JORNAL A TARDE, SALVADOR, SÁBADO, 25 DE
NOVEMBRO DE 1978.
A mostra de Lula Queiroz na
capela do Solar do Unhão é uma comprovação da capacidade criativa deste jovem
artista que explode em cores, formas e ideias. Evidente que ainda não
encontramos um artista lapidado e uma prova disto são alguns quadros expostos
que poderiam não figurar numa seleção mais rigorosa. Porém, o que me deixou
alegre foi a qualidade da maioria dos trabalhos expostos e também a grande
quantidade de ideias. Lula é sem dúvida um artista nato que explode com toda a
força de sua juventude. Quem o conhece não imagina o potencial e a capacidade
de trabalho que esconde por trás de sua figura tranquila.
A capela do Solar do Unhão estava lotada de
gente que foi para lá prestigiar a mostra de Lula Queiroz e teve oportunidade
de conversar com algumas pessoas que não pouparam elogios às telas a óleo, as
pinturas feitas em papel e principalmente ao conjunto de obras apresentadas.
Espero que Lula esqueça algumas soluções como aquelas dos barcos, já
desgastadas, e que não refletem a sua técnica. No entanto outras idéias a
exemplo de muitas telas que estão localizadas ao centro da capela na nave
central devem ser buriladas porque acredito que aquele é o seu caminho.
Conversando com o artista sobre seu
trabalho ele disse que os feitos em papel são fruto de uma experiência que vem
desenvolvendo há algum tempo da qual espera soluções ainda mais gratificantes.
O ION AGRADECE AOS ARTISTAS
O ION AGRADECE AOS ARTISTAS
Cento e vinte e cinco quadros foram doados por artistas baianos e radicados na Bahia que foram expostos nos dias e passados no Centro Espanhol em benefício das obras assistenciais do ION. Esta é a segunda exposição que é organizada pela diretoria do Instituto de Organização Neurológica da Bahia- ION que realiza um trabalho digno de elogios em prol da criança excepcional. O dinheiro arrecadado com a venda dos quadros será aplicado nesta obra que beneficia dezenas de crianças baianas oferecendo uma educação especializada.
A primeira exposição do ION foi realizada em
1973 e teve o mesmo sucesso com grande número de artistas doando seus quadros
que foram vendidos e revertidos em obras de grande importância para as crianças
que são assistidas pela entidade.
Quero especialmente agradecer em meu nome do
ION a todos àqueles que mais uma vez se despojaram de suas obras e doaram para
esta instituição. Isto porque estive cooperando na medida do possível para a
concretização desta mostra que visa beneficiar muitas crianças. Neste mundo
competitivo onde os mais aptos sobrevivem e os menos aptos por problemas individuais
mão conseguem, é preciso que estejamos atentos para dar-lhes as mãos. E é
exatamente nas mãos dadas que está o sucesso do ION. Um punhado de pessoas que
dá parte de sua vida e seu tempo precioso para atender àquelas crianças que
precisam mais que as outras de carinho e apoio.
Esses artistas abaixo relacionados fazem parte deste punhado de gente que dá o seu tempo e o fruto de seu trabalho em benefício dessas crianças. Eis os artistas: Ângelo Rebouças, Antônio Lobo de Souza, Amália Tude, Azize Nadin Awad., Affonso Garrido, Antônio Murilo Ribeiro, Amélia Fernandes, Ângela Lemos Sampaio, Avany Oliveira, Antoneto, Anita Dantas, Ana Georgina, Almiro Borges, Arlindo Gomes, Benedito Barreto, Bartira, Bel Borba, Bernadeto Cal, Clara, O. Souza, Carlos Affonso Garrido, Clara, Meiro, Candoca, Carlos Bandeira, Celina Gordilho, Carmem Peixinho, Capelotti, Carl Brussel, Carmem Barreto, Caribe, Calixto Sales, Costa Lima, Carlos Vilas Boas Pinto, Carlos Bastos, Calazans Neto, Djalma Souza, Dulce Schaeppi, Diana Mota Ramos Azevedo, Eugênio Roberto, Emanoel Araújo, Emília Moreno, Edmilson Ribeiro, Edvaldo Gato, Elze Matos, Esse Pimenta, Emiles, Elizete Ventura, Eckenberg, Experidião Mattos, Fernando Coelho, Farid Awar, Floriano Teixeira, Fred Shaeppi, Graça Ramos, Gilberto Apê, Guel, Glaucia Lemos, Giuseprina, Heloiza Nagen Cardoso, Helena Chaves, Hans Tosta Schaeppi, Ivan Lopes, Ivo Neto, Itamar Espinheira, Jorge Mendes, José Bahia, José Tiago, Jenner Augusto, Justino Marinho, José Carrera, Jessé Acioly, José Artur, Jorge Cabral, Luís Fernando Pinto, Laurinha Seabra, Luciana Pereira, Licurgo, Leila Saraiva, Lau, Lila Bouzas, Luciano Luciani, Lafita, Maria Monteserrat Silva, Mário Cravo Neto, M. Valença, Maria Gordilho, Manoel Duran, Maria Adair, Maria Augusta Mongerrot, Manoel Gerônimo, Nélson Pereira Júnior, Nide, N. Dias, Norma Gaeta, Nolita, Odete Valente, Osvaldo Oliveira, Olga Paixão Papito, Rúbico, Raymundo Aguiar, Rosita Dubois, Riolan Coutinho, Rômulo Serrano, Rosa Cravo, Sante Scaldaferri, Sônia Maciel, Terezinha Lima, Tuty, Urban, Waldelice Pinkus, Wasghinton Sales, Walmiro Almeida Pedreira Filho e Zu Campos.
Foto da abertura da exposição promovida pelo ION |
Esses artistas abaixo relacionados fazem parte deste punhado de gente que dá o seu tempo e o fruto de seu trabalho em benefício dessas crianças. Eis os artistas: Ângelo Rebouças, Antônio Lobo de Souza, Amália Tude, Azize Nadin Awad., Affonso Garrido, Antônio Murilo Ribeiro, Amélia Fernandes, Ângela Lemos Sampaio, Avany Oliveira, Antoneto, Anita Dantas, Ana Georgina, Almiro Borges, Arlindo Gomes, Benedito Barreto, Bartira, Bel Borba, Bernadeto Cal, Clara, O. Souza, Carlos Affonso Garrido, Clara, Meiro, Candoca, Carlos Bandeira, Celina Gordilho, Carmem Peixinho, Capelotti, Carl Brussel, Carmem Barreto, Caribe, Calixto Sales, Costa Lima, Carlos Vilas Boas Pinto, Carlos Bastos, Calazans Neto, Djalma Souza, Dulce Schaeppi, Diana Mota Ramos Azevedo, Eugênio Roberto, Emanoel Araújo, Emília Moreno, Edmilson Ribeiro, Edvaldo Gato, Elze Matos, Esse Pimenta, Emiles, Elizete Ventura, Eckenberg, Experidião Mattos, Fernando Coelho, Farid Awar, Floriano Teixeira, Fred Shaeppi, Graça Ramos, Gilberto Apê, Guel, Glaucia Lemos, Giuseprina, Heloiza Nagen Cardoso, Helena Chaves, Hans Tosta Schaeppi, Ivan Lopes, Ivo Neto, Itamar Espinheira, Jorge Mendes, José Bahia, José Tiago, Jenner Augusto, Justino Marinho, José Carrera, Jessé Acioly, José Artur, Jorge Cabral, Luís Fernando Pinto, Laurinha Seabra, Luciana Pereira, Licurgo, Leila Saraiva, Lau, Lila Bouzas, Luciano Luciani, Lafita, Maria Monteserrat Silva, Mário Cravo Neto, M. Valença, Maria Gordilho, Manoel Duran, Maria Adair, Maria Augusta Mongerrot, Manoel Gerônimo, Nélson Pereira Júnior, Nide, N. Dias, Norma Gaeta, Nolita, Odete Valente, Osvaldo Oliveira, Olga Paixão Papito, Rúbico, Raymundo Aguiar, Rosita Dubois, Riolan Coutinho, Rômulo Serrano, Rosa Cravo, Sante Scaldaferri, Sônia Maciel, Terezinha Lima, Tuty, Urban, Waldelice Pinkus, Wasghinton Sales, Walmiro Almeida Pedreira Filho e Zu Campos.
GRAVURAS DE NOÉLIA DE PAULA
A Galeria da Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia abrirá suas portas ao público baiano para mostrar as gravuras de Noélia de Paula, baiana, natural de Salvador, viveu no Rio de Janeiro com atelier instalado na Bartolomeu Mitre, no Leblon, viajou pela Europa onde também residiu. Ausente da Bahia durante 9 anos.
Exatamente há dez anos passados,
na Galeria 114 em Salvador, Noélia de Paula iniciava a sua carreira
profissional alcançando um sucesso da época em público e vendagem de obras. A A
Tarde acreditou nessa artista pelo talento, dinamismo e seriedade com que
encarava o trabalho que propunha fazer. Toda a imprensa e meios de
comunicação passaram a ver em Noélia
de Paula uma promessa para as artes na Bahia. Agora Noélia de Paula, após 10
anos de lutas e sucessos, confirma com seu currículo e afirmativas críticas a visão
da imprensa baiana de 1968. Vejamos abaixo a conversa com a artista:
R- Noélia de Paula, como você se sente retornando à Bahia e por que voltou?
R- Noélia de Paula, como você se sente retornando à Bahia e por que voltou?
NP- Sinto-me em casa e aos poucos
readaptando-me. Voltei por duas razões: uma familiar, já solucionada, e outra
pensando em trabalhar aqui na Bahia na área de Restauração da Fundação. Acabei
indo trabalhar na Arte-Final da Empresa Gráfica da Bahia assumindo a chefia. Em
junho deste ano passei para a Fundação, Cultural onde estou, à disposição.
R- Você acredita que sua
exposição será o mesmo sucesso de 68?
NP- Sucesso para mim não existe
nos termos comuns: venda ou aplausos.Quando exponho o faço de maneira
profissional sem visar nada além do que prestar contas do meu trabalho para àquelas pessoas que gostam ou que culturalmente se interessam pela arte.
R- O que você acha do local onde
expõe?
NP- Todos os lugares são bons e
sinto-me honrada em poder atender o convite da Diretoria da Fundação expondo na
sua Galeria. Tenho certeza de que a Bahia social já atingiu a maturidade
metropolitana e não mais marginaliza uma área que ela mesma apresenta ao turista
como ponto e roteiro da nossa velha cidade. Seria um contrasenso nós não
valorizarmos uma área que faz parte da nossa história.
R- Como você situa a arte baiana
no cenário nacional?
NP-A nossa arte é bem
representada por poucos artistas contemporâneos de real valor. São artistas
sérios, que trabalham e pesquisam, aprimoram técnicas e criam.
R- E arte primitiva?
NP- A arte primitiva eu divido em
duas etapas. Uma que é a arte primitiva autêntica, uma forma de expressão
popular, realizada por pessoas de sensibilidade nata mas que,por força das
circunstâncias, são analfabetas e incultas.Acho belíssima a linguagem
popular autêntica. Do outro lado, está a arte-falsa primitiva ou engodo.Essa é a maior picaretagem e é
uma vergonha, pois são executadas por fazedores de quadros que apenas querem o
dinheiro. Inegavelmente são pessoas de
classe natural baixa. Porém tiradas e sabidas. É lamentável que isso
aconteça.
R-Você ficará de vez na Bahia?
NP- Depende das circunstâncias.
Gosto da Bahia e penso em ficar, mas no Rio, São Paulo, até mesmo na Europa as chances de trabalho são bem maiores. Fora daqui sou conhecida e todo mundo me
respeita como profissional das artes plásticas e como restauradora de obras de
arte. Aqui tenho enfrentado certos problemas que mesmo que não me afetando
profissionalmente deixa transparecer uma carência muito grande de conhecimentos
e atualização de arte.Aprendi a respeitar trabalhando e
trabalhar respeitando a obra, o ser humano, a terra e a vida.
PAINEL
JOSÉ ARTUR- está expondo na Galeria Grossman mostrando o seu lirismo através de figuras que ele idealiza.
Destaco os longos pescoços e os
olhos grandes como uma influência da gente nordestina, embora sua pintura não
tenha a marca patente do real. José Artur é um dos mais conceituados pintores
desta nova geração baiana. Foto II
SÍLVIO PAMPLONA RIBEIRO- pintor paulista está expondo na Galeria da Pousada do Carmo até o próximo dia 30. Tem um trabalho reconhecido e, inclusive, obras de sua autoria figuram em museus e coleções particulares. Foto III
ESTERGHILDA MENICUCCI- expõe na
Galeria Panorama até o dia 6.
São imagens etéreas em dimensões
mágicas. As figuras estão envolvidas por nuvens de tintas que se espalham com
equilíbrio.
ECKENER- expõe no Gabinete
Português de Leitura. De tanto trabalhar pelos artistas resolveu também pintar.
São trinta óleos de temática variada. Alagoano de nascimento e radicado em Salvador há muito
tempo Eckener muito tem feito pelas artes baianas.
NOITE DE GRAVURAS- Kompasso
Galeria de Arte, rua Amazonas, na Pituba está expondo gravuras de Calasans
Neto, Clara O. Souza, Duda, Gérson M. Lima, Ione Passo, Juarez Paraíso, Márcia
Magno, Roberval Marinho, Terezinha Lima e Waldelice Pinkus.
TROQUEI AS BOLAS- Na semana
passada fiz uma avaliação do trabalho de Gervásio Teixeira que está expondo na
Galeria O Cavalete.Porém, inadevertidamente chamei-o
de Gilberto. Por que? Não sei.
Mas a culpa foi minha.Geralmente os erros são
atribuídos a outras pessoas. Mas faço questão de assumir. Errei. O nome do
artista é Gervásio Teixeira, um sergipano que promete.
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