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sábado, 4 de maio de 2013

OBRAS DE LASAR SEGALL NO MAMB


JORNAL A TARDE, SALVADOR,  SÁBADO, 21 DE MAIO DE 1977

S
Bela obra expressionista de Segall
essenta trabalhos de Lasar Segall estarão expostos no Museu de Arte Moderna a partir do próximo dia 30, numa promoção da Secretaria de Educação e Fundação Cultural do Estado da Bahia. Os trabalhos expressionistas de Segall diversificados entre óleos, aquarelas, desenhos, esculturas e gravuras, visam dar uma retrospectiva da sua vida, desde o seu trabalho na cidade russa de Vilna, até sua morte
em São Paulo, vinte anos atrás.
Atravessando o oceano atrás de uma paz que a Europa parecia não poder mais lhe dar, Lasar Segall chegou ao Brasil em 1923 para se radicar, renegando o meio artístico de Berlim, onde os primeiros frutos do reconhecimento do seu trabalho inovador como expressionista começavam a ser sentidos. A experiência traumática da Primeira Guerra Mundial, e uma tentativa de isolamento, de fuga ao envolvimento crescente com a escola alemã que adotara, foram os motivos que levaram este artista russo, que aos 15 anos emigrara para a Alemanha a se deslocar para nosso País, naquela época sem qualquer tradição ou mercado cultural.

O artista Lesar Segall
                               CONHECIA
Segall já havia estado no Brasil em 1913, quando apresentou seus trabalhos em São Paulo e Campinas, e por isto escolheu nosso país para se radicar definitivamente principalmente em função do exotismo e da inexistência de movimentos artísticos que pudessem transformar a sua forma de expressão. Reservado e metódico, Segall quase nunca saia do seu atelier em São Paulo, a não ser para viagens e exposições no Velho Mundo, exposições que reafirmavam cada vez mais seu talento plástico. No dia dois de agosto de 1957, faleceu como sempre viveu, silenciosamente, deixando no entanto um inestimável acervo de obras, as principais das quais estarão sendo apresentadas ao público baiano de 30 de maio a 8 de junho, no Museu de Arte Moderna.
SUA OBRA
Em razão da formação tipicamente européia de Segall, o exotismo caótico da realidade brasileira não chegou a alterar substancialmente os rumos do seu trabalho. Apesar de ser possível a detectação de três instantes na sua obra onde o meio artístico e social do Brasil exerceu influência, principalmente através da utilização de cores vivas e de um linha de geometrismo abstrato decorrência da Semana de Arte Moderna de 22, o trabalho de Segall sempre se manteve alheio a movimentos e correntes artísticas. A partir de 1940, talvez por reflexo da 2ª Guerra Mundial, Segall exprime em suas obras intensa melancolia, e as telas passam a retratar mais suas realidades interiores do que o exterior visível.

             PAINEL

MUITO DINHEIRO- um colecionador particular de Nova Iorque pagou 880 mil dólares (12 milhões e 56 mil cruzeiros pela tela de Van Gogh, La fin de La journée (O Fim do dia).
Já o colecionador Raymond Klein, de Filadélfia pagou 660 mil dólares 9 milhões e 42 mil cruzeiros pelo quadro de Renoir ,Baigneuse Couchee (Banhista Deitada). Isto ocorreu esta semana no primeiro leilão de arte da Casa Christie ,de Nova Iorque.

FALSIFICADORES- três falsificadores internacionais Hjalmar Ernesto, Emílio Figueroa, Roberto Pieri e Aldo Mazzarello, argentino, italiano e francês, respectivamente, foram presos em Buenos Aires com equipamentos de envelhecer telas e vários trabalhos de famosos artistas. Olho neles!

LE DOME MUDOU- a Galeria Le Dome mudou de endereço. Agora está funcionando na Rua Direita da Piedade, 17, graças a um convênio firmado com a entidade proprietária do imóvel, que cedeu as dependências até então ocupadas pela recém-criada, galeria Presciliano Silva. Não sei ainda as razões que levaram a troca de galerias.

CINCO ANDARES- Habitantes da cidade de São Francisco, da Califórnia estão admirados com a escultura intitulada Sly Train, criação da artista norte-americana Louise Nevelson, que mede 17 metros d altura. Ela está instalada no Embarcadero Center e foi transportada em caminhão do estado de Conncticut, onde foi esculpida em aço escurecido, pesando 29 toneladas. Foto.

DOIS LIVROS- Acabo de receber da Editorial Labor do Brasil S.A., três obras de excepcional qualidade: O Dada e o Surrealismo, de Dawn Ades; e O Impressionismo, de Bernard Denvir. O primeiro trata do Dadaísmo, essencialmente um estado de espírito, representação da revolta dirigida contra a sociedade responsável pela guerra e contra a arte e filosofia impregnadas de racionalismo burguês, a ponto de se tornarem incapazes de criar novas formas. Assim os artistas voltaram para o absurdo, o primeiro, o elementar. Na segunda parte do livro o autor trata do Surrealismo, da exploração sistemática de sonhos e imagens involuntárias da literatura e na arte, iniciada pelo André Breton, que reuniu um grupo de dadaístas e redescobriram as obras de Freud.
Quanto ao segundo livro, trata do O Impressionismo, considerado o fenômeno mais importante da arte européia desde a Renascença, significou uma revolução pelas inovações e introduziu a representação do que se sabia ser real, procurou-se mostrar impressões momentâneas e reações puramente emocionais ou seja, adotou-se um enfoque perceptual baseado na experiência visual do fato.

GRAVADORA- 30 Trabalhos da gravadora norte-americana Leonore Casademont, estão expostos na minigaleria do Acbeu. Natural de Nova Iorque ela estudou em vários países.
Atualmente ensina técnicas de gravuras na Silvermine Gulid Scholl, em New canaan, Connecticut. Já fez várias exposições na Europa e nos Estados Unidos, tanto individuais como coletivas, tendo vários trabalhos em diversas galerias.

GRAVURA BRASILEIRA- Obras de Renina Katz, Maria Bononi, Ubirajara Ribeiro, Marcelo Graisman, Otávio Araújo, Anna Letycia Fayga Ostrower, Lívio Abramo, Edith Behring e outros gravadores brasileiros estão expostas na 18ª Feira de Utilidades Domésticas, ora se realiza em São Paulo, no Parque Anhembi. A mostra ocupa 600 metros quadrados e é complementada com exibição de um  audiovisual mostrando elementos da história da gravura e dos processos da impressão utilizados no Brasil.

VIAGEM DAS OBRAS- Quarenta e oito quadros de artistas brasileiros entre os quais Di Cavalcanti, Volpi, Portinari, Teruz, Pancetti, Dacosta, Marcier, Iberê Camargo e outros, deverão vir a Salvador numa promoção de uma Companhia de seguros.

PINTOR DE CAVALOS- O pintor paulista Cássio Mello dedica-se exclusivamente a pintar cavalos. São conhecidos os estudos que vem desenvolvendo da anatomia dos cavalos que ele os define como uma tusca de toda a expressão plástica de musculatura, elegância, movimento e postura.

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