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quarta-feira, 10 de junho de 2020

IVO NETO PRESERVA NOSSO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Ivo Neto copiando um
azulejo português
O    Ivo Neto é um dos últimos pintores voltados a retratar as belezas do rico patrimônio histórico e religioso que a nossa Bahia ainda  tem. Como um monge passa horas e horas  enclausurado no silêncio dos mosteiros , conventos e nas  igrejas copiando pacientemente seus ricos azulejos, a grandiosidade de sua arquitetura e as lindas imagens . Sem a preocupação de realizar uma documentação sistêmica ele dá uma inestimável contribuição para que no futuro as gerações que virão possam lembrar deste seu trabalho preservacionista. 
O artista faz retratos de religiosos
. É bom ressaltar que é um dos bons restauradores que existe em nossa na Bahia , inclusive já foi realizar trabalhos de restauração em outras cidades e até fora de nosso Estado . Disse o artista que "em Salvador participei dos restauros do plenário da Câmara Municipal,do Palácio Rio Branco,Catedral Basílica,igreja de São Raimundo, altares da igreja de São Francisco e Assis .Trabalhei ainda em Cairu, Santo Amaro, Cachoeira, Feira de Santana, e também nas cidades de Maceió e Penedo, no estado de Alagoas."
Ao falar de Ivo Neto sempre me vem à memória ele sentado num banco ou numa cadeira diante de  seu cavalete . Na mão  um lápis para  rabiscar  as curvas dos floreios , figuras e o casario que compõem cada um daqueles azulejos portugueses que enfeitam as grossas paredes dos prédios históricos e religiosos da velha Bahia. 
Também aproveita para fazer retratos de importantes personalidades e religiosos que dirigem estas congregações . Realiza seus trabalhos em óleo sobre tela, acrilíca , nanquim e pastel seco , além do seu trabalho de restauro. 
Em resumo este é o foco principal da produção deste artista nascido em Salvador, que há trinta e cinco anos  vem calmamente transferindo para suas telas e papéis o rico acervo histórico e religioso da nossa terra. Antes do confinamento Ivo Neto me informou que estava fazendo uma releitura em acrílica sobre tela e aquarelas dos azulejos portugueses no claustro de Convento São Francisco de Assis, que fica no Terreiro de Jesus, em Salvador.

                                                                
Tela da séde do Museu
 Eugênio Teixeira Leal 
                                                                                     SUA HISTÓRIA

Lembra que deu seus primeiros passos no universo da arte através de seu pai o pintor Ivan Lopes nos idos de 1975.  Completou  35 anos como profissional , e seu atelier fica em sua residência no bairro de Cosme de Farias.
É graduado em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia, e sempre faz questão de ressaltar a importância dos professores Ailton Lima  ( Desenho de Observação) e Ivo Vellame (História da Arte) , ambos falecidos,  os quais tive o prazer de conhecer .
Ele diz que os museus de Arte Sacra da Bahia, Eugênio Teixeira Leal e da Santa Casa de Misericórdia estão bem estruturados. Lamenta o fechamento do Museu da Cidade do Salvador, onde tem uma obra de sua autoria no acervo. Tem ainda obras nos acervos do  Convento de São Francisco de Assis e no Museu Eugênio Teixeira Leal.
Falando sobre o mercado de arte baiano disse que neste momento encontra-se muito fraco, e que sua arte é mais valorizada por visitantes de outros estados e até do exterior. 
Defende que é preciso maior segurança  e que a Prefeitura precisa liberar os artistas para pintar e comercializar suas obras de arte   na área do Centro Histórico. Também entende que as secretarias de Cultura do Estado e da Prefeitura poderiam investir na capacitação dos profissionais da área do restauro para que a manutenção dos monumentos históricos e religiosos seja feita diariamente. Assim, evitaria muitos danos, alguns até irrecuperáveis, devido a demora das  ações de restauração.



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