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A artista Nanja pintando em seu ateliê . |
A Nanja é uma artista visual autodidata e vem se destacando
pela qualidade de sua produção realizando exposições coletivas e individuais ,
ilustrando livros e elaborando mosaicos. É graduada em Letras pela Universidade
de Feira de Santana. Exerceu o magistério por algum tempo, mas chegou à
conclusão que não era a sua praia e não conseguia se realizar ensinando. Foi
então que decidiu iniciar suas observações sobre as pinturas de Manabu Mabe,
pintor nipo-brasileiro (1924-1977), morreu em São Paulo aos 73 anos de idade;
de Oscar-Claude
Monet pintor francês e o mais célebre entre os impressionistas (1840-1926),
e do inglês William Turner, que foi um pintor, músico, gravurista e aquarelista
romântico (1775-1851). Depois de suas pesquisas começou a pintar algumas
abstrações e não mais parou. Descobriu que a arte havia chegado para ficar e
passou a se dedicar integralmente. Atualmente é uma das artistas que se destaca
não somente em Feira de Santana onde reside, mas também em várias partes deste país
continental. Ela pinta com sentimento e vai dando suas pinceladas surgindo
formas incríveis com tons vibrantes entremeados de tons mais amenos criando uma
atmosfera de alegria.
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Vemos quatro obras da série Abstratos com grande variação de cores e formas |
Já em junho de 1987 estreou na Galeria Raimundo de Oliveira, em Feira de Santana na exposição chamada Essas Mulheres que reuniu um total de oito
artistas: Ana Rosário, Denise Pitágoras, Graça Ramos, Márcia Magno, Maria
Adair, Nanja, Sônia Rangel e Yêdamaria. Como podemos observar estava cercada
por um grupo de artistas consagradas no mercado. O objetivo da mostra era
revelar a visão de mundo de cada uma. O resultado da experiência foi
considerado na época muito positiva. As artistas deram declarações falando do
desafio de ter que expressar sua visão de mundo individualmente. A Nanja
estava começando a sua trajetória e revelou que “a figura feminina sempre que
ia pintar surgia silenciosamente.” Sob a orientação de Antônio Brasileiro e de
seu amigo Juraci Dórea ela cada vez mais aprimorou seus traços, as composições
e o cromatismo, passando pelas séries de abstrações, mulheres, máscaras ,mosaicos, pinturas em cerâmica e mais
recentemente das flores sempre demonstrando o domínio das cores e sua
capacidade de criação. Num texto escrito há alguns anos por Juarez Paraíso ele
resume onde se situa a artista visual Nanja neste mundo imaginário da arte. “No vale-tudo da
produção de arte contemporânea, tem surgido um desconcertante e incalculável
número de compilações e vulgarização de técnicas compulsórias, não rara
consequência da pressão de salões, aumentando o lixo da produção plástica da
nossa época. Os momentos de exceção, muitas vezes, tem sido apenas fruto da
necessidade da comunicação plástica, através de recursos de artistas a exemplo de Nanja, que na sua simplicidade, modéstia e intimismo, distanciada das ambições
do vedetismo social, das investidas mercantilistas e da pretensiosa e
perniciosa influência de muitos falsos profetas da crítica de arte, produz um
importante depoimento da sensibilidade artística de enorme valor estético.”
A ARTISTA
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Na série Mulheres Nanja ressalta da feminilidade em cores suaves. |
A Normangela Aleixo Brasileiro Borges nasceu em Vitória da Conquista em
cinco de março de 1954, e é filha do corretor de seguros José Aleixo de Bastos
e d. Valdete Fernandes Aleixo. O nome Nanja surgiu no seio familiar quando seus
irmãos começaram a falar, portanto bem antes de se tornar artista. Aos sete
anos de idade sua família veio morar em Feira de Santana, e lá fez o primário
da Escola Ana Nery, que era uma escola municipal e funcionava numa pequena
chácara. Depois foi estudar no Colégio Estadual de Feira de Santana, e em 1973
fez o vestibular para o Curso de Letras, na Universidade Estadual da cidade. Ensinou
durante um ano e meio, mas não continuou porque achava muito repetitivo estar
de uma sala para outra ensinando os mesmos assuntos. Já estava casada com o
poeta e pintor Antônio Brasileiro, com quem tem três filhos adultos, sendo um
casal de arquitetos e o outro é professor de Filosofia do Direito, na
Universidade de Feira de Santana. Esta relação iniciou quando ela tinha treze
anos de idade, porém, "o namoro só começou ao completar os quinze
anos". Coisas da época.
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A série Máscaras causou impacto quando de sua exposição. |
Portanto, a Nanja vive num ambiente da arte visual e da Literatura
inclusive em sua casa todas às quintas-feiras vários intelectuais e amigos se
reúnem para discutir literatura, arte visual, a situação do país e também uma
partida de futebol enquanto bebericam umas taças de vinho e outras bebidas da
preferência de cada um. Esses encontros informais são muito bons para estreitar
as relações de amizade e a troca de conhecimentos. Lembrou começou a se interessar por pintura quando Juraci Dórea e Ana Rosário criaram o projeto Chocalho de Cabra, com a participação de Antônio Brasileiro. Este projeto tinha como objetivo atrair estudantes e transeuntes convidando-os a participar da intervenção urbana de fazer pinturas nos muros juntamente com os artistas. Saíam em grupos e a Nanja meteu a mão na massa e passou a pintar suas abstrações.
Foi tomando gosto pela pintura, procurando estudar e observar pintores
consagrados até que participou de uma exposição coletiva organizada pelo
jornalista Dimas Oliveira em sua galeria.
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A artista Nanja trabalhando na série Mosaicos. Abaixo três deles. |
No meio da nossa conversa Nanja lembrou-se de uma passagem do poeta
Ferreira Gullar que estava sendo entrevistado e cunhou uma frase que ficou
famosa: "A arte existe porque a vida não basta".
Realmente esta frase do grande poeta revela que a arte vem complementar ou
preencher uma necessidade do ser humano, e que viver simplesmente não consegue
por si só suprir esta existência. Também, é verdade que a arte nos oferece uma
dimensão de sentido para nossas vidas, além da beleza, a possibilidade de você
se expressar nos enriquece como pessoas, transpondo a realidade cotidiana em
que vivemos. Observou também que o mercado de arte tem se arrefecido e que
os patrocínios para novas exposições estão estagnados. Também lembrou que
existe uma onda de uma arte engajada no identitarismo,
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Aqui vemos nove obras da série Flores inspirada no seu jardim, 2025. |
nas
políticas de gênero e outros temas que estão pouco afastados do seu foco de
pintar o que sente e o que vê, como por exemplo, recentemente pintou uma série
de trabalhos em acrílica sobre tela inspirada em flores que existem no jardim
da sua casa. Ela também aprecia se dedicar a cuidar do jardim que é uma forma
de conviver com a beleza que a natureza nos proporciona.
Disse que ao expor sempre foi bem recebida pela crítica e pelas pessoas
que colecionam e gostam de arte em Feira de Santana. Mas, acredita que é
necessário que os governos invistam mais nas artes visuais, e lembrou que
gastam milhões contratando cantores caríssimos para cantar shows, carnaval e
micaretas, e que o teatro, as artes visuais e a literatura não recebem a mesma atenção que merecem. " Os gastos com micaretas são astronômicos, seria
importante dividir um pouco este orçamento com os artistas visuais, museus , com a literatura e outras manifestações artísticas", disse Nanja.
Exposições Realizadas
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Nanja na exposição Femininus no MAC, 2024. |
Em 1986 - Coletiva da
jornada Universitária-UEF. 1987 - Coletiva Essas
Mulheres - Galeria Raimundo de Oliveira; Coletiva - Clube de Campo Cajueiro -
Feira de Santana; Leilão de Arte - Galeria Raimundo Oliveira Feira de Santana. 1988 -
Coletiva Centro de Cultura Amélio Amorim - Feira de Santana. 1989 - Leilão de
Arte-Feira Pálace Hotel. 1991- Bienal do Recôncavo -Menção Honrosa. 1992 - Coletiva Espaço
Cultural Ana Maria Eventos; Salão Regional de Feira de Santana -Menção Honrosa;
Individual no Feira Shopping. 1993 - Coletiva Panorama - Museu Regional
- Feira de Santana. 1994 - Coletiva Plurais - Museu
Regional - Feira de Santana. 1995 - Projeto Novos
Artistas ⁃ Galeria Raimundo Oliveira; Coletiva
Natal sem Fome. 1997 ⁃ Duas Artistas - Galeria Gourmet- Salvador-BA; IV
Salão Regional de Feira de Santana - Menção honrosa; Coletiva Espaço Cultural
CDL - Feira de Santana. 1998 ⁃ Coletiva Centro de Cultura Amélio Amorim; Salão
Regional de Porto Seguro- BA; Coletiva Galeria de Arte Caetano Veloso -
Santo Amaro- BA; Coletiva UEFS - Feira de Santana; Coletiva Verde
Vermelho e Azul - CDL- Feira de Santana; um olhar Feirense UEFS; coletiva ⁃ Pequenos Formatos - Museu Regional de
Arte - Feira de Santana; Coletiva - Artistas Feirenses - CDL - Feira
de Santana. 1999 ⁃ Prêmio especial no Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia; Duas
artistas Maristela
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Exposição Pra não Dizer que Não Falei de Flores, na loja de móveis Um Casa , em Feira de Santana, 2025. |
Ribeiro e Nanja - Casa Nova -Feira de Santana; Leilão
de Artes do GACC - Museu de Arte Moderna da Bahia; Arte Comestível - Centro de
Cultura Amélio Amorim. 2000 - Coletivas Artistas
premiados ⁃ Salão de Arte Moderna de
Feira de Santana; Coletiva Acervo do Museu Caetano Veloso - Santo
Amaro. 2001 - Coletiva Jazida Cinco Artistas - Museu de
Arte Contemporânea - Feira de Santana. 2002 - Individual ⁃ Espaço Tomate Seco ⁃ Feira de Santana. 2003 ⁃ Coletiva ⁃ Galeria de Arte Raimundo de Oliveira; Coletiva
Arte Feirense em Pauta ⁃ Galeria de Arte Áureo
de Oliveira Filho CETEB ⁃ Salvador-
BA. 2004 ⁃ Coletiva Plurais ⁃ Museu Regional de Feira de Santana. 2005 -
Coletiva ⁃ Museu de Arte Moderna -
Feira de Santana-Ba. 2006 - Participação coletiva no
Livre Pauvre / Livre riche de Daniel Leuwers - Paris. 2007-
Coletiva Aberto - CUCA ⁃ Feira de Santana;
individual ⁃ Nanja Mosaico ⁃ CUCA. 2008 -
Individual ⁃ Entre Paisagens e Abstrações ⁃ Museu de Arte Sacra-Salvador BA. 2009 -
Coletiva Memórias do Presente - Uma homenagem a Carlos Barbosa ⁃ Boulevard Shopping, Feira
de Santana. 2011 - Coletiva Arte Efêmera Espaço de
Cultura e Arte Marcus Moraes; Acervo Temporário - Galeria Carlos Barbosa -
Feira de Santana. 2014- Coletiva Pequenos Formatos - CUCA -
Feira de Santana. 2015 - Prima Biennali dei Castelli Della Gera D'Adda -
Itália; Coletiva
Viva o Povo Brasileiro e João Ubaldo Ribeiro-Itaparica-Ba. 2024 - Exposição Femininus ,MAC, Salvador-BA. 2025 –
Individual – Para Não Dizer que Não Falei de Flores, na loja Um Casa, Feira de
Santana-BA.
Meu agradecimento ao jornalista e escritor, Reynivaldo Brito pelo seu trabalho em prol da arte baiana e dos artistas.
ResponderExcluirMarilda Carneiro Santos
ResponderExcluirParabéns Nanja, você vem.se destacando cada vez mais com a sua arte , muito sucesso amiga!
Fernando Freitas Pinto
ResponderExcluirParabéns para Nanja pela sua Arte e para o Jornalista, Critico de Arte e Professor Universitário Reynivaldo Brito pelos comentários!🌹🌻
Rita De Cassia Martins
ResponderExcluirMaravilhoso❤
Tereza Souza
ResponderExcluirMaravilha! 😍
Benjamin Brito Gama Junior
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏🤝🤝🤝🤝
Guache Marques
ResponderExcluirParabéns Nanja Brasileiro e Reynivaldo Brito ... Vou ler e ver logo!
Graça Gama
ResponderExcluirBravo!
Maria Nazaré Santos
ResponderExcluir👏👏👏
Palmas!