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sábado, 20 de setembro de 2025

EVANDRO SYBINE O INCENTIVADOR DA RETOMADA DA GRAVURA NA BAHIA

Evandro Sybine no galpão da
EBA onde ministra suas aulas.

Fui encontrar o professor e artista gráfico Evandro Sybine no velho galpão da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia, no bairro do Canela, em Salvador, local onde ministra suas aulas ensinando  as várias  técnicas da gravura aos seus alunos. É um entusiasta desta forma de expressão artística e um colecionador de prensas antigas que as adquire de gráficos, que não mais exercem esta profissão, e até resgata em ferros-velhos antes que virem sucata para siderúrgicas. Tem mais de uma dezena delas, a grande maioria funcionando, e cada uma "batizada” com um nome carinhoso. Considero importante ver um professor entusiasmado com o seu ofício e que repassa o que sabe para os alunos com a garra de um principiante. Ele é bacharel em Artes Plásticas e mestre em Artes Visuais através o programa de pós-graduação também da Escola de Belas Artes-EBA. Foi bolsista da Capes quando desenvolveu pesquisa em Poéticas Visuais e Processos de Criação. Trabalhou como professor substituto na EBA-UFBA no Departamento de Expressão Gráfica e Tridimensional durante um ano de 2006 a 2007 e também como professor do Curso de Gravura em Metal e Monotipia nas Oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia nos anos de 2010 a 2014. Atualmente é professor permanente de Gravura da EBA onde repassa para seus alunos na área das Poéticas Visuais contemporâneas as técnicas de artes gráficas, xilogravura, calcografia, litogravura, serigrafia, tipografia e monotipia.

 Evandro Sybine dando  aula.
Sua família se transferiu para Salvador na década de 70 quando da implantação do Polo Petroquímico de Camaçari, que foi o primeiro complexo petroquímico planejado do Hemisfério Sul inaugurado em 1978. Chegou a ter quase uma centena de empresas dos setores químico, petroquímico, automotivo, celulose e de pneus gerando mais de quinze mil empregos diretos. Foi um impulsionador importante para toda região do Nordeste. Com os constantes planos econômicos, falta de segurança jurídica e outros problemas conjunturais que ocorreram no país  vem sofrendo um esvaziamento no decorrer desses anos. A família Sybine enfrentou toda esta instabilidade econômica porque seu pai Vladimir Sybine tinha uma empresa de instalação e manutenção de equipamentos de combate a incêndio e prestava serviços a muitas dessas empresas em Camaçari. O professor Evandro Sybine chegou a trabalhar com seu pai coordenando os funcionários quando da instalação dos equipamentos de combate a incêndios, mas foi sua mãe d. Carmen Lídia Sybine que insistiu para que fosse estudar artes na EBA. Seus dois irmãos se formaram em engenharia civil e arquitetura e faltava ele ter um curso universitário.

                                 SUA HISTÓRIA

Xilogravura de autoria de Evandro Sybine.
O professor e artista Evandro Sybine nasceu na capital paulista em dezoito de julho de 1974. Seu pai é filho de imigrantes que vieram da Estônia, localizada na Europa Setentrional, e sua avó da Hungria, fugindo das guerras que destruíram o continente europeu. Seu avô era torneiro mecânico e trabalhou em indústrias na Grande São Paulo. O Brasil recebeu na época muitos imigrantes europeus e de outros países que fugiam dos horrores da guerra e aqui chegavam sem nada, praticamente com a roupa do corpo, como se costuma dizer. Foram morar na região do Capão Redondo, Vila Alpina, Vila Avelina, Vila Zelina, Vila Prudente em São Paulo, para onde iam a maioria dos polacos, lituanos, estônios, ucranianos, russos, os italianos para o bairro de Bexiga, e os japoneses e outros orientais para o bairro da Liberdade. Já seu pai Vladimir Sybine trabalhou em fábricas como desenhista técnico, profissão que aprendeu aqui nos cursos técnicos na capital paulista. Sua mãe trabalhava na empresa inglesa Linhas Corrente. No ano de 1968 na ocasião em que a Rainha Elizabeth esteve em  São Paulo visitou  a fábrica, quando d. Carmen Lídia Sybine pode ver de perto a sua Majestade.  A empresa “Linhas Corrente foi fundada na Escócia, em 1820, como J. P. Coats, que mais tarde seria adquirida pela empresa britânica Coats Group.  A Coats Corrente operou no Brasil por mais de um século até que, em 2022, o grupo Coats vendeu a operação no Brasil para a gestora Reelpar, que rebatizou a empresa como Linhas Corrente, uma marca que agora opera como uma empresa brasileira.”

O artista e professor Evandro Sybine
coleciona  prensas antigas.
Quando seu pai resolveu vir para a Bahia foram morar na praia de Buraquinho, que fica no município de Lauro de Freitas, e dista trinta e cinco km de Salvado. Na época não tinha quase infraestrutura . Seu irmão mais velho enfrentava diariamente uma verdadeira maratona para estudar. Pegava uma Kombi até Itapuã e de lá um ônibus para chegar à escola. Atualmente o Evandro Sybine e seus pais moram no bairro de Patamares, bem em frente ao Parque de Pituaçu.

Estudou parte do primário no Colégio Adventista, no bairro do Capão Redondo em São Paulo, e quando chegou aqui foi estudar no Colégio Nobre de Villas do Atlântico. Ele se incomoda quando o chamam de paulista ou de gringo devido a seu sotaque e aparência física exibindo a sua barba longa e espessa. Evandro Sybine  costuma retrucar dizendo que “cheguei aqui ainda criança e me sinto baiano. Estou aqui desde os meus onze anos!” Estudou em vários colégios e terminou o último ano do segundo grau cursando no turno noturno do Colégio Odorico Tavares, localizado no bairro da Vitória, que foi fundado em 1994, com capacidade para três mil estudantes. Durante o dia ele trabalhou como copista.


Xilogravura Homem Lendo, de Sybine.
O pai fazia o desenho técnico dos projetos de instalação de equipamentos contra incêndio e através o papel vegetal Evandro Sybine fazia as cópias do desenho original. Mas, confessou   que gostava mesmo de fazer era acompanhar a montagem dos equipamentos juntamente com a peãozada, fazer rosca em canos e até
passar fio. Quanto à arte disse que sempre gostou e que seu pai o levava para ver as bienais em São Paulo. “Nunca esqueço eu segurando no dedo do meu pai, que é grandão, por isto era chamado de Sansão, caminhando no Parque Ibirapuera para ver as obras expostas na Bienal”, relembrou Evandro Sybine. Disse que nunca esqueceu de seu pai Vladimir Sybine lhe mostrando as pinturas de Wesley Duke Lee, mas não soube precisar se foi em 1965 ou em 1967 bienais que o artista participou -   8ª e a 9ª Bienal Internacional de São Paulo.

O artista Wesley Duke Lee nasceu em São Paulo em 1931  

Wesley Duke Lee.
e foi um desenhista, gravador, artista gráfico e professor. Em 1951, realizou curso de Desenho livre no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). No ano seguinte, viajou para os Estados Unidos, onde estudou na Parson's School of Design e no American Institute of Graphic Arts, em Nova York, até 1955. Durante esse período, acompanhou as primeiras manifestações da arte pop e teve contato com obras de artistas como Robert Rauschenberg (1925–2008), Jasper Johns (1930) e Cy Twombly (1928–2011. Voltou ao Brasi, em 1957, abandonou a publicidade para tornar-se aluno do pintor Karl Plattner (1919–1989), com quem trabalhou em São Paulo e posteriormente na Itália e na Áustria, até 1960. Nessa fase, viveu também em Paris, onde frequentou a Academie de la Grande Chaumière e o ateliê de Johnny Friedlaender (1912–1992). Retornou ao Brasil em 1960 e faleceu em 2010.”

                                       A GRAVURA NA BAHIA

Antes de entrar para a Escola de Belas Artes da UFBA o artista Evandro Sybine assistiu a instalação das esculturas de Mário Cravo Júnior no Parque Pituaçu, e certo dia tomou coragem e procurou o escultor baiano na tentativa de colaborar de alguma forma. Disse que o Mário Cravo Junior o recebeu muito bem, conversou, mostrou umas gravuras digitais que estava fazendo, mas não

O artista Calasans Neto (deitado) , Paulo Gil
Soares e Gisela Valladares brincando na velha
prensa que Mário Cravo Júnior trouxe em
 1954, e que ainda hoje funciona no galpão 
de gravura da EBA.
aceitou a sua colaboração. Recordou de uma Santa Ceia bem estilizada que Mário Cravo estava finalizando e que o grande artista baiano lhe mostrou. Porém, quis o destino que anos depois o Evandro Sybine veio ocupar a cadeira de professor de Gravura na Escola de Belas Artes, onde exatamente o Mário Cravo Junior tinha sido o primeiro professor desta disciplina na Escola de Belas Artes. 
No ano de 1940 Mário Cravo Júnior  fez uma viagem ao Rio de Janeiro para pesquisar como estava o ensino e também o desenvolvimento da gravura e trouxe de lá uma prensa. Três anos depois o diretor do Museu do Estado José Prado Valadares cria um curso e convida o gravador Poty Lazzarotto, do Paraná, que já era famoso, e passou três meses em Salvador ensinando as técnicas de gravura, principalmente a gravura em metal. Em 1953 Mário Gravo Júnior ministrou um curso de água-forte e água-tinta e em 1954 defendeu sua tese Sincronismo da Gravura e da Escultura e tornou-se professor do Curso de Gravura. Nos anos seguintes foram importantes para o desenvolvimento da gravura na Bahia que teve seu auge nas décadas de 60 e 70 com as presenças dos professores Hansen Bahia e de Henrique Oswald e surgiu a geração de Rubem Valentim, Carybé, Yedamaria, Calasans Neto, Emanoel Araújo, Sônia Castro, José Maria de Souza, Juarez Paraíso, Edison da Luz, e depois a geração de Hilda Oliveira, Gley Melo, Hélio Oliveira, Edísio Coelho, Leonardo Alencar e muitos outros. Depois houve um arrefecimento e mais recentemente com a presença de Evandro Sybine a gravura baiana vem tomando corpo com novos expoentes a exemplo do Timóteo e Arthur Soar na xilografia; Adriel Figueredo com a serigrafia; na litografia Mauro Lúcio, na gravura em metal Franciele Xavier e a Mirella Silveira com xilo e lettering, dentre outros que começam a se destacar.

Gravura premiada de Sybine.
Disse Evandro Sybine que se encantou pela Bahia e que chegou a trabalhar também como soldador elétrico e passou a fazer algumas esculturas em  metal que chegou a vender, eram principalmente orixás.  Nos anos 90 foi feito um Censo Cultural e lembra que sua família  morava em Itapoã e que a Secretaria da Cultura do Governo do Estado armaram uma espécie um trailer na Lagoa do Abaeté para que os artistas pudessem se inscrever no Censo Cultural, que cadastrou um total de onze mil artistas. Esses trailers foram instalados por toda a cidade. Ele se inscreveu e colocou que era escultor. Quando frequentou as Oficinas do Museu de Arte Moderna se inscreveu para fazer escultura em madeira com o saudoso mestre Zu Campos grande escultor e entalhador. Lá conheceu todo tipo de madeira, aprendeu a usar e até amolar as ferramentas.

Na época o diretor do MAM era Heitor Reis que foi um grande incentivador das oficinas. Lembrou Evandro Sybine que as Oficinas do MAM tinham um ambiente de aprendizado aberto com Flori ensinando escultura em madeira, Renato Fonseca litogravura, Antonello L’Abatte gravura em metal, Márcia Abreu xilogravura, Isa Moniz com escultura, Caetano Dias com a pintura, Zu Campos entalhe e escultura em madeira, dentre outros professores.” O professor e artista Evandro Sybine prestou vestibular para a Escola de Belas Artes foi aluno de grandes mestres da arte baiana e ao terminar continuou sua carreira acadêmica até se tornar professor de gravura. Reconhece que foi inicialmente nas Oficinas e depois na EBA que passou a se interessar pela gravura que hoje é sua grande paixão. Já fez várias exposições individuais e coletivas e continua produzindo juntamente com seus alunos no imenso galpão onde ministra suas aulas.

É bom deixar aqui registrado que as Oficinas do Museu de Arte Moderna foram criadas sob a coordenação de Juarez Paraíso e fechadas depois de quase trinta anos de funcionamento pela diretora do MAM-BA Solange Farkas, que chegou com a ideia de priorizar a arte tecnológica e digital. Ela acabou com as oficinas, e quando perceberam o erro que cometeram tentaram retomar, mas nunca conseguiram alcançar a mesma importância e criatividade . 

                                  EXPOSIÇÕES

O artista Evandro Sybine já
participou de várias mostras.
INDIVIDUAIS:  2010 - Imagens do Arruinamento - O Excesso Gráfico. Galeria da Aliança Francesa, Salvador-BA. 2005 - Gravuras e Objetos - Foyer do Cine Teatro SESC – Casa do Comércio, Salvador- BA, 2005.

COLETIVAS: Em 2016 – Mestre Duda – Exposição na EBA – Salvador-BA. 2014 – Exposição Triangulações – Salvador-BA. 2012 – Exposição Cotidiano – Salvador-BA; Paraconsistentes - 25 artistas contemporâneos da Bahia. Galeria Goethe Institut – ICBA, Salvador-BA; Circuito das Artes. Palacete das Artes – Museu Rodin, Salvador-BA .2011 - Entre Folhas – Coletivo de Artistas. Galeria Cañizares da EBA- UFBA, Salvador- BA.  2010 - Entre Folhas – Coletivo de Artistas. Centro Cultural Dannemann, São Félix- BA; O Lugar no Olhar Contemporâneo. EBA-UFBA, Salvador-BA; Circuito das Artes. Galeria ACBEU, Salvador-BA.  2009 -Doce de Santo - Exposição de um Coletivo de Artistas. Galeria ACBEU, Salvador-BA; Outros Papéis - Coletivo de Artistas. Galeria Cañizares da EBA-UFBA, Salvador-BA. 2008 - Cuidado com os Cantos. Galeria ACBEU, Salvador-BA; 130 anos da EBA-UFBA. Galeria Goethe Institut - ICBA, Salvador- BA; Corpo e Dobra. Galeria Cañizares da EBA-UFBA, Salvador- BA; Poética dos Guardados. Centro Cultural Dannemann, São Félix-BA. Exposição 68+40 Poética da Transgressão - Galeria Aliança Francesa, Salvador-BA; Impressões 3/3. Foyer Teatro Vila Velha, Salvador-BA; Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia. Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, Vitória da Conquista-BA, Prêmio Incentivo Fundação Cultural; Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia. Centro de Cultura de Alagoinhas, Alagoinhas-BA; Impressões 3/3. Galeria Aliança Francesa, Salvador-BA; Gravura - Influência na Nova Geração. Galeria Goethe Institut –ICBA, Salvador-BA; IX Bienal do Recôncavo. Centro Cultural Dannemann, São Félix-BA, Prêmio Aquisição; Feridas e Cicatrizes. Salão Nobre da EBA-UFBA, Salvador-BA; Salões Baianos - Artistas Premiados nos Salões Regionais de Artes Visuais 2007-2008 Galeria Solar do Ferrão, Salvador-BA. 2007 - Circuito das Artes. Galeria Goethe Institut – ICBA, Salvador-BA; Mais Gravura. Galeria ACBEU, Salvador-BA. 2006 - 7ème Mondiale de L&#39 - Estampe et de la Gravure Originale - Triennale de Chamalières, Chamalières-França; VIII Bienal do Recôncavo. Centro Cultural Dannemann, São Félix-BA - Menção Honrosa; Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia, Centro de Cultura Olívia Barradas, Valença-BA- Menção Honrosa pelo Conjunto da Obra. 2005 - VI Mercado Cultural de Salvador, Galeria da Cidade – Fundação Gregório de Mattos, Salvador-BA; Salões

Aqui Sybine e Antonelo L'Abatte olham
uma gravura do artista italiano.
Regionais de Artes Visuais da Bahia, Centro de Cultura Amélio Amorim, Feira de Santana-BA, Vencedor do Prêmio Fundação Cultural do Estado da Bahia; 5 X Gravura - Galeria ACBEU, Salvador-BA; Art For Today - Corredor das Artes. Galeria Goethe Institut –ICBA, Salvador-BBBA; GrupoGravura na Graphias. Galeria Graphias, São Paulo-SP. 2004 - 1º Salão Nacional de Artes de Paraty. Casa da Cultura, Paraty-RJ; 25 de Abril 30 anos - O Que Sente Sobre o 25 de abril de 1974 em Portugal? - Exposição Virtual; Primeira Exposição do Gravura Gravura - Gravuras e Mini Prints - Galeria ACBEU, Salvador-BA; Grupo Gravura em Brasília, Galeria Rubem Valentim, Brasília-DF; Exposição Art For Sale. Galeria ACBEU, Salvador-BA; II Território de Arte de Araraquara, Casa da Cultura, Araraquara-SP.  2003 - Antônio-Tempo, Amor e Tradição - Ano VII, Galeria do Aluno da Escola de Belas Artes da UFBA, Salvador-BA; 8º Premi Internacional de Grabado - Premi el Caliu. Sala El Calil de Olot, Catalunã-Espanha; 9º Salão de Artes de Itajaí, Centro de Eventos do Itajaí Shopping, Itajaí- SC; Do Imperialismo ao Caos. Foyer do Teatro Vila Velha, Salvador- BA. 2002 - 3th Tokyo Internacional Mini Print Triennial. Tama Art University, Tokyo-Japan; 125 anos EBA-UFBA. Centro de Memória e Cultura dos Correios da Bahia, Salvador-BA; Santo Antônio – Releituras Contemporâneas, Espaço Cultural Sofia Olszewski Filha – APUB, Salvador-BA; Projeto Permanente só Papel, Galeria Adriana Penteado Arte Contemporânea, São Paulo-SP; Só Gravura. Galeria Adriana Penteado Arte Contemporânea, São Paulo-SP. 2001 - Destaques das Oficinas do MAM-BA. Galeria das Oficinas do MAM-BA, Salvador-BA; 53ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC-UFBA, Salvador-BA e em 1998 - CAT-UFBA Museu de Arte Sacra, Salvador- BA.

                                       PRINCIPAIS TIPOS DE GRAVURA


1
-XILOGRAVURA-  é uma técnica de arte em que uma imagem é entalhada numa matriz de madeira, que serve como modelo para a impressão de uma imagem em papel ou outro suporte. A origem da técnica é chinesa, e no Brasil ela é fortemente ligada à cultura do Nordeste e à literatura de cordel, ilustrando os folhetos populares. A imagem é criada ao remover partes da matriz, deixando em relevo apenas as áreas que receberão tinta e serão impressas. Xilogravura de José Júlio de Calasans Neto (1932-2006), mais conhecido por Calasans Neto e Calá para os amigos , foi um 
multifacetado artista baiano, reconhecido internacionalmente por suas gravuras, mas também atuou como pintor, ilustrador, desenhista, entalhador e cenógrafo. 


2- CALCOGRAFIA - é uma técnica de impressão e arte que consiste em abrir sulcos e ranhuras numa placa de metal (geralmente cobre) para reter a tinta e transferi-la, sob pressão, para o papel. Também conhecida como gravura em metal ou impressão calco gráfica, a técnica pode envolver o uso de ferramentas como o buril para entalhar a imagem ou a ação de ácidos para criar incisões na superfície da placa. Atualmente, a calcografia é amplamente utilizada em documentos de segurança, como cédulas de dinheiro e passaportes, devido à sua alta tecnologia e à textura em relevo que dificulta a falsificação. Gravura em metal de Francisco Goya y Lucientes foi um pintor e gravador espanhol. É considerado o mais importante artista espanhol do final do século XVIII e começo do século XIX.

2a - ÁGUA-FORTE - é uma técnica de gravura em metal, onde uma placa de metal (como cobre ou zinco) é coberta com um verniz protetor, e o artista desenha sobre ele com uma ponta afiada, expondo o metal. Em seguida, a placa é imersa num ácido (o "mordente"), que corrói as áreas expostas, criando sulcos para a imagem. Após a corrosão, o verniz é removido, a placa é entintada e impressa, resultando numa gravura com linhas de diferentes espessuras, dependendo do tempo que a placa esteve no ácido. gravura em Água- Forte de Ferdinand Staeger.  Nasceu 3/3/1880 e faleceu em 11/9/1976. Foi um pintor e artista gráfico alemão ficou  conhecido como ilustrador e desenhista de tapeçarias e capas de renda.

2b - ÁGUA -TINTA -é uma técnica de gravura em metal que, ao contrário da água-forte que se baseia em linhas, produz manchas, tonalidades e valores planos através de um processo químico com ácido. Nela, uma fina camada de breu (resina) é aplicada na placa metálica, e as diferentes áreas da placa são expostas ao ataque do ácido por tempos variados, criando um efeito de "aguado" que confere profundidade e suavidade à imagem gravada, permitindo a produção de diferentes tons de cinza a preto. Uma Água-Tinta de Yêdamaria, artista baiana, datada de 1985, intitulada Espera.

3SERIGRAFIAtambém conhecida como silkscreen, é um processo de impressão que utiliza uma tela (matriz) para transferir tinta a uma superfície, criando uma imagem ou desenho. Essa técnica é versátil e pode ser aplicada em diversos materiais, como tecidos, vidro, metal, plástico e papel, sendo usada tanto para personalização de peças em massa como para a criação de obras de arte. A principal característica da serigrafia é a qualidade, durabilidade e a capacidade de reproduzir cores vibrantes. Serigrafia de  Gilberto Orcioli Salvador, mais conhecido como Gilberto Salvador, é um pintor, desenhista, gravador, arquiteto e professor brasileiro. Nasceu em  São Paulo 16 de dezembro de 1946.

4-LITOGRAFIA - é um método de impressão e fabricação baseado no princípio da repulsão entre óleo e água, que permite a reprodução de imagens e textos em diversas superfícies, como papel, plástico, metal e silício. Criada no final do século XVIII, a técnica envolve desenhar com materiais gordurosos numa pedra ou placa, e depois usar um processo químico e uma prensa para transferir a imagem para outra superfície. A litografia é amplamente usada na produção de arte, embalagens e na fabricação de circuitos integrados. Litografia de Yêdamaria,  nome artístico de Yeda Maria Correia de Oliveira (1932–2016), foi uma  artista plástica e professora nascida em Salvador. Conhecida por sua técnica refinada e temas que celebravam a cultura baiana e a identidade afro-brasileira, ela construiu uma carreira de mais de 50 anos, com obras expostas em diversos museus e galerias no Brasil e no exterior. 

5 - DIGITAL OU DIG GRAFIA - e infografia são termos usados em contextos diferentes, embora a infografia possa ser um tipo de gravura digital. A gravura digital refere-se a um processo artístico de criar imagens de alta resolução através de impressão digital, com tiragens limitadas e assinadas pelo artista. A infografia é um quadro informativo que combina texto e elementos visuais (gráficos, imagens, etc.) para simplificar e apresentar dados complexos, servindo como uma ferramenta de comunicação e visualização de informações. Gravura Digital de Mário Cravo Júnior . "Artista baiano Mário Cravo Júnior (1923–2018) , nasceu em Salvador, na Bahia. Ele fez parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia, ao lado de nomes como Carybé e Genaro de Carvalho. Sua obra é marcada pela inspiração em mitos afro-brasileiros e por uma profunda conexão com a cultura popular baiana. Fonte – Google.

 

 

 

 

 


2 comentários:

  1. Uma aula de gravura ! Parabéns pelo Texto e parabéns para o grande artista Evandro Sybine

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  2. Maravilha, belo trabalho, parabéns!😍

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