JORNAL A TARDE SALVADOR 17 DE
MARÇO DE 1986
JÁ ESTÃO NO PARQUE CASTRO ALVES
OBRAS DA
GERAÇÃO 70
GERAÇÃO 70
Trabalhos
de Fred Schaeppi, Chico Diabo, Guache, Florival Oliveira, Astor Lima, Zivé
Giudice, Murilo, Maso e Bel Borba já integram a mostra permanente que foi inaugurada
na última sexta-feira, no Parque Histórico Castro Alves, em Cabaceiras,
município de Muritiba. Foi uma festa bonita que contou com a presença do Secretário de Educação, Edivaldo Boaventura, membros da Histarte e de outras
entidades, da vice-presidenta da Fundação Cultural da Bahia, D. Miriam
Barradas,vários trovadores e centenas de pessoas daquela região. O Museu
dedicado ao poeta, que completou 139 anos do seu nascimento, conta com objetos
pessoais e de sua família, fotografias da época, obras editadas, alguns
originais e agora com os quadros que o retratam numa nova visão.
Falando
na ocasião, ao Secretário Edivaldo Boaventura disse “que o projeto de reforma
do Parque Histórico Castro Alves inclui a ampliação das instalações como nova
escola de primeiro grau e criação de um Centro de Informações, que recolherá
dados relativos ao poeta, como também fará o registro do que se relacione com o
Parque. Tai iniciativa implica no enriquecimento da atual documentação, já
considerável e sempre crescente, e a utilização de arquivo. No futuro e o envolvimento das pessoas o
Centro se ampliará para registrar a memória regional”. Disse ainda o secretário
que “a inclusão do testemunho da nova geração de artistas denota o
enriquecimento do Parque. O acervo, assim, passa a agregar expressões de
diversos autores, cuja temática é inspirada na obra de castro-alvina. Trata-se
de uma ponte entre o passado e o presente, trazendo para hoje a presença do
poeta”.
“O
Parque objetivou resguardar o meio ambiente da Fazenda Cabaceiras, sendo
reconstruída a sua sede para tornar-se exposição permanente. Vários autores
mostram a presença do rincão natal na poética de Castro Alves. No cenário de
nascimento, em 1947, começaram as preocupações em preservar o sítio. Vinte e
quatro anos depois foi construído o Parque, nas comemorações centenárias do
Poeta. Agora o Parque contará com novos elementos inclusive uma escola, que já
tem 600 alunos matriculados, dando vida ao mesmo durante todo o ano.
A HISTÓRIA DA PINTURAEM TEMPOS DE GUERRA
Vários convidados visitaram o Parque Castro Alves e a exposição dos artistas da Geração 70. |
A HISTÓRIA DA PINTURA
A Galeria de Arte Banerj inaugurou a primeira de uma série de duas exposições com
o título único de Tempos de Guerra. As duas mostras irão se ocupar da obra
realizada no Brasil, por cerca de 20 artistas, entre europeus, japoneses e
norte-americanos que vieram para o Rio de Janeiro, nos anos 40, como
conseqüência da II Guerra Mundial. E também de muitos brasileiros que com eles
conviveram, como alunos ou amigos, no mesmo período.
Coincidentemente,
a maior parte desses artistas estrangeiros residiu no bairro de Santa Teresa,
espécie de Montmartre carioca, especialmente em dois endereços, no Hotel
Internacional, no Silvestre, e na Pensão Mauá, em Paula Mattos. Um
outro segmento da exposição vai abordar a participação brasileira na guerra.
Trata-se
de tema absolutamente inédito na história da arte do Rio de Janeiro. A
realização das duas mostras exigiu um trabalho exaustivo, sob a curadoria do
crítico Frederico Morais, que consumiu seis meses de pesquisa. O resultado foi
a reunião de ampla documentação iconográfica e textual, catálogos, livros,
fotos, documentos e mais de uma centena de obras daquela época algumas inéditas
ainda no Brasil.
NO
HOTEL INTERNACIONAL OBRAS DE MARIA HELENA VIEIRA
Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Soares |
O
BRASIL NA GUERRA
O
segmento relativo à participação do Brasil na guerra faz parte desta primeira
exposição. Em 1944, na Burlington House, de Londres, foi realizada a mais ampla
exposição de arte brasileira até então levada ao exterior.
Maria Helena e Arpad no Hotel Internacional. |
De
Paris veio para a exposição um auto retrato da Vieira da Silva, datado de 1944,
e também um depoimento que ela concedeu a Carlos Scliar falando de seu período
brasileiro. Integram ainda a mostra, duas telas realizadas por Jacques van de
Beuque, no campo de deportação nazista de Kiel, no Norte da Alemanha, e o
cavalete usado por Arpad Szenes nos tempos do Hotel Internacional.
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