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Rener Rama trabalhando num ensaio em busca de novas tonalidades de cores. |
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As obras de Rener Rama merecem uma observação atenta e reflexão sobre o que estamos vendo, 2023. |
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Antes Rener Rama criava obras com figuras, as quais foram se diluindo até desaparecerem ao aprimorar a sua técnica pictórica. |
Maciez Gradual : “é um efeito visual em que a passagem de uma cor para outra é operada com a máxima gradação e suavidade, construindo, assim, uma extensão em que se opera o degradê de cores . Simultaneamente, o gerenciamento do tamanho da extensão que este terá no espaço geral da pintura. Com tal gerenciamento, produzo inúmeros e diferentes tamanhos e intensidades de degradês. Sem sair do mesmo conceito operacional (maciez em gradiente), produzo diferentes combinações de degradês.”
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O artista é um pesquisador incansável em busca de uma pintura contemporânea que lhe satisfaça em toda a sua plenitude. |
Intensidade Cromática : “Chamo
de intensidade cromática a elevação da cor a sua máxima saturação por meio do
uso de cores puras, combinadas com operações de contraste simultâneo, modulação
tonal e expansão da cor em grandes áreas no espaço total da pintura.
SUA TRAJETÓRIA
Disse que trabalha com arte desde a infância e “sempre interessado em aperfeiçoar suas possibilidades expressivas e formais.” Mas, na virada da década de 80/90 iniciou profissionalmente após ser impactado por artistas como Anselm Kiefer, Sandro Chia e Daniel Senise passou a pintar enquanto fazia o curso de Artes Plásticas, além de participar de salões e mostras individuais e coletivas. Fez o Mestrado na EBA em 2001 quando deu início a uma fase conceitual e tecnicamente mais embasada em sua obra. Disse ainda que segue “essencialmente na pintura, sempre curioso e interessado nas possibilidades expressivas dessa linguagem no contexto da subjetividade contemporânea”.
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Obras da exposição A Nova Mão Afro- Brasileira, no Museu Afro-Brasil em São Paulo, 2018. |
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Vemos aí a variedade de tonalidades de cores em degradés com suavidade. Ensaios feitos em pastel seco sobre papel. |
QUEM É
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O artista Rener Rama mostrando obra de sua autoria inserida num livro. |
Falando de sua infância lembrou
que desenhava muito e que seus pais e tios sempre o presenteavam com cadernos de
desenho , lápis de cor e tintas . Enquanto seus amigos iam jogar bola ele preferia ficar
em casa desenhando e tocando violão e guitarra. Mas, aos dezoito anos achou que
a música ia lhe aprisionar largou os instrumentos musicais e foi fazer o vestibular para
engenharia elétrica. Não foi aprovado, e logo depois decidiu fazer vestibular
para as Artes Plásticas, sendo aprovado. Posterioemente fez concurso e foi aprovado para trabalhar
no Banco do Brasil, onde ficou quatro anos, teve que trancar a matrícula na EBA
em 1993. Quando quatro anos depois o banco lançou o Programa de Demissão Voluntária-PDV ele saiu
do banco, e foi se dedicar exclusivamente às artes visuais retornando em 1997
para a Escola de Belas Artes, concluindo o curso no ano 2000. Fez a
pós-graduação e logo depois o Mestrado em Artes Visuais, quando apresentou seu
trabalho com o título: Há Pintura: O Espaço Pictórico como
Instauração Poética e Advento do Visivo, sendo aprovado com distinção.
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Obra que integrou a Exposição Tropicália-30 Anos no MAM-BA. |
Não é uma pintura monocromátrica, fez questão de ressaltar, embora muitos podem se confudir que ali tem apenas uma cor. São camadas de cores que resultaram naquela tonalidade. Ele disse que do ponto de vista do mercado a pintura que faz atualmente ainda é uma incógnita
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Ilustração para o livro de poemas de Alex Rocha, Esperando a Madrugada, que fez em 2018. |
Outra boa lembrança foi sua convivência com o artista Joãozito Pereira, (faleceu em 2017), que foi seu colega na Escola de Belas Artes, e na época trocavam experiências. Quando foi fazer o Mestrado reencontrou o Joãozito na Eba, e ele disse: " O que está fazendo aqui?", como se eu não tivesse mais nada a aprender ali. Ele era dessas tiradas, e foi um artista que sempre queria mais, buscar mais, ousar mais. Nunca estava conformado com o que fazia, e isto me incentivou a buscar sempre mais. Chegamos a ter um ateliê no Pelourinho e disse que o Joãozito sempre pensava grande."
REFERÊNCIAS
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Obra Estado de Bem-Estar, de 1998. |
MATILDE MATOS – escreveu em 1998 na mostra da Galeria Acbeu:“A pintura de Rener Rama é daquelas que a gente não esquece, facilmente reconhecível entre a leva de artistas surgidos nos libertários anos 90, que tendem a trocar Arte por Cultura quando não por decoração. É raro o artista desta geração que busca desenvolver o meio que ele próprio escolheu – a pintura – cujo avanço pode ou não coincidir com o andamento fugaz da cultura popular orientada pela mídia do nosso tempo. Evidentemente a facilidade deste apelo atrai os artistas. Rener também se utiliza da liberdade pós-moderna, mas busca a qualidade artística numa abstração fluida, instável, volátil, onde a referência figurativa é quase completamente apagada. Em alguns quadros desta mostra usa o objeto minimalista como ponto de referência, enquanto amplia o campo abstrato em torno dele. Pode contrastar o mesmo objeto sobre o preto e o branco, trabalhando em ambos a atmosfera de luz ".
RISOLETA CÓRDULA -
publicado no catálogo da exposição (coletiva) Bahia à Paris: Arts Plastiques D’aujourd’hui,
na Galerie Leonardo, Paris,1998: “O sentido de harmonia, o uso adequado do
espaço e o tratamento requintado do suporte são características primordiais do
trabalho de Rener Rama. Utilizando a espessura da tela e as cores em todo o seu
impacto, o artista cria grandes espaços com impressionante contraste de sombra
e luz, cenários para estranhas figuras isoladas símbolos do seu universo
onírico." Risoleta Córdola, 1998(Membro
da Associação Internacional de Críticos de Arte - France)
EDUARDO EVANGELISTA- publicado no
catálogo da exposição Natureza (duo Rener Rama e Zau Seabra) na galeria ACBEU,
Salvador-BA, 1991 : {...} “Rener Rama revela um trabalho singular e bastante amadurecido,
embora seja esta uma fase que está trabalhando há apenas um ano. Seu “Leit motiv”
é o ser humano na sua consciência plena de SER, mostrando e mostrado na sua
essência. Afigura humana é, portanto, uma constante em seu trabalho e o
tratamento pictórico alia requinte técnico e liberdade formal. Gestos largos fazendo
a sua forma se reportar, mantidas as necessárias distâncias, às de Iberê
Camargo e Paulo Sayeg, em que o fundo faz figura, demonstrando, talvez, uma
denúncia das contradições e, certamente, um apelo ao pensamento e à ação. Seu
tratamento formal mantém o referencial com seus ulteriores trabalhos a nanquim,
onde explorava com acerto e muito bem os efeitos do preto-branco, criando zonas
de tratamento que faziam surgir os elementos e as figuras do próprio suporte.
Nisto, segue Darel e o faz muito bem. Segundo depoimento do próprio artista,
não se trata de retratar nem o pranto nem a alegria, mas captar o todo sem
outras emoções que não as estéticas.”
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Capa do catálogo da exposição Fiat Luz, 1998. |
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
2010 -Exposição retrospectiva – Evento comemorativo dos 14 anos do Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira – Feira de Santana - Ba ; 2008 - Pessoas e Bolas – Galeria do Conselho – Salvador-BA ; 2003 - Há Pintura – Galeria ACBEU Salvador-BA ; 2000 - Fiat Lux – Galeria SESC PAULISTA – São Paulo-SP; deZENhos – Galeria Moacir Moreno, Theatro XVIII – Salvador-BA ; 1998 - Os Universais – Galeria ACBEU Salvador-BA; Fiat Lux– MAM – Salvador-BA ; 1994 -Coração - My Heart - Love - No Chance – Galeria ACBEU – Salvador-BA; 1988 - Arame Farpado – Escola de Belas Artes,da UFBA – Salvador-BA.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS : Em 2013 - A Nova Mão Afro-brasileira
- Museu Afro Brasil - São Paulo - Sp ; 50 anos de arte na Bahia - Caixa Cultural
- Salvador - Ba; 2010 - Novas aquisições do Museu de Arte Moderna da Bahia -
Salvador – Ba ; Circuito das artes - Palacete das Artes -Museu Rodin -
Salvador-BA; Panorama ; 2010 – Mostra de Fotografia – Museu de Arte Contemporânea
Raimundo de Oliveira – Feira de Santana-Ba ; 2009 - Exposição 2.234 –
Casarão,Largo de Santo Antonio a Carmo – Salvador -Ba ; 2008 - 15º Salão da Bahia –
MAM – Salvador-BA ; 2007 - XIII Salão Unama de Pequenos Formatos - Galeria Graça
Landeira - Belém-PA ; Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia – Juazeiro-BA
; Afetos Roubados no Tempo – Caixa Cultural – Salvador-BA ; 2006 VIII Bienal
do Recôncavo – São Felix-BA; Guardares - 15º Encontro Nacional da Anpap - arte:
Limites e Contaminações – Galeria Cañizares – Salvador-BA; 25 Artistas Baianos - 25
anos Galeria Solar do Ferrão – Solar do Ferrão – Salvador-BA; Afetos Roubados
no Tempo - Espaço Eugénie Villien na Faculdade Santa Marcelina – São Paulo-SP;
2005 - Volta a São Paulo em Mais de 80 Malas – Museu de Arte e Cultura de
Caraguatatuba – SP; Art For Today – Galeria ACBEU Salvador-BA ; 2004 - Uma Viagem
de 450 anos – Sesc Pompéia – São Paulo-SP; Acervo da ACBEU - Museu
Regional de Arte da UEFS – Feira de Santana-BA ; 2002 - VI Bienal do Recôncavo –
São Felix-BA; Arte Arte Salvador – Museu da Cidade (inauguração) – Salvador-BA ; Art For Sale – Galeria ACBEU
Salvador/BA; 2001 - Exposição Comemorativa dos 125 Anos da Escola de Belas Artes
– Conjunto Cultural dos Correios – Salvador-BA ; Pintura em Gestos de Paz –
Conjunto Cultural da Caixa – Salvador/BA ; 2000 - 8º Salão de Artes Plásticas de
Rondônia – Porto Velho-RO ; V Bienal do Recôncavo – São Felix-BA ; 25 Anos da
Galeria ACBEU – Salvador-BA ; 1999 - 100 Artistas Plásticos da Bahia – Museu de
Arte Sacra – Salvador/BA; Salão Regional de Juazeiro – Juazeiro - BA; Arte Arte
Salvador – Memorial de Curitiba – Curitiba-PR ; 1º Exposição Leilão de Arte
GACC – MAM – Salvador-BA ; 1998 - Tropicália 30 Anos – MAM – Salvador-BA ; IV
Bienal do Recôncavo – São Felix-BA; Projeto Salvador Arte-Arte 450 anos – MAM –
Salvador-BA ; Bahia a Paris – Arts Plastiques d’aujourd’hui – Galerie Leonardo
– Paris-França; 1997 - Um Brinde ao Café – Cafeliê – Salvador-BA ; 1996 - 150 Anos
da Cia. dos Portos da Bahia – Salvador-BA Banco de Talentos –Memorial da
América Latina – São Paulo-SP ;1995 - III Bienal do Recôncavo – São Felix-BA ; II
Salão da Bahia – MAM – Salvador-BA ;
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Obra em acrílica sobre tela . A vibração da cor encanta a espectadora, 2023. |
PRÊMIOS : 2008 - 15º Salão da Bahia – MAM – Salvador-BA ; 2007 - Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia – Juazeiro-BA ; Prêmio Matilde Matos – Edital de Montagem de Exposição – Salvador-BA ; 2000 - 8º Salão de Artes Plásticas de Rondônia – Porto Velho-RO; Prêmio V Bienal do Recôncavo – São Felix-BA – Menção Honrosa; 1996 - 150 Anos da Cia. dos Portos da Bahia – Salvador-BA – Prêmio (pintura) ; 1995 - III Bienal do Recôncavo – São Félix-BA – Prêmio ; 1992 - Concurso de Mural para a Escola de Belas Artes – Salvador-BA – Prêmio ; 1991 - Salão Treze – Biblioteca Central dos Barris – Salvador-BA – Prêmio; 1990 - Concurso de Mural para a Escola de Belas Artes – Salvador-BA – Menção Honrosa ; 1988 - 25 Anos da Galeria Treze – Teatro Castro Alves – Salvador-BA – Menção Honrosa.
OBRAS EM ACERVOS : Museu Afro
Brasil ; Museu de Arte contemporânea da Bahia ; Museu de Arte Moderna da Bahia ;
Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira ; Centro Universitário de Cultura e Arte ; Prefeitura Municipal de Salvador; Galeria Sesc Paulista ; Galeria
Sesc Pompéia ; Coleção Antônio Gatto ;Theatro XVIII ; Associação Cultural
Brasil-Estados Unidos – ACBEU; Coleção Sante Scaldaferri e Centro Cultural Danneman.
Não conheço o artista, mas a investigação cromática tem critérios e acrescenta algo às obras dos formalistas russos e ao cubismo de Braque. É difícil criar abolindo o referente, basta lembrar o Metaesquema de Oiticica. Já passou do ponto de a Bahia voltar a realizar o Salão de Artes Plásticas
ResponderExcluirDarcy Brito
ResponderExcluirMuito interessante.
Na minha interpretação a arte atual de Rener Rama cores sobre cores, que nem ele sabe qual será o resultado final, é como olhar para o universo cujas nuances no céu estão sempre mudando, às vezes azul, outras vezes cinza, nublado, alaranjado a depender do clima.
Ivo Neto
ResponderExcluirPalmas!
Maria Maxixe
ResponderExcluirA arte de Rener Rama é bem atual e nós dá uma tranquilidade tão necessária ultimamente .
Maria Das Graças Santana
ResponderExcluirMais um talento bahiano. As cores é uma buscar pessoal que deu luz a pintura do Rener . Parabéns e sucesso sempre!
Silvana Teixeira
ResponderExcluirPalmas!
Edilson Santos
ResponderExcluirPalmas!
Fernando Freitas Pinto
ResponderExcluirParabéns para o Artista Rener Rama pelas pinturas e ao Jornalista, Crítico de Arte Professor Reynivaldo Brito pelo Texto!!! Abraços!🌻🌻
Tereza Souza
ResponderExcluirFantástico!
Guache Marques
ResponderExcluirGrande Rener Rama !
Joaquim Reis
ResponderExcluirRener Rama é o bicho maluco beleza, pois pinta o imaginário.
Valmir Anselmo Anselmo
ResponderExcluirParabéns Rener pelo crescente sucesso
Celia Mallett
ResponderExcluirParabéns aos dois, abração
Benjamin Brito Gama Junior
ResponderExcluirPalmas!
Magalhães Ramiro
ResponderExcluirParabéns Reynivaldo !
Rener Rama,! Remar o Remo sempre em direção do por do sol.
Luz
Rener Rama
ResponderExcluirEdisiene Correia certíssimo, Edi. Por enquanto um só rsss há inclusive a foto desse trabalho aqui na entrevista. Abraço
Edisiene Correia
ResponderExcluirRener Rama saudades, meu amigo
Maria Vitoria Arruti Teixeira
ResponderExcluirTambém tenho uma linda tela de Rener em minha sala, que me enche de boas energias
Teresinha Nogueira
ResponderExcluirPalmas!
Zebay Silva
ResponderExcluirMais um belo texto mestre, muito sucesso ao artista Rener. 🙏
Nelson Magalhães Filho
ResponderExcluirGrande abraço.
Domingos Dantas Brito
ResponderExcluirCores diversas e muito interessantes, atual.
Edna Silva
ResponderExcluirO artista sabe usar as cores.
Lígia Aguiar
ResponderExcluirEmoção. É o que sinto ao contemplar uma obra de Rener Rama. Somos seduzidos pela bela dimensão cromática alcançada pelo artista.
O que me chama atenção na sua trajetória é a sua busca incessante por acreditar que pode fazer cada vez mais uma arte pura e despojada de vestígios de traços e marcas.
O conheci produzindo uma arte minimalista e quase abstrata. Eram telas em grandes formatos em que a cor predominava e o objeto desvanecia.
Hoje, Rener Rama continua a explorar a linguagem da cor, mas com uma abordagem mais sutil e refinada. A utilização de camadas sucessivas de cor permite que ele alcance nuances e profundidades antes inatingíveis. Essa técnica não apenas amplia a paleta de cores, mas também cria uma sensação de movimento e energia nas telas.
Essa busca é um testemunho da dedicação à sua visão artística e da sua capacidade de inovar e experimentar.
Iara Brito
ResponderExcluirIsso aí !
Graça Gama
ResponderExcluirBfravo!
Zélia Alves
ResponderExcluirPalmas!