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Para chegar neste resultado o artista aplica e retira camadas de tintas até encontrar o resultado plástico que busca . |
O fenômeno urbano é tema
da obra
do jovem artista Oliveira dos Santos que acaba de concluir o Curso de bacharelado,
na Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia. É pintor,
ilustrador e desenhista. Já fez algumas capas para cds e livros e adianta que
tem uma relação forte com a música e a poesia.
Como bom observador capta principalmente
nos centros comerciais de Salvador os elementos e as forças operativas para suas
pinturas. Usando várias camadas superpostas de tintas o artista vai criando
imagens que vão surgindo a cada camada que superpõe ou retira através de uma
lixadeira elétrica, solventes, diluentes e outros elementos químicos que
utiliza até que chegue ao ponto que lhe satisfaça. Assim como surgem as imagens
também desaparecem. Este processo que é relativamente demorado, pois uma tela
para ser concluída pode até demorar mais de um mês, Oliveira dos Santos também
inclui dizeres e frases que encontra nas ruas. Para isto faz um estêncil de acetato
e as letras, números ou frases são introduzidos numa das camadas da tela. Com este
seu processo criativo permanecem apenas partes das frases ou a frase inteira a
depender da retirada de camadas que realizar.
O artista usa tintas automotivas
e acrílicas, e com as retiradas através lixamentos e outros métodos a pintura
fica uniforme e não apresenta texturas irregulares. Cheguei a passar a mão em
algumas telas que estão em preparação para sentir o que estava observando e
pude constatar que ficam mais lisas até que uma tela nova. Talvez por ter feito
vestibular de arquitetura e estudado dois anos, ele tem esta preocupação com o urbano.
Também por ter feito estágio durante um ano trabalhando na decapagem das paredes
quando da restauração do belo prédio Palacete Tira-Chapéu, no centro de Salvador,
os vestígios passaram a lhe interessar.
Lembro sempre de uma frase que
não devemos voltar aos lugares onde fomos felizes. Isto me acende a ideia de que
a Cidade é um elemento vivo, que vai se transformando com tempo e são os
vestígios deixados pelo tempo, suas marcas, fissuras, manchas, riscos que
interessam a Oliveira dos Santos. Neste seu processo busca levar para a tela
imagens sobreviventes, como o tempo faz naturalmente desgastando as paredes, as
calçadas e todos os equipamentos urbanos. É que as cidades também envelhecem,
se renovam e envelhecem novamente, basta a gente observar os centros urbanos das
grandes
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O artista faz reflexão sobre a vida e as transformações da Cidade. |
cidades e o trabalho de renovação que os proprietários de imóveis e
mesmo os gestores procuram restaurar prédios antigos e históricos criando
condições de uso e até de habitabilidade.
Diz o Oliveira dos Santos que “desta
maneira encontro uma forma viva, que se constrói na medida que é desfeita, como
o próprio tempo operando em nossas vidas, que, ao lançar direciona para o
futuro, na expectativa do que ainda será”. E continua; “Minha intenção não é
alcançar uma pintura que expresse uma moral preconcebida ou uma diretriz
ideológica, mas uma obra que retrate com fidelidade o nosso encontro. Uma arte
que abrace simultaneamente espontaneidade e raciocínio, geometria e gesto, palavra
e silêncio, cidade e natureza. Uma regra mutante. Uma mudança ordenada”.
QUEM É
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Foto 1. "A Casa de Deus, Nº16." Foto 2. "Aula de Samba para o Sr.Newman", 2024. Foto 3."Entre Sobras do Dia que Passou", 2022-2024. |
Seu nome de batismo é Rodrigo
Oliveira dos Santos, nasceu em Salvador no dia vinte e sete de novembro de
1995. É filho do médico pediatra neonatologista Claudio Silva Oliveira e Ivete
Maria Santos, e tem um casal de irmãos. Estudou o primário na escola Novo Tempo,
que ficava próxima a Rua do Canal, no Caminho das Árvores. O ginásio e o
colegial cursaram no Colégio Sartre, no Alto do Itaigara, onde ficou dos onze aos
dezessete anos. Ao terminar o colegial fez o vestibular para Arquitetura, sendo
aprovado e cursou cerca de dois anos. Mas, descobriu que não era aquilo que
queria e se transferiu e para o curso Artes Visuais na Escola de Belas Artes,
também da Universidade Federal da Bahia, tendo concluído este ano. Disse que ao
decidir largar a arquitetura para estudar arte sua mãe Ivete Maria ficou um
pouco preocupada com seu futuro e as dificuldades que irá enfrentar para
sobreviver fazendo arte. Ele disse que hoje tem consciência que é preciso
encontrar uma saída para resolver este problema e assim trabalhar em sua arte
com mais tranquilidade. Acabou de concluir o bacharelado, mas quer continuar
estudando e vai fazer o Mestrado na EBA e assim poderá ensinar.
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"O Que Significam as Cores Branco e Azul", obra de 2022-2023. |
"O artista Oliveira dos Santos disse
que desde que chegou à Escola de Belas Artes sua preocupação primeira foi
encontrar uma forma de trabalhar as texturas das telas para fazer as suas
pinturas. Desde que começou já estava levando a pintura como algo que lhe tomaria o tempo inteiro e sempre buscando respostas para dificuldades e questionamentos junto aos professores e até mesmo em conversas com os colegas.
O que lhe encantava mais, era o tratamento das texturas e passou a procurar formas
de criar suas próprias texturas. Foi assim que nesta procura passou a colocar e
retirar camadas, até que parece diz “ter encontrado uma forma pessoal de fazer
as minhas texturas. No tempo em trabalhei na restauração do palacete Tira- Chapéu, o que mais fiz no trabalho de decapagem foi retirar as camadas que foram
colocadas nas paredes durante anos. Muitas técnicas e materiais que aprendi e
usava lá eu trouxe para meu trabalho.” Lembrou que quando suspenderam o
seu estágio no final do ano e recebeu a indenização coincidiu que foi convidado
para expor em São Paulo e que o dinheiro da rescisão serviu para realizar mais
esta etapa de sua vida de artista. Passou um mês em São Paulo e expôs duas telas na exposição
coletiva da Art Lab Gallery. Quando retornou voltou a trabalhar em seu pequeno atelier na Avenida Paulo VI,
no bairro da Pituba, em Salvador e continua neste processo de trabalhar as
texturas e que não tem data para terminar. Agora está buscando mostrar as
pessoas, inclusive a galeristas e possíveis clientes a sua produção artística.
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"Ressonância", esta obra mostra muita movimentação . |
Começou trabalhando com o preto e
branco até se dar por satisfeito com as
formas e as texturas que conseguiu.
Agora está iniciando o processo de colocar um pouco mais de cor nas suas obras.
Afirmou que alguns acham que as obras em PB impactam um pouco mais e que as que
apresentam mais de duas cores têm uma luminosidade maior e são mais amenas. Para
Oliveira dos Santos essas opiniões são importantes porque as obras estão de alguma
forma mexendo com a sensibilidade das pessoas que as observam. Já pintou
figurativo, mas que a passagem para o abstrato surgiu naturalmente e hoje está
desenvolvendo uma série de pinturas abstratas.
EXPOSIÇÕES E PARTICIPAÇÕES
Em 2019 -
Exposição coletiva - Atelier Leonel Mattos - Salvador -Bahia.
Em 2018 a 2020 - Iniciação Científica - UFBA - História e Filosofia da Arte. -
Em 2020 - Exposição Individual
- Espaço Cultural URBAN - Salvador-BA.
Em 2021
- Residência artística - Zona Fluxus - setembro a dezembro
Em 2021 - Exposição coletiva -
Mostra dos processos da Residência -Salvador.
Em dezembro de 2021 a janeiro de 2022
- Estágio em restauração de pinturas - Elysium Sociedade Cultural
Palacete Tira-Chapéu-Salvador-BA.
Em 2023 - Exposição coletiva - Art Lab Gallery -
São Paulo, Capital.
Cada semana um artista e sua técnica. Vc faz um trabalho muito bom amigo Reynivaldo em divulgar os tales nas Artes Visuais
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