texto Reynivaldo Brito

MONA LISA
Na Roselyn , Ferjó vai participar , ainda de uma grande exposição, que ocorrerá no início do inverno, com a presença de Jorge Amado (que fará uma palestra) e Burle Marx - que foi levado recentemente para os Estados Unidos, por um grupo folclórico brasileiro que mora em Nova Iorque.
No momento, Ferjó tem utilizado insistentemente , em seus quadros, a figura célebre da Mona Lisa, em situações diferentes. Já fez seis trabalhos nessa linha, dando os títulos mais diversos, como "Mona Lisa na Manhã", "Mona Lisa Fazendo Exercícios" e "Mona Lisa e os Passarinhos". Desses, apenas dois quadros ainda permanecem com ele.
Ferjó - que retrata muitas pessoas - conta que essa inspiração veio em seu contato com um artista norte-americano, J. Wyath, que pintou uma alemã, que era sua vizinha durante 15 anos. " Ai pensei", justifica, "por que não posso usar também Mona Lisa, por exemplo".
COLEÇÕES PRIVADAS
O pintor conta que, a princípio, foi difícil se adaptar aos Estados Unidos, só conseguindo conquistar o mercado já no terceiro ano do curso. Com um prêmio que recebeu, seu trabalho foi comentado em alguns jornais e começou a procura de seus quadros. A universidade lhe possibilitou, também, uma viagem de três meses pela Europa.
Desde 1964, Ferjó já ganhava prêmios no Brasil, mas foi em 1976 que o mercado internacional " abriu as portas" para ele, com a distinção que a Universidade da Pensilvânia lhe ofereceu, considerando-o "estudante avançado" e criando para ele um estúdio privado, que passou a usar em vez de fazer seus trabalhos na classe, como os outros. " Passei a trabalhar mais a sério e competir", lembra, " e os pedidos dos colecionadores começaram a chover, cerca de seis a oito cartas por mês".
Algumas obras de Ferjó estão em coleções privadas de países bem diversos, como Argentina, China e Estados Unidos.
Recebeu, recentemente, um convite para expor no Rio de Janeiro, mas não pôde aceitá-lo por que já tem uma exposição marcada para Nova Iorque. Há pouco tempo, aliás, participou da Exposição de Nova Iorque, cuja importância compara a da Bienal de São Paulo.
Segundo a definição do próprio pintor, sua obra sempre sugere mistério, contrapondo elementos diferentes, o que lhe confere uma aura inusitada. Ele revela que nessa exposição está incluído um quadro que retrata a filha do ex-governador Luiz Viana Filho, que foi mulher deste, D. Juju, que patrocinou sua primeira exposição, na Galeria 114, em 1969, depois de tê-la retratado também.
Nenhum comentário:
Postar um comentário