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Foto 1. Lígia Aguiar em foto atual. Foto 2. - Lígia em 2010 quando fez 40 anos de arte. Foto 3. Lígia nos anos 80. |
Estou diante de uma artista multimídia que
transita com maestria em diferentes segmentos da arte. Usa várias linguagens para
se expressar como a cenografia, o figurino, a fotografia, instalação, vídeo
arte, desenho gráfico, pintura e até a escultura. Tem experiência em televisão
e em 2007 produziu seu primeiro vídeoarte recebendo o prêmio de Melhor Filme
Experimental, no Percepções - Festival de Cinema e Vídeo de Muriaé, Minas
Gerais. Enfim, uma artista que tem uma produção de qualidade e profícua e continua criando
sem parar. Basta dizer que há oito anos vem fotografando o pôr do sol da janela
de seu apartamento para depois escolher e realizar uma exposição dessas
fotografias. Seu nome é Lígia Aguiar nasceu no Pelourinho, formou-se em Belas
Artes em 1981 e de lá para cá vem trabalhando com muita disposição e
vitalidade. Trabalhou mais de uma década no teatro produzindo cenários e
figurinos. Lamenta ter se afastado do teatro porque as dificuldades de
remuneração dos que produzem peças teatrais é muito complicada porque sempre há
falta de dinheiro. Na sua opinião não existe um apoio de empresas e mesmo
governamental para patrocinar como deveriam as produções teatrais. Foi
proprietária da Galeria de Arte Abaporu de 1993 a 1998, no Pelourinho, na casa
número 7, onde morou depois e por muitos anos funcionou o Cartório de Registro Civil
do Paço do qual seu pai era titular. De 1986 a 1988 chefiou o Núcleo de
Cenografia da Tv Educativa da Bahia, onde fez cenários, figurinos, clips
poéticos e depois dirigiu programas 5 Minutos e TV Revista até 1995. |
Duas obras da série Viva o Povo Brasileiro. |
Participou de várias exposições
aqui em outros estados e países entre os quais França, Espanha, Alemanha e
Estados Unidos. Casou-se e foi morar em Ilhéus e depois vieram morar em
Salvador. Sua mãe e a sogra a incentivaram a se inscrever no vestibular
de Jornalismo sem comunicar ao marido, que estava fazendo um curso no Rio de
Janeiro, promovido pela Petrobras, empresa onde trabalhava. Se inscreveu, mas
infelizmente teve que abandonar porque o marido ficou muito aborrecido e não
permitiu que continuasse estudando. Trabalhou quando jovem no cartório do pai
transcrevendo as certidões e outros documentos "por isto que até hoje
tenho uma letra bonita". Como tinha algum conhecimento de Inglês fez um
teste no IURAM, que era um órgão ligado à Secretaria de Planejamento, do Governo
do Estado. No Governo de Roberto Santos (1975-1979) trabalhou na Secretaria de
Transportes e Comunicações do Estado com o então engenheiro Wellington
Figueiredo, que acabara de chegar de uma especialização nos Estados Unidos e
foi convidado a assumir a pasta. Só em 1976 depois de se divorciar
conseguiu ingressar na Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia.
"Foi aí que vi que era meu meio." Recebeu dois prêmios com os viodeoartes Água, que aborda o desperdício da ágiua no país, no Festival de Muriaé, em Minas Gerais, e Re-Produzidas , no Festival de Cinema Internacional se Arraial D'Ajuda , na Bahia, em 2010. Ela reconhece que estas premiações foram importantes porque abriram muitas portas . QUEM É
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Lígia durante a entrevista em seu apartamento na Amaralina. |
Ligia Aguiar faz questão de
dizer que "sou menina do Pelô porque nasci na casa de número 8, e o
cartório que meu pai era titular ficava na de número 7, defronte e . Nasceu
em 12 de outubro de 1950 e viveu sua infância no Pelourinho juntamente com seus
oito irmãos. Lembra que seus padrinhos Eduardo Fahel e sua esposa d. Alzira
moravam ali também, eram árabes, e tinham uma loja de miudezas localizada nas
imediações da igreja da Conceição da Praia. Tinham muitos imigrantes árabes,
italianos e até russos morando no Pelourinho. Diz que vivia neste meio e lembrou do nome da russa d.
Clara. Eram muitos imigrantes que aqui chegavam sem quase bens nenhum fugindo
da guerra e aqui se estabeleciam. Mostra uma cicatriz que adquiriu de uma queda
que tomou na infância e bateu com o nariz numa pedra que tem no Pelourinho
marcando o lugar onde era fincado um poste de madeira para os escravos serem presos e açoitados durante a triste página da escravidão em nosso país. Lembrou também do seu vizinho
sr. Tanure que vendia comidas árabes e com isto em sua casa sua mãe aprendeu a
fazer e lá comprava um docinho que chamava de açúcar cândi, que ela encontra
todas às vezes que vai à São Paulo e visita o Mercadão. Este açúcar cândi
ainda é comercializado e consiste num pequeno tablete quadrado, duro, que vai
se dissolvendo lentamente e liberando sua doçura, e é ideal para adoçar em
cafés e chás. Estudou na escola da professora
Epifânia da Silva, que funcionava nas dependências da igreja de Nossa Senhora
do Rosário dos Pretos. Ela |
Foto 1. Galeria Abaporu e sua fachada. Foto 2. Uma visão interna da galeria. Foto 3. Detalhe do convite padrão . |
usava uma palmatória para castigar os alunos
desobedientes e que faziam alguma traquinagem. Lembra que era uma senhora
mulata "usava uma peruca que parecia uma bucha e saia rodada". Quando
estava aborrecida costumava girar com sua saia rodada. Depois os pais
mudaram da Casa número 7, no Pelô, para no Santo António Além do Carmo, próximo
a Cruz do Pascoal, e fui estudar na Escola Olímpio Cruz. Fez o exame de Admissão, que na época era exigido para entrar no ginásio .Como tinha apenas dez
anos não pode entrar porque só entrava com 12 anos completos. Foram morar na Avenida Sete de
Setembro, e estudar no Colégio Ipiranga, que funcionava na Ladeira do
Sodré, e depois estudou no Colégio Nossa Senhora da Salete. Disse que a madre
diretora do colégio ficava na entrada sentada numa cadeira e quando as meninas
iam chegando eram obrigadas a fazer uma circunflexão e dizer Bon jour
ma mère. Segundo ela a madre era tão rígida que depois de muitas
reclamações das famílias foi mandada de volta para a França, seu país de
origem. |
Paisagens feitas em nanquim sobre tela. |
Como foram morar na Avenida Sete
de Setembro ela conheceu o seu futuro marido que era da turma da Piedade.
Naquela época em cada bairro ou localidade formavam as turmas que eram muito
unidas e sempre faziam arruaças e brigavam. A turma da Piedade saia para brigar
no Campo da Pólvora, a da Ribeira com a da Baixa do Bonfim, e assim por diante.
No Campo da Pólvora tinha o famoso Berereco e na Piedade o Habib, e na Ribeira
o Carmel. Os três eram bons de briga e muito respeitados nas turmas. Foi aí que
seus país não aceitavam o relacionamento com "um moleque da Piedade",
mas ela insistiu e se casou. Entre namoro, noivado e casamento o relacionamento
durou dezessete anos, e não tiveram filhos. Como Ligia Aguiar insistia em
estudar o desentendimento chegou ao limite e se separaram, o ex-marido já
faleceu. Disse que certo dia foi com sua mãe na Rua Carlos Gomes, em
Salvador, e entraram numa loja que vendia tintas para pintura. Ela perguntou a
um vendedor quais os materiais que necessitava para começar a pintar. Ele
separou pincéis, tintas e outros materiais e sua mãe comprou e ela começou a
desenhar com mais afinco. Lembra que quem primeiro a incentivou foi uma colega do
curso de ginásio chamada Deise de Castro, que sabia desenhar . Tem uma imensa gratidão ao artista Paulo Rufino eacrecenta que "foi ele quem me introduziu no mundo das artes meensinando e falando sobre a História das Artes etc."
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Cartão de Natal que fez para a Secretaria de Transportes. |
Lígia fez um teste e foi
trabalhar na Secretaria de Transportes e Comunicações secretariando o titular
Wellington Figueiredo, e em 1976 é aprovada pela Escola de Belas Artes da
Universidade Federal da Bahia. Ele permitiu que ela estudasse e na época virou
hippie. Para trabalhar pediu ao secretário uma farda e assim quando ia para a
secretaria passava por uma verdadeira transformação. Prendia os cabelos, usava
um conjunto de saia e blusão e sapatos altos. Logo que chegava à Escola de
Belas Artes soltava e assanhava os cabelos, vestia roupas de hippie e pegava
sua bolsa de couro. Conta dando gargalhada. Outra lembrança foi que durante alguns anos ela e a colega Sonia Regina Caldas sugeriram fazer os cartões de Natal de algumas secretarias e outros órgãos do Estado com desenhos inéditos e relacionados com cada uma das instituições. A sugestão foi aceita e segundo Lígia Aguiar " na época ganhamos um bom dinheiro". Disse que o pai trabalhava no Cartório e era amigo do escritor Jorge Amado, do psiquiatra Rubim de Pinho e
outros comunistas da época e que chegou a ser preso. Os amigos interferiram e
conseguiram que o cartório ficasse sendo tocado por uma irmã que era de menor
idade enquanto o pai estivesse preso para sustentar sua mãe e os nove filhos . Durante o governo de Antônio Carlos
Magalhães os cartórios passaram a ser do Governo do Estado e mais recentemente
voltaram a ser particulares, porém, sua irmã chegou à idade limite teve que se
aposentar, e perdeu o dominio do Cartório. EXPOSIÇÕES
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Catálogo da Exposição nos Correios comemorando os seus quarenta anos dedicados às artes. |
Já fez dezenas de exposições
individuais e participou de mais de noventa entre elas a saber: 2010 - Ligia
Aguiar 4.0 , no Centro Cultural dos Correios, em Salvador; 2010-selecionada para
a X Bienal do Recôncavo, com o videoarte RE-Produzidas; 2009 - Exposição 2.234
-Movimento pela Paz, no Casarão Santo Antônio, Salvador; 2009 - Participação da
Mostra Artefacto, ambiente arquiteto Décio Viana; Participação Mostra Morar
Mais com Menos ,em Salvador; Participação no Festival Nacional de Curtas
Metragens do Vale do São Francisco, no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro,
na Bahia; Exposição Arte Comestível em Feira de Santana, Bahia, no Centro
Cultural Amélio Amorim; 2008 - Exposição A Mão Afro da Bahia, painel de
pinturas em pequenos formatos, no Teatro do IRDEB, em Salvador; 2008 -
Selecionada para participar do Eco Bahia - Festival Internacional de
Audiovisual Ambiental, com seu videoarte Água; 2008 -Selecionada para o I
Mostra Nacional de Cinema Ambiental e Eco Cidadania, nas cidades do Crato e
Juazeiro do Norte, no Ceará; 2008 - Exposição Arte Comestível na Galeria Buffone
Arte Contemporânea; Exposição Grandes Artistas Pintam a Bahia em Pequeno
Formato, coletiva no Museu Regional de Feira de Santana, Bahia; Exposição
coletiva em Prol do Artista Chico Diabo, no EBEC Galeria de Arte; 2007 - Prêmio
melhor vídeo Experimental no Percepções - Festival de Cinema e Vídeo de Muriaé
- Minas Gerais; Coletiva Circuito das Artes na ACBEU; Coletiva Mulheres em Movimento,
comemorativa dos 130 anos da Escola de Belas Artes; Exposição em homenagem ao
cineasta Agnaldo Siri Azevedo; Exposição Afetos Roubados no Tempo, exposição
itinerante ,reunindo 730 artesãos e artistas de diversos países da CEF Cultural
em Salvador; Coletiva em homenagem a Matilde Mattos, no EBEC; 2006 -
Participação no Painel Sobre a Peça Teatral Murmúrios ,;Participação do Painel
na Sede do Detran, Bahia; 2005 - Coletiva em Homenagem ao Dia Internacional da
Mulher em Lauro de Freitas, Bahia; P2004 - Participação na IV Mostra de Banheiros
- Banho de Arte, em Salvador; 2003 - Exposição Nós Mulheres, na EBEC Galeria de
Arte; 2002 - Coletiva o Sol do Vila, comemorativa dos 4 anos do novo Teatro
Vila Velha; 2002 - Coletiva em Prol do Hospital Martagão Gesteira, em Salvador;
2001- Coletiva Itinerante 70 Artistas , em Porto, Portugal; 2201 - Coletiva
Gestos de Paz, Salvador; 2000 - Participação Painel 80 artistas Plásticos
Baianos, Salvador; 2000 - Coletiva Galeria Cuca, em Feira de Santana, Bahia;
Coletiva no MAM em Prol da Casa da Criança com Câncer, em |
Pintura de uma gordinha , 1986, de sua exposição em Brasília. |
Salvador; 1999 -
Coletiva 100 Artistas Baianos , no Museu de Arte Sacra, em Salvador; Exposição
Arte-Arte Salvador 450 anos, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro Anos e
no Museu de Arte Moderna da Bahia, comemorativa aos 450 anos da Cidade do
Salvador; 1998 - 1ª Exposição de Arte Contemporânea , no Espaço Cultural do
Forte de Monte Serrat, em Salvador; 1998- Exposição no Espaço Cultural
Bonna Pizza, em Salvador; 1998 - Instalação Altares de Santo Antônio na Escola
de |Belas Artes, Salvador;1998 - Coletiva Tropicália no Museu de Arte Moderna
da Bahia ; 1997 - Coletiva de Verão na Galeria de Arte Abaporu, em Salvador;
Exposição Um Brinde ao Café , no Espaço Cafelier, em Salvador; 1997 -
Instalação Pão de Santo Antônio! na mostra Tempo , Amor e Tradição, na Galeria
Cañizares, Salvador; 1997 - Exposição Quando a Pizza é Arte, no Espaço de Arte
Bonna Pizza, em Salvador; 1997 - Exposição Bahia de Todas as Cores ,em
Goiânia, Goiás ; 1996 - Coletiva Pinte no Pelô , no Segundo Festival de Arte do
SEBRAE, em Salvador; 1996 - Coletiva na Galeria Abaporu, em Salvador; 1995 -
Coletiva de Verão na Galeria Abaporu, Salvador; Sala Especial, Introdutória à
Exposição sobre Candomblé no Musée de Art Naif de L'ille de France, Paris,
França; 1995- Coletiva na Empresa Thomson, Paris, França; Participação no I
Festival de Artes Visuais no Pelourinho, Salvador; Coletiva Artistas Pintam a
Primavera, na Galeria Abaporu, em Salvador;1995 - Coletiva Nossa Senhora da Boa
Morte, na Casa Jorge Amado, em Salvador; 1994 - Individual Le Sacré et Le
Profane, no Aquarela - Bistrô Brésilien, Paris, França; 1994 - Coletiva
no Dia Internacional da |
Foto 1 - Trípico Cabeças I, II e III. Foto 2 - obra em nanquim sobre tela . Foto 3 - Paisagem -em nanquim. |
Mulher, Fundação Gregório de Mattos, Salvador; Coletiva
Brasil, Pequenos Formatos, Poucas Palavras, Galeria Documenta, São Paulo;
Coletiva de Inauguração da Galeria de Arte Abaporu, Salvador; 1988 - Projeto
Verão no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador; 1988 - Coletiva Galeria
Fazarte, Salvador; 19988 - Coletiva A Criança na Visão do Adulto, no foyer do
Teatro Castro Alves, Salvador; 1988 - Coletiva no Espaço Xis, Fundação Cultural
da Bahia, Salvador; 1988 - Participação no Painel nas Dependências da Fundação
Cultural da Bahia; 1987 - Coletiva na Galeria Fazarte, Salvador; 1986 -
Exposição Individual Desenhos & Pinturas, no Instituto do Livro, em Brasília;
Exposição de Desenhos & Pinturas na Galeria de Eventos Bonvivant, em
Salvador ; 1983 - Mostra no Encontro de Lojistas do Norte e Nordeste, em
Salvador; 1983 - Leilão de Arte promovido por Luiz Caetano Queiroz, no Hotel Meridien,
em Salvador; 1982 - Coletiva da Oficina de Gravura do Museu de Arte Moderna da
Bahia, Salvador; Exposição no III Congresso de Desenho e Plástica, em Salvador;
1982 - Exposição Desenhos, na Galeria O Cavalete, Salvador; 1981 -
Mostra coletiva Desenho & Óleo, em Itabuna, Bahia; Exposição no Congresso
de Cores, no Centro de Convenções da Bahia; 1981 - Coletiva Bahia de Todos os
Santos, no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador; 1981 - I Leilão de Arte
da Galeria O Cavalete, no Clube Bahiano de Tênis, em Salvador; 1980 - Festival
de Arte da Bahia, na Galeria Cañizares, em Salvador; 19980 - Exposição Coletiva
Eparrei, na Galeria do Instituto Mauá, em Salvador; 1979 - Coletiva Simbiose,
na Galeria Eucatexpo, em Salvador; 1979 - I Salão Universitário de Feira de
Santana, Bahia; 1979 - Coletiva Seres , no Instituto Cultural Brasil -
Alemanha, em Salvador; 1979 - Exposição Coletiva Cadastro, no Museu de Arte
Moderna da Bahia, Salvador;1978 - I Semana Experimental de Arte, na Escola de
Belas Artes, da UFBA, Salvador;1977 - Exposição Didática, na Escola de Belas
Artes da UFBA, Salvador; 1976 - I Exposição de Arte Experimental, na Escola de
Belas Artes da UFBA, Salvador; 1971 - II Salão de Estreantes, na Galeria
Panorama, em Salvador ; 1970 - I Salão de Estreantes, na Galeria Panorama,
Salvador. REFERÊNCIAS
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Obra Adão e Eva em nanquim sobre papel, de 1976. |
Entre muitas referências de
críticos e outros intelectuais transcrevo algumas delas e um poema escrito por
seu pai em 1970 para ela. Vejamos: “À Uma Autodidata, foi o título do soneto de
Aloísio Aguiar: “Executas em tinta? / Pintas em musica? / Do Tempo, na tela a
pátina / se rendilha, musica. / Ritmo próprio, num crescendo de poesia. / Que
sabes de tinta, Lígia / e tão íntima dela te mostra? / Desenho, composição, não
/ Imposição.../ da cor, tom e valor. / Mesmo que mudes a rota ou te baste / A
singeleza inicial, adulta / o toque tema da manhã, ah, / Todo por de sol tem
algo de auroral.” O Diretor de Teatro Márcio Meireles escreveu
em abril de 1986: "Somos sempre obcecados por uma das faces de um dos
espelhos que nos refletem: namoramos sempre a mesmas pessoas ainda que mudemos
constantemente de parceiro, seguimos sempre os mesmos passos, contamos sempre, infinitamente,
a mesma história. A nós, artistas foi dado o privilégio de colocar essa face do
espelho que reflete a nossa alma, de frente para a plateia, tornar pública
nossa obsessão. Assim encontramos nossos irmãos, os que se perderam de nós na
torre de Babel, mas que ainda falam nossa língua primitiva. Generosamente
também permitimos, no nosso espelho particular, o reencontro do mundo. O reagrupamento
das partes num todo novo. Ligia Aguiar talvez seja um pouco mais generosa, ela
se dá. Se mostra nuinha nas gordinhas sensuais, que desenha como quem sorri,
que pinta como quem desenham que mostra como quem diz que as coisas podem ser
mais fáceis. É só tentar. Nesse espelho, em que Lígia se reflete, poderíamos
nos perder em fantasias, não fosse tão claro o caminho que ela mostra. Um
caminho que, cansado de ser moderno, prefere a eternidade. E na eternidade dos
colos, com cheiro de manga, de suas criaturas e criadora nos embala. "Ai,
quem me dera...". É o que nos restas suspirar!"
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Capas de sua autoria de livros de amigos escritores. |
Já seu amigo e colega Paulo
Rufino em 2008 escreveu: "Utilizando-se do bico de pena, uma técnica de
difícil domínio, ainda mais, sobre tela, Lígia Aguiar consegue desenvolver um
trabalho forte, expressivo e original. Por sua particular sensibilidade, aliada
a um apuro técnico, ao lado de um grande exercício plástico, as formas surgem
delineando um trabalho incomum, na utilização das cores e nas referências à
história da arte, verdadeiro na sua contemporaneidade".O artista e psiquiatra César Romero
escreveu em também em 2008 com o título Fragmentos da Vida: "De todo
coração Ligia Aguiar reúne quarenta anos de seus guardados e os põe a exposição
pública. Nesta nudez mostra sua pluralidade como artista, entendendo que o
ofício não se restringe a uma só linguagem, nem escolas. Pode o artista se
notabilizar por uma ou outra técnica, mas a essência são as possibilidades
do fazer sensível. Diz-se de Picasso um pintor, mas foi capaz de construir uma
trajetória com inúmeras técnicas, sendo magistral em todas. Era um artista. O
mais importante do Século XX. Uma produção imensa, que nunca diminuiu seu valor
de mercado. Lígia numa postura contemporânea trabalhou em desenho, aquarela,
pastel, pintura, gravura, azulejo, escultura, fotografia, vídeo, cenografia e
figurino. Versátil. Na formatação e sua trajetória referências do barroco pop-art,
cubismo, surrealismo, abstracionismo. Este acúmulo de técnicas e escolas, lhe
permitiu experimentos. O todo da carreira de um artista, são os fragmentos. Nas
adições e adoções Lígia Aguiar realiza sua trajetória de segura pessoalidade
".....
Domingos Dantas Brito
ResponderExcluirUma artista completa
Maria Das Graças Santana
ResponderExcluirParabéns sucesso
Tereza Gama
ResponderExcluirParabéns!Sucesso sempre!
Julieta Cristina
ResponderExcluirParabéns! Sucesso 👏
Benjamin Brito Gama Junior
ResponderExcluirParabéns.👏👏👏👏👏👏
Hilda Nogueira
ResponderExcluirParabéns
Iara Brito
ResponderExcluirParabens meu irmão.
Silvério Guedes
ResponderExcluir👏🏻👏🏻👏🏻🌺🍀🇧🇷
Marcia Magno
ResponderExcluirMuito querida no meio artistico alem de ser uma grande artista!
Marcos Morais Brito
ResponderExcluir👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Angela Lisboa Dabush
ResponderExcluirPalmas
Teresinha Nogueira
ResponderExcluirVc é muito especial sempre divulga artes maravilhosas da Bahia .Parabéns
Leonel R. Mattos
ResponderExcluirReynivaldo, a sua capacidade de captar o que o entrevistado fala é surpreendente parece que você tem um gravador na mente, considero isto uma genialidade para poucos. 🤗
Rogeriateixeiramattos Mattos
ResponderExcluirParabéns sucesso sempre
Hilda Maria
ResponderExcluirArtista maravilhosa👏👏👏👏👏
Ivo Neto
ResponderExcluirBelíssimo trabalho amigo Reynivaldo Brito e sempre divulgando artes visuais da Bahia
Janete Freitas
ResponderExcluir👏👏👏👏
Liane Katsuki
ResponderExcluirPalmas
Rizodete Ribeiro
ResponderExcluirResponder
1 d
Ivo Neto
Belíssimo trabalho amigo Reynivaldo Brito e sempre divulgando artes visuais da Bahia
Responder
1 d
Ivo Neto
clapping applause Sticker, o GIF pode conter transparent, clapping, applause, hands e han
Responder
1 d
Hilda Maria
Artista maravilhosa👏👏👏👏👏
Responder
1 d
Zélia Alves
Responder
1 d
Rogeriateixeiramattos Mattos
Parabéns sucesso sempre
Responder
1 d
Maria Das Graças Santana
Responder
1 d
Leonel R. Mattos
Reynivaldo, a sua capacidade de captar o que o entrevistado fala é surpreendente parece que você tem um gravador na mente, considero isto uma genialidade para poucos. 🤗
Responder
23 h
Reynivaldo Brito
Leonel R. Mattos obrigado compadre
Responder
23 h
Teresinha Nogueira
Vc é muito especial sempre divulga artes maravilhosas da Bahia .Parabéns
Responder
22 h
Angela Lisboa Dabush
Responder
20 h
Fernando Freitas Pinto
Texto detalhado e apreciável de uma Artista de nossa Terra!! Parabéns amigo Reynivaldo. Abraços!!
Responder
19 h
Edicarlos Santana
Amém parabéns Belo trabalho
Responder
19 h
Graça Gama
👍👏👏👏👏👏👏
Responder
17 h
Marcos Morais Brito
👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Responder
11 h
Jandira França
Responder
9 h
Julieta Cristina
💯👏👏👏
Lucia Bittencourt
ResponderExcluirLigia é admirável!
Leda Guērra
ResponderExcluirShow!
Luiz Claudio Campos
ResponderExcluirMuito bom
Conceição Lima
ResponderExcluirQue trajetória fabulosa!!Parabéns!!!Sucessosempre!!!!👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽