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sábado, 2 de agosto de 2025

NANJA E SUA ARTE CHEIA DE SENTIMENTOS

A artista Nanja pintando em seu ateliê .
A Nanja é uma artista visual autodidata e vem se destacando pela qualidade de sua produção realizando exposições coletivas  e  individuais , ilustrando livros e elaborando mosaicos. É graduada em Letras pela Universidade de Feira de Santana. Exerceu o magistério por algum tempo, mas chegou à conclusão que não era a sua praia e não conseguia se realizar ensinando. Foi então que decidiu iniciar suas observações sobre as pinturas de Manabu Mabe, pintor nipo-brasileiro (1924-1977), morreu em São Paulo aos 73 anos de idade; de Oscar-Claude Monet pintor francês e o mais célebre entre os impressionistas (1840-1926), e do inglês William Turner, que foi um pintor, músico, gravurista e aquarelista romântico (1775-1851). Depois de suas pesquisas começou a pintar algumas abstrações e não mais parou. Descobriu que a arte havia chegado para ficar e passou a se dedicar integralmente. Atualmente é uma das artistas que se destaca não somente em Feira de Santana onde reside, mas também em várias partes deste país continental. Ela pinta com sentimento e vai dando suas pinceladas surgindo formas incríveis com tons vibrantes entremeados de tons mais amenos criando uma atmosfera de alegria.

Vemos quatro obras da série Abstratos
com grande variação de cores e formas
Já em junho de 1987 estreou na Galeria Raimundo de Oliveira, em Feira de Santana na exposição chamada Essas Mulheres que reuniu um total de oito artistas: Ana Rosário, Denise Pitágoras, Graça Ramos, Márcia Magno, Maria Adair, Nanja, Sônia Rangel e Yêdamaria. Como podemos observar estava cercada por um grupo de artistas consagradas no mercado. O objetivo da mostra era revelar a visão de mundo de cada uma. O resultado da experiência foi considerado na época muito positiva. As artistas deram declarações falando do desafio de ter que expressar sua visão de mundo individualmente.  A Nanja estava começando a sua trajetória e revelou que “a figura feminina sempre que ia pintar surgia silenciosamente.” Sob a orientação de Antônio Brasileiro e de seu amigo Juraci Dórea ela cada vez mais aprimorou seus traços, as composições e o cromatismo, passando pelas séries de abstrações, mulheres, máscaras ,mosaicos, pinturas em cerâmica e mais recentemente das flores sempre demonstrando o domínio das cores e sua capacidade de criação. Num texto escrito há alguns anos por Juarez Paraíso ele resume onde se situa a artista visual Nanja neste mundo imaginário da arte. “No vale-tudo da produção de arte contemporânea, tem surgido um desconcertante e incalculável número de compilações e vulgarização de técnicas compulsórias, não rara consequência da pressão de salões, aumentando o lixo da produção plástica da nossa época. Os momentos de exceção, muitas vezes, tem sido apenas fruto da necessidade da comunicação plástica, através de recursos de artistas a exemplo de Nanja, que na sua simplicidade, modéstia e intimismo, distanciada das ambições do vedetismo social, das investidas mercantilistas e da pretensiosa e perniciosa influência de muitos falsos profetas da crítica de arte, produz um importante depoimento da sensibilidade artística de enorme valor estético.”

                                                  A ARTISTA 

Na série Mulheres Nanja ressalta da 
feminilidade em cores suaves.
A Normangela Aleixo Brasileiro Borges nasceu em Vitória da Conquista em cinco de março de 1954, e é filha do corretor de seguros José Aleixo de Bastos e d. Valdete Fernandes Aleixo. O nome Nanja surgiu no seio familiar quando seus irmãos começaram a falar, portanto bem antes de se tornar artista. Aos sete anos de idade sua família veio morar em Feira de Santana, e lá fez o primário da Escola Ana Nery, que era uma escola municipal e funcionava numa pequena chácara. Depois foi estudar no Colégio Estadual de Feira de Santana, e em 1973 fez o vestibular para o Curso de Letras, na Universidade Estadual da cidade. Ensinou durante um ano e meio, mas não continuou porque achava muito repetitivo estar de uma sala para outra ensinando os mesmos assuntos. Já estava casada com o poeta e pintor Antônio Brasileiro, com quem tem três filhos adultos, sendo um casal de arquitetos e o outro é professor de Filosofia do Direito, na Universidade de Feira de Santana. Esta relação iniciou quando ela tinha treze anos de idade, porém, "o namoro só começou ao completar os quinze anos". Coisas da época.

A série Máscaras causou impacto
quando de sua exposição.
Portanto, a Nanja vive num ambiente da arte visual e da Literatura inclusive em sua casa todas às quintas-feiras vários intelectuais e amigos se reúnem para discutir literatura, arte visual, a situação do país e também uma partida de futebol enquanto bebericam umas taças de vinho e outras bebidas da preferência de cada um. Esses encontros informais são muito bons para estreitar as relações de amizade e a troca de conhecimentos. Lembrou começou a se interessar por pintura quando Juraci Dórea e Ana Rosário criaram o projeto Chocalho de Cabra, com a participação de  Antônio Brasileiro. Este projeto tinha como objetivo atrair estudantes e transeuntes convidando-os a participar da  intervenção urbana de fazer pinturas nos muros juntamente com os artistas. Saíam em grupos e a Nanja meteu a mão na massa e passou a pintar suas abstrações. Foi tomando gosto pela pintura, procurando estudar e observar pintores consagrados até que participou de uma exposição coletiva organizada pelo jornalista Dimas Oliveira em sua galeria.

A artista Nanja trabalhando na série 
 Mosaicos. Abaixo três deles.
No meio da nossa conversa Nanja lembrou-se de uma passagem do poeta Ferreira Gullar que estava sendo entrevistado e cunhou uma frase que ficou famosa: "A arte existe porque a vida não basta". Realmente esta frase do grande poeta revela que a arte vem complementar ou preencher uma necessidade do ser humano, e que viver simplesmente não consegue por si só suprir esta existência. Também, é verdade que a arte nos oferece uma dimensão de sentido para nossas vidas, além da beleza, a possibilidade de você se expressar  nos enriquece como pessoas, transpondo a realidade cotidiana em que vivemos. Observou também que o mercado de arte tem se arrefecido e que os patrocínios para novas exposições estão estagnados. Também lembrou que existe uma onda de uma arte engajada no identitarismo,
Aqui vemos nove obras da série
Flores inspirada no seu
jardim, 2025.
nas políticas de gênero e outros temas que estão pouco afastados do seu foco de pintar o que sente e o que vê, como por exemplo, recentemente pintou uma série de trabalhos em acrílica sobre tela inspirada em flores que existem no jardim da sua casa. Ela também aprecia se dedicar a cuidar do jardim que é uma forma de conviver com a beleza que a natureza nos proporciona.
Disse que ao expor sempre foi bem recebida pela crítica e pelas pessoas que colecionam e gostam de arte em Feira de Santana. Mas, acredita que é necessário que os governos invistam mais nas artes visuais, e lembrou que gastam milhões contratando cantores caríssimos para cantar shows, carnaval e micaretas, e que o teatro, as artes visuais e a literatura não recebem a mesma atenção que merecem. " Os gastos com micaretas são astronômicos, seria importante dividir um pouco este orçamento com os artistas visuais, museus , com a literatura e outras manifestações artísticas", disse Nanja.

                            Exposições Realizadas

Nanja na exposição Femininus no
MAC, 2024.
E1986 - Coletiva da jornada Universitária-UEF. 1987 - Coletiva Essas Mulheres - Galeria Raimundo de Oliveira; Coletiva - Clube de Campo Cajueiro - Feira de Santana; Leilão de Arte - Galeria Raimundo Oliveira Feira de Santana. 1988 - Coletiva Centro de Cultura Amélio Amorim - Feira de Santana. 1989 - Leilão de Arte-Feira Pálace Hotel1991- Bienal do Recôncavo -Menção Honrosa1992 - Coletiva Espaço Cultural Ana Maria EventosSalão Regional de Feira de Santana -Menção Honrosa; Individual no Feira Shopping. 1993 - Coletiva Panorama - Museu Regional - Feira de Santana. 1994 - Coletiva Plurais - Museu Regional - Feira de Santana. 1995 - Projeto Novos Artistas  Galeria Raimundo Oliveira; Coletiva Natal sem Fome. 1997  Duas Artistas - Galeria Gourmet- Salvador-BA; IV Salão Regional de Feira de Santana - Menção honrosa; Coletiva Espaço Cultural CDL - Feira de Santana. 1998  Coletiva Centro de Cultura Amélio Amorim; Salão Regional de Porto Seguro- BA; Coletiva Galeria de Arte Caetano Veloso - Santo Amaro- BA; Coletiva UEFS - Feira de Santana; Coletiva Verde Vermelho e Azul - CDL- Feira de Santanaum olhar Feirense UEFScoletiva  Pequenos Formatos - Museu Regional de Arte - Feira de Santana; Coletiva - Artistas Feirenses - CDL - Feira de Santana. 1999  Prêmio especial no Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia; Duas artistas Maristela
Exposição Pra não Dizer que Não Falei
de Flores, na loja de móveis Um Casa ,
em Feira de Santana, 2025.
Ribeiro e Nanja - Casa Nova -Feira de Santana; Leilão de Artes do GACC - Museu de Arte Moderna da Bahia; Arte Comestível - Centro de Cultura Amélio Amorim. 2000 - Coletivas Artistas premiados  Salão de Arte Moderna de Feira de Santana; Coletiva Acervo do Museu Caetano Veloso - Santo Amaro. 2001 - Coletiva Jazida Cinco Artistas - Museu de Arte Contemporânea - Feira de Santana. 2002 - Individual  Espaço Tomate Seco  Feira de Santana2003  Coletiva  Galeria de Arte Raimundo de Oliveira; Coletiva Arte Feirense em Pauta  Galeria de Arte Áureo de Oliveira Filho CETEB  Salvador- BA. 2004  Coletiva Plurais  Museu Regional de Feira de Santana2005 - Coletiva  Museu de Arte Moderna - Feira de Santana-Ba.  2006 - Participação coletiva no Livre Pauvre / Livre riche de Daniel Leuwers - Paris. 2007- Coletiva Aberto - CUCA  Feira de Santana; individual  Nanja Mosaico  CUCA.  2008 - Individual  Entre Paisagens e Abstrações  Museu de Arte Sacra-Salvador BA. 2009 - Coletiva Memórias do Presente - Uma homenagem a Carlos Barbosa  Boulevard Shopping, Feira de Santana. 2011 - Coletiva Arte Efêmera Espaço de Cultura e Arte Marcus Moraes; Acervo Temporário - Galeria Carlos Barbosa - Feira de Santana. 2014- Coletiva Pequenos Formatos - CUCA - Feira de Santana. 2015 - Prima Biennali dei Castelli Della Gera D'Adda - Itália; Coletiva Viva o Povo Brasileiro e João Ubaldo Ribeiro-Itaparica-Ba. 2024 - Exposição Femininus ,MAC, Salvador-BA. 2025 – Individual – Para Não Dizer que Não Falei de Flores, na loja Um Casa, Feira de Santana-BA.

 

9 comentários:

  1. Meu agradecimento ao jornalista e escritor, Reynivaldo Brito pelo seu trabalho em prol da arte baiana e dos artistas.

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  2. Marilda Carneiro Santos
    Parabéns Nanja, você vem.se destacando cada vez mais com a sua arte , muito sucesso amiga!

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  3. Fernando Freitas Pinto
    Parabéns para Nanja pela sua Arte e para o Jornalista, Critico de Arte e Professor Universitário Reynivaldo Brito pelos comentários!🌹🌻

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  4. Benjamin Brito Gama Junior
    Parabéns pelo trabalho👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏🤝🤝🤝🤝

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  5. Guache Marques
    Parabéns Nanja Brasileiro e Reynivaldo Brito ... Vou ler e ver logo!

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