JORNAL A TARDE SALVADOR, TERÇA-FEIRA,
22 DE JANEIRO DE 2002
AMOR À ÁFRICA
O continente africano e o seu
povo vêm sofrendo no decorrer da História a agressão de colonizadores, a ação
dos fenômenos naturais- como a seca inclemente, e, recentemente, vulcões em
erupção - e brigas intermináveis entre tribos e facções, que lutam pelo poder.
Há décadas, um francês fixou seu olhar na cultura daquele povo sofrido e alegre.
Registrou em milhares de fotogramas o seu dia-a-dia, estudou cientificamente a
religião local, tornou-se um membro importante do candomblé e deixou como
legado uma documentação fantástica. Agora, a Fundação Pierre Verger está
organizando vários eventos comemorativos do centenário do seu nascimento.
Uma justa homenagem a Pierre Fatumbi
Verger, fotógrafo, etnólogo, escritor, viajante, babalaô e ojuobá. E muito mais
que isto, porque este francês-baiano era, acima de tudo, um humanista, deixou
para trás, em seu país de origem, uma vida tranqüila, com um nível alto, para
morar, modestamente, num bairro de classe média baixa e rodeado de pessoas
humildes.
Reprodução da foto de Pierre Verger Jovem Africana.
IRMANDADE DA BOA MORTE
A Irmandade da Boa Morte é o tema
da exposição que o fotógrafo Hugo Daniel Rodriguez realiza até o dia 27
próximo, no Espaço Calasans Neto, no Uec-Pituba. A mostra reúne fotografias
coloridas e em preto-e-branco das mulheres da Irmandade.
Nascido na Argentina, Hugo Daniel
atua como repórter fotográfico há mais de 30 anos e já trabalhou em diversos
periódicos argentinos e em outras revistas, como a Cláudia. Mesmo trabalhando
como repórter, Rodriguez sempre esteve ligado à fotografia de arte, que
resultou na realização de diversas exposições coletivas e individuais na
Argentina. Residindo atualmente em Salvador, Rodriguez encantou-se com a
Irmandade e resolveu registrar cenas e personagens da festa que acontece em Cachoeira,
na Bahia.
A exposição poderá ser vista
todos os dias, das 8 às 21 horas, até o dia 27.
ARTISTA LANÇA LIVRO
O artista Nelson Leirner,
atualmente residindo no Rio de Janeiro, está lançando um livro que, segundo
ele, deu-lhe oportunidade de rever sua vida e perceber que a memória prepara
armadilhas aos que pretendem fazer história. Ele sempre foi avesso a grupos e,
mesmo residindo no Rio de Janeiro, tem enfrentado dificuldade de mostrar com mais
freqüência a sua produção.
Numa entrevista recente ao jornal
O Globo, afirmou que” o mercado de arte carioca tem uma mentalidade muito
fechada, e as instituições protegem os artistas que são daqui. Existe uma
sociedade carioca que é bairrista e preconceituosa, mas os artistas do Rio, que
são ótimos, são recebidos de braços abertos em toda à parte, inclusive em São Paulo ”. Leiner é
paulista e um dos pioneiros no Brasil da ready
made - transformação de objetos comuns em arte. O livro, que está
lançando através o Instituto Takano, é acompanhado de uma exposição na Galeria
Brito Cimino, com obras de vários períodos de sua produção. Finalizando, com ar
irreverente, ele diz:“Vivo mergulhado na ironia porque no Rio estou vivendo a
fase mais produtiva da minha vida, mas os cariocas não viram nada do que fiz”. O artista Nelson Leirner lança livro.
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