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Beth Sousa no ateliê com obras recentes . |
Depois de algumas décadas
reencontro a artista Beth Sousa uma das artistas que trabalha em seu ateliê no
bairro do Rio Vermelho sem a pressa de atender aos modismos do mercado. Ela vai
construindo a sua trajetória com calma e a delicadeza de uma mulher que foi uma
rebelde na juventude e agora já madura leva sua vida em outro ritmo, com outra
vibe, procurando fazer uma arte seguindo os caminhos dos seus sentimentos. Desde
jovem que frequentava os cursos livres na Escola de Belas Artes e as Oficinas
do MAM-Ba. Preferia muito mais estar nestes ambientes artísticos do que na escola
formal onde ainda estudava o segundo grau. Inclusive me disse que andava com os
jovens artistas da época, principalmente com os da Geração 70, os quais reuni
numa exposição que fizemos e foi um grande sucesso no Museu de Arte da Bahia,
no Corredor da Vitória, em Salvador. Foi sua irmã mais velha Neuza Sousa que
vendo que ela estava criando algum desconforto em seus pais que eram
evangélicos perguntou o que queria fazer da vida. Prontamente respondeu que
queria fazer arte. Foi aí que Neuza Sousa se informou sobre os cursos livres e
a direcionou para que frequentasse. Também falou da necessidade de concluir o
segundo grau para que pudesse fazer o vestibular para a Escola de Belas Artes,
da Universidade Federal da Bahia. Assim a Beth Sousa se emprenhou em terminar o
segundo grau, prestou vestibular e passou a cursar. Lembra que quando estava na
EBA participou de feiras e sempre procurando comercializar seus trabalhos. Foi
com o dinheiro de venda de suas primeiras obras e a ajuda da família que ela
decidiu ir para a Alemanha.
Tem hoje uma forte influência do neoexpressionismo
alemão e na conversa que tivemos contou o impacto e a sua emoção ao se ver
diante das obras imensas de Anselm Kiefer, num museu na cidade de Karlsruhe, na
Alemanha. O artista alemão Anselm Kiefer, nascido em 1945 é pintor e escultor e
suas obras incorporam materiais diversos como argila, palha, goma-laca, cinza,
dentre outros. Ele trata em suas obras do horror do Holocausto e também os
conceitos espirituais da Cabala. Gosta ainda de abordar temas passados e
recentes sem
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Obra da Série Soft, inspirada nos cilindros do papel higiênico, iniciada no ano 2000. |
fugir das controvérsias.
Também Beth Sousa lembra dos impactos das obras de Antoni Tàpies
(1923-2012) foi um pintor espanhol nascido em Barcelona, considerado um dos
expoentes da arte do século XX, com seus trabalhos gestuais. E finalmente citou
o francês Bernard Buffet (10 de julho de 1928 - 4 de outubro de 1999) . Ele estudou arte na Escola Nacional Superior de Belas Artes em Paris e trabalhou no ateliê de Eugêne Narbonne juntamente com outros artistas. Fez várias exposições períodicas e produziu algumas naturezas mortas, retratos e paisagens. Pintou também os horrores da guerra. No final da vida foi acometido pela doença de Parkinson e se suicidou com um saco plástico envolvido na cabeça. Disse Beth que as pinturas e
as figuras em quadrinhos dos personagens de Buffet com os dentinhos lhe
impressionaram bastante. Assim ela vem fazendo suas experiências depois desses
contatos que teve com obras destes importantes artistas durante os dois anos
que passou na Alemanha. Beth ficava tanto tempo extasiada com as obras dos
museus alemães que em algumas ocasiões os funcionários a convidavam para sair
porque eles iam encerrar as atividades naquele dia. “Inclusive, por mais de uma
vez os funcionários dos museus ficavam impressionados porque eu gostava tanto
de frequentar e olhar as mesmas obras”, disse Beth Sousa.
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Obra inspirada nos versos do poeta Manoel de Barros, 2022. |
Além de frequentar com muita
assiduidade os museus alemães em Karlsruhe, cidade onde morou, e também em
outras que visitou ela participou de um curso livre de pintura de arte
contemporânea, e paralelamente estudava a língua alemã. Beth Sousa foi para a Alemanha
porque na época as universidades no Brasil tinham greves duradouras e surgiu
uma oportunidade de ir e ficar hospedada com a amiga que tinha uma bolsa para
estudar artes plásticas a Suzana Nazaré Andrade que já estava por lá a algum
tempo. Sua amiga se formou também em Economia e Jornalismo, e são amigas até
hoje. Beth Sousa foi para a Alemanha em 1989 e lá trabalhou como garçonete,
babá e outras profissões para se manter enquanto buscava mais informações e
estudar a arte que lhe interessava. Foi para ficar apenas três meses, mas foi
ficando. Disse que voltou com a cabeça completamente mudada e que a razão da
volta foi porque já tinha dois anos fora e estava sendo ameaçada de ser
jubilada da EBA. O jubilamento foi um
dispositivo criado durante o regime militar para expulsar do meio universitário
estudantes chamados de “profissionais” que ficavam anos a fio militando
participando da política estudantil e não frequentavam as aulas regularmente. PENSAR ANTES
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Obras atuais da Série Rejeitos de Mineração inspirada na tragédia de Brumadinho que destruiu povoado,matou dezenas de pessoas e causou grandes prejuizos à população da área, em Minas Gerais, em 2019. |
Antes do ato de pintar a Beth
Sousa disse que passa por um processo de pensar bastante, e o que virá será uma
consequência. Gosta de pintar ouvindo música de qualidade e enquanto estive em
seu ateliê uma música jazzística embalava nossas conversas. Terminou a Escola de Belas Artes e começou a
expor e participar de salões ao mesmo tempo enquanto estudava. Lembra que na
década de 90 mandou um trabalho para o Salão de Arte na Cidade de São Cristóvão,
em Sergipe e foi premiada. Também foi premiada na I Bienal do Recôncavo,
inclusive sua obra foi adquirida pelo cônsul holandês que promovia o evento. Quando ensinava nos cursos livres
tanto na Escola de Belas Artes e nas Oficinas do MAM-Ba sempre motivou seus
alunos a pensar antes de começar a utilizar os pincéis e tintas. Gosta de experimentar
e disse que para chegar onde está ralou muito e desde antes de 1994 que vem
construindo a sua história como artista. Percebi que Beth Sousa é muito
consciente do que faz e que procura na medida do possível organizar sua
trajetória, e tem uma certa organização de tudo que foi publicado sobre sua
produção e sabe localizar com facilidade de acordo com os anos e as fases que
foram importantes na sua vida de artista.
A TEMÁTICA
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Beth com obras denunciando o perigo dos Rejeitos de Mineração no Brasil. |
Quando estava na Alemanha lembra
que foi assistir uma palestra do Secretário do Meio Ambiente, do Governo
Fernando Collor de Mello, José Antônio Lutzenberger (1926-2002) quando ele questionou os alemães que acusavam
muito o Brasil de desmatamento e queimadas na Amazônia e outros crimes
ambientais. O Secretário retrucou dizendo mais ou menos assim: vocês são também
responsáveis porque compram madeira e os minérios, principalmente o alumínio
para fabricar os seus móveis, carros e máquinas. Sua preocupação com o meio
ambiente é antiga basta dizer que a primeira individual que fez foi no Instituto
Cultural Brasil-Alemanha - ICBA, em Salvador-Ba, em 1994 chamada Paisagens
Áridas. Ela não pintou a paisagem pela paisagem e sim pela pintura, pela cor e talvez
a sua primeira apreciação foi feita por mim e publicada na coluna Artes Visuais,
no Jornal A Tarde. Até hoje guarda este recorte do jornal, aliás ela tem também
vários recortes, inclusive de outros jornais. Vi alguns com ilustrações que fez
para um amigo que escrevia sobre música clássica no Caderno Cultural de A
Tarde. Lembrou que entre estas
experiências que fez ia para a marmoraria pegar pó de mármore e nas serrarias
coletar pó de serra e tudo isto colocava em suas obras. Jogava a tela no chão,ainda sem os chassis e fazia todo aquele processo que tinha visto nas obras do
espanhol Antoni Tàpies. Assim a Beth
Sousa pintou suas paisagens áridas e corpos amorfos fugindo dos clichês que
apresenta a paisagem pela paisagem. Aqui a cor e a expressividade ganham destaque
com uma conjunção cromática predominando os tons ocres, laranjas, dentre outros
criando uma atmosfera própria. Vi em seu ateliê uma tela com quase dois metros
de comprimento onde Beth Sousa pintou uma paisagem imaginária e quando você
fica diante da obra vai construindo mentalmente a sua própria paisagem, vai
olhando aqueles pequenos traços horizontais que se multiplicam por todo o
espaço e leva você a se afastar, a se afastar novamente para sentir a força desta
obra e construir sua narrativa. Não as narrativas falsas que vemos se
multiplicar na política atual, mas uma narrativa baseada no que está vendo, nas
informações que possui e em seus sentimentos diante daquela obra. Lembra quando
falei acima que a Beth Sousa se emocionava e até chorava quando via as obras
dos grandes mestres do neoexpressionismo alemão? Não é preciso chorar, basta se
emocionar! O neoexpressionismo que ela se
identifica nasceu como uma resposta de alguns artistas à arte moderna
especialmente ao concretismo e ao minimalismo que se caracterizam pelo design e
também pela simplicidade. Surgiu na década de 70 na Alemanha e se espalhou por
todo o Continente europeu a partir da década de 80 até atingir os Estados
Unidos, este grande mercado de arte. Os alemães costumam chamar de Neue Wild
que significa Novos Selvagens e nos Estados Unidos de Bad Painting, pintura
ruim ou suja. Mas, o importante é que hoje é um estilo concretizado e
respeitado principalmente na pintura pela liberdade e o seu caleidoscópio de
cores fortes e vibrantes.
REBELDIA
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Beth Sousa pintando um mural no do bairro do Rio Vermelho. |
A jovem Elisabete Regina Conceição
Sousa é filha do casal evangélico José Brito de Sousa e Isolina Conceição
Sousa. Nasceu em onze de outubro de 1965, no bairro do Barbalho, em Salvador. O
primário cursou na Escola Santo Antônio, uma escolinha particular, que
funcionava no bairro onde morava. Estudou o ginásio dois anos no Instituto
Feminino da Bahia e depois foi para o Colégio Serra Valle, na Pituba, onde
concluiu o ginásio e o segundo grau. No colégio sempre foi uma aluna com certa
rebeldia e desde esta época que passou a se interessar por arte. Ia para as
Oficinas do MAM-Ba e depois para os cursos livres da Escola de Belas Artes,
procurando se entrosar com os estudantes de arte daquela época. Adiantou que
durante sua adolescência gostava mais de andar pelo Museu de Arte Moderna da
Bahia – MAM-BA. Estudou por lá e lembrou que o que sabe de gravura aprendeu com
Paulo Rufino, estudou ainda com Guache Marques e Florival Oliveira no MAM-Ba e
na EBA com o professor Luiz Gonzaga. Batia de frente com a rigidez de horários
e outras exigências formais das escolas onde estudava.
Mesmo antes de se formar em Belas
Artes começou a participar de exposições coletivas, e de salões que naquela
época eram realizados em Salvador, especialmente no Museu de Arte Moderna da
Bahia e também os salões universitários dos quais fui jurado em alguns deles. Beth
Sousa disse que estava neste processo de mudança e passou a receber convites
para expor. Ia para o campo para fotografar a paisagens e lá disse que
encontrou outros elementos como alguns fósseis que passou a incluir em suas
obras. Terminou expondo na França, Portugal e na Espanha juntamente com outros
artistas. Nesta época estava estudando e experimentando as cores e os tons. Ficou
buscando pintar com ausência do figurativo.
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Obra da série Paisagens Áridas, 1993. |
Vamos dar um passeio sobre os
momentos da arte de Beth Sousa a começar pela sua Série Paisagens Áridas onde
podemos sentir a influência direta de Anselm Kiefer .
Ela priorizou a policromia e direcionou o tema para o seu próprio
contexto social. Diz a artista que sobre os trabalhos da Série
Paisagens Áridas: “A partir de 1993, já́ em Salvador, dei início a uma pintura
com elementos amorfos, inspirada nas paisagens áridas do Nordeste da Bahia, com sua vegetação
rareada, pontuada de cactos, mandacarus e
palmas. Dentro desta concepção, a vegetação, a
terra e os animais carcomidos pelo tempo passaram a ser representados através
de densas camadas de tinta acrílica com a sobreposição de
materiais diversos como juta, placas de papel e imagens de revistas coladas
sobre a tela. As paisagens, sempre retratadas sem a indefectível linha do
horizonte, faziam com que os seus elementos se confundissem entre figura e
fundo, instigando a percepção do observador e evitando uma
leitura paisagística convencional.” E finaliza dizendo que os trabalhos
realizados nesta série apresentavam figuras lânguidas, distorcidas e indefinidas
que reproduziam a tragédia dos que “sobreviviam sob o sol causticante que o
aquecimento global só́ tenderia a tornar ainda mais dramático.”
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Obras da Série Fósseis, 1998. |
Em seguida volta em 1998 Beth
Sousa agora com a Série Fósseis depois de observar que este clima insípido do
sertão nordestino resultava em mortes de alguns animais os quais deixavam nos seus
restos mortais vestígios de sua passagem por aquela região. Disse Beth Sousa
que “0 registro do processo de decomposição me
instigou a desenvolver a Série Fósseis, mesmo sem a intenção de me
aprofundar no estudo da Paleontologia. Ao incursionar pelo interior da sua
massa corpórea, descobri a plasticidade das espinhas e do esqueleto
fossilizados e de suas partículas, esta estrutura de ossos e esqueletos sem os
quais o corpo seria uma massa amorfa, por sua correlação com o
fim, a morte, tende a ser associado ao feio, repelente, aterrador.”
O que lhe interessava era a
plasticidade das formas e os tons monocromáticos, valorizando o branco e
eliminando os elementos que conjugavam a composição da fase
anterior. Ainda com o mesmo estilo na representação dos
elementos, a dualidade das imagens que se confundem com o fundo em um
figurativo abstrato deixa a critério de cada espectador entrar na obra para
formar as imagens de acordo com sua própria percepção”,
declara.
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Vemos uma obra da Série Soft inspirada na plasticidade do cilindro do papel higiênico, 2000/2006. |
A terceira fase que ela denominou
de Série Soft vai de 2000 a 2006 depois de quase uma década de “pesquisa de
materiais, novas formas e temas emergiram e o que era amorfo começou a se
definir. As figuras apareciam naquela ocasião com uma nova poética, ao pinçar
elementos do cotidiano, captando sua essência plástica
e elevando-os à dimensão de obra para a contemplação artística.
Esta nova temática passou a compor os trabalhos de então com o resgate de
objetos do dia a dia, a valorização da sua
utilidade e conversão em tema para a representação artística
é o ponto de partida” é bom salientar diz Beth Sousa que “é a plasticidade
destes elementos que vai determinar a escolha como elemento central da composição. A opção de
trabalhar privilegiando o papel higiênico se
insere neste contexto. A partir daí́, no início da década de 2000, comecei uma
nova série em grandes dimensões, intitulada Soft.”Lembra que “nos primeiros
trabalhos, a imagem do rolo de papel ainda era indefinida, a percepção era
concomitantemente visível e invisível, isto é, o elemento central da pintura
era o rolo de papel higiênico solto
no espaço,
transpassado horizontalmente por um objeto cilíndrico, fora do seu contexto
habitual. No entanto, desviei-me do caráter figurativo, narrativo ou
ilustrativo da forma, neutralizando a representação.”
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Objetos feitos de bonequinhos plásticos, que foram queimados para representar as crianças chacinadas em 1993 no pátio da Igreja da Candelária, RJ. |
Os acontecimentos políticos,
sociais e ambientais da sociedade brasileiras sempre são motivos para a artista
se expressar através da sua arte engajada. Agora ela se debruçou sobre a
chacina de crianças em frente à igreja da Candelária no Rio de Janeiro, Brasil
e produziu a série Chacina utilizando linguagens diversas como esculturas,
instalações e objetos. Guardou tudo isto durante a década de 1990 e seus
trabalhos tridimensionais finalmente apareceram ao público na Série Chacina que curte e gosta de
arte. Escreveu Beth Sousa que “eles surgiram como tradução da violência social brasileira, como representação de
pessoas que se arvoravam de coragem para enfrentar as durezas da vida, daquelas
que morreram na chacina da Candelária, enfim, do conturbado cotidiano da época.
As terríveis imagens da chacina da Candelária em 1993 ficaram gravadas na minha
mente, por muito tempo, trazidas pelas manchetes de todos os jornais e revistas
que a ela se reportavam. Os trabalhos representados são de figuras mórbidas que
retratam a imagem de um povo que sobrevive em condições
sub-humanas”.Diz ter utilizado este conjunto de materiais simples como os pequenos bonecos de plástico com 10 cm de tamanho adquiridos
em feiras e pequenas lojas populares de miudezas, São bonecos utilizados muitos
por artesão como aqueles que conhecemos e são largamente vendidos aos turistas
vestidos em traje típico de baianas.
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Fotos do vídeo da Série Quem tem Medo das Ginas, exibido no MAM-Ba, em 2012. |
Finalmente temos a Série Quem Tem Medo das Ginas produzida
entre 2008 a 2015 quando ela se utiliza da imagem de uma mulher loira e de
olhos azuis, cabelos lisos para contestar este padrão estético de Gina pela mídia
tradicional. “Confessa que “a partir da análise da imagem original estampada em
uma caixa de palitos de dente questiono, ainda, estes ideais de beleza
almejados pelas mulheres que, de um modo geral, procura incessantemente artifícios
oferecidos pelo mercado para imitar as pops stars.”
Diz ainda que “a pintura já́ não
me satisfazia plenamente enquanto forma de expressão, daí́ a necessidade de como experimentar outras linguagens a fotografia, a videoarte, e novas web-artes
surgiram através das formulações dos planos de aula, ainda como
professora substituta da Escola de Belas Artes da UFBA (2008 /2010). Circundada
por essas questões, atentei para o corpo e as tensões e cobranças que
permeiam o universo feminino e fiz alguns laboratórios, na tentativa de me
expressar através da imagem em movimento. A partir daí́, as reflexões deram
encaminhamento a minha pesquisa teórico-prática, cujo tema foi o fio condutor
para o desenvolvimento de uma poética.”
“A partir dessa experiência,
senti a necessidade de maiores investigações sobre a corporeidade na arte contemporânea
através das artistas precursoras da Body Art e de destacar as que subverteram
os limites do corpo.” O contexto do vídeo feito em 2012 “trata de três
personagens Gina, Regina e Efésios. As moças moram em um apartamento antigo no
centro da cidade de Salvador, onde compartilham um cotidiano nefasto e uma semelhança
em suas histórias de vida. Regina é modelo, 18 anos, negra,
rosto infantil, olhar triste, alta e anoréxica. Sua personagem chama a atenção para a exploração do
feminino pelas mídias e pela publicidade quando mostra a esqualidez do seu
corpo. A representação do corpo feminino anoréxico é
uma reflexão da cultura “lipofobia”, o culto ao corpo e a tirania midiática
determinada pelo mecanismo do mercado como contragolpe as manifestações dos
anos setenta. As maiores vítimas da obsessão à magreza são as adolescentes,
alvos de preferência do mercado. As jovens que sonham em conseguir um lugar no pódio
como top model, influenciadas pelas falsas promessas ilusórias da mídia,
submetem-se as dietas exageradas que, muitas vezes, as levam à morte.”
PRÊMIOS E EXPOSIÇÕES
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Obra exposta na 2ª bienal de Gaia, Portugal,2017. Acrílica sobre tela. |
Em 2012 - Contemplada pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Fundo de Cultura)
com o Projeto “Quem Tem Medo das Ginas”; 1991 - Menção Especial l Bienal do Recôncavo, São Félix-Ba, Centro Cultural
Dannemann e em 1991 – 1º Prêmio do Vll Salão FASC de Artes Plásticas, São Cristóvão
- SE, Universidade Federal de Sergipe.
Já fez
três exposições individuais sendo a primeira em 2012 – Quem Tem Medo das Ginas
– Museu de Arte Moderna da Bahia; 2005
- Arte Soft no Hotel Sofitel – Salvador BA) e 1994 - Beth Sousa (Galeria ACBEU
– Salvador – BA). Participou de exposições coletivas aqui e fora do país. Vejamos em
2020 – Arte Como Respiro – Itaú
Cultural – SP; 2020 – 20º Salão Nacional de Pequenos Formatos de Britânia - GO;
2018 – Arte de Passagem – Itinerância pela Arte Contemporânea da Bahia
(Museu de Arte da Bahia); 2018 – II Feira de Arte de Goiás (Fargo), (Vila
Cultural Cora Coralina - Goiânia – Go); 2017 – 2ª Bienal Internacional de Arte
Gaia. (Gaia-Portugal) ; 2011- Entre Folhas Galeria Cañizares -
Salvador - BA); 2010 - Corredores Digital /Curadoria com Caetano Dias (CASACOR BAHIA); 2010 - Entre Folhas (Centro Cultural Dannemann); 2009 -
Circuito das Artes ( Galeria ACBEU – Salvador - BA); 2009 - Lançamento do Catálogo do Acervo do Museu de Arte
Moderna da Bahia (MAM-BA); 2009 - Mulheres em Movimento (Galeria Cañizares
– Salvador - BA); 2009 - Circuito das
Artes (Galeria ACBEU - Salvador - BA); 2007 - Circuito das Artes, (Palacete das
Artes); 2006 - Nove de Fora, (Galeria Por Amor à Arte – Porto - Portugal); 2006
- Olhar Contemporâneo , (Galeria de Artes Paulo Darzé́; Salvador – BA); 2005 -
Bahia à Fora (Galeria Terra Fértil - Buenos Aires); 2004 - Coletiva , (Galeria ACBEU –Salvador – BA); 2003 - Exposição Coletiva ICBA - Instituto Cultural Brasil
Alemanha ; 2003
– Exposição Lançamento do Catálogo do Acervo da Galeria ACBEU , (Galeria ACBEU -
Salvador – BA); 2002 - Exposição
Coletiva , (Galeria de Artes Paulo Darzé́ - Salvador - BA); 2002 - IV Mercado Cultural , (Galeria ACBEU - Salvador - BA); 2002 - Pintura Bahia
2002 (MAM-BA); 2001 - Exposição
Coletiva , (Galeria ACBEU – Salvador Bahia ); 2001 - 14 Fragmentos Contemporâneos, (Galeria 57 – Leiria - Portugal); 2000 - Exposição Coletiva , (Galeria ACBEU – Salvador Bahia); 2000 - Exposição Coletiva , (Galeria Moacir Moreno Salvador -BA); 2000 - Exposições Comemorativas aos 25 anos da Galeria ACBEU
(Galeria ACBEU – Salvador Bahia); 1999 - Exposição Arte Salvador 450 anos (MAM-BA); 1999 - Pintura Contemporânea
da Bahia (Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães Recife - Pernambuco);1999 -
100 Artistas Contemporâneos da Bahia (Museu de Arte Sacra- BA) ; 1998 - Arte Salvador 450 Anos
(MAM-BA); 1998 – Exposição Ba - Go Brasil ,(Fundação Jaime Câmara – Goiás); 1998 - Bahia
à Paris, (Galeria Magnan – Paris - França); 1998 - Pintura Contemporânea da
Bahia - (Galeria Arvore – Porto- Portugal). 1998 - Tropicália 30 anos (MAM-BA);
1997 - 7 Artistas Contemporâneos Baianos (Central Hispano – Barcelona- Espanha);1997
– Exposição Porto da Barra (Espaço Cultural Telebahia – Salvador - BA); 1996 - lll
Salão MAM Bahia de Artes Plásticas (MAM-BA); 1996 – Exposição Ararinha Azul
(MAM-BA); 1995 - Exposição
Comemorativa 20 anos da Galeria ACBEU, (Galeria ACBEU - Salvador) ;1995 - lI Salão
MAM Bahia de Artes Praticas (MAM-BA); 1995 - lll Bienal Do Recôncavo (Centro
Cultural Dannemann – São Felix- BA); 1995 - UFBA Traduz Bahia (Galeria Cañizares
– Salvador-Ba); 1994 - Artistas Emergentes da Bahia ; 1994 – X Salão FASC de Artes Plásticas (Centro de
Cultura e Artes – Universidade Federal de Sergipe); 1991 - Exposição dos Artistas Premiados da l Bienal do Recôncavo (Fundação Gregório de Mattos – Salvador Bahia) e em 1991 - I Bienal do Recôncavo (Espaço
Cultural Dannemann São Felix – BA).
Joao Calazans
ResponderExcluirMuito lindos, tem um toque expressionista
Márcia Cardoso Pimentel
ResponderExcluirParabéns e muito sucesso. Belas telas.
Lidia Jesus
ResponderExcluirMuito bom Beth viver de arte no Brasil é um grande desafio e muita luta. Sua arte é desfiadora.
Carmen Carvalho
ResponderExcluirBelo trabalho o seu , Reynivaldo Brito e belo trabalho também da artista Beth Sousa !!!! PARABÉNS PRA VOCÊS !!!
Beth Sousa
ResponderExcluirReceber Reynivaldo Brito no meu solitário espaço de trabalho foi um prazer. Tive a imensa alegria de ter um texto, da minha primeira exposição, na galeria ACBEU, escrito por ele. Agora, outro texto didático e informativo! Obrigada, Reynivaldo!
Graça Gama
ResponderExcluirPARABÉNS
Valéria Simões
ResponderExcluirGrande Beth!!!
André Luiz Santos Souza
ResponderExcluirAs amigas e grandes Artistas da minha vida: amigas, incentivadoras , professoras Ligia Aguiar e Beth Souza.
GratidãoNamastê😂
Celia Mallett
ResponderExcluir👏👏👏👏👏👏
Amanaiara Miranda
ResponderExcluirTenho uma obra de arte na minha casa feita por Beth Souza que não vendo por preço algum. Beth Souza é maravilhosa! Beth Sousa
Edicarlos Santana
ResponderExcluirBelo trabalho seu Reynivaldo
Denise Bastos
ResponderExcluirParabéns, querida! Admiração imensa por você e pelo seu trabalho. Viva Beth!!!!!! Parabéns para Reynivaldo Brito pela excelente matéria.
Angela Lisboa Dabush
ResponderExcluirParabéns Bete
Fernando Freitas Pinto
ResponderExcluirBeth Souza é uma Artista inteligente, criativa e de uma simpatia maior. Felicidade para a Artista e um abraço para o amigo jornalista Reynivaldo!
Aruane Garzedin
ResponderExcluirUm trabalho consistente, uma trajetória consciente bem mapeada por Reynivaldo Britto! Parabéns, Beth!
Maria Nazaré Santos
ResponderExcluirSim ! uma Artista de TALENTO ! obrigada amigo Reynivaldo Brito por nos presentear com o talento desta grande Artista ! Bete Souza ….. foi um prazer conhecer sua Arte ! Parabéns!
Maria Maxixe
ResponderExcluirE muito difícil o artista ser reconhecido , a Beth tem trabalhos lindos !
Antonio Carlos Da Rosa
ResponderExcluir👏
Leonel Rocha Mattos
ResponderExcluirA Beth, é uma grande artista ,cada um com suas superações. Por isso digo que o artista passou de dez anos de carreira tem que ser respeitado .
Luiz Claudio Campos
ResponderExcluirCom um trabalho muito lindo. Obrigado Reynivaldo por trazer esse talento
Félix Sampaio
ResponderExcluirMuito bom. A história de quem nasceu para a arte, luta e revelações que mostra a persistência. Parabéns Beth! Reynivaldo Brito 👏👏👏👏
Domingos Dantas Brito
ResponderExcluirAs obras dela são muito interessantes pelo fato dela usar coisas da natureza e também citar os rejeitos de Brumadinho...
Iara Brito
ResponderExcluirParabéns
Ivo Neto
ResponderExcluirPalmas!
Celimar Geambastiani
ResponderExcluirParabéns
Ernesto Bitencourt
ResponderExcluirPalmas!
Benjamin Brito Gama Junior
ResponderExcluir👏👏
Lidia Jesus
ResponderExcluirBravo!
Eliana Souza
ResponderExcluirPalmas!
Luciano Rego
ResponderExcluirPalmas!
Elizabete Lopes Johansen
ResponderExcluirPalmas!
Lígia Aguiar
ResponderExcluirBeth Sousa
Como sempre tão imbuída no seu fazer artístico, não abre mão de lançar a sua sensibilidade em trabalhos que sobrepõem o seu talento e habilidade em questões que envolvem a humanidade. Parabéns Beth, querida, por sua coerência artística e beleza em tudo que você realiza, e também por sua recente obra, uma série de tirar o fôlego, que fala por si só. Que nos encanta!! Viva!! 👏🏼👏🏻❤️👏🏼👏🏻