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domingo, 17 de agosto de 2025

EXPOSIÇÕES DE IEDA OLIVEIRA E LILIAN MORAIS NO MAC

Ieda Oliveira na sua bodega com Lilian Morais
 e um "cliente".
Duas exposições das artistas Ieda Oliveira e Lilian Morais estão abertas à visitação pública no Museu de Arte Contemporânea - MAC, no antigo prédio do Palacete das Artes, no bairro da Graça, local onde funcionava o Museu Rodin.  A primeira chamada Casa do pai, Escola da Filha ocupa uma área maior e mostra obras pinturas, esculturas, objetos e desenhos. O ponto alto é uma bodega que foi montada onde ela serve cachaças de vários gostos, fumo de corda e outras iguarias que ainda são comercializadas nas bodegas e botecos por este Brasil afora, remetendo à bodega de seu velho e saudoso pai. A Ieda Oliveira é artista visual, professora e pesquisadora natural de Santo Antônio de Jesus, mestre e doutora em artes visuais pela Universidade Federal da Bahia. Participou da 26ª Bienal de São Paulo, da II Trienal de Luanda e fez residência artística em Hamburgo, na Alemanha. Realmente ela criou um ambiente de bodega, daquelas bem tradicionais do nosso interior.

Obra da série Insurgência de Lilian Morais.
No mesmo andar podemos ver obras da paraibana Lilian Morais, da mostra Insurgência onde a artista trata da temática das mulheres nordestinas que ficavam nas roças e povoados nos meados do século XIX porque seus maridos saíam nos chamados paus-de-arara para trabalhar no sul do país. Alguns ao chegar ao seu destino continuavam se correspondendo com a família e enviavam dinheiro para suas esposas através de cartas registradas pelas agências de Correios e Telégrafos, porque naquela época não haviam agências de bancos por perto. Muitos faleciam por lá, outros abandonavam seus familiares e constituíram nova família onde estavam morando. Assim as mulheres tinham que assumir todos os deveres da casa e criar seus filhos, quase sempre numerosos. Entende Lilian Morais que a “insurgência dessas mulheres foi não morrer. Foi não ceder. Foi insistir em existir onde tudo ao redor pedia silêncio e desaparecimento.” Suas pinturas remetem a esta saga das mulheres nordestinas, e suas obras retratam esta história do nosso Nordeste. Ela pratica e é psicanalista, e tem preferência pela arte escultórica e também por trabalhos conceituais.  Vale a pena conferir as duas exposições.


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