Texto Reynivaldo Brito
Fotos Divulgação
Fotos Divulgação
Duzentas e uma obras de Oswaldo Goeldi estão expostas no
Museu de Arte de São Paulo cobrindo o período que vai de 1920 a 1960 com
curadoria de Paulo Venâncio Filho. Ele não considera que seja uma retrospectiva
do artista e, sim uma exposição do período mais importante de sua produção.
Quem conhece a obra de Goeldi sabe que destoam completamente do que era
produzido em sua época, quando as cores eram vibrantes. Ele ao contrário, vinha
com suas gravuras soturnas, com pouca luz e muitas vezes sombrias. Destoava,
portanto, de seus contemporâneos como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e muitos
outros.
Foto da obra Noturno que está no Mam paulista.
Goeldi gostava de retratar a vida subterrânea da cidade como
as prostitutas, bêbados e vagabundos que perambulavam durante as noites no Rio
de Janeiro. Dizem os estudiosos de sua obra que ele tinha uma forte ligação com
os expressionistas e, que mantinha uma amizade com o austríaco Alfred Kubin (1877-1959).
Sua vida foi marcada
por turbulências. Consta de sua biografia que o pai de Goeldi, o naturalista suíço
Emílio Augusto Goeldi morreu em 1917 e,
que seu cunhado de nome Martin Wagner passou a dominar a cena .Este expulsou Goeldi de casa, e teria obrigado a
desistir da herança a que tinha direito .
Em seguida o enviou para a Europa no ano de 1922, onde teria sido resgatado
pela amiga Béatrix Reynal (1892-1990) a quem ele deixou em testamento suas
obras. Esta rejeição teria sido provocada por sua vida boêmia e pelas obras
sombrias que produzia. Com a morte de Béatrix e de seu esposo, que não deixaram
herdeiros, os direitos das obras voltaram a pertencer à família Goeldi.
Foto de Goeldi no Liceu de Artes e Ofícios em 1930.
Assim o museu teve que pagar R$24 mil para a Associação Artística e Cultural Oswaldo Goeldi pelo direito de imagem das 240 obras que estão nas duas mostras abertas ao público.
Foto de Goeldi no Liceu de Artes e Ofícios em 1930.
Assim o museu teve que pagar R$24 mil para a Associação Artística e Cultural Oswaldo Goeldi pelo direito de imagem das 240 obras que estão nas duas mostras abertas ao público.
Segundo informa sua sobrinha-neta Lani Goeldi este dinheiro
será utilizado para viabilizar uma publicação sobre o artista. Realmente Goeldi
merece ser perpetuado, porque sua obra tem grande valor artístico e precisa ser
conhecida pelas gerações futuras. Quando se fala em gravura no Brasil vem logo
o nome de Goeldi. A mostra permanece até 19 de agosto próximo.
Quero lembrar aos diretores de museus baianos que está na
hora de ser promovida uma grande exposição da obra de Hansen Bahia, que tem uma
produção grandiosa e de grande valor estético. Está na hora que aparecer um
curador para concretizar esta idéia que ainda quero presenciar e celebrar.
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