SORRISOS ARQUIVADOS
Muita gente no mundo conhecia Mathesie: localizado, desde 1945, no mesmo endereço, na adalbertstrasse em Berlim-Kreuzberg, era o ataliê, na esquina onde se ia, tirar as fotos 3x4 necessárias, para a prorrogação da carteira de identidade provisória, ou as fotos para lembrar algum evento importante da vida: o primeiro dia de aula, a primeira comunhão, o casamento, o novo corte de cabelo, a nova capa de pele, o vestido bonito, o neném, o cachorro, o macaco... No decorrer das décadas, o ateliê viu passarem por lá muitos clientes - prova disso é um arquivo estimado em cerca de 300 mil negativos de fotos, tiradas entre 1945 e 1983 ,e confiadas ao museu Kreuzberg depois do encerramento das atividades do ateliê, em 1983. Por trás das mudanças de modas e gestos, de objetos de decoração e de qualidade das fotos, é possível identificar as mudanças da estrutura social. Nesse sentido, a fotografia transforma-se em cronômetro que permite participar dos acontecimentos sociais em todas as facetas. A exposição Sorrir! Pretende tornar possível essa participação.
ANJOS DE BALDOMIRO
A exposição Anjos de Baldomiro estará aberta ao público, a partir do próximo dia 27, na Casa 8 Café Atelier, fica na Rua Fonte do Boi, bairro do rio Vermelho. O artista é um dos que lutam com muita dificuldade para realizar seus projetos. Procura formas de baratear os custos pintando em telas que adquiridas aos metros. Procura fazer em serigrafia os convites da mostra, quando não consegue patrocínio para imprimi-los. Enfim, vai driblando as dificuldades, até realizar o sonho de mostrar mais um passo no caminho tortuoso da sobrevivência como artista. A atual produção enfoca os anjos de uma forma muito especial.
Como está tratando de um assunto
espiritual, a divulgação que ele apresenta não tem aquelas definições de
estampas. Seus trabalhos nos remetem para algo etéreo, para alguma coisa ligada
ao sobrenatural. Evidentemente, Baldomiro concebe os seus anjos pensando nas
imagens que acumulou através as leituras que fez e do que viu em livros e
estampas. Só que ele não procura reproduzi-los, ao contrário, dá-lhes mais
leveza, como se estivessem realmente pairando sobre nós, com proteção
sensorial.
Na foto Baldomiro exibindo um de seus angelicais trabalhos.
Na foto Baldomiro exibindo um de seus angelicais trabalhos.
BARBARA CERVENKA
A professora de arte da
universidade de Siena Heigtts em Adrian, Michigan, EUA está expondo, até o
próximo dia 22, no Conjunto Cultural da Caixa, na Rua Carlos Gomes. São
aquarelas pintadas pela artista, que tem mais de 30 anos de experiência,
inclusive, tem feito exposições em países da América Central e do Sul, ou até
mesmo organizando exposições internacionais itinerantes de arte popular, como
já aconteceu no Peru e em nosso País. Ela
pertence à Ordem das Dominicanas e sua mostra nos apresenta paredes e janelas
na Bahia, que são testemunhas de muitos fatos históricos. Ela diz que “as
paredes da Bahia encerram o passado; as janelas da Bahia abrem silenciosamente,
e histórias antigas podem ser ouvidas, milhares de canções, lembradas.
Pintar na Bahia é sentar e ouvir,
enquanto a luz desperta as sombras e enche os portais antigos. Eu gosto de
olhar através das portas, e vigiar
imagens refletidas, e fingir que também posso lembrar”. Estas palavras de
Bárbara atestam a sua sensibilidade.
Reprodução de uma das aquarelas que Bárbara Cervenka expõe em Salvador.
Reprodução de uma das aquarelas que Bárbara Cervenka expõe em Salvador.
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