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sábado, 2 de junho de 2012

BALDOMIRO FAZ ARTE NA AREIA

ARTES VISUAIS



Texto Reynivaldo Brito



DESENHOS - Artista faz intervenções nas praias da cidade e mostra o belo em meio a guerras, fome e destruição da natureza.



O mar está manso, recua, levado pela baixa maré, deixando para trás um lençol branco de areia. Um espaço natural e ideal para Baldomiro Cruz, artista baiano, natural do município de Santo Estevão, vizinho de Feira de Santana, criar e estampar na areia suas formas geométricas gigantes. São obras efêmeras que desaparecem seis horas depois com a chegada da maré alta. Resta antes documentar a intervenção através de fotografias ou de vídeo. Mas, o que interessa mesmo a Baldomiro é interagir com os banhistas ou com as pessoas que fazem caminhada na areia.
Ele começa a trabalhar por volta das 10 horas,porque, após este horário, começam a chegar os banhistas e praticantes de baba, que interferem na execução da obra, principalmente nos finais de semana. Afinal, estamos em pleno verão baiano e as praias são muito procuradas nesta época do ano. Baldomiro busca, “por razões estéticas, mostrar o belo em meio a tantas guerras, fome e destruição da natureza. É um trabalho para alegrar a alma despertando valores sensoriais em sua interação”, define o artista.

INSPIRAÇÃO

Baldomiro Cruz diz que sua arte foi inspirada na limpeza das praias pelos garis. Mas é claro que podemos buscar alguma referência nos desenhos feitos pelos budistas na areia, nas artes incas, nos gigantescos desenhos vistos de grandes altitudes e na aragem da terra que antecede a semeadura, principalmente nas grandes fazendas de grãos.
Ele também questiona a dificuldade de acesso às instituições estabelecidas, como museus e galerias de arte, que exigem muito esforço do artista para expor do ponto de vista monetário.
Em sua opinião o custo de uma exposição, com confecção de convite, correio,coquetel e molduras, inviabiliza a iniciativa de muitos artistas.Na foto o artista Baldomiro trabalhando na praia.
Para realizar os desenhos, Baldomiro utiliza apenas uma espécie de rodo preso num cabo de vassoura, que vai arrastando e deixando os sulcos na areia. Não há quem não pare para olhar ou emita, quando provocado, uma opinião a respeito.

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