Bel Borba em plena ação criativa. |
No próximo dia 25 do corrente mês ( abril 2014) o
artista Bel Borba vai expor algumas obras na Paulo Darzé Galeria de Arte. São
pinturas de grandes dimensões e algumas esculturas que ficarão por lá até o dia
23 de maio. Em seguida fará exposições em Recife, Bogotá (Colômbia), Shangai (
China) e Vancouver, ( Canadá).
Bel com seu estilo impulsivo sempre tem necessidade
de grandes espaços para exprimir sua arte. Andou pelos quatro cantos de
Salvador colocando seus pedaços de azulejos em muros e locais mais inesperados. Criou um marca na cidade substituindo pichações, que terminam enfeando a cidade, por murais criativos levando uma mensagem positiva.
Quando falo em pichações lembro de New York e mesmo em São Paulo, onde os
pichadores não respeitam nem os monumentos tombados. Mas, Bel faz um trabalho
de arte com seus azulejos, dando a esses locais uma leveza que nos permite
olhar com prazer os animais e as figuras humanas que ele cria.
Para
Claudius Portugal, o que se está a ver nesta exposição “são trabalhos transbordando de cores,
criadas pelo gesto sobre as telas, numa ação única do desenho instantâneo ao
encontro das formas, onde sintetiza o variado, o único, e a inconfundível
pintura que está a realizar, distanciando-se
do jogo de imagens e de ícones que sua obra vinha normalmente trazendo.’’
Quem me apresentou a Bel Borba foi
meu saudoso amigo Ivo Vellame. Bel era quase adolescente e fazia um trabalho
com com spray em cartolina na garagem de sua casa, no bairro do Canela. Fez sua primeira exposição na
Galeria Cañizares, da Escola de Belas Artes, aos 18 anos de idade. Eram
pinturas em spray e ensemblagens com sucata de motores. Diz o artista que “um
sugerindo questões existenciais; o outro, uma suposta crítica da sociedade de
consumo”. Tenho dúvidas, se já àquela altura Bel tinha esta consciência crítica.
Foi estudar na Escola de Belas Artes em 1978 onde manteve contatos com os jovens
estudantes e artistas de sua geração. Filho de advogado, foi cursar
Direito na Católica (1976). Parecia ser uma solução para as prováveis
dificuldades para a vida de um artista, mas acabou abandonando o curso.
Bel Borba foi um
dos artistas que convidei, juntamente com seu incentivador Ivo velame, para
participar do movimento Geração 70, da qual fui o curador .
Fez há quatorze anos atrás, na Chapada do Rio
Vermelho, seu primeiro mosaico que teve uma boa repercussão na cidade. Ele
acredita que “a repercussão dos
meus murais em mosaico não foram apenas pela originalidade da iniciativa e
técnica (grafismos em mosaicos). Mas a somatória de diversas ações e uma
produção voltada para uma cidade, aproximando estreitamente a arte do
cidadão comum, o que acabou me nutrindo de volta, uma coisa estimulando a
outra, tornando a mim e minha cidade indissociáveis do nosso tempo. Diz ainda que atualmente sua produção se divide entre a escultura, a pintura e os murais,
sem abandonar o papel ou gravuras.”.
Participou
da Mostra do Desenho Brasileiro no Paraná em 80. No final dos anos 70 foi
premiado nos salões nacionais universitários de artes plásticas (76, 77, 78,
79, e 80). Começou as intervenções urbanas a partir de meados de 70. Pintou no
muro de Berlim pela liberdade de ir e vir em meados de 80. Pintou mural contra apartheid na Segunda Avenida em 1987,em
New York.
Participou de diversas exposições coletivas e individuais, dentre elas, Homenagem a Pierre Verger no Centro Cultural Correios Salvador e
Rio de Janeiro; Por favor, não matem Raul
Seixas no Museu de Arte Moderna e no Museu da Água em Lisboa, e em várias
galerias.
A partir
de 1986 fez instalações, esculturas, e
paralelamente continuou pintando. Realizou vários murais de mosaico por toda a
cidade do Salvador, fazendo um trabalho de aproximação da sua arte com o
grande público das ruas, além de expor aqui e no exterior.
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