Este olhar enigmático captado por Armando nos impressiona |
Porém, ao lado deste quadro de milhões e milhões de imagens descartáveis,
muitas das quais nunca serão impressas num papel fotográfico, estão os profissionais da arte fotográfica com expertise
para clicar com sua sensibilidade a alma das pessoas através um olhar,gesto ou um movimento inesperado .Eles conseguem captar com ajuda das suas lentes além do real dos homens e mulheres, objetos e cenários
que surgem em seus caminhos.
Muitas vezes estranhamos quando alguém nos mostra uma
fotografia, mesmo a mais despretensiosa e
espontânea. Não aceitamos porque sempre tem um detalhe que a câmera captou e não
gostamos. Quando acontece o contrário achamos que saímos bonitos, ai salvamos a
foto, e até a redistribuímos entre parentes, amigos e amores.
A exposição fotográfica Uma Índia , Dois Olhares que o casal Armando Correia Ribeiro e Sinísia Coni estão fazendo no Museu da
Misericórdia, no centro da Cidade, até o dia 17 de dezembro, é a celebração de um trabalho feito com
carinho a quatro mãos.
IMPRESSÕES
A festa Holi (Primavera) com muito pó colorido em Mathura captada por Armando |
Para se proteger dos pós Sinísia colocou um xale cobrindo a
cabeça e uma parte do rosto. Mas, de nada adiantou. Puxaram o xale e lançaram
pó e água . Tudo isto é feito num ambiente de cordialidade e doçura.
Indiana imerge parte do seu corpo no sagrado Rio Ganges. Foto de Sinísia |
Na realidade o casal já tinha informações sobre o que iria encontrar na Índia. Porém, mesmo assim foi uma viagem que marcou as suas vidas
para sempre. Conta Sinísia que tinha tomado um barco para fotografar a cidade
de Varanasi vista do Rio Ganges. Quando voltava e desceu do barco, algumas
moedas que estavam em seu poder caíram no chão. Próximos a ela estavam alguns
pedintes que ficaram parados, e um deles veio em sua direção e tocou-lhe
levemente no braço apontando as moedas no chão. Se fosse aqui no Brasil será
que deixariam a Sinísia ir embora ou avançariam nas moedas?
FOTOGRAFIAS
Armando e Sinísia |
As imagens falam por si. Elas se bastam, e mesmo o poeta
mais sensível seria incapaz de traduzir àqueles momentos mágicos vividos pelos
fotógrafos diante desses homens e mulheres anônimos, e dos cenários deslumbrantes.
No catálogo da mostra o psicanalista Marcelo Veras escreveu: Uma Índia, Dois Olhares "não
deixa de ser um exercício de amor, ou seja, fazer surgir o Um onde há dois. A
Índia os divide, a exposição os une".
Portanto, não deixe de visitar esta exposição, porque é
também uma prova da individualidade de
cada olhar diante do que vemos e vivemos.
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