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Ana com obra que ainda está esticada em seu ateliê. |
Fui ao encontro de uma arquiteta
inquieta e criativa que enxerga o que está acontecendo ao seu redor e também
bem longe daqui. Trata-se de Ana Castro que já fez sete exposições individuais e
participou outras coletivas mostrando que é preciso cuidar do Planeta e
principalmente de nosso entorno onde vivemos e devemos preservar a natureza e
toda sua exuberância para a nossa sobrevivência. Seu trabalho podemos dizer que
é visceral, forte e único. Ela deixa de lado a sua visão cartesiana de
arquiteta das linhas e espaços medidos e planejados para se jogar diante de
telas brancas e grandes sem nada planejar. As ideias vão fluindo como notas de
uma música que ouvimos pela primeira vez sem saber o que vem pela frente. Viajada
e experiente tendo morado em várias cidades ela tem uma visão aberta para as
novidades que se apresentam e como uma ave noturna prefere dar seus voos quando
o sol vai se pondo até a hora que aguentar ou for necessário.
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Obra da série Soltando os Bichos, 2004. |
Seu estúdio
guarda obras que já deveriam ter sido expostas para dividir conosco a beleza e
a grandiosidade das suas composições, das suas cores vibrantes e de suas ideias
para que possamos nos deleitar e aprender com as viagens pelas paisagens do
Universo Sideral, da Chapada Diamantina, e dos mares daqui e de outros lugares distantes do nosso
Planeta Azul. Ela quando nos apresenta toda esta gama da natureza que
nos cerca sempre chama a nossa atenção : que é urgente cuidar e diz que um simples copo
de plástico que deixamos cair na rua ou nas praias vai terminar poluindo nossos
rios, lagos ou o mar. Pesquisou as ilhas
de plásticos que já se formaram nos oceanos e uma delas localizada no Pacifico Norte
entre a Califórnia e o Havai tem 1, 6 milhão de Km quadrados de extensão, mais
de dez metros de fundura e pesa 80 mil toneladas. Existem cinco ilhas de
plásticos sendo duas no Atlântico Sul e Norte, duas no Pacífico Sul e Norte e uma
no Oceano Índico e são dispersados microplásticos nas águas dos oceanos que se
desprendem das embalagens de plásticos que se acumulam levados pelas correntes
marinhas. Isto é muito prejudicial à saúde dos animais marinhos e também dos
humanos.
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Ana ao lado de uma tela em acrílico da série Mixórdia, 2006. |
Desde os anos noventa que
trabalha com artes gráficas e digitais e até os convites de suas exposições são
feitos por Ana Castro. Chegou até a trabalhar numa agência de publicidade. “Não
virei artista de uma hora para outra porque desde criança que desenho, e sempre
fiz algo de pintura sem qualquer preocupação profissional. Porém em 2000
decidi pintar e passei a me dedicar e não mais parei. Já se vão quase vinte e
quatro anos.” É autodidata e foi fazendo esta transição de arquiteta para artista visual paulatinamente. “Ela
diz que são coisas diferentes porque quando trabalha como arquiteta tem que
ficar ali focada, cartesiana, muita coisa técnica e ficar ali concentrada. A
arte me trouxe mais liberdade. O que pinto é o que sinto naquele momento. Não
tenho um processo especial para pintar. Sou autoral”, completa Ana Castro. É
como uma fotografia que eterniza aquele instante que não volta mais. Não tem
aquele processo de pensar muito sobre. “Venho sentindo aquela vontade de fazer
uma pintura daquele jeito e aí sento e faço.”
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Obra em acrílica sobre tela, da série Natureza Morta, 2013. |
As coisas vão fluindo
naturalmente para ela como as águas de um regato descendo num vale e de repente
tem uma depressão e as águas se lançam do alto até fluírem novamente,
suavemente até encontrar um rio ou mar onde deságuam. Ela disse que é
hiperativa e autoral, fica querendo fazer as coisas sozinhas. Mas que tem horas
de mansidão,de calmaria. Começou a pintar e desenvolver a sua linguagem com
nanquim que usava na arquitetura. Não gosta de pintar em telas pequenas, porque
segundo me disse lhe causa uma certa ansiedade. Já com as telas maiores se
joga, se sente mais livre e viaja na sua pintura entre as cores vibrantes que
se entrecruzam e criam paisagens rurais ou marítimas e até do Universo. Gosta
de esticar a tela na parede e começar a pintar.
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Obra inspirada no Universo da série Princípio Uno, 2012. |
Casou em 2001 e foi morar em Petrópolis
onde passou três anos. Continuou fazendo online uns trabalhos de arquitetura
que tinha começado, mas lá não conseguiu continuar sua carreira de arquiteta.
Ela acha que na cidade serrana carioca a sociedade é muito fechada e o novo
morador não consegue um entrosamento com a facilidade com o que acontece aqui.
Fez um estúdio na casa que tinha alugado em Petrópolis e passou a pintar.
Ocorreu que perdeu uma irmã jovem num acidente de carro e resolveu voltar para
dar atenção ao seu pai, que já tinha também perdido a esposa, sua mãe, em outro
acidente de carro. Logo depois em 2004 resolveu expor as obras que tinha
pintado em Petrópolis e assim o fez no período de 4 de novembro a 4 de
dezembro, no Restaurante Miscelânia Chic, localizado na Rua Ilhéus, no bairro
do Rio Vermelho, em Salvador-Ba. Foi ela que fez o convite,
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Um anjo branco da série Mixórdia, 2006. |
escolheu as fotos para
ilustrar e deu o nome a mostra de Soltando os Bichos, quase uma
catarse querendo passar uma borracha em algumas coisas desagradáveis que
aconteceram. E conseguiu. Ela descreveu a sua mostra como “um passeio pelo
imaginário, às vezes lúdico, às vezes dramático, explorando insistente e instintivamente
formas, movimentos e cores. Percebendo a natureza de uma maneira simbiótica,
transformando plantas e bichos, peixes em flores, num sentido metafórico, do
abstrato ao figurativo. Dando vazão ao puro prazer de pintar, Bichos que
existem no subconsciente, assim procuro definir a minha pintura”. A exposição
foi um sucesso vendeu um bom número de telas e isto a encorajou a continuar
pintando e pensar em mostrar outras obras. Foi quando o galerista e homem do
comércio o Nino Nogueira chamou para expor em 2006, na rua da Paciência, 259,
no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. A exposição aconteceu de 23 de maio a
23 de junho de 2006 e deu o nome de Mixórdia e encontramos no dicionário
Michaelis que mixórdia é um substantivo feminino que significa “mistura de coisas variadas; maçarocada, mexerufada, mistifório, salsada,
tiborna. 2 Situação confusa ou atrapalhada; balbúrdia, complicação, embrulhada.”
Ana Castro explica no convite da exposição que ao definir o título buscou
coerência com o que apresentou ao público, ou seja, “uma mistura de vários
temas, símbolos e signos diversos, sem muito compromisso com a unidade do
conjunto”. Ela imaginou como se fosse uma exposição coletiva de vários artistas
pintando cada um ao seu estilo e segundo ela isto pode ser entendido como um
reflexo da própria personalidade “onde coexistem várias Anas o tempo todo...”.
Embora nada tenha sido
planejado vemos que ela vem mantendo uma sequência de expor de dois em dois
anos. Chegamos a 2008 e ela retorna com a exposição Nem Tão Verde Assim,
também a convite de Nino Nogueira já em sua galeria/casa de decoração na Rua
Timbó,198, no bairro Caminho das Árvores, em Salvador. O convite traz um poema
de seu irmão André Castro chamado de Amazônia Burning. Sabemos que Burning significa
ardente, queimando. Esta veia poética que também a Ana Castro tem, vem de longe
dos seus antepassados porque são parentes do grande poeta baiano Antônio de
Castro Alves. O poema: “Ouve o canto metálico estridente/Das mórbidas serras
afiadas/E dos seus assombrosos dentes/Cravados em vidas ceifadas. / Vê as
veredas abertas repletas / De tocos, multidão de amputados /Das lindas
frondosas florestas/Vê seus corpos mutilados. /Sente o cheiro do óleo diesel /Do
maldito motor sujo? E o gás venenoso invisível/Cede ao pulso do venal jugo. /
Desfruta do luxo morto/Que envaidece a nobre dama/E cobre o burguês
conforto/Espoja-se nessa lasciva cama. /Festeja ao redor da fogueira/Da velha
árvore ao broto criança/Navega no mar da poeira/ Sepulta qualquer esperança. /
Corta precisa, motoserra, a veia/Deita machado, à esmo, incerto/ Que jorre
sangue, que sangre a seiva/ Abram-se os veios deste deserto.”
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Ana envolvida nas estampas das obras e de sua veste na exposição da série Estampa, de 2010, que fez em sua casa. |
“Como definir uma coisa que
não cabe definição? Impressões do cotidiano, natureza viva,
velocidade,
luminosos, suavidade da seda, sobreposição de cores, abuso de pincel... Estampa.
Minha pintura é entendida pelo olhar. Não consigo explicar com palavras o
sentimento e energia transferidos às telas. É visceral, forte e intenso. Uma
entrega, uma catarse”, escreveu Ana Castro na sua nova exposição que deu o nome
de Estampa, que fez na sua própria casa no Caminho das Árvores. Retirou
tudo da sala principal e pendurou suas imensas telas e abriu para receber seus
convidados de 9 de novembro 11 de dezembro de 2010. Ela fez esta exposição
depois de retornar uma viagem ao Japão, quando teve a oportunidade de conhecer
várias cidades e um pouco da cultura do povo japonês. E sua amiga Lígia Aguiar
escreveu: “Ao retornar neste ano de uma viagem ao Japão, Ana mudou sem
perceber, a sua paleta de cores. Antes, a suavidade imperava em suas diáfanas e
delicadas tonalidades. Nas últimas telas a escala tonal revelou-se alta cm
fortes pigmentos. Também pudera, ao conviver com o agito da Terra do Sol
Nascente, a artista assimilou o ritmo veloz e colorido da sua cultura
tradicional, mesclada com a popular modernidade dos mangás, mas conservou a sua
integridade. Isso só fez reforçar o conceito inicial da sua proposta”.
Talvez sobre a
influência do esposo Clemente Tanajura que é PhD em Meteorologia e estudioso de outros
assuntos ligados ao Universo ela mergulhou seu olhar para os corpos celestiais e
passou a observar as galáxias, planetas, satélites, estrelas, nebulosas e
quasares. Quando fazemos esta observação vemos a pequenez do ser humano diante
destes corpos celestiais e de nosso próprio Planeta e a fragilidade da vida.
Encantada com as formas e cores pintou uma série de telas com esta temática e
denominou de Princípio Uno e decidiu expor na Nino Nogueira Décor, na rua da Paciência,
no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, isto de 4 de outubro a 20 de outubro de
2012. Num pensamento que o Clemente escreveu com o título de Princípio Uno.
Vejamos: Elo de tudo / matéria e antimatéria / éter e espírito/ tempo e
espaço/ tudo é diferente / não há nada igual / nunca houve e nunca haverá, /mas
tudo é feito da mesma / coisa e tem a mesma origem, /portanto / tudo é igual / TUDO
É UM”.
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Obra "Cardume", da série Amaromar, ano de 2017. |
A artista Ana Castro nos encanta novamente ao viajar neste mundo fantástico onde ficamos extasiados
quando observamos com cuidado este Universo onde estamos inseridos. Com seu
pincel ela passa a nos mostrar as explosões, as cores em profusão, as pequenas partículas , a escuridão, a luminosidade.
Como escreveu seu saudoso irmão André Castro : "Ana Castro surpreende ao viajar pelo fantástico./Embalada por um pincel,/cavalga as tintas sobre aquarelas e golpeia as telas,/ num doido galope pela imensidão./Na sua pintura ela brinca de Deus,/ desenha mapas estelares/como se pontilhasse o céu,/ semeando grãos na escuridão,/ rebrilhando sóis, brotando quasares/ que
solitários vagueiam ao léu./Às
vezes ela faz um voo inverso,/ cria histórias fabulosas e pinta estrelas,/ borra
nebulosas, constrói seu próprio universo/ e o aprisiona com sua gravidade,/ onde
a idade não tem mais idade / e o tempo é só relatividade”.
"Alegria é pra ficar
expansiva, dá risadas. Para pintar preciso está nostálgica, com minhas
carências e assim me entrego a minha arte. Aluguei uma casa toda de pedra em Igatu.
Coloquei um rack no carro e muitas telas e material de pintura. E levei meu cachorro um husky siberiano", disse Ana.Começou a andar muito
com seu cachorro e passou a observar as flores, as cachoeiras, os arbustos, etc.
Mudou completamente sem sentir a sua maneira de pintar. Passou a pintar mais
abstrato. Igatu fica na Chapada Diamantina. Foi um mês enriquecedor e assim fez
estas obras mais para o estilo abstracionista.
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Ana Castro rindo com o resultado da série Natureza Abstrata que expôs em 2014. |
Volta a expor em setembro
de 2014 na Nino Nogueira Galeria de Arte, na Rua da Paciência, no bairro do Rio
Vermelho, em Salvado-Ba com grandes telas em acrílica inspiradas na natureza daí o
nome da exposição Natureza Abstrata. Numa total liberdade ela faz uma
catarse com a força de suas pinceladas num tema que lhe é muito gratificante
porque tem uma preocupação visceral com a natureza que lhes cerca. Aqui se mostra mais livre para passear pelo branco das telas deixando suas pegadas como
se fosse um animal solitário que vai trilhando o seu caminho em busca da
sobrevivência. Ana Castro de repente retrata uma árvore frondosa e num passo
seguinte encontra umas misteriosas flores vermelhas e em seguida tudo se mistura
poeticamente. As obras não têm títulos, deixa ao observador atento nominá-las.
Vemos aí a pintura pela pintura na sua verdadeira essência e nossos olhos começam
a passear nesta natureza imaginária e virgem , passamos a descobrir coisas , formas e de repente somos interrompidos por espaços escuros. É hora de refletir
sobre esta natureza pujante, mas que vem sendo agredida diuturnamente pelo
homem com seus instrumentos potentes ou mesmo pelo simples e prejudicial gesto
de jogar uma embalagem de plástico onde não deveria.
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Instalação "Ilha de Plástico", feita de garrafas plásticas e tiras de alumínio, da série Amaromar, 2017. |
Na conversa que tivemos
e mesmo no catálogo convite Ana diz que foram morar em Santa Cruz, na Califórnia,
Estados Unidos, onde seu esposo foi realizar um trabalho durante um ano de abril de 2013 a abril de 2014 e lá alugaram
uma casa. Ela forrou as paredes e o chão e fez um dos ambientes o seu estúdio
provisório, isto porque as multas nos contratos de aluguel nos Estados Unidos são significativas por qualquer dano que o inquilino possa ter feito ao imóvel. O tempo ainda estava frio e quando veio a primavera foi uma
explosão com muitas cores e flores. Aquilo lhe tocou de perto porque lá as
estações são muito bem definidas. Portanto, enquanto na exposição anterior
viajou pelo Cosmo agora com os pés fincados no chão passou a observar e retratar
as belezas da terra. Pintou uma série de obras abstratas onde seu gestual é
presença forte e lhe permitiu fluir. Revela que não tem a preocupação em seguir
parâmetros, movimentos e tendências, porque é uma fiel defensora da liberdade
de expressão do artista. Suas obras nos revelam também que Ana Castro dispõe de
uma carga de energia muito significativa e assim ela transforma este potencial
energético em belas obras para deleite de nossos olhos. São obras abstratas com
fortes pinceladas e quando a gente fixa o olhar com mais atenção parece que as
formas abstratas estão num constante processo de movimentação. Uma sensação de
que ali tem vida, são as flores, as árvores, arbustos, ou seja, a vegetação em
sua mais pura concepção plástica.
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Ana mostra contentamento ao falar sobre sua trajetória no mundo das artes visuais . |
Finalmente em 2017 faz
sua última exposição individual no Palacete das Artes, e muitas outras virão. Esta mostra chamou de Amaromar e escreveu:
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Duas obras da série Nem Tão Verde Assim, de 2008, inspiradas na Chapada Diamantina. |
“meu coração não é de
plástico/ sou água, sou sal/ sou mar”. Também fez outra viagem e imersão desta
vez na ilha de Boipeba, na localidade de Moreré. Alugou uma casinha simples e
ficou por lá um mês em contato permanente com o mar e as pessoas simples que
moram por lá. Passou a ficar incomodada com a poluição principalmente das
embalagens plásticas que são jogadas no mar ou nas praias. Inquieta passou a
recolher o que podia no entorno da casa onde estava. Com a preocupação que
tinha com o meio ambiente com este contato direto passou a pintar várias telas inspiradas
nesta agressão aos mares.
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O elefante que antes encatava as crianças no circo, da série Mixórdia, de 2006. |
Também ficou sabendo que os copos
plásticos e garrafas jogadas na praia perto da sua casa que tinha alugado eram
deixados na praia por garotos que jogavam diariamente futebol ali perto. Foi
até o mercado onde eles adquiriam os refrigerantes Dolly e solicitou da
atendente que não desse copos plásticos porque eles estavam poluindo a praia. A
moça não atendeu o seu pedido e a poluição continuava, daí ela decidiu recolher as garrafas e copos plásticos. Foi aí
que veio a ideia de usar este material em suas obras e assim fez tartarugas,
pequenos peixes e até um tubarão com as garrafas e os envolveu com uma liga de
alumínio para fazer as formas. Pediu a outras pessoas que juntassem este lixo
plástico e recebeu alguns sacos cheios do material. Porém, teve que descartá-los porque alguns estavam com organismos marinhos que apodreceram e ficou um mal
cheiro insuportável. Ela escreveu que “nesta exposição me aventuro na
construção de esculturas de grande porte feitas de alumínio e do plástico que,
inevitavelmente, seriam atirados nos lixões ou no mar.”
A Ana Cristina Paula
Leite de Castro nasceu em Salvador no dia vinte e quatro de setembro de 1962. É
filha de Hernani Silveira Castro e Ondina Paula Leite de Castro, que foi
fundadora do Orfanato Ajuda Social à Criança Desamparada, que ficava no bairro do Rio
Vermelho, em Salvador-Bahia, próximo a extinta maternidade Anita Costa, onde chegou a ter 130
crianças assistidas. Ela é arquiteta, artista visual, cenógrafa, designer
gráfico, e produtora artística.
EXPOSIÇÔES
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Bela obra em acrílica sobre tela da série Amaromar,de 2017, onde a cor amarela sobressai exuberante. |
Em 2022 participou
da coletiva Recorte da Produção Diversa e Contemporânea na Bahia,
no Museu Rodin, Palacete das Artes, Salvador-Ba; em 2017 exposição
individual Amaromar de pinturas, instalação e esculturas denunciando a poluição
dos oceanos. Em 2014 volta a expor individualmente obras baseadas na
natureza e deu o nome de Natureza Abstrata, inspirada nas paisagens da Chapada
Diamantina, na Nino Nogueira Galeria de Arte, no bairro do Rio Vermelho, e
Salvador-Bahia. Em 2013 participou de uma coletiva chamada Pancakes
& Booze Art Show, com pinturas em acrílica sobre tela no Mezzanine Galery
Jessie St. San Francisco, na Califórnia, Estados Unidos. Em 2012 fez uma
individual chamada Princípio
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Obra "Hiroshima", da série Estampa, de 2010, inspirada na viagem que fez ao Japão. |
Uno inspirada no Universo na Nino Galeria de Arte.
Em 2010 volta a expor em Salvador desta vez em sua residência no Caminho
das Árvores quando transformou a sala principal numa galeria de arte, com uma individual
chamada Estampa com obras inspiradas numa viagem que fez ao Japão. Em 2009
participou de uma coletiva chamada Exposição 2.234 com objeto-madeira e de
alumínio, aço carbono no Casarão, no Largo de Santo Antônio Além do Carmo, em
Salvador-Ba. Em 2008 volta a expor individualmente na Nino Nogueira Arte
Décor, no Caminho das Árvores, com a mostra Nem Tão Verde Assim resultado de
sua estadia na Chapada Diamantina. Em 2006 faz a exposição
Mixórdia, na Nino Galeria de Arte, no Rio Vermelho, Salvador-Ba, onde mistura
figurativo com abstrato que ela chamou de uma mistura desordenada. Em 2005
participa de uma coletiva durante a Semana do Meio Ambiente na Faculdade da UNEB,
em Salvador-Ba e finalmente em 2004 expôs individualmente na Miscelânea
Chic-Bar, Café e Arte, no Rio Vermelho, Salvador-Ba, quando fez um passeio pelo
imaginário. Tem realizado trabalhos de cenografia como assistente e também em voo
solo.