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sábado, 8 de março de 2025

ANJOS BALDIOS POVOAM O MUNDO VISUAL DE NELSON MAGALHÃES

O pintor Nelson Magalhães no seu ateliê
trabalhando, em março 2025.
O artista Nelson Magalhães Filho é pintor, cineasta e poeta. Está presente nas redes sociais principalmente no Instagram onde publica as obras que revelam a sua atual produção artística. Mas, afirmou que anda recluso ultimamente e preferiu que enviasse as perguntas para elaboração deste texto através do e-mail. Confesso que esta é a primeira entrevista que faço  usando esta ferramenta porque sempre prefiro o tête-à-tête com o artista, porque a conversa é franca e as perguntas vão surgindo enriquecendo o texto que vou escrever a seguir. Mas, não consegui uma entrevista presencial ou mesmo através de vídeo com o Nelson Magalhães. O curioso é que o Nelson além de ser formado desde 1983 pela Escola de Belas Artes, da UFBA, é bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia -UFRB, desde 2019.  Já fez cinco vídeos que estão à disposição no You Tube, portanto é um artista que vive envolvido com as imagens. Outra curiosidade é que  seu e-mail traz as palavras anjos baldios conjugadas .  Segundo o dicionário, baldio é um substantivo masculino que significa terreno abandonado. E a origem da palavra baldio deriva do árabe "bátil", que significa "inútil, vão". E nos primeiros escritos que me encaminhou leio este poema que traduzem um pouco, e são reveladores do que nos espera.      Anjobaldio – 
Obra da série Diário da Peste, 2022.
Teu cheiro amarfanho durante toda a cidade / e nos dentes postos sobre a mesa / como um escapulário tua lascívia eu pressinto. / Nem a lua nem teus olhos certamente me salvarão deste teu cheiro espesso. / Eu cresci nestas estranhas paragens sem estrelas entre bichos e flores / como se não fosse coberto pela escuridão. /Apenas arfava um golpe entre o vazio de mim / e a captura de insetos do inferno em teus cabelos. / Em inquietude, me preparo para a dor.”

Como diz  a sua colega Lígia Aguiar, o Nelson Magalhães “tem o figurativo como base do seu trabalho, porém o desconstrói com largas pinceladas e fortes cores o que evidencia as formas abstratas e também matéricas, o que resulta num trabalho único, autoral o que lhe identifica”. Examinando as obras que ele publica nas redes sociais a grande maioria tem rostos que revelam também algo de atormentado nas imagens que restam dessas pinceladas e riscos que ele dá freneticamente para conseguir a desconstrução das figuras. Dizem que as obras de arte refletem sempre os momentos que os artistas estão vivendo. Não sei até que ponto isto pode ser verdadeiro, e se as obras recentes refletem este momento criativo de Nelson Magalhães. O que posso afirmar é que as imagens são fortes e nos levam a refletir sobre muitas coisas, enquanto as observamos. São bem construídas e que não passam imperceptíveis no rolo compressor de milhares de informações que as redes sociais nos mostram a cada instante. Lembrei do período que o pintor gaúcho Iberê Camargo permaneceu preso por tentar defender uma mulher que estava sendo agredida e terminou cometendo um crime, sendo condenado e  preso. As obras que fez neste período têm a dramaticidade e alguma semelhança com algumas criadas por Nelson Magalhães.
Obra da série Bestunto Vazio, 2024,
técnica mista sobre papel.

                               QUEM É

O artista Nelson Magalhães Filho nasceu em trinta de julho de 1958 na cidade Cruz das Almas, interior da Bahia. Filho de  Nelson Magalhães foi funcionário do IPEAL e depois da Embrapa e sua mãe Teresinha Santana Magalhães, costureira. Herdou o dom artístico de seu avô paterno e de seu pai que eram cronistas e também poetas. Lembra que estudou na Escola Landulfo Alves e também na Escola Comendador Themístocles e que sua professora Margarida Elói adotou um livro de histórias e fábulas fantásticas que lhe impressionaram muito na adolescência. Quando estudava no Colégio Cruz das Almas ganhou uma coletânea dos livros de Edgard Allan Poe, “como o aluno mais assíduo da biblioteca”. Em seguida foi estudar no Colégio Alberto Torres, antigo CEAT. Juntamente com seu amigo e colega Welligton Sá fundaram um jornal chamado de Reflexos de Universos, que era rodado num velho mimeógrafo a óleo,  que existe como revista até hoje.  Quando veio para Salvador cursou a Escola Técnica Federal da Bahia, no bairro do Barbalho. 

Nelson na Escola de Belas Artes,
no ano de 2010.
Para ele a arte sempre foi “uma necessidade essencial e que teve uma infância povoada de fantasmas, acredito que a vida se mistura à ficção, e a imaginação surge a partir do desejo, do anseio de relembrar”. Também que a região de Cruz das Almas onde reside é carregada, segundo ele, de uma ancestralidade fantástica. Passava sempre suas férias na roça de seus avós maternos, e também em São Félix e Cachoeira, com os avós paternos. Em Cruz das Almas havia um cinema perto da casa onde morava e passou a adolescência vendo filmes todos os sábados à noite, e às vezes também aos domingos e quartas-feiras. “Ficava arrebatado com aquela feitiçaria extraordinária. Era o Cine Ópera, que resistiu até o final da década de 80. Depois veio o Cine Glória que também foi muito importante para despertar minha sensibilidade pela arte e da construção de minha cinefilia. Ali assisti todos os gêneros de filmes como os westerns spaghettis dirigido pelo italiano Sérgio Leone, com Clint Eastwood; Gandhi em 1982, com Richard Attenborough; O Exorcista em 1973, com William Friedkin; diversos dráculas com o ator Christopher Lee, e também a trilogia Mad Mix, em 1979, dirigida por George Miller.” Nesta época o Nelson Magalhães lia os livros de Edgard Allan Poe e sentia um fascínio especial por filmes de terror.  Seu pai escrevia crônicas para um jornal local e em sua casa havia uma estante com muitos livros “que também me deixavam fascinado, daí pode ter sido minhas referências para gostar de escrever e desenhar", disse o artista.mLembrou também que começou a pintar com um velho mestre chamado de Seo Zeca Salomão, que lhe apresentou à Van Gogh e o incentivou muito a fazer a Escola de Belas Artes. Neste tempo o Nelson Magalhães lia muito História em Quadrinhos e reuniu as pinturas que fez e foi expor na sede da Lyra Guarani, que é a filarmônica local da cidade onde mora até hoje. Nesta época recebeu um violão de presente do pai e também passou a se interessar pela música.

                                                       PAIXÃO PELO CINEMA

Ao concluir o curso de Eletrotécnica na Escola Técnica Federal entrou para a Escola de Belas Artes no início da década de 80. Classifica sua presença na EBA “como maravilhosa, tive colegas muitos talentosos. Meus professores eram os melhores Juarez Paraíso, Ailton Lima, que me ensinou as técnicas de pastel seco e oleoso, a Mercedes Kruschewisky, Márcia Magno, Ana Maria Vilar, professora de Teoria e Técnica de Pintura, com ela aprendi a trabalhar com aquarela, guache, nanquim e colagem. Lembrou ainda dos professores Carlos Eduardo da Rocha, Sônia Rangel, Yêdamaria, dentre outros. Mas, quem o influenciou foi a professora Graça Ramos, e disse que “devo a ela quase tudo que aprendi em pintura e com as aulas de Integração Artística. No meu curso de Artes Plásticas tinha uma turma que era formada por alunos de Belas Artes e das Escolasde Teatro , Música e Dança, e estudávamos Desenho e Plástica, Música, Dança e Teatro”.
Capas dos livros de poemas de 
sua autoria.

O Nelson Magalhães gostava muito desta integração e foi justamente por causa dessas aulas que passou a se interessar por cinema e teatro. Ele concluiu o seu curso de graduação em 1983. Foi quando já iniciou umas incursões pela videoarte e passou a realizar curtas bem pessoais de cunho experimental, tentando hibridizar as linguagens e os gêneros cinematográficos. Para ele “fazer cinema veio então de uma necessidade interior muito forte, que foi viabilizado pela implantação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB . Falou ainda que  o advento das novas tecnologias, as câmeras digitais e a realização da edição em softwares de fácil acesso, apresentaram mais mecanismos de manipulação e facilidade de se arquitetar e reproduzir um discurso cinematográfico. Concluiu sua graduação  em Cinema e Audiovisual em 2019 pela UFRB. Para ele "um curso maravilhoso, um dos melhores do Brasil. Dentre tantos, os professores Marcelo Matos e Angelita Bogado foram importantíssimos no meu exercício sobre a linguagem cinematográfica.” Disse ainda que durante sua estadia no curso de Cinema (no CAHL) sempre preferiu escrever roteiros mais poéticos, como aconteceu em
Série Diário da Peste, 40.
Técnica nanquim sobre papel.
vários curtas produzidos ao longo do curso de Cinema. Em Cadet Blues de 04'23, datado de 2012, ele filmou  um homem torturado que vagueia por passagens áridas sob um sol dilacerante, enquanto um blues incisivo vai destroçando sua própria aparição. O curta recebeu Menção Honrosa no XV Festival Nacional 5 Minutos – 2012 - Salvador-BA. Também teve Menção Honrosa no I Cine Virada Cultural, no I Festival Interno de Cinema e Audiovisual da UFRB – 2012 – Cachoeira-BA. Em 2018 finalizou Malvir de 24’22. Malvirmostra um senhor das cobiças esmagadoras que está sempre sentado nas margens de um rio de barro negro. Mas, suas primeiras paixões cinematográficas ocorreram justamente quando ainda estudava em Salvador-BA. "Nas aulas de Estética, do Professor Saja, na Faculdade de Ciências Humanas da UFBA, fui apresentado ao cinema de arte, ao cinema de autor. Ali conheci a poesia de Rimbaud, a Literatura de Borges, Cortázar, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Juan Rulfo; a Filosofia de Friedrich Nietzsche, os escritores da geração beat, o Cinema de David Lynch, Wim Wenders, Píer Paolo Pasolini, Werner Herzog, Rainer Werner Fassbinder, Godard, Luís Buñuel e Lima Júnior, dentre outros. Também era frequentador assíduo da Sala Walter da Silveira, pois na época morava na casa de minha tia Olga Magalhães, no bairro dos  Barris, em Salvador, e o cinema do ICBA no Corredor da Vitória. Ali assisti inúmeros clássicos do cinema alemão e do cinema russo; filmes do Andrei Tarkovski, Serguei Eisenstein, dentre outros.”

                              PRÊMIOS E PARTICIPAÇÕES

Na Escola de Belas Artes da UFBA foi Professor Substituto de Pintura I e II de 2004-2006 e  2008 a 2010. Aproveitou para cursar como aluno ouvinte a disciplina Produção e Análise da Imagem, na EBA, sob a orientação do professor Taygoara Aguiar e juntos realizaram o curta metragem Samael , que teve também a participação da artista plástica e fotógrafa Karla Rúbia. Com pinturas e vídeos foi premiado várias vezes nas Bienais do Recôncavo no Centro Cultural Dannemann e nos Salões Regionais de Artes Visuais - FUNCEB. Em 1999 ganhou o Prêmio Copene, atual Braskem, de Cultura e Arte. Participou de diversas mostras individuais e coletivas em vários estados do Brasil, na Espanha - Segóvia, Barcelona, Málaga, Valladolid e Nova York (EUA). Ganhou o Edital Portas Abertas para as Artes Visuais 2009 (Funceb).

Obra em acrílica sobre tela da série
Anjos Sobre o Recôncavo, ano 2008.
Afirmou Nelson Magalhães que “a arte sempre esteve em minha vida desde a adolescência. Num catálogo da minha Exposição Anjos Baldios em 2010, na Galeria do Conselho Estadual de Cultura da Bahia, a professora de História da Arte da EBA/UFBA, Alejandra Hernández Muñoz, curadora, arquiteta, mestre em Desenho Urbano e doutora em Urbanismo pelo PPGAU/UFBA, escreveu sobre minhas pinturas: A atopia dos anjos baldios: um olhar sobre as pinturas de Nelson Magalhães Filho. Neste texto ela reflete que no momento contemporâneo nossa percepção é bombardeada pelo imediatismo das imagens eletrônicas, e nossas emoções são manipuladas pelos efeitos especiais e nossa capacidade crítica é anestesiada pelo acúmulo de informações.

Entretanto, uma leitura transversal do conjunto dessas pinturas permite a apreensão de algo maior, que transcende o âmbito de cada tela. Não se trata de um “fio condutor” ou de uma narrativa, porém, da constituição de uma realidade atópica. A palavra atopia designa algo extraordinário, estranho ou, até absurdo, sem a negação dos topos (lugar em grego) como a palavra utopia, forjada por Thomas Morus no início do século XVI, que significa “lugar inexistente” ou aquilo que “não se encontra em lugar nenhum”. Das pinturas de Nelson emerge um lugar. O conjunto das telas revelam essa atopia, falam de algo que, embora desafie nossa lógica, existe. Invertendo a ideia de representação, numa operação do avesso do olhar, na melhor tradição expressionista, o artista desencava desse lugar atópico uma fauna misteriosa de figuras que emergem do acúmulo de pinceladas e que não descrevem nenhuma realidade aparente. São anjos baldios, quase ubíquos, definidos pelas camadas de tinta e intangíveis além do suporte da tela (MUNÕZ).”

                                   O INTERIOR

Ateliê do Nelson Magalhães em
sua casa , Cruz das Almas-Ba.
Decidiu morar no interior onde disse ter sempre residência fixa em Cruz das Almas, interior da Bahia, e que  as viagens são curtas em relação a Salvador, "mas definitivamente resolvi ficar aqui logo depois que terminei meu contrato de Professor Substituto de Pintura na EBA, em 2010. Nessa época cheguei até a cursar algumas disciplinas, como aluno especial, do Mestrado em Artes visuais da UFBA, porém não quis mais continuar pra valer. De vez em quando ia pra Salvador me reciclar e frequentei algumas oficinas como -Processos Contemporâneos - no MAM, Solar do Unhão, com o Professor Caetano Dias, que também foi fundamental nos seus ensinamentos sobre o que acontece na arte contemporânea."

Nos anos 90 fez parte de uma banda pós-punk instrumental, a Cabaret Neopatético, com Graça de Sena, que também é a atriz, e Beto Rebelde, influenciada pelo Velvet Underground, Tom Waits, Nick Cave,  dentre outros. "Tocava uma guitarra meio performática e recitávamos nossos poemas durante as apresentações. Fiz também muito teatro e escrevi alguns textos que foram encenados no Teatro do Porão, da Casa da Cultura Galeno d’Avelírio, Cruz das Almas, BA. Escrevi quatro livros de poemas, dentre eles Cachorro Rabugento Morto em Noite Chuvosa (2010)."

                                 GALERIAS  DESINTERESSADAS

Frame do filme Cadet Blues,de 2012,
de Nelson Magalhães.
O artista Nelson Magalhães relatou que no tempo que morou em Salvador frequentava e deixou catálogo e currículo em algumas galerias, mas nenhuma se interessou por seu trabalho. “Como sou mais um artista outsider, minha arte vive à margem das galerias e do circuito de arte já faz tempo. De forma que não estou inserido no mercado e nem faço ideia como isso funciona. Claro que gostaria de ter uma galeria que me representasse. "A gente nunca está satisfeito, não é? Agradeço muito ao Aldo Tripodi, Reynivaldo Brito, Graça Ramos, Justino Marinho, Eduardo Evangelista, Matilde Mattos, Fernando Oberlaender, dentre outros, que sempre divulgaram meu trabalho nos jornais e revistas. Também sou muito grato a Galeria ACBEU que me acolheu em várias exposições individuais e coletivas, principalmente nas coordenações de Dilson Midlej e Stella Carrozzo. Hoje tenho casa própria, de vez em quando dou aulas particulares de pintura, vendo algum trabalho e vamos vivendo. Sou casado com uma pedagoga, a professora da rede pública, tenho 3 filhos, 2 netos e uma neta.”

Obra Anjos Sobre o Recôncavo 2, 2008.
 Confessa que seu processo criativo é muito caótico, já que não tem uma disciplina rígida, embora está diariamente  no seu ateliê  que disse ser  um pequeno quarto que fica aqui mesmo no fundo de minha casa, para pra ler, escrever, desenhar, pintar ou estudar guitarra. Não acredito em inspiração." 
Geralmente trabalha em séries, seja em papeis diversos, papelão ou telas, que ele mesmo prepara. Pinta várias delas ao mesmo tempo. Usa muita técnica mista, fica sempre experimentando com aquarela, lápis, carvão, nanquim, guache, acrílica, pastéis secos e oleosos. Praticamente já não usa tinta a óleo. 
O artista que mais lhe influenciou foi Van Gogh. Depois veio o fauvismo, o expressionismo alemão principalmente Ernst Ludwig Kirchner, Picasso, Modigliani, Soutine, Rouault, Egon Schiele. Mais tarde ficou fascinado pelo Grupo COBRA., Iberê Camargo, Art Brut (Jean Dubuffet), neoexpressionismo de Georg Baselitz, Willem de Kooning, o expressionismo abstrato e Basquiat. Atualmente quem mais lhe influencia é Francis Bacon.

 Citou  Nelson Magalhães que "tem uma coisa que o Miró falava que adoro até hoje: “Quanto mais envelheço, mais me torno louco ou agressivo, ou mau, como queiram...” Na verdade eu nunca saberia dar uma explicação convincente para o meu trabalho. Francis Bacon dizia que “as coisas parecem cruéis na arte porque a realidade é cruel. Talvez seja por isso que tanta gente gosta de abstração na arte. Porque você não pode ser cruel no abstrato... Eu procuro dar sensações sem a chatice da transmissão... a única coisa que faço é tirar as imagens do meu sistema nervoso tão bem quanto possa. Não sei o que metade delas quer dizer. Não estou dizendo nada nem sei se alguém consegue dizer alguma coisa à outra pessoa. Não tenho ideia do que os outros artistas possam querer dizer...”

Obra da Série Diário da Peste.
“Embora  tenha algumas séries mais narrativas, acredito que muita coisa vem do  inconsciente mesmo. Sou meio anárquico e com a idade vou ficando mais arredio. Assim, figuras se misturam com formas abstratas, às vezes orgânicas, matéricas, sem um pensamento prévio. Muita coisa vem do acaso mesmo. O mundo hoje é um caos, e o cotidiano é assombroso e turbulento, mesmo em cidades pequenas do interior. Então nesses tempos sombrios prefiro ficar mais recluso mesmo.”
Também revelou que não “tenho temas preferidos, mas a figura humana está bem enraizada em mim. Às vezes pinto só paisagens- ainda que bastante abstraídas- outras vezes faço figuras inspiradas na arte infantil - fiz muitas pinturas inspiradas nos desenhos de meus filhos-, na arte dos “loucos”, na arte bruta, e nisso que os críticos chamam de “Bad Painting”.Continuando disse  “sempre gostei de técnicas mistas, a experimentação é essencial para um artista. Já misturei arenoso (barro) com cola e outros pigmentos naturais, café com aquarela, lápis de cor, bico de pena, acrílica com betume da Judeia, areias diversas com resina acrílica e verniz, etc.

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS – Em 1974 - Cruz das Almas, BA -  na Filarmônica Lira Guarany; 1987 – Salvador, BA – Individual,  Desenhos e Pinturas, na Panorama Galeria de Arte; 1993  – Salvador, BA, na Galeria ACBEU; 1996 – Salvador, BA, na Galeria ACBEU; 1999 – Maragojipe, BA –na Casa da Cultura de Maragojipe; Salvador, BA –Prêmio Copene de Cultura e Arte (atual BRASKEM), Área de Exposições ACBEU Magalhães Netto; 2010 – Salvador, BA – Anjos Baldios, na Galeria do Conselho Estadual de Cultura; 2000 – Salvador, BA –Tauromáquina, Feira Cultural em homenagem à Espanha, no Shopping Piedade; Maragojipe, BA, na Casa da Cultura de Maragojipe.

Obra da série Bestunto Vadio , técnica
mista sobre papel, 2024.
SALÕES , BIENAIS E COLETIVAS – Em 1984 – Cachoeira, BA – Coletiva Verão / 84, no Museu Regional da SPHAN / Pró-Memória; 1986 – Salvador-BA – Coletiva – Mostra Baiana de Artes Plásticas, no Teatro Castro Alves; Cruz das Almas-BA – Coletiva, na Biblioteca Municipal de Cruz das Almas ; 1987 – Conceição do Almeida-BA – Expoart Recôncavo, na Biblioteca Pública Geraldo Coni Caldas; Conceição do Almeida-BA – Coletiva, na Arteviva Maristela Menezes, na Galeria de Arte; Salvador-BA – Exposição de Artes da Bahia, no Gabinete Português de Leitura, por ocasião da visita do Presidente de Portugal, Dr. Mário Soares; Cruz das Almas-BA – I Mostra de Artes Plásticas, na Fundação Cultural Galeno d’ Avelírio; 1988 – Cruz das Almas-BA – II Mostra de Artes Plásticas, na Fundação Cultural Galeno d’ Avelírio; 1990 – Cruz das Almas-BA – III Mostra de Artes Plásticas, na Fundação Cultural Galeno d Avelírio; Cruz das Almas- BA – Coletiva, na Fundação Cultural Galeno d’ Avelírio; São Félix-BA – Artistas do Recôncavo, na Casa da Cultura Américo Simas,  por ocasião do Centenário de São Félix; 1991- São Félix-BA – I Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann; Salvador-BA – Exposição de Artistas Premiados e Convidados da I Bienal do Recôncavo, na Fundação Gregório de Mattos; 1992 – Cruz das Almas-BA – V Mostra de Artes Plásticas. Fundação Cultural Galeno d’ Avelírio; São Félix-BA – Exposição Coletiva, no Centro Cultural Dannemann, por ocasião do show Verdesurbanos, com Tetê Espíndola e Itamar Assumpção; 1993 – São Félix-BA – II Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann; 1994 – São Félix, BA – Coletiva. Modernidade, no Centro Cultural Dannemann; Cruz das Almas- BA – Coletiva, no Shopping Avenida; São Félix-BA – Coletiva, no Centro Cultural Dannemann;  1995  – São Félix-BA – III Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann;  Feira de Santana-BA – XI Salão regional de Artes Plásticas da Bahia, no Centro de Cultura Amélio Amorim; 1996 -  Cruz das Almas-BA – Coletiva, na Fundação Cultural Galeno d’Avelírio;  1997 – Valença-BA – XX Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, no Centro
Nelson no ateliê, em 2025.

de Cultura Olívia Barradas; Porto Seguro-BA – XIX Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, no Centro de Cultura de Porto Seguro; Feira de Santana-BA – XVIII Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, no Centro de Cultura Amélio Amorim ; Juazeiro-BA – XV Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, no Centro de Cultura João Gilberto ; Exposição Coletiva de Artes Plásticas do Festival de Artes do Recôncavo, promovido pela Escola de Belas Artes – UFBA (em comemoração aos seus 120 anos) e  pela Fundação Museu Hansen Bahia ; Alagoinhas-BA – XXI Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, no Centro de Cultura de Alagoinhas ;   Salvador-BA – Coletiva, no Clube Baiano de Tênis; Vitória da Conquista-BA – XVI Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima; Itabuna-BA – XVII Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, no Centro de Cultura Adonias Filho ; 1998 – São Félix-BA – IV Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann; Salvador-BA – Pintores e Escultores da Cachoeira, na Galeria Solar do Ferrão ;  Cachoeira-BA – Artistas Regionais, na Fundação Hansen Bahia ;  Itaparica-BA – XXII Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, na Biblioteca Juracy Magalhães Jr;  Salvador-BA – Artistas Premiados dos Salões Regionais de Artes da Bahia; Coletiva, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM – BA); São Félix-BA – IV Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann; Aracaju, SE – XIII Salão de Artes Plásticas de Aracaju, na Galeria de Arte Florival Santos, no Centro de Cultura e Arte; Salvador-BA – Coletiva, na Galeria ACBEU; Brasília-DF – Coletiva – Mostra de Artes Plásticas Bahia – Nordeste – Brasil, no Espaço Cultural da Câmara dos Deputados – DF; Salvador-BA – Coletiva, na  Galeria Solar do Ferrão ; Feira de Santana-BA – Recôncavo Contemporâneo, no Museu de Arte Contemporânea; Cachoeira-BA – Artistas Regionais, na Fundação Hansen Bahia; São Félix-BA – Recôncavo Contemporâneo, no Centro Cultural Dannemann; 1999- Salvador-BA – Coletiva, na Galeria ACBEU; Salvador-BA – Coletiva,  no Solar do Ferrão; Itabuna-BA – XXIV Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, no Centro de Cultura Adonias Filho;  Salvador-BA – Exposição de Leilão Cooperarte, no Tropical Hotel da Bahia; 2000 – Salvador-BA – Jovens Artistas Baianos Mostra Acervo ACBEU, na Galeria ACBEU; Salvador-BA –  Projeto Mural e Praça das Apas de Artistas Plásticos Baianos, no Centro de Recursos Ambientais (CRA); Salvador-BA – Exposições Comemorativas dos 25 anos da Galeria ACBEU, na Galeria ACBEU; 2001 – Salvador-BA -  + 100 Artistas Plásticos da Bahia, no Museu de Arte Sacra; 2002 – São Félix- BA – VI Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann; 2006 – Conceição do Almeida-BA – Coletiva, no Colégio Sérgio Carneiro; São Félix-BA – VIII Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann; 2008 – São Félix-BA – XIX Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann;  Salvador, BA. Long Trip for Beautiful Global Village Long Journey for the Beautiful Earth, na Escola de Belas Artes (UFBA). (Participação de artistas brasileiros, coreanos, americanos, russos e noruegueses); Cruz das Almas-BA – Coletiva, na Casa da Cultura Galeno d´Avelírio; 2009 – Salvador-BA – Doce de Santo, durante o XVIII Encontro Nacional da ANPAP, na Sala Juarez Paraíso, da Escola de Belas Artes da UFBA; Salvador-BA – Doce de Santo, na Galeria ACBEU; Cruz das Almas-BA – Instalações, na Casa da Cultura Galeno d´Avelírio.

Foto 1 - Obra Sonho I, premiada em 1991
 na I Bienal do Recôncavo,técnica mista
sobre madeira. Foto 2 - Obra A Morte
Diante da  Lua, premiada  no Salão
Regional de Artes Plásticas, em Itabuna.



Premiações:Em 1991São Félix- BA – Prêmio Aquisição, na I Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann; 1993 – São Félix-BA – Menção Especial, na II Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann; 1995 – São Félix-BA – Prêmio Emilie Najar Leusen: Artista Destaque da Região do Recôncavo, na III Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann; Feira de Santana-BA – Prêmio Destaque Especial do Júri, no XI Salão Regional de Artes Plásticas. Centro de Cultura Amélio Amorim. Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB); 1997 – Vitória da Conquista-BA – Prêmio Destaque Especial do Júri, no XVI Salão Regional de Artes Plásticas, Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima. (FUNCEB); Itabuna-Ba – Prêmio Agnaldo Siri Azevedo 2º lugar no Centro de Cultura Adonias Filho, no XVII Salão Regional de Artes Plásticas, (FUNCEB); 1999 – Salvador-BA – Prêmio COPENE de Cultura e Arte (atual BRASKEM), no ACBEU; Itabuna-BA – Menção Honrosa. XXIV Salão Regional de Artes Plásticas, no Centro de Cultura Adonias Filho); 2004 – São Félix-BA – Prêmio Emilie Najar Leusen: Artista Destaque da Região do Recôncavo, na VII Bienal do Recôncavo. Centro Cultural Dannemann ;  Itabuna-BA – Menção Honrosa, no Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, no Centro de Cultura Adonias Filho; 2010 – Salvador, BA – Projeto da Exposição Individual Anjos Baldios, contemplado no Edital Portas Abertas para as Artes Visuais, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB.

Principais Filmes Curta-Metragem: Em 2008 - Cachorro Raabugento - Morto em Noites de Frio. Direção de Nelson Magalhães Filho e Priscila Pimentel, 5’21”; Inominável, Poema, Imagens, Direção e Edição de Nelson Magalhães Filho, 5’ e Taturanas, Direção de Nelson Magalhães Filho, 7’; 2010 - Dolls Angels. Direção de Nelson Magalhães Filho, 5’6”; 2012 - Cadet  Blues. Direção de Nelson Magalhães Filho.  Cruz das Almas, BA, 4’23”.



sábado, 1 de março de 2025

OLIVEIRA DOS SANTOS BUSCA SUA IDENTIDADE PICTÓRICA

Para chegar neste resultado o artista aplica
e retira camadas de tintas até encontrar
 o resultado plástico que busca .
O fenômeno urbano é tema
da obra do jovem artista Oliveira dos Santos que acaba de concluir o Curso de bacharelado, na Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia. É pintor, ilustrador e desenhista. Já fez algumas capas para cds e livros e adianta que tem uma relação forte com a música e a poesia. 
Como bom observador capta principalmente nos centros comerciais de Salvador os elementos e as forças operativas para suas pinturas. Usando várias camadas superpostas de tintas o artista vai criando imagens que vão surgindo a cada camada que superpõe ou retira através de uma lixadeira elétrica, solventes, diluentes e outros elementos químicos que utiliza até que chegue ao ponto que lhe satisfaça. Assim como surgem as imagens também desaparecem. Este processo que é relativamente demorado, pois uma tela para ser concluída pode até demorar mais de um mês, Oliveira dos Santos também inclui dizeres e frases que encontra nas ruas. Para isto faz um estêncil de acetato e as letras, números ou frases são introduzidos numa das camadas da tela. Com este seu processo criativo permanecem apenas partes das frases ou a frase inteira a depender da retirada de camadas que realizar.

O artista usa tintas automotivas e acrílicas, e com as retiradas através lixamentos e outros métodos a pintura fica uniforme e não apresenta texturas irregulares. Cheguei a passar a mão em algumas telas que estão em preparação para sentir o que estava observando e pude constatar que ficam mais lisas até que uma tela nova. Talvez por ter feito vestibular de arquitetura e estudado dois anos, ele tem esta preocupação com o urbano. Também por ter feito estágio durante um ano trabalhando na decapagem das paredes quando da restauração do belo prédio Palacete Tira-Chapéu, no centro de Salvador, os vestígios passaram a lhe interessar.

Lembro sempre de uma frase que não devemos voltar aos lugares onde fomos felizes. Isto me acende a ideia de que a Cidade é um elemento vivo, que vai se transformando com tempo e são os vestígios deixados pelo tempo, suas marcas, fissuras, manchas, riscos que interessam a Oliveira dos Santos. Neste seu processo busca levar para a tela imagens sobreviventes, como o tempo faz naturalmente desgastando as paredes, as calçadas e todos os equipamentos urbanos. É que as cidades também envelhecem, se renovam e envelhecem novamente, basta a gente observar os centros urbanos das grandes

O artista faz reflexão sobre a vida
e as transformações da Cidade.
cidades e o trabalho de renovação que os proprietários de imóveis e mesmo os gestores procuram restaurar prédios antigos e históricos criando condições de uso e até de habitabilidade.

Diz o Oliveira dos Santos que “desta maneira encontro uma forma viva, que se constrói na medida que é desfeita, como o próprio tempo operando em nossas vidas, que, ao lançar direciona para o futuro, na expectativa do que ainda será”. E continua; “Minha intenção não é alcançar uma pintura que expresse uma moral preconcebida ou uma diretriz ideológica, mas uma obra que retrate com fidelidade o nosso encontro. Uma arte que abrace simultaneamente espontaneidade e raciocínio, geometria e gesto, palavra e silêncio, cidade e natureza. Uma regra mutante. Uma mudança ordenada”.

                                                         QUEM É

Foto 1. "A Casa de Deus, Nº16." Foto 2.
"Aula de Samba para o Sr.Newman",
2024. Foto 3."Entre Sobras do Dia que
Passou", 2022-2024
.
Seu nome de batismo é Rodrigo Oliveira dos Santos, nasceu em Salvador no dia vinte e sete de novembro de 1995. É filho do médico pediatra neonatologista Claudio Silva Oliveira e Ivete Maria Santos, e tem um casal de irmãos. Estudou o primário na escola Novo Tempo, que ficava próxima a Rua do Canal, no Caminho das Árvores. O ginásio e o colegial cursaram no Colégio Sartre, no Alto do Itaigara, onde ficou dos onze aos dezessete anos. Ao terminar o colegial fez o vestibular para Arquitetura, sendo aprovado e cursou cerca de dois anos. Mas, descobriu que não era aquilo que queria e se transferiu e para o curso Artes Visuais na Escola de Belas Artes, também da Universidade Federal da Bahia, tendo concluído este ano. Disse que ao decidir largar a arquitetura para estudar arte sua mãe Ivete Maria ficou um pouco preocupada com seu futuro e as dificuldades que irá enfrentar para sobreviver fazendo arte. Ele disse que hoje tem consciência que é preciso encontrar uma saída para resolver este problema e assim trabalhar em sua arte com mais tranquilidade. Acabou de concluir o bacharelado, mas quer continuar estudando e vai fazer o Mestrado na EBA e assim poderá ensinar.

"O Que Significam as Cores Branco  
e Azul", obra de 2022-2023.
"O artista Oliveira dos Santos disse que desde que chegou à Escola de Belas Artes sua preocupação primeira foi encontrar uma forma de trabalhar as texturas das telas para fazer as suas pinturas. Desde que começou já estava levando a pintura como algo que lhe tomaria o tempo inteiro e sempre buscando  respostas para  dificuldades e questionamentos junto aos professores e até mesmo em conversas com os colegas. O que lhe encantava mais, era o tratamento das texturas e passou a procurar formas de criar suas próprias texturas. Foi assim que nesta procura passou a colocar e retirar camadas, até que parece diz “ter encontrado uma forma pessoal de fazer as minhas texturas. No tempo em trabalhei na restauração do palacete Tira- Chapéu, o que mais fiz no trabalho de decapagem foi retirar as camadas que foram colocadas nas paredes durante anos. Muitas técnicas e materiais que aprendi e usava lá eu trouxe para meu trabalho.” Lembrou que quando suspenderam o seu estágio no final do ano e recebeu a indenização coincidiu que foi convidado para expor em São Paulo e que o dinheiro da rescisão serviu para realizar mais esta etapa de sua vida de artista. Passou um mês em São Paulo e expôs duas telas na exposição coletiva da Art Lab Gallery. Quando retornou voltou a trabalhar em seu pequeno atelier na Avenida Paulo VI, no bairro da Pituba, em Salvador e continua neste processo de trabalhar as texturas e que não tem data para terminar. Agora está buscando mostrar as pessoas, inclusive a galeristas e possíveis clientes a sua produção artística.

"Ressonância", esta obra mostra
muita movimentação .

Começou trabalhando com o preto e branco até se dar por satisfeito com as
formas e as texturas que conseguiu. Agora está iniciando o processo de colocar um pouco mais de cor nas suas obras. Afirmou que alguns acham que as obras em PB impactam um pouco mais e que as que apresentam mais de duas cores têm uma luminosidade maior e são mais amenas. Para Oliveira dos Santos essas opiniões são importantes porque as obras estão de alguma forma mexendo com a sensibilidade das pessoas que as observam. Já pintou figurativo, mas que a passagem para o abstrato surgiu naturalmente e hoje está desenvolvendo uma série de pinturas abstratas.

EXPOSIÇÕES E PARTICIPAÇÕES

Em 2019 - Exposição coletiva - Atelier Leonel Mattos - Salvador -Bahia.

Em 2018 a 2020 - Iniciação Científica - UFBA - História e Filosofia da Arte. -
Em 2020 - Exposição Individual - Espaço Cultural URBAN - Salvador-BA.
Em 2021 - Residência artística - Zona Fluxus - setembro a dezembro
Em 2021 - Exposição coletiva - Mostra dos processos da Residência -Salvador.
Em dezembro de 2021 a janeiro de 2022 - Estágio em restauração de pinturas - Elysium Sociedade Cultural Palacete Tira-Chapéu-Salvador-BA.
Em 2023 - Exposição coletiva - Art Lab Gallery - São Paulo, Capital.