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terça-feira, 29 de maio de 2018

AS CORES VIBRANTES DE BETH SALES


Obra onde vemos mulheres exercendo seus ofícios.
A artista baiana Beth Sales  (Elizabete Lopes Joahson)  mostra mais uma vez suas obras concebidas em cores vibrantes, que lembram os trópicos com suas luzes intensas . Embora tenha morado mais de uma década na fria Noruega, e atualmente residindo em Portugal, ela não perdeu a sua essência e continua pintando, expressando sua arte utilizando uma luz diferenciada dos locais onde esteve ou está.
A artista Beth Sales com  obra de sua autoria
Traz também uma grande disposição em realizar e apresentar os trabalhos que produz. A grande maioria dos criadores de arte gosta de mostrar e falar do seu trabalho, para que as pessoas possam aprecia-los e mesmo emitir opiniões. Assim, pode captar o que realmente precisa ou não ser incorporado. Sabemos que a leitura de uma obra de arte varia muito de um indivíduo a outro porque depende da sensibilidade, cultura e capacidade de expressar através a palavra ou escrita.  Mas, é importante ouvir.


Elizabete revela que pintar é uma necessidade visceral, e que quando pinta confessa  "viajo para não sei onde, ouvindo sempre boas músicas". Diz ainda que é "capaz de transpor a alegria, e as cores fortes vindas da minha alma". Portanto, ai está a essência espiritual desta artista que cruzou os mares para mostrar a sua arte. 
Suas telas sempre estão cheias de peixes, flores, gatos, elementos urbanos e traços fortes que delimitam espaços . Uma arte alegre acima de tudo que vem quebrar este ar taciturno que muitas vezes preenche a vida da pessoas que residem em locais de temperaturas mais baixas. Já em Portugal ela terá um contato maior com o sol e a luz mais intensa. Vamos aguardar para ver se vai influenciar nas suas futuras obras.





sexta-feira, 25 de maio de 2018

A SUAVIDADE DAS CORES E TRAÇOS DE FÁTIMA TOSCA AO EXPOR ÁGUAS

A artista Fátima Tosca trabalhando em seu atelier
Sou um admirador da obra de Fátima Tosca desde o primeiro dia que tive contato com uma pintura de sua autoria. Agora, para deleite dos apreciadores de arte ela está expondo a partir de hoje na MCR Galeria de Arte, em Ondina. São 20 trabalhos em vários formatos sob o título "Águas", e ela alerta que não é uma exposição para falar da falta ou mesmo do excesso de água. Nem  mesmo dos que desperdiçam este precioso líquido, que já está ficando escasso em nosso Planeta. Ela revela que não conseguiria realizar este feito, e portanto, suas obras falam da presença lúdica , necessária e vital da água.
A tela Entre águas e fantasia.
Profusão de barquinhos
A água está presente em nossas vidas desde o momento que somos concebidos, no nascimento, e até na morte. Este líquido nos acompanha por toda nossa vida , e esta mostra de Fátima Tosca tem um elemento de espiritualidade que nos remete a pensar sobre a própria existência do Homo Sapiens na face da Terra.
Sou de uma região onde a água é escassa. Lá não tem rio, riacho ou lagoas significativas .Tudo depende das escassas chuvas ou de furar um poço profundo que muitas vezes ultrapassa a 100 metros de profundidade. Portanto, tenho uma relação de muito respeito com a água, e a valorizo em todos os sentidos. Lembro que quando criança existia um pequeno riacho na entrada da cidade de Ribeira do Pombal que teimava em correr límpido, mesmo timidamente, até durante o verão. Mas, os gestores irresponsáveis o transformaram em esgoto a céu aberto, e soube que recentemente o aterraram definitivamente. 
Aqui em Salvador assistimos rios e riachos transformados em esgotos e alguns foram encapsulados  como fizeram nas avenidas Centenário , Vasco da Gama, Bonocô,  no Imbui, e agora a Prefeitura vai fazer o mesmo na Avenida Antônio Carlos Magalhães para implantar o BRT,além de sacrificar centenas de árvores de grande porte.
Portanto , mesmo que não tenha o objetivo de denunciar Fátima Tosca com sua doçura , que lhe é peculiar, nos faz lembrar estas agressões ao meio ambiente em nome de uma falsa modernidade , e agora a palavra da moda é em nome da mobilidade urbana.

                                         LEVEZA DA CORES

Canto Guardado para inverno II,
leveza das cores e dos traços
Como bem disse Francisco Senna , com sua sabedoria, na apresentação da exposição "Água é fonte de vida,princípio...atmo". Exatamente, ai começa a vida e se expande com toda sua fluidez pelos quatro cantos do Planeta. 
Mas, as cores suaves  das obras de Fátima nos proporcionam a possibilidade de parar o olhar e sentir profundamente a leveza dos elementos que compõem cada pintura. São múltiplos barquinhos na tela "Entre Águas e Fantasias",que me fazem retornar à minha infância,quando fazia barquinhos de papel e os lançava nas enxurradas caudalosas, que se formavam quando chovia trovoadas na cidade de Riachão dos Dantas, em Sergipe. Lá se iam os meus barquinhos cambaleantes até desaparecerem, e serem tragados pelas águas barrentas,
Fátima  prossegue com títulos sugestivos que remetem aos elementos que constituem suas telas. É prazeroso examiná-las em silêncio ,e se transportar a um ambiente de paz, amor e até mesmo ao passado . Flores e pássaros de todas as matizes, sempre em tons suaves de vermelhos,azuis, amarelos e verdes mostram a leveza de sua arte.

A  MCR Galeria de Arte, que fica na Avenida Oceânica, 2400,loja 23, em Ondina ,tel 33323883