Aqui a representação do Orixá com a conhecida Espada de Ogum |
Lembrei que na época da construção da Avenida Bonocô existiam naquele vale vários terreiros de candomblés que foram deslocados e, na época escrevi uma reportagem protestando contra a retirada das árvores sagradas e, principalmente as do Tempo arrancadas impiedosamente pelos tratores . A necessidade da mobilidade social, hoje tão em voga, levou de arrastão ao esquecimento àqueles terreiros e suas árvores sagradas.
Portanto, fico feliz em ver que Alexandre Mury vem ressaltar a importância das folhas, e é claro da natureza, no universo dos Orixás. Esta frase da cultura yorubá transcrita pelo jornalista Antônio Moreno no texto que anuncia esta mostra - Sem folha não tem Orixá - sintetiza a importância desta relação do culto com a natureza. A mostra intitulada "O Catador na Floresta dos signos" é resultado de "uma incursão artística e filosófica sobre o universo afro-brasileiro a partir de uma pesquisa feita pelo artista fluminense durante dois meses em Salvador. A exposição fica em cartaz até o dia 6 de junho na galeria que fica no bairro de Ondina.
As folhas e flores de Iemanjá |
Para ele a exposição decorre de sua atenta observação sobre a apropriação
dos signos e significados do candomblé pelos baianos. “Aqui, mesmo quem não é do candomblé acaba
incorporando alguma coisa do candomblé no seu dia a dia”, observa o artista,
que diz ter procurado em seu trabalho a busca da ancestralidade no que ela tem
de mais essencial. Nesse ponto, entra como fio condutor da mostra o elemento
natureza, particularmente, as folhas.
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