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sábado, 31 de agosto de 2024

A VIBRAÇÃO E A CRIATIVIDADE NA OBRA DE BEL BORBA

Bel Borba brincando com o
autorretrato que fez na sala
 do MAB para sua exposição.

No próximo ano o pintor, escultor, desenhista, muralista, gravador, performista e intervencionista urbano Bel Borba estará comemorando 50 anos de arte. Venho acompanhando a sua trajetória há algumas décadas, inclusive foi um dos participantes da Exposição Geração 70, que organizei justamente no Museu de Arte da Bahia, onde atualmente está sua atual exposição. Ao falar sobre esta caminhada profícua e vibrante, sim vibrante porque o Bel Borba vibra como uma criança diante de um novo brinquedo ao falar  das pinturas, esculturas e dos desenhos. É com certeza o artista vivo mais conhecido da cidade principalmente devido aos inúmeros mosaicos que fez em vários pontos de Salvador que o popularizaram. Hoje ele é reconhecido em quase todos os lugares por onde anda desde o motorista do UBER, o garçom de um restaurante, o atendente de uma loja ou o porteiro de um prédio. Com seus mosaicos além de embelezar a Cidade ele contribui para que pessoas comuns que não frequentam exposições e museus sejam despertadas a olhar e refletir que ali diante de seus olhos tem algo diferenciado que é a arte feita por um artista. Quando lhe perguntei se fosse listar quais os trabalhos ou trabalho que mais lhe trouxe satisfação Bel quase pula da cadeira e falou: "Os mosaicos! E
Bel com com amigos na exposição
Geração 70 realizado no MAB,
em 1985.
o primeiro que fiz foi no muro do Fredão, no Rio Vermelho. Passei o dia inteiro trabalhando naqueles mosaicos por toda extensão do muro e ao terminar já era de tardinha. Começaram a passar na Avenida Otávio Mangabeira os primeiros veículos com as luzes acesas." Ao lembrar Bel Borba ficou emocionado e disse: “Foi um momento mágico porque 
ao terminar e olhar do outro lado da Avenida as luzes dos carros refletiam e cintilavam nos mosaicos que acabara de fazer. Parecia que estavam piscando em celebração! Fiquei emocionado e ainda hoje me emociono só em lembrar. Foi mágico aquele efeito!”. Ele já expôs em algumas cidades da Alemanha, Espanha, Portugal e Suíça e tem uma escultura próxima de uma importante praça de Madri, na
Espanha, dedicada aos refugiados  e outra na Suíça inspirada nas ondas dos mares . Na Alemanha ele é representado pelo Alexander Fils e na Espanha por dois galeristas Flor M. Reiners e Eustákio Personaga . Bel Borba participou de três bienais de esculturas na Suíça e a sua  escultura Oceanos deverá ficar permanentemente em Montreaux numa pequena praça . A instalação continua na fase de consulta aos moradores da comunidade. O  local será numa pequena praça já prevista, mas ainda não  determinada. Os suíços fazem consulta aos moradores se pode ou não colocar este ou aquele equipamento. Aqui basta um burocrata decidir e a praça é ocupada por bizarrices como tem uma na Cidade Baixa. 
Ao lado escultura de sua autoria que ficava na frente da loja Wine & Music, no shopping Aeroclube Plaza Show, em Salvador-Ba.

Convite de uma de suas exposições na
Alemanha.
Foi para a Alemanha em 1986 a convite do proprietário da Fils Edition empresa que  foi criada em 1870 e vem passando de geração a geração .Atualmente é dirigida por Alexander Fils, galerista e professor de História da Arte . Ele é o representante de Bel Borba na Alemanha e está organizando uma exposição do artista para o próximo dia 25 de outubro na cidade de Frankfurt. Esta mostra acontecerá 34 anos depois do artista  conhecer o Alexander. 

Foi através de Alexander que já participou de três bienais de Esculturas  na Suíça e decidiram doar a escultura Oceanos que é um alerta do artista pela escassez de água no planeta Terra. Segundo ele toda água existente em nosso planeta é apenas 0,05% de todo o globo terrestre. Como disse anteriormente a escultura deve ficar permanentemente numa pequena praça na cidade de Montreux, conhecida também por seu festival musical. Ao lado a escultura Oceanos feita de fitas de aço inoxidável representando as ondas. Bel Borba tem também uma preocupação com o Meio Ambiente.

Já a escultura que ele fez em 2019 para a cidade de Madrid, na Espanha, está bem localizada no Paseo Recoleto entre o Museu do Prado e a Prefeitura, e é muito visitada por turistas especialmente os brasileiros. Foi uma homenagem que

A bela e expressiva escultura que
 fez e está na Cidade de Madri,
Espanha.
Bel Borba fez aos imigrantes africanos e de outros lugares que se lançam no mar em frágeis embarcações em busca de uma vida melhor no continente Europeu. Muitos não conseguem chegar, perecem pelo caminho, e outros chegam com graves sequelas físicas e emocionais. Esta escultura ele modelou primeiro em argila e em São Paulo.Depois as peças foram fundidas  em bronze / cobre e coberta por uma pátina verde uma exigência do Departamento do Patrimônio Histórico de Madri, na Espanha. Disse o artista que o contrato tem 570 páginas, muita exigência.

                                                             QUEM É

Bel com assemblagens na sua primeira
exposição na Galeria Cañizares.
O Alberto José Costa Borba o conhecido Bel Borba nasceu em 23 de setembro de 1957 em Salvador. É filho do advogado trabalhista Adalberto da Costa de Borba e d. Norma de Castro Couto Borba, que também era advogada, mas não exercia a profissão e  trabalhava na Procuradoria no IPASE- Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado que era um órgão previdenciário dos funcionários do Estado. Logo depois que nasceu seus pais se mudaram para Recife onde permaneceram por poucos anos. Ao retornarem foram morar num apartamento e posteriormente o pai adquiriu a casa na mesma rua a Claudio Manoel da Costa, número 16,no bairro do Canela,em Salvador-Ba. Foi estudar o primário na Escola Jesus Maria José, do casal português José Mário e d. Maria que funcionava nas imediações do Teatro Castro Alves, em Salvador-Ba. Em seguida  estudou  no Vieirinha, Colégio Antônio Vieira para os menores de idade. Conheci o Bel Borba nos anos 60 quando meu saudoso amigo Ivo Vellame me levou até a garagem de sua casa  que antes pertencia aos avós da ceramista Hilda Salomão . Ele estava fazendo umas obras usando spray e aerógrafo. Prestou vestibular para Direito e foi
Carteira da Feira do Artesanato onde
vendia suas primeiras xilogravuras.
aprovado. No ano seguinte fez para Arquitetura e não conseguiu aprovação . Ficou na segunda opção  de Licenciatura em Desenho e Artes Plásticas, na Escola de Belas Artes, da UFBA. Frequentou algumas aulas, mas não chegou a se formar. Lembra que seu gosto pelas artes plásticas começou aos oito anos de idade e que antes de entrar para a EBA frequentou uns cursos livres na década de 60. “Todo mundo estava fazendo xilogravura. Meu irmão Almir Borba, (que ele chama de Almirante), estava frequentando um curso livre de gravura com Emanoel Araújo, na Escola de Belas Artes." Foi uma época que a gravura teve grande momento na Bahia e lembrou que Edison da Luz,  Leonardo Alencar, Sonia Castro, Hansen Bahia, Renato Viana, Denise Pitágoras, Hilda Oliveira estavam criando suas gravuras . Também no Centro Histórico muitos artistas naifs faziam e vendiam suas xilogravuras na Feira de Artesanato que funcionava no Terreiro de Jesus.  

Grafitando no Muro de
Berlim, em 1986.
Foi assim que ele e os amigos da Rua Cláudio Manoel da Costa , no Canela , o  Marco Aurélio Martins e Paulo Serra, cartunista e criador do personagem Mero, criaram o ateliê Coxilo em 1971. A  sede era num antigo galinheiro na  casa dos avós de  Paulo Serra  e passaram a comercializar suas gravuras na Feira do Artesanato. O Paulo Serra até entalhou um logotipo da Coxilo. Disse Bel Borba com orgulho exibindo a  sua carteirinha de artesão que lhe garantia expor as xilogravuras na feirinha. Infelizmente os “reformistas” que sempre gostam de acabar com as coisas que estão funcionando, terminaram acabando com a feira que tinha um bom movimento nos finais de semana e durante o verão, além de garantir a sobrevivência de muitos artistas do Centro Histórico. Em seguida Bel Borba passou a trabalhar com assemblage ou assemblagem  - é um termo francês que foi trazido à arte por Jean Dubuffet em 1953. É usado para definir colagens com objetos e materiais tridimensionais. Foi quando fez em 1975 uma exposição na Galeria Cañizares com 27 assemblagens e 20 trabalhos em spray. Ele usava pregos, colas e peças de carros para fazer as assemblagens e Colorjet para as obras de spray. Lembrou o artista que quando pintou a assemblagem de branco sentiu o efeito dos volumes em três dimensões, mas quando pintou de preto  parecia uma fotografia. “Foi um efeito incrível. Aí comecei a usar o spray e o pincel como expressão de minha arte.” Prosseguindo na sua trajetória passou a pintar com aerógrafo e pistolas e daí foi um pulo para a tinta acrílica sobre tela isto por volta de 1986 quando fez uma exposição na galeria Escritório de Arte, na época pertencia a Paulo Darzé e Denison Oliveira. Logo depois  viajou para a Alemanha a convite de Alexander Fils. Esta viagem serviu para visitar muitos museus e ter contato direto com a arte contemporânea que estava sendo feita em todo o mundo.
Mural com mosaicos do Descobrimento 
na Avenida Amaralina, Salvador-Ba.
Declarou Bel Borba que o que viu lhe abriu os olhos e passou a ter uma visão universal. De lá para cá o Bel Borba já realizou dezenas de exposições individuais e coletivas aqui e fora do país.O artista Bel Borba sempre teve a preocupação em tornar cada vez mais a sua obra popular. Já pintou nos muros dos bairros do Rio Vermelho, Graça, Pernambués, São Caetano, Avenidas Contorno, Otávio Mangabeira e Amaralina, nas cidades de  Itabuna, Ilhéus, no East Village, em Nova York com o nome de O Dominó da África no Sul contra o apartheid e até mesmo no famoso Muro de Berlim, que era o símbolo da queda do comunismo na Europa e foi abaixo em  9 de novembro de 1989.

                                           EXPOSIÇÃO NO MAB


Visão parcial da exposição de Bel Borba.
Atualmente Bel Borba está  dividindo seu tempo no ateliê  da Rua Affonso de Taunay, 22, no bairro do Matatu, em Salvador-Ba entre suas pinturas e esculturas, e na sua exposição no MAB. Revelou que tem sentido que o trabalho escultórico vem ganhando mais espaço na sua produção e que isto lhe tem dado uma sensação boa de se jogar mais e soltar a criatividade. O artista tem uma energia que vibra com as coisas que faz e reverbera nas pessoas que conversam com ele. Fui encontrá-lo no Museu de Arte da Bahia, onde ele montou uma grande exposição chamada de Sinergia e Atavismo, composta de 82 obras ocupando todo o segundo andar do Museu com pinturas e esculturas de vários tamanhos. Percorremos as seis coleções e cada uma exibe obras dentro de uma narrativa na visão do artista, que preferiu realizar a exposição antes da reforma que o museu deve sofrer. Escreveu Bel Borba que se identificou com o espaço como ele está sem o sobre piso definitivo, a altura do pé direito e que lhe lembrou de grandes exposições que visitou realizadas em galpões, antigas fábricas e outros espaços alternativos nos Estados Unidos e na Alemanha. O nome da sua exposição vem exatamente combinar com o que ele está mostrando aos baianos.

Bel Borba fala dos momentos difíceis que
viveu quando criou essas obras em
preto e branco.
A exposição abre com a coleção que foi feita antes da Covid 19. Estava guardada e chamou de Um Imenso Silêncio...São obras pintadas em preto e branco com  elementos geométricos em formas circulares, de cubos, retangulares   e de quadrados. Uma influência do seu momento psicológico que viveu na época e confessou que precisou até de um acompanhamento médico. Neste período ele criou  25 desenhos caligráficos e mais 25 desenhos que traduzem situações e sensações que deram origem a essa coleção que lhes apresento. Confessou que  foi diagnosticado com síndrome do pânico e recorreu à hipnose como alternativa de tratamento, e de ter  obtido alguns resultados positivos . Ilustrou todas as situações para fazer um laboratório criado em estado hipnótico. Aí está o resultado.

Vemos aí as costuras pespontadas e o
desgaste da vela que navegou por anos
na Baía de Todos os Santos nas pescarias 
e no transporte de mercadorias.
A grande maioria das telas da exposição foram feitas utilizando antigas velas de saveiros que ele adquiriu através de troca com pescadores, e de um veleiro de alta performance . As velas dos saveiros,  são simples e rústicas, e claro a do veleiro bem mais sofisticada do ponto de vista do material e da sua fabricação. Denominou esta coleção de Saveiros entre Eles Saveiros. Bel Borda forneceu panos novos para que fossem feitas novas velas das embarcações dos saveiros dos pescadores  e em troca recebeu as velas navegadas, com as marcas naturais deixadas pelo uso e pelo tempo. Com este material mandou fazer telas de vários tamanhos, e passou a pintar. Numa das salas plotou uma tradicional e conhecida foto de Pierre Verger de uma puxada de rede feita dos anos 50 e trabalhou a sua arte integrando a composição. Os desgastes do tempo, as costuras pespontadas fazem parte das obras. Também algumas esculturas expostas foram feitas utilizando  lemes e outros artefatos que pertenceram a esses velhos e tradicionais saveiros que eram utilizados como transporte dos mais variados produtos da zona rural do Recôncavo para Salvador e também materiais de construção. Portanto, as madeiras utilizadas nas esculturas são de peças que foram substituídas dos antigos saveiros restaurados e têm muitos anos de utilização navegando pelas águas da Baía de Todos os Santos.

Esculturas do Louva-a-Deus feitas
de madeira de saveiros e ferro.
A terceira coleção é formada de pequenas pinturas e esculturas inspirada no Louva-a-Deus que chamou de O Louva-a-Deus e o Mar. “O louva-a-deus é um inseto ortóptero das regiões temperadas que pertence à Ordem Mantodea. O seu nome popular deve-se à sua pose, que lembra a posição de estar em oração.Aí ele utilizou a vela do  veleiro de alta performance em kevlar (é uma fibra sintética ou tecido sintético de alta resistência, suporta o calor e com uma estrutura molecular de muitas ligações inter-cadeias que tornam o Kevlar incrivelmente forte), daí surgiu o nome da coleção. Esta vela foi usada na travessia
de Recife a Fernando de Noronha e o veleiro bateu recorde. Bel Borba observou que a textura da vela parecia com asas de borboletas e de outros insetos quando olhou para o lado do leme lhe veio à mente um louva-a-Deus. Disse que se deixou contaminar pela geometria das velas e casco do veleiro sem falar nos zigzags das costuras pespontadas, as cores, as linhas e os cabos.... 
Nesta  obra ao lado  ele deixou a marca do fabricante da vela integrando a sua pintura. Se examinarmos bem vemos que a textura da vela parece realmente com as estruturas de insetos.  

Esta coleção é um diálogo do artista com  
a cidade e suas construções populares.
Em seguida fez um tributo a Salvador com a coleção Diálogo Geométrico Urbano que segundo ele é um diálogo entre antigas pinturas suas feitas em locais marcantes da Cidade da Bahia, como dizia o grande Jorge Amado. Assim a coleção traz a geometria das construções populares, as cores, os números, símbolos, as runas - runa significa mistério e segredo. É um sistema de leitura de oráculo usado para ajudar a entender situações e responder a perguntas- e fragmentos de fotografias feitas pelo artista há dez anos .

Um recém-nascido na Cidade mais
negra fora do continente africano.
Quando fala em sinergia nos remete a uma sala que chamou de Residência e as Telas onde pintou algumas telas com 4,0m x 3,0m totalizando 12 metros quadrados no próprio espaço do museu. Demorou quase um mês pintando essas imensas telas e foi uma espécie de residência temporária onde ficou completamente envolvido. São inspiradas na gente que habita Salvador conhecida como a Cidade mais negra fora do continente africano”, disse o artista. Uma das telas ele fez um autorretrato com um toque muito pessoal, noutra tem um bebê negro recém-nascido que quase domina o ambiente por seu colorido, noutras usou apenas a tinta preta.

As esculturas  em aço corten integradas
 com as feitas com leme de saveiros.
Vemos uma  ao fundo.
Denominou esta coleção de Carruagem de Fogo - segundo os estudiosos da Bíblia a imagem da carruagem de fogo é uma referência ao profeta Elias, que foi levado ao céu em uma carruagem de fogo(2Reis.2:11),simboliza a presença divina e a intervenção celestial em momentos de necessidade.  Esta  coleção consta de quatro totens em aço corten originários de sucatas do seu próprio traço e corte de antigas esculturas que fez anteriormente. Em seguida tentou customizar esses quatro totens com fragmentos de madeira dos saveiros. Terminou desistindo e criou mais três totens, aí sim usando madeiras dos velhos saveiros, que foram restaurados, e essas peças substituídas por novas. Segundo Bel Borba os sete totens “estão exaltando os céus e os Deuses uma espécie de antena conectando o homem e o divino”. Viagem de artista...

                                                EXPOSIÇÕES 

Exposição  na cidade de Pamplona,Espanha.
Em 1975 – Coletiva patrocinada pela Incobal e Escola de Belas Artes da UFBA –Feira de Santana-BA; Pinturas e assemblagem, Galeria Cañizares da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia; 1976 – LXXXI Salão Nacional de Belas Artes – Museu Nacional de Belas Artes – Rio de Janeiro. (Menção Honrosa); 1978 – Salão Nacional de Artes Plásticas do Rio de Janeiro; 1980 – Desenhos, Galeria Macunaíma da Funarte, Rio de Janeiro. 1978 – Ingressa na Escola de Belas Artes na Universidade Federal da Bahia, ganhou prêmios em salões nacionais universitário, de Santa Catarina, Paraná, Paraíba, Vitoria do Espírito Santo, Sergipe, Ceará, Bahia; 1979 – Festival de Arte ‘Bahia 79’ – Salvador-Bahia; 1980 – Faz curso de litogravura com Antônio Grosso e gravura em metal e serigrafia com Michael Walker, nas oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia;  38° Salão Paranaense de Belas Artes, prêmio Petrobrás Distribuidora, Curitiba – Paraná; Coletiva no Museu de Arte (Solar do União), Aliança Francesa e de Alunos dos Cursos de Gravura do MANBA – Salvador – Bahia; 1981 – 3° Mostra de Desenho Brasileiro, Curitiba – Paraná ; 1983 – Exposição individual de pinturas na galeria O Cavalete, Salvador ; 1984 – Individual de pintura, no Escritório de Arte da Bahia, Salvador – Bahia. (Atual Galeria Paulo Darzé) ; Coletiva “Rio/Bahia: nas águas da arte”, Galeria 
Exposição na Alemanha com  
o  performático Christo e 
sua esposa Jeanne Claude.
Cavalete, curadoria de Marcos Lontra, Salvador-Bahia ; 1984 – Inicia painéis e murais de mosaicos em diversos lugares de Salvador ; 1985 – Exposição GERAÇÃO 70, coletiva, Museu de Arte da Bahia, Salvador-Bahia ; 1986 – Individual de pintura, no Escritório de Arte da Bahia, Salvador-Bahia (atual Galeria Paulo Darzé) ;Pintura de painel no Muro de Berlim – Alemanha ;  1 Começou a trabalhar com instalações e esculturas ; 1991 – I Bienal do recôncavo – São Felix – Bahia ; 1995 – Individual na Ada Galeria, Salvador – Bahia ; 1996 – II Bienal Internacional Afro-Americana de Cultura, Palácio da Aclamação, Salvador-Bahia ;  II Salão MAM-Bahia de Artes Plásticas, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador-Bahia ; 1998 – Parque de escultura do Museu de arte Moderna acervo permanente, Salvador- Bahia ; Coletiva “Tropicalismo”, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador-Bahia ; Coletiva “Bahia Paris Arts Plastiques D’Aujourd’hui” Galeria Modus Place des Vosges, Paris-França, realização do Museu Arte Moderna da Bahia, Salvador-Bahia ; 1999 – Exposição comemorativa dos “500 anos descobrimento Vila do Conde” Portugal ; 2000 – Individual de pinturas, Galeria Associação Cultural Brasil Estados Unidos, Salvador-Bahia ;  2001 – Lançamento do documentário “O Bruxo Bel Borba”, diretor Tuna Espinheira, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador-Bahia ; Monumento a Natureza e Diversidade para marcar a passagem da Sociedade Brasileira para o progresso da Ciência, UFBA, Salvador-Bahia; 2002 – Gradil na Casa Branca, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico, Salvador – Bahia ; 2003 – Individual “Bel Borba na Bahia de 40 para 2000”, Centro Cultural Correios. Salvador – Bahia; 2004 – Individual “Bel Borba na Bahia de 40 para 2000”, Centro Cultural Correios. Rio de Janeiro ; Individual “Por favor, não Matem Raul Seixas”, no Museu de Arte Moderna, Salvador – Bahia ; 2005 – Individual “Por favor, não Matem Raul Seixas”, Museu da Água em Lisboa – Portugal ;  Individual “Glauber Rocha” por Bel Borba no Centro Cultural do Banco Caixa Econômica Federal da Bahia, Salvador-Bahia ; 2006 – Exposição Fundação Brasileia, Basel – Suíça ; 2008 – Individual de esculturas” Saveiro Entre Eles Saveiro”, Galeria da Camará dos Vereadores e Praça Municipal de Salvador Bahia ; 2009 – Individual de esculturas” Água Grande”, Docas do Porto
Cartaz de  uma exposição na Alemanha.

Codeba, Salvador – Bahia ; 2012 – Individual no Museu Rodin Bahia,” Bel Borba Aqui”, pinturas, cerâmicas e esculturas com os escombros da demolição do antigo estádio de futebol Fonte Nova. Salvador – Bahia ; Individual Saveiros da Bahia, pinturas, desenhos e esculturas no Centro Cultural dos Correios, Salvador – Bahia ; Individual de esculturas, na Times Square, Nova York ; 30 dias de arte efêmera nos principais bairros de Nova York, resultando em vídeos, com Burt San e André Constantini ;
 Ilustrou o livro “ABC de Jorge Amado”, em homenagem aos 100 anos de Jorge Amado, de Morais Moreira e Fred Goes, Salvador-Bahia ;  Individual” Universal Pluse, Galeria VR, Salvador – Bahia ;  II Bienal de Esculturas em Montreux – Suíça ;  Individual Montreux Gilbert Grandchamp/ Art Gallery, Montreux – Suíça ;  Individual Galeria Laurant Marthaler Contemporary Art, Montreux – Suíça ;  Arte efêmeras e intervenções urbanas em São Paulo – São Paulo ;  Exposição individual” Malha Estrutural das Sensações”, Galeria Paulo Darzé, Salvador – Bahia ; 2014 – Individual, “Ontem, hoje e Amanhã”, na Caixa Cultural. Salvador -Bahia. (Patrocínio Banco, Caixa Econômica Federal); Individual, “Ontem, hoje e Amanhã”, na Caixa Cultural. Recife – Pernambuco. (Patrocínio, Banco Caixa Econômica Federal); 2015 – Individual de esculturas para” Reprogramando SP” Parque Ibirapuera, São Paulo – São Paulo; Exposição Coletiva “Tempo de Linguagens” Galeria Paulo Darzé. Salvador – Bahia; Exposição individual de esculturas” O olhar material”, Eco resort Tivoli. Mata de São João – BA; 2016 – Exposição individual de esculturas” O Olhar Material” Shopping da Bahia. Salvador -Bahia ; Exposição coletiva Origem e Tempo / Sparti, Galeria Rabieh,
Bel pintando na "residência"
que fez no MAB.
São Paulo ; Exposição coletiva Montreux Art Gallery GGG “MAG” ;  Exposição individual “Sons do Brasil” Galeria Alemanha Kunsthalle Neuffer Am Park Pirmasens Alemanha ; 2017 – Itinerância “Sons do Brasil”, Ehrenburg /Alemanha – Galeria KleineKunsthalle ; Itinerância “Sons do Brasil” Borken De/Alemanha – Galeria em Kettelhack – Karree ; Exposição individual “Regenesis” Galeria Art Wanson Gallery, Marbella – Espanha em 23 de junho ; Itinerância “Sons do Brasil” ElsenheimerstrsBe 2/ Alemanha – Galeria Deutsche Hopfenmuseum em 22 de setembro ; Biennale de esculturas em Montreux, Art Gallery GGG ; Montreux, Art Gallery GGG ; 2018 – Itinerância “Sons do Brasil” Alemanha – Kolvenburg ; Exposição Individual “Ontem, hoje, amanhã é Futuro” – Pabellón de Mixtos Planta Baja y Primera, Pamplona / Espanha ;  Exposição “Pontos que nos Unem” Bahia – Portugal, Teatro Castro Alves, Salvador-Ba ; Itinerância “Sons do Brasil” Alemanha – Galerie Team – Düsseldorf ; 2019 – Exposição coletiva – BerlinBahia – Museu de Arte de Bahia – Salvador-Ba; 2024 – Exposição Sinergia e Atavismo no Museu de Arte da Bahia, Salvador-Ba.


sábado, 24 de agosto de 2024

SARA VICTÓRIA E SUA PINTURA REBUSCADA

A artista Sara Victoria pintando em seu
ateliê na ilha de Itaparica.
Vamos falar  hoje da artista Sara Victoria do Carmo  ou simplesmente Sara Victoria filha de Sônia Carmo e do alemão Oswald Reinhard Kowalski nascida em Berlim Oriental em   trinta de outubro de 1970. Passou uma temporada em Londres, São Paulo, Salvador e atualmente está com residência fixa na ilha de Itaparica juntamente com o seu esposo o escritor Antônio Risério. Sua arte é multifacetada e sempre inspirada na cultura popular. Algumas de suas pinturas são compostas por vários quadrinhos como se fossem páginas de uma revista onde ela quer contar o que vê no seu dia a dia e nas manifestações populares que tanto aprecia. Teve uma participação importante no teatro baiano e sua arte está entremeada como se fosse uma peça a ser representada numa tela que agora é o seu palco onde se desenrolam várias cenas. Para apreciar suas obras requer tranquilidade e sensibilidade para ir descobrindo cada personagem e cada cena para se ter uma ideia da singularidade de suas obras.

Embora tenha nascido na Alemanha Oriental terra do seu pai chegou ao Brasil, exatamente em São Paulo com apenas cinco anos de idade e hoje está completamente adaptada à Bahia, e até já “se descobriu filha de Iemanjá”.  Ela nasceu na Alemanha Oriental porque sua avó a jornalista Ana Montenegro por ser uma ativista política ligada ao Partido Comunista Brasileiro teve uma participação marcante contra a ditadura militar terminando sendo exilada . Antes de ser exilada ela trabalhou na imprensa local nos jornais O Momento, Classe Operária e Correio da Manhã, no Rio de Janeiro. Teve ainda uma participação ativa na luta em 1947 pela ocupação das terras na localidade de Corta-Braço, atualmente o consolidado bairro do Pero Vaz, em Salvador. Era cearense de nascimento, da cidade de Quixeramobim e nasceu em 13 de abril de 1915, e se dizia baiana por escolha, vindo a falecer em 30 de março de 2006. Enquanto sua filha Sônia Carmo, mãe da artista Sara Victoria, é fotógrafa e trabalhou nos jornais Tribuna da Bahia e Correio da Bahia.

Sara  usa a cultura popular  
para contar suas histórias 
A artista Sara Victória estudou o primário na Escola Experimental criada por Amabília Almeida e José Contreiras, que tinha uma orientação construtivista. Amabília além de educadora foi uma  política de destaque na Bahia. Em seguida a Sara Victoria foi  estudar no Colégio Dois de julho, localizado no bairro do Garcia, em Salvador, na época sob o comando do educador Celso Dourado. Posteriormente  estudou no Colégio São José, que funcionava no bairro do Rio Vermelho a qual não mais existe. Ingressou no Curso Livre de Teatro para Direção na Escola de Teatro, da Universidade Federal da Bahia. Foi quando engravidou teve o filho Lucas, que hoje está servindo na Legião Estrangeira, na França. Conheceu Márcio Meirelles e foi integrar o grupo que reconstruiu o Teatro Vila Velha juntamente com Débora Landim e Marisa Mota. Me disse que trabalhou muito como atriz, fazendo também figurinos e cenografias, além de retomarem o programa Esta Noite se Improvisa, que fez história do mundo do teatro e da música baianos. Disse que mesmo com todas essas atividades que em 1988 passou a sentir um vazio muito grande e que por acaso começou a pintar. Foi quando o amigo fotógrafo Márcio Lima lhe sugeriu fazer uma oficina de pintura no Museu de Arte Moderna da Bahia. Resistiu a princípio, mas, terminou frequentando as Oficinas do MAM e lá conheceu o artista Caetano Dias, que era o orientador. “Foi lá que me encontrei com a pintura. Apesar de gostar do teatro confesso que não era uma atriz muito disciplinada, não tinha muita paciência com os ensaios. Toda vez que a gente acertava o outro não acertava, ou ao contrário o outro acertava e a gente errava. É uma loucura! Aí eu tinha aquela coisa de só entregar a interpretação quase na véspera na estreia.”, disse Sara
Obra inspirada na maternidade.
Victoria com seu jeito simples e direto de se expressar.  Porém, foi nas artes plásticas que disse ter descoberto “que sou chata, bem mais disciplinada,cobrando de mim mesma e  pintando, pintando. Mais dedicada ainda sou quando estou estudando pintura. É uma coisa da gente mesma”. Ficou apenas um ano e pouco nas Oficinas do MAM. Logo que entrou tinha menos de um mês já estava expondo como aluna Destaque. Depois participou da Bienal do Recôncavo quando foi agraciada com a Menção Honrosa, em seguida fundou o Núcleo de Artes Plásticas do Teatro Vila Velha com outras pessoas quando montaram a exposição “Ontocartografias - O Mapa do Ser Humano. O projeto foi o vencedor do Prêmio Braskem de Cultura e Arte, em 2002. Foi quase um ano entre projeto e apresentar. Saiu e fez outro projeto sozinha chamado Vô Imbolá, sendo premiada novamente com o Prêmio de Cultura e Arte Braskem, em 2003.

O palhaço que nos traz alegria e muitas  
vezes esconde a sua tristeza.
Tem uma predileção em contar histórias e falou da importância cultura popular na sua arte e na vida em si. Expôs na Galeria de Paulo Darzé, o projeto Vô Imbolá e também nos Centro Cultural do Correios daqui e depois do Rio de Janeiro, e em seguida foi para Angola. Ao retornar passou a trabalhar com outros suportes como pintura em porcelana e azulejo. Declarou "quando a gente gosta do que faz vai experimentando e aí segue um caminho que não sabemos onde vamos chegar e parar." Atualmente está trabalhando com pinturas em tecidos de seda pura e isto aconteceu porque foi uma solicitação de algumas pessoas conhecidas. A Sara Victória resolveu experimentar e revelou que foi uma grande surpresa, e que hoje se sente muito feliz por estar realizando esses trabalhos. São pinturas únicas e impactantes  de cores fortes que transmitem a alegria dos trópicos.

             Caetano Dias  Fala  DE SARA                          

O artista  Caetano Dias que foi o primeiro orientador de Sara Victoria nas Oficinas do MAM-BA a meu pedido escreveu um pequeno texto que aqui reproduzo: “As pinturas de Sara Victoria, desde o início de sua trajetória, estabelecem uma conexão profunda com o mundo das imagens cotidianas, que permeiam a vida de todos nós de maneira incessante. Esse vínculo sugere uma nova perspectiva sobre a ideia de inconsciente coletivo, que se manifesta através do acúmulo dessas imagens, quase como uma escrita visual que se entrelaça com o consciente coletivo e massivo do presente. A artista nos imerge, convidando-nos a ler um diário de sua imaginação. Essas noções sempre estiveram presentes na obra de Sara, desde seu início nas oficinas de arte no MAM. Ao observar a evolução de seu trabalho, noto que o modo como ela opera em sua produção artística permanece, em certa medida, coerente com a abordagem de sua fase inicial, profundamente influenciada por referências da cultura popular. A paleta de cores, que hoje é vibrante e tende ao uso de cores primárias, contrasta com sua tendência anterior ao monocromático. Esse talvez seja o diferencial mais evidente na pintura de Sara Victoria atualmente. Suas obras continuam a ser multifacetadas, onde cada detalhe contribui para as histórias que ela narra de forma quase espontânea. As pinturas de Sara refletem uma constante apropriação e reinvenção de elementos culturais de suas vivências, criando uma complexa trama entre a realidade interior e a realidade comum. Dessa forma, Sara Victoria continua a trilhar seu caminho artístico, explorando as fronteiras de sua expressão.”

                                                   EXPOSIÇÕES

Capa do Catálogo da mostra Vô Imbolá.
INDIVIDUAIS - Em 2003 - Galeria de Arte Paulo Darzé, em Salvador, projeto "Vô Imbolá; 2004 - Centro Cultural Correios, em Salvador projeto "Os Mano e as Mina; 2005 -   Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro projeto Como É Isso? ; Exposição no MAM-Bahia, em Salvador projeto O QUE É ISSO?; Exposição no Instituto Camões Angola / Luanda, projeto O QUE É ISSO ? ; 2006 - Exposição no Teatro XVIII , Pelourinho, em Salvador projeto Minha Partitura ; 2007 -  Na Aliança Francesa Salvador/ Bahia, exposição ZERA A REZA.

Pintou os dioramas do Museu de História Natural do Parque Sauipe – Reserva Ecológica Cetrel Costa de Sauipe. O dioramas são representações tridimensionais próximos da realidade com a finalidade educacional ou de entretenimento. Por exemplo, a escultura de uma árvore, animal ou um prédio criado por um artista.; executou o Cenário do Show de Lançamento do Cd Espirais, de Daniela Firpo.

Colagem com duas obras de Sara Victoria.
COLETIVAS1999 e 2000 – Expôs nas  Oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) ; 2000, 2002 e 2004 – na Bienal do Recôncavo, em São Félix- BA ; 2002 - Teatro Vila Velha, em Salvador , projeto Ontocartografias ; 2003 -  Exposição no Espaço Cultural Caixa Econômica, em Salvador , projeto Igrejinhas,  Mercado Cultural; 2004 -  Aliança Francesa, em Salvador – exposição comemorativa da Queda da Bastilha ; 2005 - Exposição Natal sem Fome, em Salvador; Exposição  Mercado Cultural , Sala de Arte do Clube Bahiano de Tênis; 2007 - Comemoração de 40 Anos do Teatro Castro Alves ; Exposição no Palacete das Artes - Projeto Circuitos das Artes ;Exposição no I Encontro Estadual de Educação / Escola Parque .

Azulejos pintados por Sara Victoria.
Também tem uma vasta experiência na atuação teatral a saber: 1987 - Curso Livre da Escola de Teatro da UFBA – Participou do curso livro sob orientação do diretor teatral Deolindo Checucci ; 1988 -  Oficina Livre de Teatro orientada pelo diretor Fernando Guerreiro ; 1990 -  Joana Angélica – Participou como atriz da montagem do diretor Carlos Pronzato sobre o texto de Nélson Araújo, no Teatro Santo Antônio ; 1991 - Curso Livre da Escola de Teatro da UFBA  sob orientação do diretor Armindo Bião ; Na peça Amarras  participou como atriz na montagem, baseada em textos e depoimentos de Nélson Rodrigues, sob a direção de Ed Anderson, no Teatro Santo Antônio  ; 1996-1998 -  Participou, como atriz, da novela Renascer, da TV Globo ; Oficinas Livres do Teatro Vila Velha participou das duas primeiras oficinas livres da nova fase do Teatro Vila Velha, que resultaram, respectivamente, nas peças Barba Azul e Sonho de Uma Noite de Verão; 1996 - Barba Azul - Participou, como atriz e assistente de figurino, na montagem da peça, no Teatro Vila Velha, sob a direção de Márcio Meirelles ; 1997 - Um Tal de Dom Quixote – Participou, como atriz e assistente de figurino, da montagem da peça  baseada no texto de Miguel Cervantes,no Teatro Vila Velha, sob a direção de 
Detalhe de  porcelana com ornamentos florais.
Márcio Meirelles ; 1998 - Cabaré da Raça – Assistência de figurino na montagem de Márcio Meirelles com o Bando de Teatro Olodum, no Teatro Vila Velha ; Ópera de Três Reais – assistência de figurino na montagem de Márcio Meirelles baseada em texto de Bertold Brecht, com o Bando de Teatro Olodum, no Teatro Vila Velha; Sonho de Uma Noite de Verão – Atriz e assistente de figurino na montagem de Márcio Meirelles texto de William Shakespeare, no Teatro Vila Velha ; 1999 - Fausto Zero – Atriz e assistente de figurino na montagem de Márcio Meirelles ,texto de Goethe, no Teatro Vila Velha ; 2000 - Meia Noite se Improvisa 2000 a 2004 – Coordenação e Produção da série de espetáculos semanais, sempre às sextas-feiras, durante o verão, num total de nove programas, no Teatro Vila Velha ; 2001 -  O Belo Indiferente – participou, como atriz, do monólogo O Belo Indiferente, de Jean Cocteau, sob a direção de Chica Carelli, no Teatro Vila Velha .