IDENTIDADE CULTURAL
“Nosso objetivo é a aproximação direta com a comunidade, atendendo ás carências e dificuldades da mesma, agilizando uma programação cultural dentro das escolas e grupos interessados em cada bairro”, afirma Cristina Mendonça, coordenadora do grupo de trabalho responsável pela Dinamização Cultural nos bairros e de escolas atingidos pelo Prodasec e desenvolvimento pela Fundação Cultural do Estado-SEC. O programa é dividido em três etapas: estudos, buscando o conhecimento da realidade cultural de cada bairro, produção e difusão cultural e desenvolvimento de recursos humanos para ação comunitária. Estão sendo feitos contatos nos bairros do Cabula, Alagados, Caixa d’Àgua e Nordeste de Amaralina. No bairro do Cabula será apresentado o filme  A Grande Feira, no Nordeste de Amaralina está sendo desenvolvido um trabalho com bonecos. O próximo encontro será na Caixa D’Água, dia 25 de outubro.
Dessa forma, as crianças que deixaram os coqueirais do Nordeste de Amaralina catando e dançando ao som do violão de Leila Gaetha, que brincaram com barro orientados por Maria Betânia Vargas, com o grupo de trabalho da Fundação Cultural, formado por Sue Ribeiro, Lúcia Mascarenhas, Osmária Ferreira, Isabel Gouveia e Cristina Mendonça e com a equipe integrante do programa Museu/Escola/Comunidade.